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10
I - TRANSCRIÇÃO DE "ANÁLISES CEFALOMÉTRICAS" (DA 1ª E 2ª EDIÇÕES)
11 - CEFALOGRAMA "PADRÃO C.E.E.O."
111 - DIAGRAMAS "INDIVIDUAL" E GEOMÉTRICO", PARA O CONTORNEAMENTO DE ARCOS ORTODÔNTICOS
IV - GRÁFICO VETORIAL ORTODÔNTICO
I ANÁLISES CEFALOMÉTRICAS
(Transcrição da 1ª e 2ª edições)
s. Interlandi
INTRODUÇÃO
As duas primeiras edições deste livro pude-
ram caracterizar, num enfoque principalmente
didático, algumas das tendências da cefalome-
tria, em vigência ainda na época de suas publi-
cações. Embora já houvesse nítidas alterações
na medição dos padrões faciais e do planeja-
mento das correções ortodônticas em vigor,
provenientes de autores como Begg, Ricketts,
Holdaway e Andrews, os nomes que pontifica-
ram nestes setores eram Tweed e Steiner.O pri-
meiro, por ter estabelecido as bases mecânicas
de uma ortodontia que, em sua evolução, afas-
tava-se aos poucos de alguns dos princípios
básicos da Escola de Angle. O segundo, pela
contribuição de uma análise cefalométrica,
cujo principal legado foi ter contribuído eficaz-
mente para melhor lucidez do raciocínio orto-
dôntico. Em conseqüência, o ortodontista vol-
tou-se para áreas mais distanciadas de dentes e
alvéolos, descobrindo horizontes mais exten-
sos no universo do maciço crânio-facial. Ainda
hoje, aqueles dois primeiros nomes são para-
digmas de uma prática ortodôntica sadia e res-
peitada, e não podem ser omitidos em quais-
quer dos patamares em que se encontram as-
sentadas as bases de uma ortodontia científica.
As considerações acima autorizam-me a
transcrever toda a parte inicial do presente ca-
pítulo, como' foi publicada originalmente, nas
duas primeiras edições, em obediência à in-
tensão de levá-Ia, uma vez mais, à considera-
ção de ortodontistas, estudantes pós-gradua-
dos e colegas de outras especialidades.
- A evolução da Ortodontia, desde o empiris-
mo que vigorava em seus primórdios, até as mais
recentes conquistas técnicas e científicas, tem sido
caracterizada através de ocorrências de grande ni-
tidez histórica, demarcando-se assim, no tempo,
.etapas importantes no desenvolvimento daquela
especialidade. A luta desenvolvida na fase ariesa-
na I, em que os engenhos mecânicos se multiplica-
vam a cada tentativa de movimentar dentes, aos
poucos, foi expondo ao profissional o mundo mara-
vilhoso do terreno biológico que, até então, parecia
divorciado da atividade clínica.
Quando Fauchard'" (1728) descreveu a "lame
d' argent" e os primeiros movimentos ortodônticos
conseguidos, iniciava-se o esboço de documentação
científica que exigiria quase dois séculos para desen-
volver e consolidar-se, de forma a caracterizar uma
atividade de importância na área odontológica.
Mais de um século após a publicação do livro de
Fauchard, uma série de outras expressivas contri-
buições, citadas por Angli! (1907), se juntaram ao
118 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
acervo clínico ortodôntico, como a de Schangé
(184n o primeiro a empregar as bandas ortodônti-
cas, então, providas de rosca de retenção e parafuso.
Inicialmente, destinadas aos dentes em má posição,
aos poucos as bandas foram também adaptadas nos
dentes de ancoragem, principalmente após a contri-
buição de Magill (1871-72) que idealizou a cimen-
tação das'bandas, portanto, há mais de cem anos
atrás. Outra contribuição de valor inestimável ori-
ginou-se de Kingsley (1866), quando buscou apoio
occipital através de um casquete, originando, então,
a ancoragem extrabucal em ortodontia.
O que é conhecido hoje como mecânica orto-
dôntica é, sem dúvida, um complexo de contribui-
ções e de experiências de impossível identificação,
quanto a todos os autores envolvidos. No entanto,
o nome que incontestavelmente deve ser gravado
com destaque especial na história da Ortodontia,
é o de Edward H. Angle. Para não relatar o acer-
vo de trabalho oriundo de sua mente e de suas
mãos, gostaria de remeter o leitor ao texto das
páginas 190 a 194 da sétima edição de "Maloc-
clusion of the teeih" (1907)", uma descrição da
aparelhagem empregada já em 1888, e que resume
toda a capacidade de Angle em idealizar e modifi-
car mecanismos que se destinariam, quase um sé-
culo depois, a ser ainda as bases da moderna apa-
relhagem ortodôntica. '
A personalidade singular de Angle, suas con-
vicções defendidas quase ditatorialmente, a capaci-
dade, como professor, de escolher homens que viri-
am a ser no futuro, de importância vital na clínica,
no ensino e na pesquisa, as polêmicas que acalen-
'tou, e demais ocorrências que se incorporam hoje
na biografia de um dos homens mais interessantes
que figuram na história de uma ciência, podem ser
conhecidos através da leitura de "A memorial
meeting to the late Edward Hartley Angle"98
(1931), de Strant04 (1974) e, mais recentemente,
de Moore234 (1976) e Craber'" (1976).
Na seqüência de eventos que possam esboçar as
etapas evolutivas da' cefalometria em ortodontia,
uma outra circunstância deve ser mencionada, isto
é, a preocupação surgida, no início do século, em
relacionar a posição dos dentes ao restante do ma-
ciço crânio-facial. Case'" (1908) foi um dos que
obtinham máscaras faciais de gesso, como docu-
mentação ortodôntica ao lado de modelos e fotogra-
fias. Van Loon327 (1916) idealizou uma técnica de
obtenção de modelos articulados às respectivas
máscaras faciais, facilitando, assim, o estudo e o
diagnóstico das maloclusões. Simon/" (1922), sim-
plificando a técnica de se articularem os modelos
às máscaras, desenvolveu o método gnatostático
para diagnóstico. Ampliou, dimensionalmente, as
bases dos modelos dentários, de forma a serem
identificados três planos faciais aos quais relacio-
nava as arcadas dentárias.
As primeiras tentativas de se empregarem radi-
ografias faciais com fins ortodônticos, segundo
Monti231 (1953), devem ser atribuídas a Carrea
(1924) que empregava também arame de chumbo
para o delineamento do perfil tegumentar.
Broadbeni" (193n nos Estados Unidos da
América, e Hofrath162 (193n na Alemanha, aper-
feiçoaram o método de se obterem as telerradiogra-
fias, principalmente quanto ao aparelho de orienta-
ção da cabeça, o cefalostato, conseguindo radiogra-
fias mais precisas para fins de cefalometria. O sur-
gimento do cefalostato e, conseqüentemente, do
aprimoramento da técnica telerradiográfica, cons-
tituíram-se na mola mestra das pesquisas de cres-
cimento [acial, tendo os priricipais trabalhos neste
campo, sido elaborados por ortodontistas. No en-
tanto, o caminho da pesquisa e da clínica em orto-
dontia não foi sempre retilíneo. Suas etapas evolu-
tivas, aos olhos do espectador, às vezes se desen-
contram no tempo. As análises cefalométricas, hoje
adotadas comodamente pelo ortodontista, têm rai-
zes longínquas, que se abrem num leque historica-
mente emaranhado. Broâie" (1963) conseguiu ali-
nhavar a respeito, uma seqüência interessante de
eventos que tiveram início com as chamadas "leis
das transiormações", de Wolff4o (1892), e que in-
fluenciaram, curiosamente, o pensamento ortodôn-
tico. Segundo este autor, as modificações de forma,
experimentada pelos ossos, sempre implicam em
correspondentes modificações de estrutura. Nas
primeiras décadas do presente século, as correções
ortodônticas possivelmente se basearam em Wolft,
pois, para as Classes Il, se pretendia conseguir um
"deslocamento" ósseo (forma) através de planos
inclinados a fim de, em virtude da função regulari-
zada, obter-se estabilidade morfológica (estrutura)
ou, em outras palavras, correção ortodôntica. Pra-
ticamente, ficou logo demonstrado que era impos-
sível almejarem-se resultados ortodônticos estáveis
ante tal estratégia. Após o malogro dos planos in-
clinados, surgiram, então, os empregos indiscrimi-
nados dos elásticos de Baker, hoje denominados in-
termaxílares. Dos planos inclinados chegou-se,
portanto, à custa dos elásticos de Classe Il, à expe-
riência de se movimentaremos arcos superiores
para trás, ainda em obediência à mesma interpreta-
ção de Wolft. Até então, como se vê, a problemática
ortodôntica era constituída de função X forma. Na
década de 1920, surgiu um pesquisador brilhante
no campo da ortodontia: Milo Hellman. Estudou'"
(1927), examinando um certo número de alunos
da Universidade de Colúmbia, a oclusão normal
em suas implicações antropométricas, ou, mais
especificamente, cefalométricas. Fez uma série de.
medições "in vivo" e estabeleceu variações (um
desvio padrão) em torno das médias, que foram
ocupando determinado espaço lado a lado duma
vertical. Com isto, Hellman obteve uma figura que
denominou "unggle" e que expressava, geometri-
camente, a área de normalidade do que se entendia
por oclusão normal, numa visão cefalométrica. Ao
localizar no "wiggle" outros casos que se desenvol-
viam morfologicamente como oclusão normal,
Hellman verificou que muitos deles não caíam
dentro da área tida até então, como de normalida-
de. Concluiu o pesquisador que função não poderia
ser a única determinante de forma, trazendo à tona
do emaranhado, ainda hesitante da pesquisa, um
terceiro fator importantíssimo: o crescimento. No-
vas perspectivas surgiram no sentido de serem
agora estabelecidos períodos favoráveis e períodos
desfavoráveis para o tratamento ortodôntico.
Brodie" (1938) e colaboradores, na Universida-
de de Illinois, fizeram a primeira análise cefalomé-
trica, à custa de telerradiografias de casos ortodônti-
cos terminados, é chegaram às seguintes conclusões:
a. As modificações ósseas, durante o tratamen-
to ortodôntico, parecem estar restritas aos al-
véolos.
b. Há uma correlação positiva entre sucesso de
tratamento ortodôntico e o fator crescimento.
Como é fácil de se compreender, a influência
daquelas afirmações se fizeram logo sentir, e a con-
duta básica do ortodontista, a partir de então, foi a
de se alinharem os dentes nos arcos e aguardar o
crescimento, que completaria a correção. No dizer
jocoso de Brodie, "o ar se encheu de premolares"
que eram extraídos unicamente, com a finalidade
de alinhamento.
Logo se acreditou que as mecânicas deveriam
experimentar grande evolução no sentido de serem
os dentes movimentados com maior controle. A
noção de ancoragem atingiu novas conceituações e,
daí, um nome surgiu para aprimorar a última me-
cânica de Angle, o "arco de canto", e dar um novo
sentido às extrações em ortodontia. Este homem,
que se chamou Charles Tweed, notabilizou-se como
grande clínico e exibiu qualidades inigualáveis de
perspicácia na interpretação de resultados, signifi-
cando um novo marco histórico. Seja dito, no en-
tanto, que Tweed não foi quem iniciou a fase das
extrações ortodônticas como meio de normalização
da oclusão dentária. Muitos autores como Case",
(1908) no início do século, e Grieve (1924), citado
por Strang3°4 (1974), já preconizavam as extra-
ções, conscientes dos malefícios ocasionados pelas
expansões das arcadas, recurso de que lançavam
mão, principalmente os seguidores da escola de
Angle. Pierre Fauchard, no começo do século
XVIII, já recorria à extração para a corrêçãa.iie;
posição dos dentes "mal arrangées", embora, evi-
dentemente, sem a consciência cefalométrica dos
autores acima mencionados.
Sem descuidar dos problemas de crescimento,
Tweed aprimorou a mecânica ortodôntica de tal
forma, que propiciou ao clínico um máximo de
controle na movimentação ortodôntica. À custa de
longa experiência, exposta mais adiante neste mes-
mo capítulo, brindou-nos, com sua análise para
planificação de tratamento, a oportunidade de ela-
borar plano de tratamento numa sistematização
que acaba por constituir-se em fascínio, principla-
mente para os que se iniciam em ortodontia.
Em virtude das pesquisas relacionadas com
crescimento facial, nas primeiras décadas deste sé-
culo, e também da evolução técnica dos processos
empregados no diagnóstico ortodôntico, a cefalo-
metria se tornou, ao lado dos modelos de gesso, um
meio importante para se chegar à correta planifica-
ção de tratamento. Após um tempo prolongado de
experiência clínica, o ortodontista terá, necessaria-
mente, de captar e desenvolver a "consciência do
normal", tantas vezes mencionada por Tweed. Cla-
ro que está aqui implicado um inevitável "desvio
padrão clínico" a estabelecer uma área de aceitação
maior ou menor em torno da mencionada "norma-
lidade". Isso para admitir' que a telerradiografia,
excepcionalmente, possa ser prescindível, depen-
dendo, portanto, da experiência e da capacidade de
visualização do clínico.
Qualquer trabalho que trate de conhecimentos
básicos, em ortodontia, tem, necessariamente, de
citar Ernest H. Hixon, um ilustre homem de ciên-
cia que insistia em ver a telerradiografia como uma
simples fotografia que apenas pudesse dizer-nos
"onde estivemos". Para seus alunos no Departa-
mento de ortodontia da Universidade de Oregon
(E.U.A.), as telerradiografias mostravam as incli-
nações impostas aos incisivos inferiores, sem re-
vestir-se de maior importância clínica.
Sem visar a diminuir o valor das telerradiogra-
fias como meio de diagnóstico e planificação de tra-
tamento, mas não querendo omitir a opinião de um
dos grandes nomes da oriodoniia, é que enviamos
o leitor a dois dos inúmeros trabalhos de Hixon160-161
(1966-1972), em que poderão ser conhecidos diver-
sos aspectos relacionados com a cefalometria, den-
tro da visão crítica daquele ilustre pesquisador.
As análises cefalométricas de interesse para
as correções oriodõniicae se iniciaram com
Doums" (1948) que examinou 20 indivíduos de
12 a 17 anos, com oclusões julgadas excelentes,
e estabeleceu um padrão para o esqueleto facial.
Em seguida, estudou as relações da dentadura
com o padrão esquelético. O próprio autor co-
menta sobre o emprego desta análise: "Os dez
valores numéricos empregados descrevem rela-
ções entre a dentadura e o esqueleto facial, po-
rém as leituras isoladas não são de grande im-
portância; o que realmente se considera é o con-
junto de todos os valores e suas correlações com
o tipo, a função e a estética".
CEFALOGRAMAS
A fim de que a telerradiografia permita medi-
ções e comparações, deve ser desenhado sobre ela, o
cefalograma. Este pode ser simples ou enr-iquecido
de tantas informações cefalométricas quanto o exa-
minador desejar. Os cefalogramas simples são os
que informam o mínimo necessário para se com-
pletar um exame cefalométrico, e podem ser empre-
gados em clínicas particulares ou instituições que
não visem a um acervo de medições para ampla
documentação.
Para esclarecimento do que foi exposto, será
apresentado o cefalograma padrão do Curso de
Pós-Graduação de Ortodontia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo.
A telerradiografia é vista sempre com o perfil
voltado para a direita do observador. A orientação
básica no desenho do cefalograma a ser descrito é,
primeiramente, o estabelecimento de uma área
útil mínima da telerradiografia, para o traçado.
Esta área está compreendida entre a linha sela-
uí io e o plano mandibular. Toda a análise se de-
sencoluerâ à custa de medições naquele espaço.
O cefalograma é dividido em duas partes prin-
cipais: o desenho anatõmico e os traçados de orien-
tação. A primeira é constituída pelo desenho ao
negatoscópio e dos detalhes anatômicos, enquanto
a segunda, pelos traçados das linhas e planos que
permitirão ao operador efetuar as medições lineares
e angulares de interesse.
Uma disposição desordenada destas duas par-
tes dificulta sobremaneira o trabalho de interpreta-
ção, daí a intenção do autor de sistematizar e sim-
plificar os traçados.
Uma Técnica para a Tomada de
Telerradiografias
O tamanho do filme adotado para as telerradio-
grafias é de 17,5 em por 23,5 em, a fim de que
possam ser guardadas com as documentações do
paciente, em mesma pasta.
Uma boa localização da imagem radiográfica é
a queexibe a área entre sela túrcica e o ponto na-
sio, situados a igual distância das margens laterais
do filme. O limite inferior do mento (ósseo) deve
guardar uma distância de, mais ou menos, 'três
centímetros da margem inferior.
O perfil tegumentar deve ser evidenciado, de
sorte que o paciente o exiba em posição de repou-
so, sem forçar o contato labial, mantendo, no en-
tanto, os dentes posteriores em contato oclusal
(oclusão cêntrica). A acentuação do perfil pode
ser conseguida através de dois diferentes métodos:
cio pincelar uma película fina de um sal de bário
sobre as partes moles, no plano sagital medi-
ano;
b. manter a margem da radiografia, que contém
o perfil, mergulhada no revelador, um minu-
to a menos do tempo total de revelação;
c. empregar um filtro de aluminio'", devida-
mente localizado no chassis.
Ao localizar o paciente ao cefalostato, a cabeça
deve ser verticalizada de tal forma que o perfil este-
ja "paralelizado" à margem direita do filme, e a
ponta do nariz guarde uma distância de, pelo me-
nos, dois centímetros daquela margem.
O paciente deve sentar-se como tórax e a ca-
beça numa posição verticalizada, de forma que o
meato acústico externo alcance, com alguma difi-
culdade, o nível das olivas auriculares do ceialos-
tato. Esta providência permitirá que o paciente,
ao relaxar a postura, force as olivas para baixo,
elevando-se as imagens dos pórios metálicos em
direção aos pôrios anatõmicos, diminuindo, con-
seqüentemente,um possível erro operacional.
Sobre papel de acetato que deverá exibir uma
face brilhante (de encontro ao filme) e outra opaca,
será desenhado o cefalograma. A folha poderá ser
'de 17,5 X 17,5 em, e será adaptada ao filme, com
fita adesiva, uma no canto superior direito, duas
na margem esquerda, aproximadas dos limites su-
perior e inferior. O lápis (preto, número três) deve
ter aponta lixada com freqüência.
o Desenho Anatômico
Esta parte não visa à reprodução total dos as-
pectos anatõmicos da radiografia. Deve consti-
tuir-se de um mínimo de detalhes que permitam o
traçado dos planos de orientação e uma tnsualiza-
ção clara do padrão cefalométrico a ser estudado
(Fig. 10.I.1). Segue a descrição morfolágica dos
desenhos.
------"-
Fig. 10.1.1 - Cefalograma em que se traçou somente o desenho anatômico.
ela túrcica
Uma única linha exibe o contorno anterior,
inferior e posterior da sela, e continua para a
.'rente e para trás, mostrando o início dos de-
graus anterior e médio da base crãnica. Quando
os processosclinóides estiverem evidentes, o de-
senho deve abrangê-Ias, incluindo os tecidos
moles, de forma a caracterizar melhor a curvatu-
ra da sela .
Ul OIUOlJON liA - tlAStS I-'AKAA INIUA(,.AlJ
Perfil da glabela e ossos nasais
o desenho desta linha mostra a metade inferior
do perfil da glabela e o limite anterior dos ossos
nasais. Estas linhas se encontram no ponto násio.
Fissura ptérigo-maxilar
Traça-se o limite anterior da apófise pterigóide
do osso esfenóide, e o limite posterior do túber ma-
xilar. Quase sempre, quando aquelas linhas se to-
cam nos extremos, esboça-se o desenho de uma
gota dâgua invertida.
Bordas inferiores das órbitas
Contorna-se a linha inferior das duas órbitas,
prolongando-se o desenho em sentido anterior e
posterior, enquanto forem observados os limites
orbitários. Estas linhas podem ser distintas, o que
acontece com freqüência ou, mais raramente, so-
brepostas numa só.
Meato acústico externo
A imagem do meato acústico é de difícil visuali-
zação, pois é mascarada pela porção petrosa do tem-
poral. Em virtude desta circunstância, as olivas au-
riculares dos cefalostatos são de base metálica, o que
torna evidente, em todas as telerradiografias, uma
imagem circular radiopaca cujo, raio deve ser de 4,5
mm. Isso permite, com restrições, a escolha do pório
na borda superior daquela imagem.
Maxila
Para o desenho das linhas básicas da maxila,
devem-se observar:
1º) a faixa radiopaca horizontalizada que vai da
espinha nasal posterior à espinha nasal anterior.
Esta faixa, geralmente sofre solução de continuida-
de na altura do forame incisivo. Daí até a espinha
nasal anterior, ela se adelgaça e comumente se
mostra mais nítida pela melhor sobreposição, na-
quela área, das imagens dos assoalhos das fossas
nasais. Do forame incisivo até a espinha nasal an-
terior, ela foi denominada por lnterlandr? (1963),
"linha pu. Traça-se, pois, uma linha que se estende
por toda a faixa radiopaca já mencionada, dividin-
do-a em duas metades, superior e inferior. A linha
"pu também é traçada desta forma, podendo conti-
nuar-se posteriormente, numa única linha, segun-
do a presença ou não, da imagem radiográfica do
forame incisivo.
2 º) o limite inferior do palato duro que se mos-
tra como uma linha radiopaca, quase sempre nítida
e de pequena espessura, principalmente na maior
profundidade da curva palatal. Esta linha é traça-
da no seu limite inferior.
3º) o perfil alveolar que, normalmente se inicia
no ponto espinhal e desce numa concavidade ante-
rior, até as proximidades do limite amelo-dentiná-
rio da imagem do incisivo central. A metade supe-
rior desta linha, quase sempre não é evidente na
radiografia. No entanto, é possível traçá-Ia com
um mtnimo de erro operacional, se forem tomadas,
como referência, a curvatura inferior daquela mes-
ma linha e seu limite superior que, necessariamen-
te, coincide com a espinha nasal anterior.
Mandíbula
As imagens das corticais labial e lingual, na altura
da sínfise mental, são traçadas nos seus limites
anterior e posterior, respectivamente, encontrando-
se aquelas linhas no limite inferior da borda do
mento.
As bordas inferiores do corpo da mandíbula são
traçadas em uma ou duas linhas, segundo os dois
lados estejam sobrepostos ou não. Aquela ou aque-
las linhas continuam-se para cima e para trás, sen-
do traçadas da mesma forma, coincidentes com as
bordas posteriores dos ramos.
A cabeça e o pescoço da mandíbula devem,
igualmente, ser traçados nos seus limites externos,
tanto quanto permita a visualização radiogrâfica.
Dentes
As imagens mais anteriores dos incisivos superior e
inferior são desenhadas, obedecendo-se à seguinte
técnica: traçam-se os limites das coroas que, sempre
bem evidentes, permitem o desenho sem dificuldade.
As raizes, quando visíveis, são também desenhadas.
Com freqüência, as raizes dos incisivos superiores e
inferiores não são caracterizadas nas telerradiografi-
as, a não ser nas proximidades da coroa. Nestes ca-
sos, traçam-se as linhas radiculares linguais e vesti-
bulares tão longas quanto possível. Orientando-se,
em seguida, pelos desenhos já feitos, e também com
o auxilio de radiografias periapicais, marca-se no
ponto onde seria o centro do ápice um traço de dois
a três milímetros que será, tanto quanto permita a
percepção do operador, coincidente com o longo eixo
do incisivo considerado. As partes não evidentes das
raízes não deverão ser traçadas.
A seguir, são desenhados todos os contornos
dos primeiros molares permanentes, bem como os
dos segundos, se estes já estiverem em oclusão. As
linhas das coroas são visíveis com alguma facilida-
de e, quando as imagens esquerda e direita não
coincidirem, são feitos os traçados médios de am-
bas. Se forem visíveis as raízes, elas serão traçadas;
do contrário, segue-se a mesma técnica empregada
para os incisivos, e traçam-se apenas as imagens
das raízes mésio-vestibulares dos primeiro» mola-
res superiores e mesiais dos primeiros molares infe-
riores. Na hipótese de duplicidade de imagens, é
sempre feito um traçado intermediário.
Perfil tegumentar
Ele inicia-se ao nível superior da glabela, acima
da linha sela-násio e se prolonga inferiormente, até
completar o contorno do mento. Quando os lábios,
na posição de repouso, permanecerem entreabertos,
a linha do perfil se quebra ao nível das coroasdos
incisivos.
Os Traçados de Orientação
o termo "plano" será empregado toda vez em
que são implicados três pontos cefalométricos, para
traçá-los. Assim, haverá três planos no cefalogra-
ma: o de Francfurt, o oclusal e o mandibular. "Li-
nha" designará toda reta traçada a partir de dois
pontos cefalométricos (Fig. 10-1.2).
Fig. 10.!.2 - Cefalograma padrão do Curso de Pós-Graduação de Ortodontia da FOUSP.Mostra o
desenho anatômico e os traçados de orientação.
A técnica para o traçado a régua, das linhas e
planos cefalométricos, é a seguinte:
a) estabelecem-se os dois pontos básicos para o
traçado (no caso de planos, haverá sempre
um ponto intermediário entre dois previa-
mente escolhidos);
b) coloca-se a ponta do lápis nº 3 (lixada) num
dos pontos;
c) encosta-se a régua lateralmente, no grafite,
de forma que ela tangencie o segundo ponto
a fim de que o traçado passe exatamente so-
bre o mesmo;
d) fixa-se a régua em posição e testa-se a ponta
do lápis sobre o segundo ponto. No caso de
não haver coincidência do traçado, coloca-se
novamente o lápis sobre o primeiro ponto e
corrige-se a posição da régua, até que se pos-
sa traçar a linha ou plano, exatamente sobre
os dois pontos escolhidos.
Plano de Francfurt
É o plano anatomicammente conhecido por ór-
biio-meâiico", e foi estabelecido em 1884 num con-
gresso de Antropologia, em Francfurt, Alemanha.
Estando o paciente defronte a um espelho vertical
no qual ele fixa suas pupilas, o plano em questão é
o horizontal natural da cabeça.
Pontos de referência: o pório, situado na mar-
gem superior do meato acústico externo (Po) e o
ponto orbitário, intermediário entre os limites infe-
riores das órbitas (Or). .
Limites do traçado: da margem esquerda à di-
reita da folha.
Plano oclusal
Pontos de referência: borda incisal do incisivo
inferior e o ponto médio, tangente à face oclusal,
na direção ântero-posterior do último molar inferi-
or em oclusão.
Limites do traçado: o traçado do plano oclusal
não é contínuo, pois divide-se em dois segmentos:
um posterior, do dente molar à margem esquerda do
papel, outro anterior, entre as imagens do incisivo e
molar inferior sem, contudo, tocar em ambas.
Plano mandibular
Pontos de referência: gônio (Go) e mental (M).
Gônio é o ponto mais posterior e inferior da curva
entre o corpo e o ramo da mandíbula.
Técnica de localização: coloca-se a régua tan-
gente e coincidente com o plano da borda posterior
do ramo. lviurca-se o ponto em que o traçado se
afasta da régua, para a direita. A seguir, coloca-se
a régua tangente às saliências inferiores do plano
mandibular. Marca-se, igualmente, o ponto poste-
rior em que o traçado se afasta da régua, para
cima. A distância medida no ângulo entre os dois
pontos 'demarcados é o gõnio. Quando há duas li-
nhas definidas no traçado, repete-se a localização
do gõnio em ambas, e escolhe-se o ponto interme-
diário entre os dois gõnioe obtidos.
O mental localiza-se no limite mais inferior da
curva da siniiee, no ponto em que as linhas exter-
nas das imagens das corticais vestibular e lingual
se encontram. Geralmente, a linha inferior do cor-
po da mandíbula toca naquele limite.
Limites do traçado: duma margem à outra do
papel.
Linha NP ("plano" facial)
Pontos de referência: násio e pogônio. O pogô-
nio (P) localiza-se no ponto mais anterior da emi-
nência mental. Para sua escolha, coloca-se uma ré-
gua coincidente como o násio e que tangencie a
curvatura óssea do mento (ponto P). Esta técnica
de localização quase sempre identifica P em um
ponto diferente de E (eminência), cuja localização
será descrita no final deste capítulo.
Limites do traçado: após colocar a régua em
posição, a linha NP é traçada a partir de um ponto
5 mm acima do plano de Francfurt até, passando
por P, tocar o plano mandibular. ~
Linha sela-násio
Pontos de referência: ponto central da sela túr-
cica e násio, ponto na sutura frontonasal. Quando
esta não estiver radiograficamente aparente, esco-
lhe-se o ponto mais profundo da curvatura fronto-
nasal.
Limites do traçado: duma margem à outra do
papel.
Linha násio-ponto A
Pontos de referência: ponto násio (N), e ponto
A. O ponto A está localizado na maior profundida-
de da curva formada pelo perfil alveolar, no ponto
em que ela se une ao perfil da espinha nasal anteri-
or. A própria colocação da régua ao tangenciar esta
linha determina a localização do ponto A.
Limites do traçado: inicia-se no ponto násio (a
ponta do grafite começa o traçado 5 mm abaixo do
ponto násio a fim de não mascará-lo pelas sucessi-
vas linhas que passarão por ele), passa pelo ponto
A e termina 5 mm abaixo do nível da borda incisal
superior.
a ponto em que NA cruza a linha "p" é deno-
minado pelo auior'", de ponto P'.
Linha I
Pontos de referência: ponto P' e eminência (E).
Limites do traçado: após colocar a régua em
posição, a linha I é traçada numa extensão de ape-
nas 1 em, de forma a cruzar o plano oclusaí.
Linha násio-ponto B
Pontos de referência: ponto násio e ponto B. a
ponto B é demarcado da seguinte forma:
a) determina-se o ponto cervical mais anterior
na imagem do incisivo central inferior (o limite da
imagem do esmalte, no colo cervical, é de fácil vi-
sualização);
b) coloque a régua tangente aos pontos P (po-
gônio) e cervical (referido no item "a");
c) afasta-se a régua para a esquerda man-
tendo igual distância daqueles dois pontos, até
que fique evidenciado o ponto mais profundo do
perfil alvéolo mental, na sínfise. Este será o
ponto B.
Limites do traçado: inicia-se no ponto násio
(sem iocd-lo), passando por B, até tocar o plano
mandibular.
Linha AP
Pontos de referência: ponto A e ponto P, já des-
critos.
Limites do traçado: com a régua tangencidndo
o pontos A e P, traçar uma linha que se inicia 5
mm acima da linha sela-nâsio, e chegando até o
txmio A, sem iocâ-lo.
Eixo Y de crescimento
Pontos de referência: centro da sela (5), e gna-
-;1 Gn). a ponto 5 já foi mencionado. Gnatio é o
ponto virtual de interseção entre a linha NP e o
plano mandibular (GoGn).
Limites do traçado: com a régua tangenciando
os dois pontos, traçar uma linha que se inicia 5
mm abaixo de 5, chegando somente até o desenho
do molar superior sem tocá-lo.
Longo eixo do incisivo central superior .
Pontos de referência: ponto médio da borda in-
cisal e o ponto médio do ápice.
Limites do traçado: da linha sela-nâsio até 5
mm abaixo da borda incisal.
Longo eixo do incisivo central inferior
Pontos de referência: ponto médio da borda in-
cisal e ponto médio do ápice.
Limites do traçado: do plano de Francfurt ao
plano mandibular.
Linha H (proposta por Holdaway para análise do
perfil tegumentar)
Pontos de referência: ponto mais saliente do
perfil do lábio superior e pogônio (ponto mais sali-
ente do mento iegumeniar).
Limites do traçado: da linha seta-nâsio ao plano
mandibular.
Linha m
Pontos de referência: ponto B, já demarcado, e
plano mandibular.
Limites do traçado: com a régua tangente ao
ponto B, epeipendicular ao plano mandibular, tra-
çar uma linha de B àquele plano, sem tocar nos
limites superior e inferior.
Grandezas Cefalométricas
Denominaremos grandezas cefalométricas, to-
dos os valores lineares ou angulares medidos sobre
cefalograma.
Desde as primeiras telerradiograjias": 162
(1931) ,. tem surgido um número crescente de gran-
dezas cefalométricas, tornando por vezes, complexa
a leitura do cefalograma. Doums" (1948) foi quem
primeiro apresentou um conjunto de medições que
obedeceram a determinada seqüência, com vistas à
análise final. A seguir, outras análises342, 214, 321, 260
126 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
surgiram, ampliando consideravelmente o número
de grandezas cefalométricas a serem estudadas e
correlacionadas.
Será apresentado, em seguida, o conjunto de
medições que serão efetuadasno cefalograma acima
descrito. Ele será constituído, na maior parte, de
grandezas cefalométricas escolhidas de várias aná-
lises, e algumas introduzidas pela primeira vez. A
apresentação das mesmas obedecerá à tabela da fo-
lha F da pasta de documentação do Curso. Todo
ponto nas notações significa ângulo, e todo traço
(hífen), distância linear.
Os valores numéricos apresentados são os das
análises de que se originaram.
F. NP (88°) Ângulo facial. É o ângulo
póstero-inferior entre o
plano de Francfurt e a li-
nha NP (plano facial).
NAP (00) Ângulo de convexidade. É
formado pelo cruzamento
das linhas NA e AP. Na
realidade, o valor apresen-
tado é o do suplemento
deste ângulo, medido à
custa do prolongamento
superior da linha AP. De-
fine o grau de convexidade
da face.
Ângulo formado 'pelas li-
nhas sela-nâsio e nâsio-
ponto A.
Define o grau de protrusão
da maxila.
SNA (82°)
SNB (80°) Ângulo formado pelas li-
nhas sela-násio e nâsio-
ponto B. Define o grau de
protrusão da mandíbula.
ANB (2°) Diferença entre os ângu-
los SNA e SNB. Define a
relação ântero-posterior
entre os limites anierio-
res da maxila e da mandí-
bula.
SND (76°) Ângulo formado pelas li-
nhas seia-nâsio e nâsio-
NS. Gn (67°)
NS. PiO (14°)
NS. GoGn (32°)
GoGn. PiO
1.1 (131°)
1. NS (103°)
1. NA (22°)
ponto D. Tem a mesma fi-
nalidade do ângulo SNB,
sem a possível influênçia
de aposição óssea em vir-
tude da localização do
ponto D, entre as corticais
vestibular e lingual, no
mento.
Ângulo ípsilon de cresci-
mento. É formado entre as
linhas násio-sela e sela-
gnatio. Foi apresentado,
originalmente, como o ân-
gulo entre o plano de
Francfurt e o eixo ípsilon.
Define a resultante veto ri-
al de crescimento da man-
âtbula, relacionada à linha
sela-násio.
Ângulo entre o plano
oclusal e a linha sela-nâ-
sio. Define a inclinação do
plano oclusal relacionada à
base crânica.
Ângulo entre o plano
mandibular e a linha sela-
násio. Define a inclinação
da borda inferior do corpo
da mandíbula, com a linha
sela-násio.
. Ângulo entre o plano
oclusal e o plano mandi-
bular. Um valor de 18°
parece estar nas proximi-
dades de um padrão nor-
mal.
Ângulo entre os longbs ei-
xos .dos incisivos S&htrais
superior e inferior.
Inclinação do incisivo su-
perior com seta-nãsio.
Inclinação do incisivo su-
perior com a linha nâsio-
ponto A.
1 - A (4 mm) Distância do ponto mais
saliente da coroa do incisi-
vo central superior, à linha
NA.
1. NB (25°) Inclinação do incisivo in-
ferior com a linha násio-
ponto B.
1 - NB (4 mm) Distância do ponto mais
saliente da coroa do incisi-
vo central inferior, à linha
NB.
1 - NP (O mm) Distância do extremo da
borda incisal do incisivo
central inferior, à linha
NP. (Incisivo localizado
distalmente tem valor ne-
gativo).
1 - linha I (O mm) Distância do ângulo inciso
lingual do incisivo central
inferior, à linha I.
H. NB (9-12°) Ângulo entre a linha H
com NB (Calcula-se pela
diferença entre os ângulos
H.SN e SNB). O valor en-
tre 9 e 12 graus é estimati-
vo, sem comprovação esta-
tística. Define esteticamen-
te a relação entre o perfil
labial e o nariz. Um perfil
de proporção e localização
harmônicas tem a linha H
cruzando a parte média do
5 formado pela base do na-
riz e o lábio superior. O li-
mite mais anterior do lábio
inferior não deve chegar na
linha H.
H - nariz (9-11mm) Distância linear entre a
ponta do nariz e a linha H.
Toda vez que a linha H se
encontre na frente do nariz,
reserva-se valor negativo.
P - NB Distância entre a linha
NB e a curva do mento ós-
seo (ponto mais anterior).
Emin. Ment. Maior distância entre a li-
nha "m" e a curva do
mento ósseo (ponto E).
Um valor de 8 mm parece
estar nas proximidades
dum mento normalmente
desenvolvido.
FMA (25°) Ângulos entre os planos de
Francfurt e mandibular.
FMIA (68°) Ângulo ínfero-posterior
entre o plano de Frankfurt
e o longo eixo do incisivo
central inferior.
IMPA (87°) Ângulo súpero-posterior
entre o plano mandibular e
o longo eixo do incisivo
central inferior.
§. - NA Menor distância entre a
face mesial do primeiro mo-
lar superior e a linha NA.
6-NB Menor distância entre a
face mesial do primeiro mo-
lar inferior e a linha NB.
As grandezas acima serão medidas durante
toda a seqüência cejalométrica dos casos em corre-
ção. A cada fase de tratamento, corresponderá uma
cor para o traçado, o que facilitará sobremaneira a
identificação dos desenhos no tempo e a leitura nas
sobreposições. Assim, as cores preconizadas são:
início, preto; nivelamento, laranja; preparação de
ancoragem, vermelho; retração dos caninos, azul;
retração dos incisivos ou anterior, verde; relação de
Classe I, marrom; roxo, para a seqüência de traça-
dos posteriores ao término do tratamento.
Uma orientação básica endereça da ao clínico
que se inicia na análise dos cefalogramas é a ado-
ção do estudo sistematizado dos valores numéricos
e o desenvolvimento da capacidade de identificar os
diversos desvios presentes, libertando-se, aos pou-
cos, de números e fórmulas à medida que se sentir
apto para a sintetização dos diversos componentes
cefalométricos.
'-""''-' '-''1'1.''\ - Ur\JLJ I"""" IJ'iJ\.....I/"\\ ../''''\V
o FATOR "CRESCIMENTO" NA INTER-
PRETAÇÃO DOS CEFALOGRAMAS
De posse dos dados fornecidos pelo cefalogra-
ma, o ortodontista será solicitado a empregá-los
com finalidades diversas. Usualmente, são três as
etapas de utilização daqueles dados:
a. diagnóstico
b. planificação de tratamento
c. comparações
Os dois primeiros itens têm sentidos opostos,
isto é, enquanto o diagnóstico procura evidenciar o
afastamento da face, dum padrão de normalidade,
a planificação de tratamento visa coordenar as ati-
tudes clínicas a serem assumidas para obter-se a
normalização possível em obediência àquele mesmo
padrão.
As comparações são efetuadas à custa, princi-
palmente, das leituras dos valores das diferentes
grandezas cefalométricas, e também das sobreposi-
ções dos próprios cefalogramas, quando se podem
examinar modificações ocorridas entre as referidas
grandezas. Estas modificações podem ser através
da ação mecânica dos aparelhos, da atividade mus-
cular do paciente, ou do crescimento.
A fim de que este último fator, o crescimento,
possa merecer a consideração devida sob o ponto de
vista clínico, é essencial que o ortodontista tenha
em mente alguns aspectos que caracterizem as
transformações a que se submeterão as diversas
estruturas faciais. Sem ultrapassar os {imites in-
trodutórios do problema, algumas considerações
serão formuladas com a transcrição parcial de tra-
balho já publicado pelo auior'" (1971) a respeito
da mandibula, o osso ortodonticamente mais im-
portante do crescimento facial.
Quando se pretendem estudar as zonas de cres-
cimento da mandibula ou de qualquer complexo
ósseo, e compreender como se atinge a maturidade
morfológica, há que se enfrentar a pergunta inicial:
Por que um osso cresce?
Após revisão de trabalhos de pesquisas sobre o
assunto, parece-nos viável admitir que as razões
fundamentais do crescimento não estão elucidados
de forma a se elaborar uma resposta concreta. No
dizer de Falkner'" (1966) a biometria, isto é, a
estaiisiica aplicada às medições dos processos bio-
lógicos, deve ser uma constante sempre que se vise
a estudar crescimento. Daí serem as conclusões
dos trabalhos de crescimento, na maioria, de ordem
morfológica e dimensional.
Estas considerações iniciais lembram Higley154
(1958) que admitiu a existência de uma "força ine-
rente de crescimento", que é definida como "a ten-
dência de cada unidade estrutural embrionária, de
reproduzir uma estrutura caracteríetica da espécie
e do indivíduo". Um grupo embrionário de células
mandibulares tornar-se-á uma mandibula no hos-
pedeiro original ou em outro animal, previstos téc-
nicae tempo correto de transplante. Devem ser
lembrados ainda mais dois aspectos na introdução
ao estudo das zonas de crescimento da mandibula:
os genéticos e os ambientais.
Uma série de estudos experimentais demons-
tra, no dizer de Melvin L. MOSS240(1962) que fato-
res intrínsecos (genéticos) são indubitavelmente
responsáveis primários pela "iniciação" da forma
óssea.
Num determinado estágio do desenvolvimento,
a diferenciação morfológica, bem como a manuten-
ção do osso já formado, ocorre sob a influência do
tecido mole ambiental. Uma vez aceito este último
fator, o ambiental, como decisivo no estudo do
crescimento ósseo, devemos forçosamente voltar a
atenção para o que foi denominado "matriz funcio-
nal", e que está intimamente relacionado com as
zonas de crescimento mandibulares. Operacional-
mente, crânio e face lembram um número de fun-
ções inter-relacionadas, como digestão, respiração,
visão, olfação, audição, equilibrio, fala etc. A ma-
triz funcional pretende identificar todos os tecidos
moles (incluidas as cavidades pneumáticas) funci-
onalmente relacionados a determinada entidade es-
quelética, no caso, a mandibula.
Faz sentido, portanto, definir este osso como
"um maciço anatômico de diversos componentes
funcionais". Consiste de uma porção alveolar re-
lacionada aos dentes; a porção coronóide, ao mús-
culo temporal; porção angular, ao masseter e pte-
rigôideo media I; porção condiliana a um envoltó-
rio cartilaginoso e ao músculo pterigâideo lateral;
porção basal relacionada a inserções diversas que
lhe emprestaram o caráter de armazenadora de for-
ça. Ao serem mencionadas, portanto, as diversas
zonas de crescimento da mandibula, deve ser lem-
brado que a força primária de crescimento reside
na matriz funcional, e as aposições e reabsorções,
nas diversas áreas mandibulares, constituem res-
posta secundária no processo de desenvolvimento
morfológico.
Koski'" (1968) conclui que muitas das áreas
admitidas até então como centros de crescimento
I - AI'IALI:,t:, Lth"\[OMETR
.•.- devem ser entendidas como tais, pois não há
ezidência de caráter funcional que as identifique.
_'vfétodos de identificação de áreas de deposição
-~sea têm sido desenvolvidos através de adminis-
_ ação de tetraciclina, o que produz uma visão flu-
orescente sob luz ultravioleta.
Turpin'" (1968) estudou a aposição óssea no
processo de remodelamento mandibular e empre-
gou a combinação dos principais métodos de pes-
quisa: radiografias cefalométricas, implantes metá-
licos, identificadores tetraciclínicos e exames histo-
lógicos. Verificou que a aposição óssea na "Macaca
Mulatta" durante o período estudado (animais de
18 a 24 meses) variou de zero, na superfície lateral
da mandíbula (região dos premo lares), a 15,2 mi-
era por dia, na borda posterior do ramo.
Com as noções básicas já mencionadas, é possí-
vel agora estudar as zonas de crescimento da man-
díbula sem correr o risco de, ao mencioná-Ias sim-
plesmente, ficar a impressão falsa de que elas cons-
tituam "per se" a base funcional dos incrementos
ósseos. Em outras palavras, ao ser apresentada tal
ou qual área mandibular como local de aposição ou
reabsorção óssea, faz-se mister entender-se que este
processo é uma resposta circunstancial integrada
no fenômeno crescimento.
A mandibula, sendo parte integrante da face, par-
ticipa direcionalmente do crescimento daquele com-
plexo, o que vale dizer que as zonas de crescimento
mandibulares contribuem para o aumento em largu-
ra, altura e profundidade do esqueleto facial.
O crescimento mandibular, como afirmam
Weinmann e Sicher'" (1955), pode ser considera-
do como o principal fator no estudo do crescimento
facial.
Um aspecto interessante a ser lembrado é que
maxila e mandioula, sendo o componente ----
unitário do aparelho mastigador, tenham -:e-
rieticas fundamentalmente diferentes qu:u:: --
mecanismo de crescimento. Enquanto a
exibe um crescimento decorrente da proliferaçüJ ir:
tecido conjuntivo das suturas, a manâioula tem
como principal centro de crescimento a cartilagem
hialina que recobre a cabeça ou côndilo mandibu-
lar. Este crescimento aposicional cartilaginoso, tí-
pico da face inferior, explica as caracterísicas de
independência da mandibula no processo de matu-
ração morfodimensional. Portanto, a primeira e
mais importante zona de crescimento mandibular
a ser lembrada é a dos côndilos. Ela participa tanto
no aumento de altura dos ramos como nas dimen-
sões gerais da mandíbula. Assim, a distância côn-
dilo-mento é alterada profundamente à medida que
à proliferação da cartilagem hialina segue-se a
transformação gradual em tecido ósseo por cresci-
mento aposicional (Fig. lO,J.3). Embora o compri-
mento total seja aumentado da forma exposta, é de
se notar que o comprimento do corpo mandibular e
a dimensão ântero-posterior do ramo não depen-
dem das alterações na altura do côndilo. Essas di-
mensões aumentam à custa do que será denomina-
do de segunda" zona de crescimento mandibular,
isto é, a borda posterior do ramo. A aposição óssea
nesta área constitui um fator importante no meca-
nismo de ajuste entre, de um lado, a altura do
ramo e, de outro, o comprimento do corpo com a
largura do ramo mandibular. Sendo os planos em
que os dois ramos estão contidos divergentes, a
aposição óssea nas bordas posteriores contribui
para o aumento tanto em profundidade como em
largura da mandioula. O ângulo goníaco, no en-
tanto, mantém-se constante (Fig. lOJ.4).
Fig. 10.1.3- Comparações entre mandibulogramas de recém-nascido,
criança de dois anos e meio, e adulto.
130 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
A terceira zona de crescimento está localizada
no processo coronóide, ponta e borda superior.
Aqui, a aposição óssea contribui para o aumento
em altura do ramo.
Aposição ôeeea nas bordas livres dos processos
alveolares evidencia a quarta zona de crescimento.
A altura do corpo mandibular, isto é, a distân-
cia vertical entre borda inferior e borda alveolar,
cresce à custa quase que tão-somente dos processos
alveolares, uma vez que a aposição na borda inferi-
or do corpo mandibular é insignificante. O mento
poderia ser mencionado como a quinta zona de
crescimento, uma vez que as alterações decorrentes
de aposição óssea nessa área são responsáveis pelo
modelo da sínfise, cujas características estéticas
têm um forte caráter individual.
Os processos de aposição óssea não teriam ra-
zão de ser, caso um mecanismo colateral não ocor-
resse de forma a modelar a mandibula para atingir
suas proporções morfológicas finais. Este mecanis-
mo é representado pela capacidade que toda a su-
perfície óssea tem de se reabsorver. O fenômeno da
reabsorção pode ocorrer em quaisquer das superfí-
cies ósseas da mandioula. No entanto, a borda an-
terior do ramo é a zona que melhor caracteriza
aquele processo, uma vez que a constatação do
mesmo é de fácil evidência.
É óbvio que a largura do ramo mandibular se-
ria inadequada anatomicamente e dimensional-
mente se, ao processo de aposição da borda posteri-
or, não se opusesse o de reabsorção na borda anteri-
or.
É evidente que a observação direta das telerra-
diografias permite uma série de informações úteis
ao clínico e ao pesquisador.
Dessas informações, algumas são intrínsecas e
dizem respeito à forma e às proporções das diversas
"partes" mandibulares. Outras sãoextrínsecas e
tentam relacionar a mandibula ao restante da face.
As primeiras informações são valiosas para a
formulação de planos de tratamento e nas tentati-
vas que o clínico deverá fazer em termos de "previ-
são" de crescimento. A análise do colo e do cõndilo,
as proporções entre corpo e ramo, e estudo da sin-
fise e do ângulo goníaco, são assuntos que têm
merecido a atenção dos autores (Fig. 10.1.4).
Fig. 10.1.4 - Sobreposições de mandibulogramas das idades de 10, 14 e 17 anos. Nota-se um ângulo
goníaco constante. (Caso deoclusão excelente; coleção do autor.)
As medidas extrínsecas sempre relacionam a
mandíbula a planos de referência, de sorte que,
através de mensurações lineares e angulares, o or-
todontista pode dimensionar a mandibula em seu
desempenho no complexo facial.
Rickets262 (1960) tem estudado a influência do
tratamento ortodôntico sobre o crescimento facial e
. ' considerações importantes sobre o comporta-
mento mandibular.
WylieJ42 (1947) aborda o problema da análise
facial em termos de proporções ântero-posteriores.
Margolis215 (1947), através de três planos de re-
ferência, estuda o que é denominado padrão facial
básico, onde a mandibula é estudada em sua inie-
gração cefalométrica a outras estruturas da face.
BjorJ<38(1963) adota método de pesquisa que
permite estudo mais acurado do comportamento
mandibular, e o faz através dos implantes de pinos
de iãntalo, o que lhe permite melhor "oisualiza-
ção" do crescimento (Fig. 1O.I.5).
í,,
I
I
I,
I
I
I,
."Fig. 10.1.5- Exemplos de padrões diferentes de crescimento mandibular. (Adaptado de Bjork.)
Batres bãendêz" (1975), em trabalho de disser-
tação sobre o crescimento mandibular, diz: "É evi-
dente que o crescimento facial e, portanto, o man-
dibular, não se constitui em objeto de pesquisa de
forma a caracterizar o campo em que se situa o
pesquisador". Em outras palavras, a resultante fi-
1lJ11 de crescimexto ao nível dos côndilos mandibu-
lares será sempre a mesma, seja ela estudada pelo
antropologista ou pelo ortodontista. No entanto, os
métodos empregados no estudo do crescimento se
diferenciam substancialmente, segundo a intenção
do pesquisador. A simples constatação duma taxa
de crescimento facial entre determinadas idades
numa certa população, e que poderá contribuir
com importantes informações para a medicina le-
gal, deverá necessariamente ser corrigida ou espe-
cificada em detalhes que melhor possam satisfazer
os problemas relacionados com clínica ortodôntica.
Dai a diversificação dos métodos de pesquisa pre-
conizados no estudo do crescimento.
Pelo exposto, o autor pretende frisar a impor-
tância de se empregarem os dados colhidos através
do cefalograma, dentro da dinâmica do processo de
crescimento. A telerradiografia significa sempre
um momento no roteiro individual de um determi-
nado paciente, na progressão à maturidade. Sem-
pre que o instantâneo se desvincula da realidade
passada ou do potencial que se irá configurar no
futuro, a informação do presente se dilui num so-
matório de dados flutuantes e desordenados, de
parcos significados para o clínico.
Análise de Tweed
Esta análise, à primeira vista, de fácil entendi-
mento, exige que o leitor seja informado de alguns
aspectos históricos relacionados à experiência clí-
nica do homem que a elaborou.
Tweed inicia um de seus ariigos'" (1962)
transcrevendo o que ele considera um dos parâgra-
1j:,! ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
fos mais expressivos da sétima edição do livro
"maloclusian of the Teeih" de Angle:
"O estudo da ortodontia está ligado indissolu-
velmente com o da arte no que diz respeito à face
humana. A boca é um importante fator na análise
de beleza e do caráter faciais, e sua aparência de-
pende grandemente das relações oclusais dos den-
tes. Nosso trabalho de ortodontistas traz-nos gran-
des responsabilidades e nada deve interessar mais o
estudante do que a arte em geral, especialmente
quando se considera a face humana, pois todos os
seus esforços são despendidos, quer saiba ou não,
em favor da beleza ou da feiúra, da harmonia eu
desarmonia, para a perfeição ou deformidade da
face. Daí constituir-se isto em motivo de estudo
por toda a vida."
Diz ainda Tweed que todos os esforços despen-
didos durante um quarto de século para a elabora-
ção de sua análise, foram simplesmente em obedi-
ência ao conteúdo do parágrafo acima citado.
Três períodos distintos podem ser estabelecidos
quando se lêem os trabalhos de Tweed. Um primei-
r0326 (1952), que se estendeu por seis anos de ativi-
dade clínica, sempre em obediência ao principal
postulado obedecido pelos seguidores da Escola 'de
Angle, os quais exigiam a presença total dos den-
tes para a normalização da oclusão. No fim desse
período (1934), Tweed descobriu que os resultados
obtidos na maioria dos pacientes deixavam muito a
desejar quanto aos quatro objetivos ortodõnticos
que o autor pretendia obedecer:
a. O melhor em balanceio e harmonia faciais.
b. Estabilidade dos resultados após o trata-
mento.
c. Tecidos bucais sadios.
d. Um mecanismo de mastigação eficiente.
A seguir, e em virtude da necessidade de serem
esclarecidos os fatores que explicassem aqueles re-
sultados negativos, o pesquisador nato que foi
Tweed iniciou um segundo período em suas pes-
quisas e durante quatro anos dedicou a metade do
tempo disponível, analisando e interpretando os
resultados práticos nos pacientes por ele atendidos.
Para isso, foram obtidos modelos articulados, foto-
grafias e radiografias que abrangeram 80 por cento
de todos os casos tratados. A documentação obtida
permitiu que fossem divididos os pacientes em dois
grupos:
1. Os que apresentavam balanceio e harmonia
nas proporções faciais.
2. Os que não exibiam estas qualidades.
Uma característica dos pacientes do primeiro
grupo, e que faltava no segundo, era a uerticaliza-
ção dos incisivos mandibulares sobre o osso basa/.
Foi observado ainda que, à medida que os arcos
dentários se deslocavam para a frente, aumentando
assim a protrusão, tornava-se mais pobre a harmo-
nia facial.
Deve aqui ser mencionado que todas as obser-
vações eram feitas visualmente, sem auxilio do ce-
falômetro que, na época, era apenas um instru-
mento de pesquisa laboratorial (Fig. 10.1.6).
Fig. 10.1.6 - Observação visual,
como fazia Tweed, antes das
telerradiografias serem emprega-
das em ortodontia.
A seguir, e em decorrência destes resultados, o
trabalho se prolongou na obtenção de modelos e foto-
grafias de pessoas que nunca se submeteram a trata-
mento ortodônticoi" (1962) e que exibiam harmonia
de linhas faciais. Nestas pessoas, a inclinação dos in-
cisiooe sobre a borda inferior do corpo da mandioula
cariaoa de 85 a 95 graus. O paciente "médio" exibiu
90 graus nesta medição (Fig. 10.I.7).
Fig. 10.1.7 - Pacientes "não ortodõniicoe", com
harmonia de linhas faciais. A inclinação dos incisi-
vos sobre a borda inferior do corpo da mandibula
era, segundo Tweed, de 85 a 95 graus.
O segundo périodo das pesquisas de Tweed ter-
mina com uma das constatações mais importantes
de todas as suas experiências, que é transcrita de
"The Alpha Omegan"325 (1952): "A variação de
inclinação dos incisivos mandibulares no grupo de
tacientes normais não ortodônticos é de, aproxi-
madamenie, 10 graus e é praticamente a mesma
riação encontrada nos casos tratados, onde atin-
o' os quatro objetivos ortodônticos estabelecidos, os
lesejados balanceio e harmonia das proporções fa-
ziais, poseioeie somente quando se consegue uma
srunde aproximação dos padrões de normalidade."
O terceiro periodo se inicia com a preocupação
de Tweed323(1945) voltada para os diferentes tipos
de padrão facia[32o(1963). Não fora essa circuns-
tância, a análise do autor para planificação de tra-
tamento ortodôntico se resumiria em terminar os
casos com o longo eixo dos incisivos centrais infe-
riores, incidindo em 90 graus com o plano mandi-
bular, com uma variação de mais ou menos 5
graus.
Nesta fase, Tweed havia conseguido o que de-
nominara "consciência do normal". Fiel ainda aos
principios não extracionistas, tentava verticalizar
incisivos à custa de expansões exageradas dos ar-
cos deniârios, com conseqüentes impacções de se-
gundos e terceiros molares e recidivas a finalizar o
quadro de suas frustrações.
Tendo, no entanto, um objetivo definido a ser
alcançado, as atividades subseqüentes de Tweed
devem ter sidogratificantes, embora não menos
trabalhosas.
Inicialmente, selecionou dois pacientes de mes-
mo sexo, idade e de maloclusões, exibindo idênticas
discrepâncias. Em um, manteve todos os dentes e,
noutro, extraiu quatro premolares. Os resultados,
apesar de serem à custa de aparelhos de exiguos
recursos mecânicos, foram suficientemente expres-
sivos para a justificativa de extrações ortodônticas.
As experiências seguintes, em que foram tratados
casos similares com e sem extração, consolidaram
os esplêndidos resultados obtidos inicialmente. Isso
levou a autor a escolher 26 casos, todos com discre-
pância entre tamanho de dentes e de ossos basais,
submetendo-os a tratamento sem extração, docu-
mentando os resultados e, em seguida, repetindo o
tratamento após extrair os primeiros premolares.
Essa experiência, uma das mais importantes pes-
quisas cltnicas já desenvolvidas no campo da orto-
dontia, consolidou toda a linha de trabalho que
Tweed seguia, constituindo-se num sólido alicerce
para uma análise cefalométrica que abriria hori-
zontes limpidoe na caótica atmosfera em que eram
feitas as planificações de tratamento.
Apesar do entusiasmo despertado ante esta
nova "filosofia" de tratamento, Tweed constatou
que nem todos os pacientes exibiam resultados sa-
tisfatórios, tendo verificado 10 por cento de insu-
cessos no total dos casos tratados. Analisando as
pesquisas de crescimento facial, principalmente de
Brodie e Broadbent, pôde constatar que uma nova
"variável" devia merecer a atenção do pesquisador:
o padrão facial. Em termos numéricos, a grandeza
que mereceu maior destaque foi a inclinação da
borda mandibular.
134 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
Em 1951, após freqüentar um curso de cefalo-
metria, pôde, então, empregar a telerradiografia
como um precioso instrumento não só de pesquisa
como também para o diagnóstico ortodôntico.
O primeiro trabalho cefalométrico elaborado foi
a análise de quatro casos já tratados e considerados
de excelente finalização. Traçaram-se, então, sobre
as telerradiografias, três linhas que permitiram re-
lacionar a inclinação do incisivo inferior, não só à
base óssea onde estava colocado, como à parte mé-
dia da face, representada pelo plano horizontal de
Francfurt. Dessa forma, um triângulo foi traçado à
custa de:
a. longo eixo da imagem de incisivo central
inferior
b. plano horizontal de Francfurt
c. plano mandibular.
Os três ângulos assim formados' se tornaram
conhecidos por:
FMA (ângulo súpero-posterior)
FMIA (âgulo súpero-anterior)
IMPA (ângulo inferior)
Os quatro casos estudados apresentaram consi-
derável diferença entre os ângulos FMA e IMPA.
Todavia, os ângulos FMIA estavam bem próximos,
com os seguintes valores 64, 5Q, 65Q, 65Q e 66Q, Seria
essa similaridade simples coincidência? Para escla-
recer essa circunstância, foram colhidas amostras de
100 casos com uma estética facial satisfatória, inde-
pendente da existência ou não de maloclusão.
As médias dos ângulos foram:
FMA 24, 5r com um limite de variação
entre 15Q e 36Q
IMPA 86, 93Q com limite de variação entre
76Q e 99Q
FMIA 68, 20º com um limite de variação
entre 56º e SOº
Em conseqüência desses achados, Tweed desta-
cou três observações:
la. As amostras de FMA com valor de 25º ±
4º tiveram um FMIA de 6Sº a 70º, com
média de 6SQ
2a. Os casos de FMA com valores iguais ou
maiores que 30º exibiram uma" compensa-
ção" na inclinação dos incisivos mandibu-
lares, cujos valores para IMPA estavam em
77º, com um FMIA em torno de 65º.
3a. Os valores de FMA de 20º para menos ra-
ramente mostraram inclinações dos incisi-
vos (IMPA) maiores que 94Q•
As verificações acima vieram modificar a coloca-
ção estática das propostas anteriores de Tweed, em
que a "verticalização sobre o osso basal" significava
apenas uma posição de incisivos com uma oariação
de ± Sº em torno de 90º sobre o plano mandibular,
independente do tipo facial considerado.
O terceiro período das atividades de Tweed se
iniciou com a aplicação rotineira, em pacientes, de
planos de tratamento que obedecessem às disposi-
ções angulares verificadas nas amostras dos 100
casos mencionados. Isso significa a inauguração de
um roteiro em clínica ortodôntica, com pontos de
partida e de chegada caracterizados através do de-
senvolvimento da "conscência do normal", e que
Tweed conseguiu expressar numericamente.
A experiência naturalmente permitiu que os
valores implicados na análise sofressem aproxima-
ções sem interferirem com os resultados clínicos
almejados.
Em resumo, a análise de Ttoeedi" (1949) pode
ser descrita como segue:
1. Sempre que, no cefalograma inicial, o valor de
FMA estiver entre 20º e 30º, o ortodontista
deve modificar FMIA através do tratamento,
de forma a atingir 6SQ•
2. Quando FMA for igualou maior que 30º, isto
é, o plano mandibular for grandemente inclina-
do em relação ao de Francfurt, deve-se "com-
pensar" a inclinação dos incisivos, diminuindo
o valor de IMPA até que FMIA atinja 6Sº
3. Nos casos em que FMA for igualou menor que
20Q, o valor de IMPA poderá ser aumentado
sem, contudo, ultrapassar 92Q•
Essas três regras permitem ao ortodontista que
se inicia, portanto sem ainda uma clara visualiza-
ção do "normal" ortodôntico, a identificação de
metas a serem atingidas durante o tratamento.
Os diversos passos para a elaboração da análise
cefalométrica de Tweed podem ser assim dispostos:
a. Obtenção do cefalograma
Será traçado sobre a telerradiografia inicial,
o que permitirá a identificação do padrão fa-
cial do paciente, requisito essencial em qual-
quer análise cefalométrica.
b. Traçado do triângulo de Tweed
Prolongam-se os planos horizontal de Fran-
cfurt, mandibular, e o longo eixo do incisivo
central inferior até se tocarem nos extremos.
c. Identificação de FMA
Segundo o valor desse ângulo, serão obedeci-
das as regras 1, 2 ou 3 acima descritas, e
traça-se então, no mesmo cefalograma, o
novo longo eixo do incisivo inferior, deter-
minando-se dois valores para FMIA e
IMPA. Os dois longos eixos traçados devem
obrigatoriamente cruzar-se no ápice radicu-
lar da imagem do incisivo.
d. Cálculo da discrepância cefalométrica
Identificada no traçado, a diferença entre o
FMIA inicial e o final, obtém-se a discre-
pância cefalométrica do paciente. Essa dis-
crepância é, portanto, a diferença expressa
em graus, entre o FMIA inicial do paciente
e o novo FMIA, proposto pela análise. Se for
medida a distância entre a borda incisal do
incisivo central inferior em maloclusão, e a
borda incisal do mesmo dente em sua nova
posição no segundo longo eixo traçado (os
ápices permanecem coincidentes), obtém-se
a discrepância cefaTométrica expressa linear-
mente, agora medida em milímetros.
Caso nº 44 do Curso de Pós-Graduação de
Ortodontia da FOUSP
Para ilustração será apresentada a análise do
caso acima, cujo cefalograma inicial pode ser visto
na Figura 10.I.8.
Da pasta de documentação foram colhidos os
seguintes dados:
Idade: 13 anos e meio
Sexo: feminino
Maloclusão: Classe Il, div. 1",subdivisão.
O padrão do esqueleto cefálico exibe alguma
divergência entre os planos horizontais (NS.
GoGn = 40,5º), e a tendência para uma face conve-
xa (NAP = 9,25°).
As bases apicais guardam bom relacionamento
(ANB = 3,75°), embora ambas estejam retruídas
(SNA = 77º e SNB = 73,25º).
Os arcos dentários superior e inferior exibem.
algum deslocamento labial com relação às respecti-
vas bases apicais, e a inclinação vestibular dos in-
cisivos inferiores é acentuada (1. NB= 33,5°).
Os modelos têm pequena discrepância (a do in-
ferior, -1 mm)".
Análise para a elaboração do plano de trata-
mento
Os valores do triângulo de Tweed são:
FMA = 28, 5º
FMIA = 51,5º
IMPA = lOOº
Estando o valor de FMA entre 20º e 30º e, de
acordo com o que foi exposto anteriormente, a regra
Fig. 10.1.8- Caso 44 (Curso de Pós-Graduaçãode Ortodontia da FOUSP).Cefalograma irúcial.
,. Para que a análise cefalométrica venha a ser um método de emprego rotineiro na planificação de trata-
mento, é essencial que ela seja elaborada ao lado do estudo dos modelos das arcadas, pois será dessa
136 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
a ser obedecida, dentre as três, é a primeira, que
exige ser o valor de FMIA modificado para 68Q•
O valor inicial de FMIA sendo 51,50Q, deoerâ
ser aumentado de 16,50Q• É claro que os ineisiooe
inferiores deverão ser inclinados linguaimenie, a
fim de que possam atingir um FMIA = 68Q• Por-
tanto, 16,50Q medem a retração que os incisivos
inferiores devem sofrer durante o tratamento, e
essa movimentação poderá ser expressa em milíme-
tros, como já foi explicado. Na Figura 10,1.9, a
distância entre as bordas oclusais dos dois incisi-
vos inferiores desenhados indica ser a discrepância
cefalométrica de 16,50Q correspondente a -6 tnm.
Até agora, os dois valores que serão emprega-
dos para a seqüência dos cálculos são:
discrepância cefalométrica (De) = -6 mm
discrepância de modelo (DM) = -1 mm
FMA
É evidente que a discrepância cefalométrica é
negativa porque a movimentação dos incisivos em
sentido lingual irá diminuir o espaço disponível
sobre o osso basal. No modelo inferior, ao serem os
incisivos movimentados 6 mm lingualmente, é fá-
cil deduzir-se que nos dois lados do arco ou, em
outras palavras, em cada hemiarco haverá a menci-
onada perda de -6 mm, o que trará como resultado
uma perda total de -12 mm. Se já havia no modelo
uma discrepância de -1 (DM), a ela deve ser soma-
da esta nova discrepância que ocorrerá em decor-
rência do tratamento, isto é, -12 mm, o que irá
perfazer uma discrepância total (DT) de -13 mm.
Para efeito de planificação inicial de tratamen-
to, proponha-se a hipótese de que serão feitas extra-
ções de dois primeiros premolares inferiores, de
sorte que será ganho com isso, um espaço de + 14
-16.50°
IMPA
Fig. 10.1.9 - Traçado do Triângulo de Tweed, a fim de se calcular a discrepância cefalométrica.
integração que advirá uma visão global da maloclusão como anomalia que abrange os três planos do
espaço.
A discrepância do modelo (DM) diz respeito à diferença entre a soma dos diâmetros mésio-distais dos
dentes de um mesmo arco e o espaço disponível existente na base óssea correspondente.
O exame de rotina consiste em determinar-se a discrepância do modelo inferior, para o quê pode ser
adotada a seguinte técnica:
a) com um compasso de duas pontas secas, somam-se as distâncias máximas mésio-distais das coroas dos
dentes premolares caninos e incisivos, obtendo-se um valor que será denominado "espaço requerido" (ER).
b) com o mesmo compasso, determina-se ao nível das coroas dentárias e a partir das faces mesiais dos
primeiros molares permanentes, o comprimento do arco existente sobre o osso basal, desprezando-se rotações
e desvios vestibulares ou linguais que os dentes possam exibir. Este valor será o "espaço presente" (EP).
c) a diferença entre ER e EP será a discrepância do modelo inferior (DM).
mm, isto é, a soma do espaço ocupado pelos dois
dentes extraídos.
Se havia até antes das extrações uma falta de
espaço igual a 13 mm (DT = -13 mm), e com as
extrações foram ganhos 14 mm (xp 4 = + 14),
torna-se clara a dedução de que se tem saldo posi-
tivo de + 1mm, aqui denominado espaço final
(EF)*. Isso quer dizer que a hipótese de extração
deve necessariamente ser aceita, pois extraindo-se
dois premo lares e inclinando-se os incisivos até um
FMIA de 68Q, deveremos ter uma sobra teórica de
espaço igual a 1mm.
O seguinte esquema prático pode ser adotado
na elaboração da análise de Tweed:
DC = -6 mm X 2 = -12 mm
DM (EP - ER) = -1mm
DT = ~13mm
xp4 + = 14 mm
EF = + 1 mm
O espaço final (EF) de + 1 mm foi mencionado
acima como "sobra teórica de espaço". A razão
dessa expressão é que, durante o tratamento, há
uma série de circunstâncias que interferem clinica-
mente nos resultados de qualquer análise. Elas são
principalmente de ordem mecânica, isto é, dizem
respeito às limitações da aparelhagem adotada, de
sorte que os resultados almejados são quase sempre
alterados. Assim, por exemplo, o espaço final (EF)
que foi calculado em + 1mm e que significa sobra
de 0,5 mm de cada lado do arco, na realidade será
absorvido pela perda de ancoragem durante a cor-
reção. Em outras palavras, os dentes posteriores
que servirão de apoio para as movimentações orto-
dônticas, poderão mesializar-se uma certa distân-
cia sobre o osso basal, o que modificará substanci-
almente o valor do espaço presente (EP) e, conse-
qüentemente, do espaço final (EF). Uma das con-
tribuições de Ttoeed'" (1945) para a solução desse
problema é a fase do tratamento conhecida como
"preparo de ancoragem" cujos detalhes constituem
uma seqüência de complexidade técnica que deverá
ser dominada pelo clínico, a fim de que o plano de
tratamento possa brindar resultados satisfatórios.
A análise acima apresentada permite a seguinte
planificação de tratamento, segundo a Escola twe-
ediana.
1. Extração dos primeiros premolares
_. Nivelamento superior e inferior
" Espaço final (E F): tradução adotada para
4eeway space".
3. Preparo de ancoragem
4. Retração anterior, superior e inferior
5. Mecânica de Classe II
6. Arcos ideais superior e inferior
7. Intercuspidação
8. Redução de diastemas
9. Contenção.
Foi empregada a ancoragem extrabucal de In-
terlandi (IHG) nos segundos molares superiores.
O preparo de ancoragem comportou três acentua-
ções dos degraus distais** dd3), e as retrações fo-
ram conseguidas concomitantes com o uso de an-
coragem extra-bucal e elástico de Classe IIJ. A co-
laboração do paciente foi considerada ótima.
A análise final dos resultados indica ter o tra-
lamento atingido as metas estabelecidas por Tweed
(FiS' 1O.I.10).
ANÁLISE DE STEINER
As variáveis iniciais empregadas são: 1 - NA,
1. NA, 1 - NB, 1. NB, ANB, P - NB.
Se forem traçadas duas linhas na posição dos
longos eixos das imagens telerradiográficas dos in-
cieioos centrais superiores e inferiores, tem-se um
diagrama de localização dos valores acima, como se
vê na Figura 10.1.11) .
.É claro que para cada valor de ANB deverá
haver uma posição ideal correspondente dos incisi-
vOQcentrais superiores e inferiores, que Sieiner'"
(1962) preconiza nas disposições vistas na figura
10.I.12.
A expressão P - NB indica a saliência óssea na
altura do mento, medida a partir da linha NB no
cefalograma.
Holdaway, citado por Siieiner'" (1962), diz
que a condição ideal para a localização do incisivo
central inferior é que a coroa desse dente esteja à
frente da linha NB, uma distância igual a P - NB.
Stiner adota esse enunciado em sua análise, permi-
tindo que sempre se possa fazer uma- estimativa da
posição do incisivo central inferior segundo a apo-
sição óssea que ocorrerá no mento. Assim, a Figu-
ra 10.1.13mostra a posição de 1, segundo a variá-
vel P - NB. Portanto, é essencial que se conheçam
os valores das duas variáveis já enunciadas (ANB
e P - NB) para que se construa um diagrama com
posições definidas dos dentes incisivos.
** degrau distal: tradução adotada pa~ "tip back",
)
138 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
Fig. 10.1.10 - Caso 44 (Curso de Pós-Graduação de Ortodontia da FOUSP).
Cefalograma após a correção ortodôntica.
ANB
1.NA
Fig. 10.1.11 - Diagrama para
localização das variáveis emprega-
das na análise de Steiner.
l-NA
1. NB
P- NB
Fig. 10.1.12 - Disposições dos valores de 1. NA, 1 - NA, 1. NB, 1 - NB, segundo a variável ANB.
)
N
f
Fig. 10.1.13 - A coroa do incisivo inferior em
oc1usão deve estar à frente de NB numa distância
igual a P - NB (Holdaway).
Se, num cefalograma obtêm-se os seguintes va-
lores:
ANB = 10º 1 . NB = 44º
1 . NA = 27º 1- NB = 13 mm
1 - NA = 6,5 mm P - NB = 1,5 mm
pode-se, então,construir o seguinte diagrama
como problema inicial (Fig. 10.l.14):
Os valores da Figura 10.1.14 podem ser adota-
dos como ponto de partida para exposição do de-
senvolvimento da análise de Steiner'" (1959).
Para a consecução dessa análise, o ortodontista
deve, inicialmente, lançar mão de toda informação
e experiência que possui, na tentativa de elaborar
uma previsão de crescimento em áreas específicas,
isto é, avaliar com a maior aproximação possível,
quais serão os valores de ANB e P - NB do pacien-
te, no final do tratamento.
Para ANB, isto é, a relação no plano sagital
mediano, que maxila e mandibula deverão exibir no
futuro, os conhecimentos básicos sobre o crescimen-
to, os resultados dos trabalhos já publicados na lite-
ratura ortodôntica, a experiência do clinico e, natu-
ralmente, as informações que forem obtidas do exa-
me do paciente constituem as circunstâncias que
permitirão uma estimativa aceitável. O valor de P-
NB, lembra Steiner, estará sensivelmente ligado à
expressão: "aquele que tem, mais terá, e vice-versa"*.
Diante de um potencial de crescimento, é licito
esperar-se que um pogônio saliente sempre se be-
neficie mais expressivamente que um mento pobre
* Em inglês: "them that has gets, and vice-versa"
27
10
44
1,5
Fig. 10.1.14 - Diagrama construído, para exempli-
ficação, a partir de valores iniciais medidos na pri-
meira telerradiografia de um suposto paciente.
ou retruiâo.
Os dados da Figura 10.1.14 constituem, pois, o
problema inicial. Se as duas variáveis ANB e P -
NB são as que determinam os demais valores do
diagrama, é possioel então constituirem-se dois di-
agramas, um com os valores relativos à estimativa
de ANB e outro à de P - NB (Fig. 10.1.15). O
diagrama superior foi simplesmente copiado da Fi-
gura 101.12, com o valor de ANB = 6. Previu-se,
portanto, que o ANB de 1Oº iniciais terá diminui-
do para 6º. As letras B e C do diagrama serão,
portanto, O e 5, respectivamente. O diagrama infe-
rior foi calculado a partir do valor previsto para P
- NB, isto é, 3 mm. Isto quer dizer que o ortodon-
tista previu um aumento de 1,5 mm na saliência
óssea do mento. Para um P - NB = 3, a letra E,
segundo o que já foi explicado (Fig. 10.1.13), será
necessariamente também 3, restando, pois, calcu-
lar-se apenas o valor de F. Steiner, para esse cálcu-
lo, apresenta a seguinte fórmula: F = E " (C - B).
Substituam-se as letras pelos valores correspon-
dentes:
F = 3 - (5 - O)
F =-2
Portanto, o valor -2 será localizado em F, no
diagrama inferior da Figura 10.1.15. Os incisivos
representados nos dois diagramas guardam em
ambos a mesma posição relativa às linhas NA e
NB. F estará à frente de E à mesma distância em
que B estará à frente de C nos respectivos diagra-
mas.
O leitor já verificou haver duas proposições
140 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
A
D
G
3
Fig. 10.1.15 - Diagramas superior e inferior
construidos, respectivamente, segundo as estimati-
vas para ANB e P - NB.
6 (A)
17 (I)
3 (D)
4 (H)
Fig. 10.1.16 - Diagrama "Solução".
para a localização ortodõntica de 1 e 1, segundo se
aceite um ANB = 6 ou 1 - NB = 3. Por considerar
os dois valores de igual importância nessa análise,
é adotada a média aritmética dos valores corres-
pondentes em cada diagrama, e assim se constrói
um único, onde ANB e P - NB continuarão sendo
os mesmos estimados inicialmente; B e F, e C e E
têm como médias -1 e 4, respectivamente. Portan-
to, o novo diagrama que será denominado "Solu-
ção", será o que mostra a Figura 1O.I.16. Vê-se que
os ângulos 1. NA e 1. NB podem facilmente ser
deduzidos da Figura 10.1.12, a partir dos valores
correspondentes. O valor -1 de 1 - NA, correspon-
dente evidentemente a 17º, colocado em I na figu-
ra 10.1.16., na mesma figura, será 25º, lido sim-
plesmente, na Figura 10.1.12. Assim, será fácil a
dedução de que o diagrama da Figura 10.16 será a
sobreposição de duas propostas iniciais, uma a par-
tir de ANB e outras de P-NB.
Em 1962, o autor teve oportunidade de assistir
a um curso ministrado pelo Dr. Sieiner. Um dos
alunos, Dr. [uan Quejada (University of Phillipi-
nes) interessou-se pela possibilidade de simplificar
a construção dos diagramas a partir dos valores
ANB e pogõnio, principalmente quanto ao preen-
chimento da chave "Solução", sem a aplicação da
fórmula sugeriâa por Steiner. Construiu então
uma tabela que, realmente, possibilitou manuseio
mais rápido e prático dos diagramas. Sem interesse
de publicação, o original foi ofertado ao autor, com
mensagem e dedicatória despretensiosas, a compro-
var a jovialidade que nos rodeava a todos, estudan-
tes pos-graudados no Departamento de Ortodontia
da University of Saint Louis (E.U.A.).
A Figura 1O.I.17, cópia do gráfico de Quejada,
é um sistema de coordenadas que contém as diver-
sas variáveis da análise, dispostas de forma a per-
mitirem leitura direta dos valores 1 com NA e 1
com NB, devidamente correlacionados com ANB e
pogõnio.
Ao escolher o valor do pogõnio (algarismo ará-
bico), localizado na diagonal relativa a um deter-
minado valor de ANB (algarismo romano), basta
ler diretamente, com o auxilio de uma régua, os
valores correspondentes de 1 com NA (abscissa), e
de 1 com NB (ordenada), colocando-os no diagra-
ma "Solução". O analista, portanto, não terá de
preencher os diagramas superior e inferior vistos
na Figura 10.1.15.
A simples comparação dos diagramas das Figu-
ras 10.1.14 e 10.1.16 permite deduzir que o incisivo
superior, inicialmente colocado 6,5 mm à frente de
NA, deverá retroceder até -1 mm (portanto, será
movimentado 7,5 mm em sentido lingual). E o in-
cisivo inferior, colocado 13 mm à frente de NB,
será movimentado 9 mm lingualmente.
A Figura 1O.I.18 está na metade inferior da
folha de análise cefalométrica de Sieiner, e nela
pode ser vista uma seqüência de diagramas. Os
denominados "Problema" e "Solução" já foram
expostos e explicados quanto ao preenchimento.
Resta o diagrama "Indioiâualização" em que os
dados contidos em "Solução" sofrerão modificações
ANB (algarismos romanos)
P - NB (algarismos arábicos)
1com NA
28' 8mm
211' 7mm
21° 3mm
20 2mm
19' 1mm
3
10
-2
-2
Omm -2
-1
-2 5 ./o (vI 2 (VI' 4
1m~
(VII'
2mm 3mm 4mm 5mm 8mm 7mm
13' 17' 21' 25' 29' 33' 37'
".
Fig. 10.1.17 - Gráfico de Quejada, em que se podem ler os valores de 1com NA e de 1 com NB,
correlacionados a ANB e pogônio.
_.~ ••.••.••••.•••....• , ~ '" ~ VI \<..1'- ••.•• I I \I.'\./ \ I \ II"I~II \'r-' \\....1
ARCO INFERIOR +
DI.crepíincie 2
Exp.n.âõ
Movimento de r 9
Mov.imento de i
Elá.tico. Inter-m8X. 4
Extraçâõ· 15 5
Problema Solução Individ ualização
segundo a capacidade de previsão do ortodontista.
Com efeito, até agora a análise foi feita atraués de
valores que pretendem expressar, matematicamen-
te, a solução de um problema clínico. Steiner"
(1953) recomenda, então, toda experiência clínica
a fim de que as variáveis ali presentes possam so-
frer modificações segundo os problemas que o orto-
dontista encontrará durante a correção. Essa indi-
uidualização evidentemente obedecerá também a
uma somatória de circunstâncias relacionadas à
raça, sexo, grupo eiârio, potencial de crescimento,
mecânica ortodôntica empregada etc.
Vejamos agora a tabela padronizada, à esquer-
da, na mesma figura. Na parte superior há um
local para o preenchimento de valores destinados à
correção da posição telerradiográfica de 1. Se a
imagem deste dente, traçada na radiografia, não
for representativa da posição média ântero-posteri-
or dos outros incisivos mandibulares, ela deve ser
corrigida de forma a alterar o valor original de 1-
NB. Em outras palavras, a imagem traçada do 1
poderá ser de um único dente incisivo inferior que
se localize fora do alinhamento médio dos outros.
Se ele está, por exemplo, 7 mm à frente de NB, este
valor nãorepresenta o verdadeiro 1 - NB, e deve
ser corrigido. Se, no último exemplo dado, a linha
+
.Total
média que tangencia as faces vestibulares dos incisi-
vos, estiver 5 mm à frente de NB, é lícito que se
diminua 2 mm do valor 7 inicial, pois, 5 mm é mais
representativo do que 7 mm como distância dos in-
cisivos, da linha NB. Ainda para esse exemplo, ris-
cariamos o valor presente relativo a 1 no diagrama
"Problema", colocando o novo valor (5) ao lado.
Elaboração do Plano de Tratamento
Após a indioidualização do problema cefalomé-
irico, poderá ser estabelecida a seqüência da correção
ortodôntica. Para isso, a tabela padronizada, vista
na Figura 10.1.18, facilitará tal operação, muito
embora, a todo instante, haverá circunstâncias que
exigirão do clínico providências que impliquem
num cabedal de experiências anteriores a fim de que
o resultado final da correção esteja nas proximida-
des daqueles adotados no diagrama individualizado.
As principais providências clínicas aqui menciona-
das podem ser resumidas da seguinte forma:
a. decidir se a extração dentária deva ser recur-
so adotado;
b. determinar qual ou quais dentes devam ser
extraídos;
c. estudar como será utilizada a ancoragem in-
Fig. 10.1.18 - Tabela padronizada e diagramas para a seqüência
de cálculos na elaboração do plano de tratamento.
trabucal;
d. estabelecer o grau de utilização da ancora-
gem extrabucal;
e. que tipo de forças serão desenvolvidas na
aparelhagem;
f. em que nível será considerada a preparação
de ancoragem;
g. que relação resultará entre as raízes dos den-
tes anteriores e o osso basal (torque).
Caso n'! 60 do Curso de Pós-Graduação de
Ortodontia da FOUSP
Para melhor ilustração, será apresentado o plano
de tratamento do caso acima, de forma a serem es-
clarecidos os aspectos básicos da Análise de Steiner.
A pasta de documentação do paciente fornece
os seguintes dados:
Idade: 13 a. 2m.
Sexo: masculino
Maloclusão: Classe II, div. 1a.
O padrão do esqueleto cefálico é típico da Clas-
se lI. A mandíbula apresenta-se com crescimento
deficiente quando relacionada ao restante da face,
com um plano mandibular muito inclinado em re-
lação a SN; a direção vetorial de crescimento vem
confirmar a observação acima descrita.
Perfil facial: de convexidade acentuada (NAP
= lS,Sº).
Base apical superior: tendência de deslocamento
para a frente, em relaçãoà base do crânio (SNA = 84º).
Base apical inferior: retruída (SNB = 76.5º).
Relação entre as bases apicais: desfavorável
(ANB = 8,Sº).
Arco superior: bem relacionado com a respecti-
va base apical (1 - NA = 4,Sº).
Arco inferior: exibe inclinação labial bastante
acentuada (1. NB = 37º) e um limite anterior situ-
ado a 10 mm à frente de NB (Fig. 101.19).
Modelos: apresentam sobressalência de' 6 mm.
(,Q-A
Fig. 10.1.19 - Caso 60 - Cefalograma inicial.
o inferior tem discrepância negativa (DM = -2
mm).
Análise para a elaboração do plano de tratamento
Os diagramas da Figura 10.1.20 mostram a se-
qüência desde o "Problema" até a "Individualiza-
ção" do caso 60.
As estimativas para ANB e pogõnio foram 5º e 2
mm, com o que se construíram os dois diagramas res-
pectivos. A "Solução" encerra, portanto, uma proposta
de -0,5 mm para 1 - NA, e 3,5 mm para 1 - NB.
Na individualização, esses números foram ar-
redondados para mais, denotando possível atenção
do clínico para uma expectativa de aposição óssea
mais liberal no mento durante o tratamento, e rela-
cionada c{um nariz algo saliente. Essa circunstân-
cia poderia resultar num perfil de alguma concavi-
~., dade, tanto maior quanto menor a protrusão den-
tária resultante da correção.
O presente caso não necessitou da já menciona-
da correção da posição telerradiográfica de 1, por-
tanto, o valor de 1 - NB é representativo para os
5
8,5
incisivos, como 9,5 mm.
A tabela padronizada encimada pela expressão
"ARCO INF. + _" preencheu-se da seguinte forma
(Fig. 10.1.21):
Discrepância (DM): 2 na coluna negativa.
Expansão: não foi considerada para o presente
caso. Se a forma do arco merecer alteração durante a
vigência do aparelho ortodôntico, o valor de 1- NB
deve também ser alterado, pois a expansão do arco
implica numa conseqüente retração dos incisivos.
Movimentação de 1: de 9,5 no diagrama "Pro-
blema", o valor de 1 - NB deveria ira para 5 no
diagrama individualizado, portanto a movimenta-
ção total seria de 4,5 + 4,5 (para os dois hemiarcos)
= -9 mm.
Movimento de 6: a posição do primeiro molar
inferior não deixa evidente que ele se tenha incli-
nado mesialmente de sua posição tida como nor-
mal, nem a curva de Spee denota a necessidade de
desinclinar o 6, o que resultaria em aumento no
comprimento do arco dentário. Não se prograf!2an-
do movimentação para 6, que aumentasse ou dimi-
nuísse o comprimento do arco, nada se marcou na
5 5
21,S
9,5 537
0,5
Problema
2
3,5
2 2
Solução Individualização
Fig. 10.1.20- Diagramas "Problema", "Solução" e "Individualização", referentes ao caso 60.
+
Correção da forma do
arco.
Mov.imenta1
ARCO INFERIOR +
Discrepância 2
Expansaõ ~.
Movimento de r 9
Movimento de ii -;
Elásticos inter- max. 4
Extração 15 5
Total
Fig. 10.1.21 - Tabela padronizada referente ao caso
60, com dados que irão permitir a elaboração do
plano de tratamento.
tabela correspondente.
Elásticos intermaxilares: sendo uma Classe II
e, conseqüentemente, considerando-se os elásticos
intermaxilares como parte intrínseca da mecânica
empregada, a experiência tem demonstrado que,
sob a ação destà ancoragem, mesmo com todo o
cuidado do ortodontista, cada primeiromoiar infe-
rior mesializarâ uma distância 'em torno de 2 mm,
o que implica na perda de espiiçQ,de 1=" mm. Mar-
cou-se, pois, 4 no lado negaius). ---'_
Extração: Se for obeeroadatiisêníã 'dos valores
negativos até agora, verifica-se qu~i~is~Í'epância
do modelo inferior (-2), mais a movimentação dos
incisivos em direção lingual (-9), somadas' com a
mesialização dos primeiros mola~es.;~1(!:;.:v'irtudeda
perda de ancoragem ante os elástifosle Classe II
(-4), resultaram num valor de 15 na co(una nega-
tiva, enquanto a coluna positivaé,aindà zero. Se a
extração dos primeiros premolares 'for considerada,
ganha-se para esse paciente 15 rnm, oue deverão
ser colocados na coluna positiva. No entanto, mais
uma vez a experiência tem demonstrado que um
terço do espaço ganhado em decorrência das extra-
ções, é perdido em virtude da mesialização dos mo-
lares durante a vigência dos dispositivos para redu-
ção de espaço. Portanto, se foram ganhos 15 milíme-
tros com as extrações, 5 serão perdidos, e este núme-
ro deverá ser anotado na coluna negativa.
Até agora temos, em ambas as coiunas, uma
soma de +15 e -20, denotando um saldo negativo
de -5 mm, o que etndencia serem os métodos usuais
de correção insuficientes para se colocarem os inci-
sivos na posição inâicada no diagrama individuali-
zado (5 mm à frente de NB), a não ser que uma
posição de 7,5 mm à frente de NB (2,5 + 5 = 7,5),
e não 5, satisfaça como resultado final.
Evidentemente, a seqüência clínica vigente
deve ser alterada a fim de s~ economizarem os 5
mm até agora perdidos.
Uma das condutas a serem adotadas poderá ser
o desgaste interproximal dos dentes anteriores in-
feriores. No entanto, a análise de Bolton (discre-
pância de tamanho' dentário) revela uma discre-
pância de -3,1 mm para os seis dentes anteriores
da mandibula, o que certamente contra-indica tal
procedimento. A expansão dos arcos permitiria um
aumento do Espaço Presente (espaço contido sobre
o osso basal e destinado à presença dos dentes em
posição correta), porém esse recurso aqui está tam-
bém contra-indicado. O preparo de ancoragem se-
gundo a técnica de Ttoeed/" (1945), sem dúvida
poderá resultar numa economia de espaço que, de
alguma forma, compenseo saldo negativo desse
caso. Assim, se o clínico julgar que poderá com-
pensar a perda ocasionada pelos elásticos de Classe
II já indicados, com um preparo de ancoragem efi-
ciente, então um espaço, que poderá ser estimado
em 4 mm, poderá ser suprimido da coluna negati-
va, ficando um saldo de apenas -1 mm. O tempo de
emprego dos elásticos de Classe II também pode ser
diminuído se,por exemplo, o paciente usar ancora-
gem extrabucal à noite e elásticos intermaxilares
durante o dia. Essa providência, sem dúvida, pode-
rá compensar o valor -1 da coluna negativa, fican-
do, assim, uma diferença final de zero entre as
duas colunas, o que implicaria num resultado cefa-
lométrico condizente com o esperado.
O planejamento descrito constitui-se numa das
abordagens teóricas para o caso 60. Se for analisa-
do o relatório final da pasta de documentação do
referido caso, pode ser verificada uma seqüência
diversa em alguns aspectos, na elaboração do plano
de tratamento adotado, cujo resumo pode ser assim
esquematizado (plano inicial de tratamento):
1. Ancoragem extrabucal (lHG)
2. Bandagem dos dentes superiores
146 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
3. Extração dos primeiros premo lares superi-
ores e Nivelamento
4. Bandagem inferior
5. Extração dos primeiros premo lares inferio-
res
6. Niuelamento inferior (com elástico de
Classe IlI)
7. Preparo de ancoragem (dd 3)
8. Retração anterior inferior
9. Retração dos caninos superiores
10. Retração dos incisivos superiores '
11. Mecânica de Classe 11
12. Arcos ideais
13. Intercuspidação
14. Redução dos diastemas e contenção .
. O plano inicial de tratamento não foi seguido
na íntegra, tendo havido, depois da retração dos
Fig. 10.i.22 - Caso 60 - Cefalograma final.
incisivos superiores e retração anterior inferior, a
necessidade de um segundo preparo de ancoragem.
Foi feito também desgaste interproximal nos den-
tes anteriores superiores, a fim de diminuir a dis-
crepância de tamanho dentário expressa pela aná-
lise de Bolton.
As telerradiografias inicial e final do caso descri-
to podem ser vistas nas Figuras 10.1.19 e 10.1.22.
O diagrama da telerradiografia final (Fig.
10.1.23) mostra que os resultados não foram atin-
gidos segundo o diagrama individualizado, eviden-
ciando-se valores maiores tanto para 1- NA como
para 1-NB, cujascausas poderão, sem dúvida, ser
esclarecidas no exame da ficha de seqüência clíni-
ca, onde não só a conduta clínica operacional como
a colaboração do paciente poderão ser analisadas.
15°2,5 mm
29°6,5 mm
2mm
Fig. 10.1.23 - Caso 60 - Diagrama referente ao
cefalograma final.
Linha "1"
Em 1971, o autor publicou um trabalhol72 onde
propunha um tipo de análise para a planificação de
tratamento ortodôntico. Empregava-se uma linha
de referência cefalométrica baseada em estudo das
posições relativas que os incisivos inferiores guar-
davam com maxila e mandibula. Posteriormente,
surgiram novas comprovações do caráter de nor-
malidade relacionado àquela linha, tanto pelo em-
prego crescente em clínicas particulares como atra-
vés de pesquisa realiiada por integrantes de um
grupo de esiudo'" (1972), em outro país.
A ocorrência de maior documentação clínica e
também de inúmeras experiências particulares
que, em número sempre crescente, chegam ao co-
nhecimento do autor, permitem a apresentação,
neste capítulo, do trabalho mencionado acima, en-
riquecido de ilustrações q.ue vêm comprovar a ver-
satilidade da cefalometria radiológica como instru-
mento de pesquisa e análise em ortodontia.
A cefalometria dá ensejo a dois tipos de aborda-
gem ao problema da planificação do tratamento
ortodôntico: o primeiro é elaborado através de pro-
posições numéricas estabelecidas "a priori", com
planos de referência comprometidos com pontos
mais ou menos distanciados da área dento-alveolar,
e de resultados sujeitos a correções cefalométricas,
segundo alterações do crescimento facial. Esse pro-
cesso é denominado pelo autor de apriorístico. O
segundo tipo de abordagem é o apresentado aqui
com a denominação de morfodiferencial e se carac-
teriza por não pretender imposições numéricas a
casos determinados, como previsões estatísticas de
valor populacional; não afastar-se da área de com-
prometimento ortodôntico e apresentar proposições
à custa de entidades anatômicas contíguas. Sendo
formulado com relações morfológicas apenas, a cor-
reção dos alvos cefalométricos é automática, segun-
do o que determinam crescimento e função.
Com a classificação de "apriorísticas", as análi-
ses ortodônticas tipo Tweed ou Steiner não sofrem
críticas negativas. Ao- contrário, o autor as reco-
nhece como as mais expressivas contribuições no
campo da cefalometria ortodôntica. No entanto,
suas experiências clínicas o autorizam a crer na
análise morfodiferencial como dimensão cefalo-
métrica a ser desenvolvida em benefício das plani-
ficações de tratamento.
A linha' "I" pretende, portanto, ser apenas a
expressão de um relacionamento morfológico entre
duas entidades anatômicas.
Números e morfologia
Desde que a movimentação dentária se tornou
passível de controle através de mecânicas especiali-
zadas, a ortodontia se defrontou com dois proble-
mas principais:
1. A extensão do movimento ortodôntico em
obediência ao normal individual.
2. A estabilidade dos resultados após a movi-
mentação.
O objetivo de toda mecânica ortodôntica resi-
1U1 possibilidade de se conseguir uma deiermi-
nada extensão de movimento visada previamente
10 ortodontista, a fim de serem obtidos resulta-
que satisfaçam as demandas morfológicas e
ncionais.
As medições dos espaços implicados na proble-
1II1Ítica exposta podem ser realizadas à custa de
modelos de estudo e de radiografias, e as principais
análises para cálculo das movimentações são elabo-
a partir das telerradiografias laterais da face.
Os cefalogramas são, pois, as áreas de eleição para
aquelas verificações.
As análises de Tweed e Steiner são, hoje, consi-
deradas trabalhos básicos no campo da cefalome-
tria ortodôntica. Ambos os autores, a partir de pro-
cessos diferentes, encetam tratamento ortodôntico
através de orientações sistematizadas. Com isso,
tiveram o grande mérito de transmitir suas expe-
riências clínicas de forma simples e prática, dando
um impulso inexcedível no campo das planifica-
ções de tratamento.
Parece-nos ser ponto pacífico em clínica orto-
dôntica, que a estabilidade dos resultados está na
dependência de que, como esclarecia Hellman'"
(1940), ao lado do crescimento, função e morfolo-
gia sejam dois fatores que individualmente se equi-
librem. Em outras palavras, a estabilidade dos re-
sultados dos tratamentos ortodônticos é tanto
maior quanto mais de perto o ortodontista tenha
obedecido à situação morfológica individual para
uma função também de características individuais.
A multiplicidade de atividades neuromusculares
que constituem o que é denominado "função" não
pode, até o momento, ser detectada nem medida a
contento, de forma a caracterizar fisiologicamente
um determinado paciente. Isso nos autoriza a acei-
tar as análises numéricas como simples proposi-
ções práticas baseadas em experiências clínicas de
resultados julgados satisfatórios. É nosso entender
ainda que as análises cefalométricas têm-se identí-
ficado na proposição de fórmulas numéricas inva-
riáveis para orientação de tratamento ortodôntico.
Exemplificando, quando Tweed ou Steiner acei-
tam, respectivamente, um FMIA de 659, ou 1. NB
de 259, aqueles auiores nos expressam que suas
experiências clínicas, para determinados casos, res-
pondem a possíveis consultas com valores angula-
res ou lineares, a partir de linhas ou planos de
referência constantes e aceitas "a priori". Isso é
válido, uma vez que os problemas clínicos sejam
postos em níveis de mensuração em esquemas esta-
tísticos. O problema morfológico insinua-se,pois,
como resolvido, possivelmente em experiência que
se aparta dos aspectos funcionais.
Se o leitor concordar que as grandezas cefalo-
métricas numéricas aceitas previamente estão mais
distanciadas do problema funcional do que se elas
fossem expressas simplesmente dentro duma pers-
pectiva anatômica, então estaremos ambos conven-
cidos de que uma análise que proponha um resul-
tado numa dimensão morfológica está mais apta a
148 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
se aproximar das demandas funcionais. O que es-
tamos propondo é que, numa análise cefalométrica
para planificação de tratamento ortodôntico, ~eja
visada primeiramente a uma situação anatõmica
morfologicamente definida, que permita uma pos-
terior interpretação numérica, ao invés de se impo-
rem dados numéricos prévios para, posteriormen-
te, e só então, ser descoberta uma possível corres-
pendência morfológica resultante. "
É curioso observar que poderemos obter resui-
tados ortodônticos estáveis e aceitáveis clinica-
mente, dentro de uma grande variabilidade 'em
torno das fórmulas numéricas propostas. A ocor-
rência numericamente expressiva de casos trata-
dos, cujos valores cefalométricos estão bastante
afastados dos propostos inicialmente, nos dá a
certeza da existência daquela "faixa" de variabili-
dade acima aludida, a permitir novos enfoques
cefalométricos.
Proposição apriorística
Podemos, para efeito de identificação, reservar
a expressão acima às análises que, através de medi-
ções sobre cefalogramas, expressem uma fórmula
numérica que represente um alvo da terapêutica
ortodôntica. Assim, a fórmula proposta nos dia-
gramas da análise de Steiner é representativa de
uma proposição apriorística (o próprio autor a de-
fine como provisória) ,visto que os valores devem
ser corrigidos segundo o que alterações várias,
como o crescimento e função, venham a ocasionar.
As estimativas dessas alterações também são de
ordem numérica, empregando-se recursos estatísti-
cos para fins de previsão. Estas previsões poderiam
justificar uma proposição apriorística, não fora a
circunstância de serem de valor populacional. As
possibilidades de previsão individual em ortodon-
)
tia são reduzidíssimas. Moorres2~6 (1959) afirma
que a "principal dificuldade na formulação de um
prognóstico deriva do fato de que o conhecimento
atual do crescimento, sendo de natureza geral, é de
valor limitado ao se tentar predizer o desenvolvi-
mento de um padrão de crescimento individual que
uma criança apresente".
Assim, poderemos afirmar que estatisticamente
as meninas de doze anos tenham maturidade es-
quelética que os meninos desta idade não têm. No
entanto, ante casos específicos, muito pouco pode-
mos dizer quanto a um determinado estágio de
crescimento individual.
Proposição morfodiferencial
As considerações feitas até agora nos levam a
propor a expressão acima, numa tentativa de con-
tornar os problemas das proposições numéricas
apriorísticas, nas planificações de tratamento orto-
dôntico. A característica principal dessa proposi-
ção é que o posicionamento dentário proposto não
seja estático e se relacione a estruturas anatômicas
não afastadas da área de interesse ortodôntico, pois
. quanto mais distanciadas duas estruturas a serem
inter-relacionadas, com interposição de áreas de
crescimento, menos expressivo será o resultado.
Por posicionamento estático entende-se aquela
proposição que se mantém invariável, apesar das
entidades relacionadas se modificarem. Conse-
qüentemente o ortodontista será sempre um escra-
vo das previsões. Quando aceitamos que I deva ter
25Q, nesse caso deveria experimentar variação rela-
tiva à daquelas duas grandezas cefalométricas que
lhe deram origem.
Na proposição moriodiierencial, a possível varia-
bilidade das grandezas empregadas condiciona cor-
reção contínua dos valores a elas relacionados. Um
bom exemplo é a linha de Holdaway que, nos perfis
harmoniosos, após tocar o mento e o lábio superior,
deve cruzar o ponto médio da base do nariz.
Esse trabalho visa a propor uma norma lateral
cefalométrica para os incisivos centrais, em que as
referências anatômicas empregadas não estão dis-
tanciadas dos ossos basais superior e inferior, e a
variabilidade diferencial das mesmas, no crescimen-
to facial, condicione um posicionamento dentário
sempre corrigido. A proposição se baseia no traçado
da linha "I" que será mais adiante explicada ..
Ponto P'
Em pesquisa anierior'" (1963), o autor se de-
frontou com o problema de estudar possíveis "des-
locamentos" verticais da maxila. Para tanto, ne-
cessitou de um ponto de referência que fosse soli-
dário com a porção anterior daquele osso e que
permitisse, portanto, mensurações dentro de um
nível de segurança aceitável. A imagem lateral da
porção anterior do assoa lho das fossas nasais foi a
linha de eleição para localização do referido ponto.
Quase sempre ela se mostra como uma linha hori-
zontalizada radiopaca, delgada, porém de imagem
nítida, e que se desenha desde o forame incisivo, na
crista nasal, até a espinha nasal anterior, e que
o nome de linha "p" (Fig. 10.1.24). Neste
traçado, no ponto em que é cruzado pela Linha NA
,. ponto A), foi demarcado o ponto P' que se
ou a contento para a pesquisa acima meneio-
nada e outra subseqüenie'" (1968).
-
Fig. 10.1.24- Ponto P': cruzamento de NA com a
linha "p".
Nas tentativas de se analisarem anatomicamente
as posições dos incisivos na área basal corresponden-
te, o autor se preocupou com relacionar posição den-
târia a estruturas anatômicas próximas, como foi
mencionado anteriormente (não distanciadas da base
apical). Para tanto, tentou localizar em cefalogramas
de oclusões excelentes, a posição das coroas dos incisi-
vos, quando articuladas e relacionadas tão somente às
áreas basais superior e inferior. Estudou uma imagem
te/erradiográfica do que entendeu ser um padrão ceia-
lométrico de normalidade oclusal, porém, necessaria-
mente, desvinculando-se de áreas faciais afastadas.
Verificou que, possivelmente, as bordas incisais pu-
dessem guardar uma relação a ser estudada com dois
pontos cefalométricos, um na maxila e outro na man-
dibula, e que fossem solidários com a variação dife-
rencial ântero-posterior entre os maxilares. Uma vez
comprovada tal relação, o problema da interferência
do crescimento facial e principalmente mandibular,
com a localização e inclinações deniârias, seria atenu-
ado. Seria poss{vel, portanto, para planificação de tra-
tamento, uma análise morfodiferencial.
Doums" (1948) já propusera e Ricketts260
(1960) estudou o plano AP (ponto "A" ao pogô-
nio) como coincidente, na oclusão normal, com a
borda incisal inferior. No entanto, a nosso ver,
aquela proposição implica num certo grau de pro-
trusão dentária e ainda tem como referência um
ponto (A) que é, segundo Holdaway164 (1956),
comprovadamente sensioel à terapêutica ortodônti-
ca, portanto atenuado em suas caracterieiicas de
estabilidade, como referência cefalométrica.
A escolha do ponto P' na maxila se impôs de
inicio, pois:
a. é de fácil localização;
b. é relativamente solidário à localização ãnie-
ro-posterior da maxila;
C. está desvinculado clinicamente, da mecânica
ortodôntica;
d. não está afastado do osso basal, o que lhe
empresta maior expressividade como marco
cefalométrico inirinseco à maxila;
e. comportou-se, o que se verá adiante, como
referência cefalométrica ideal na elaboração
da análise proposta pelo autor.
Ponto "E"
Na mandibula, o ponto escolhido não poderia
estar em outra área que não a eminência mental.
Essa circunstância atenta para duas características
importantes na escolha de um ponto de referência:
1. o deslocamento da mandibula, com referên-
cia à maxila, se manifesta mais nitidamente
na porção anterior do corpo.
2. nesta última, a área de crescimento mais ex-
pressivo ortodonticamente, é a eminência.Holdaway163 (1960) tem-na como fator de
localização ântero-posterior dos dentes infe-
riores, o que parece ser de aceitação geral em
clínica ortodôntica. Na eminência, o ponto
"E" (não necessariamente coincidente com o
pogônio) se prestou, portanto, como ponto
cefalométrico de eleição para os propósitos
150 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
desse trabalho. Esse ponto já foi menciona-
do, e obedece a uma técnica determinada na
localização cefalométrica cujo resumo é o se-
guinte: traça-se o plano mandibular (Go M)
e, sobre ele, desliza-se uma perpendicular até
localizar-se o ponto mais anterior da emi-
nência mental, onde se marca "E". Traçado
dessa forma o ponto "E", será sempre uma
demarcação intrínseca à área mandibular.
Ele poderá coincidir ou não com o pogõnio, .
dependendo da morfologia mandibular (Fig.
1O.I.25).
Linha "I"
Obtidos os dois pontos cefalométricos segundo
as exigências mencionadas, pudemos então traçar
a linha "I" (P' - E) intimamente e, tão-somente,
relacionada à maxila e à mandíbula em áreas de
características definidas. O traçado dessa linha
obedece, portanto, à localização de dois pontos ce-
falométricos escolhidos na maxila e na mandibula,
e que são solidários às condições estáticas e dinâ-
micas daqueles ossos, na face. Tais características
permitiram uma tentativa de elaboração de uma
Fig. 10.1.25 - Demarcação do ponto "E" através do deslizamento
de uma perpendicular sobre Go - M.
proposição morfodiferencial para tratamento orto-
dôntico, ao relacionar a posição ântero-posterior
dos. incisivos à linha "I".
Estudando 26 telerradiografias de oclusões ex-
celentes e perfis com características de normalida-
de (amostra da Faculdade de Odontologia de Bau-
ru)104(1971), a linha "I" foi uma referência aceitá-
vel para a posição ântero-posterior do limite lin-
gual da borda incisal dos incisivos centrais inferio-
res, nas telerradiografias laterais. Nos casos, por-
tanto, em que o limite lingual da borda incisal
inferior coincide com a linha "I", diz-se haver au-
sência de discrepância cefalométrica. À medida que
a borda incisal se distancia para a frente da linha
"I", expressa-se a discrepância em milímetros e
com sinal negativo. Quando a borda incisal está
para trás da linha "I", a discrepância cefalométrica
é expressa com o sinal positivo (Fig. 1O.I.26). Na
amostra acima aludida, a variação em torno de "I"
mostrou uma média de -1,28 mm. Os valores ex-
tremos foram + 0,50 e -2,50 mm.
FMIA X linha "I"
Dentre as análises cefalométricasque mais
impressionaram o autor, sob o ponto de vista de
resultados clínicos, sem dúvida, a de Tweed foi a
que se sobressaiu. No contato diário com os alu-
nos e colegas deste e de outros países, o autor,
aos poucos, verificou que a opinião geral de clí-
nicos com experiência em telerradiografias é a de
que a análise de Tweed tende para uma retrusão
dentária ou, em outras palavras, para uma "face
achatada", após a correção das discrepâncias ce-
falométricas. (Não é de se ignorar também a ex-
pressão "dishing face" dos norte-americanos,
para expressar o mesmo fenômeno.) Conseqüen-
temente, o que se pretende, ao apresentar uma
nova análise, é tão-somente estabelecer um pa-
Fig. 10.1.26 - Discrepância cefalométrica: (a) zero; (b) negativa; (c) positiva.
drão de posição dentária que implique em menos
movimentação dos incisivos para trás durante as
correções. A primeira preocupação após o estabe-
lecimento da linha 'T' foi comparar a discrepân-
cia cefalométrica referente a esta linha com
aquela com que o autor teve maior experiência,
isto é, relacionada ao FMIA de Tweed. Em 100
casos analisados (vide Tabela 1O.I.I) foram cal-
culados os valores das duas análises, estabele-
cendo-se as diferenças entre ambas. Foram apre-
sentados ainda os valores de ANB a fim de ca-
racterizar melhor cada caso. A escolha da casu-
isiica obedeceu ao critério de seleção por ordem
numérica de registro das fichas dos pacientes,
todos da clínica particular do autor. A média arit-
mética das diferenças foi de +1,53 mm, o que deno-
ta a tendência da linha 'T' em exigir movimenta-
ção num grau menor que a análise de Tweed.
Dos 100 casos comparados, 3 apresentaram
discrepãncias com a linha 'T' iguais e quando
ados com FMIA; 75 mostraram discrepân-
. - com a linha 'T' menores, e 22, maiores. Os 22
:;.zs _ com diferenças negativas entre discrepânci-
zs isto é, com movimentos maiores exigidos pela
- U]", foram analisados quanto aos possíveis
z:•••.es que pudessem explicar aqueles resultados.
~ são, principalmente, um pogônio deficiente
(?1:r..h1Tl1 com boa eminência), e uma grande aber-
=- T do ângulo da mandíbula (FMA) (Fig.
:::.I~).
Se considerarmos os 75 casos em que as dife-
renças entre as discrepâncias foram positivas, a
média aritmética daquelas diferenças foi de 2,60 ±
1,66, portanto de maior expressividade quanto à
atenuação dos movimentos distais dos incisivos
com conseqüente obtenção de perfis com maior
grau de concavidade.
A Figura 1O.I.28 ilustra as comparações aqui
expressas entre FMIA e linha ''[''o Mostra, respec-
tivamente, em "a", um tipo de perfil côncavo
(FMIA 62, linha "I" +3) e em "b", um perfil me-
nos retruído (FMIA 63, 75, linha "I" = O).
Com um total de 31 casos satisfatóriamente
terminados e selecionados quanto ao perfil, foi
construí da a Tabela 10.I.I1 em que se pode consta-
tar o número de casos corrigidos segundo a discre-
pância cefalométríca final em relação a 'T'. Vê-se
que, se estabelecermos um limite de ± 1,5 mm para
a variabilidade final em torno de "I", foi obtido um
percentual de 61,3% (19 casos). Uma variação de
± 2,5 mm mostra 90,3% (28 casos).
Apenas para se comprovar ainda a menor mo-
vimentação incisal com o emprego da linha 'T', e a
viabilidade desta como referência, foram seleciona-
dos 10 casos considerados satisfatórios pelo autor e
com a linha de Holdaway numa posição que não
permitiria maior movimento disial, sem prejuízo
evidente do perfil. A Tabela lO.I.III foi construída,
e a menor movimentação lingual exigida pela linha
"I" se evidenciou, quando comparada com FMIA.
Tabela I - Comparação em 100 casos, entre os valores da Análise de Tweed e os relativos à linha "I". É também mostrado o ângulo ANB.
Nº Tweed Linha I Dif. ANB Nº Tweed Linha I Dif. ANB
311 - 6,80 - 5,00 + 1,80 5,50 482 - 5,50 - 5,00 +0,50 5,50
312 - 7,30 - 5,25 + 2,05 4,00 486 - 4,80 - 4,75 + 0,05 4,50
321 - 2,00 - 0,25 + 1,75 4,00 489 - 8,40 - 4,00 + 4,80 3,00
322 + 1,70 + 4,00 + 2,30
,
3,25 491 - 7,60 - 3,00 + 4,60 4,00
324 - 6,70 - 6,00 + 0,70 6,25 494 - 6,SO - 5,00 + l,SO 6,50
336 - 1,80 - 2,00 - 0,20
,
4;25 495 - 4,SO 0,00 + 4,80 3,75I
348 - 4,20 - 6,50 - 2,30 3,50· 496 - 7,90 - S,50 - 1,60 I 6,50·
353 - 7,50 - 7,75 - 0,25 4,00 499 - 4,70 - 10,00 - 5,30 6,50
356 - 3,60 - 3,00 + 0,60 6,25 501 + 1,70 + 2,00 + 0,30
,
2,25.
I
357 - 5,20 , - 2,00' + 2,80 4,00 502 - 4,40 - 1,25 + 3,15 2,25
369 I - 9,00 - 5,00 + 4,00 9,50 503 + 5,00 + 3,00 - 2,00 0,50
373 - 5,20 0,00 + 5,20 5,50 506 - 6,80 , - 6,00 + 0,80 4,50
377 - 5,70 I - 4,50 + 1,20 5,00 507 - 4,00 - 3,50 + 0,50 4,50
387 - 9,60 - 9,00 + 0,60 6,25 511 - 2,SO - 1,50 + 1,30 4,00
392 - 4,40 - 6,50 - 2,10 3,25 513 - 6,SO - 6,00 + 0,80 4,25
399 - 5,90 -4,25 - 1,65 3,50 515 - 7,60 - 4,00 + 3,60 5,00
404 - 7,60 - 4,00 + 3,60 8,50 516 - 5,20 - 3,50 + 1,70 7,75
405 - 2,20 - 1,00 + 1,10 2,00 517 .; 4,10 - 3,50 + 0,60 4,25
406 - 4,00 - 5,00 - 1,00 3,50 518 - 2,SO - 2,00 + 0,80 2,50
407 - 3,60 - 6,00 -2,40 4,50 520 - 2,30 + 1,50 + 3,80 5,75
409 - 7,60 - 8,00 - 1,40 3,25 521 - 4,80 - 3,00 + 1,80 6,00
413 - 1,80 - 2,00 - 0,20 1,75 522 - 4,70 - 5,50 - 0,80 4,75
415 - 1,20 - 4,00 - 2,80 5,50 523 - 3,60 - 0,00 - 3,60 5,75
418 - 3,60 - 4,25 - 0.65 1,00 527 - 4,30 - 8,00 - 3,70 4,00
419 0,00 0,00 0,00 4,50 528 - 7,60 - 4,00 + 3,60 4,75
421 - 2,70 - 1,50 + 1,20 5,50 538 - 2,00 + 3,00 + 5,00 1,75
422 - 4,20+ 0,50 + 4,70 3,25 539 - 3,00 - 5,00 - 2,00 2,00
423 - 1,10 - 5,00 - 3,90 1,00 540 - S,20 - 6,50 + 1,70 4,00
424 - 8,40 - 2,50 + 5,90 5,00 541 - 6,00 - 4,50 + 1,50 3,50
....•
V1
N
o
~o
O
Z
-I
);:
OJ»
Vl
m
Vl
;;
;;o»
»
zn
);:
<l»,
O
(continuação da TABELA lO.I.I)
Nº Tweed Linha I Dif. ANB Nº Tweed Linha I Dif. ANB
426 - 4,90 - 3,00 + 1,90 6,00 545 - 5,50 - 1,50 + 4,00 5,00
430 - 6,00 - 1,25 + 4,75 5,00 546 - 4,50 - 1,00 + 3,50 1,00
431 - 2,80 +1,50 + 4,30 8,00 547 - 5,80 - 3,00 + 2,80 7,50
437 - 4,bo - 4,00 0,00 4,50 549 - 7,60 - 3,00 + 4,60 4,50
440 - 6,~0 - 5,50 + 0,70 3,50 550 - 5,80 - 3,00 + 2,80 3,25
441 - 3,40 - 1,00 + 2,40 4,75 551 - 7,60 - 6,75 + 0,85 5,75
443 + 0,40 - 1,25 - 1,65 2,50 556 - 4,20 0,00 + 4,20 4,00
445 - 7,80 - 4,00 + 3,80 7,00 499A - 6,00 - 2,50 + 3,50 2,50
446 - 8,70 5,75 + 3,05 4,75 507A - 2,40 + 0,50 + 2,40 6,00
454 - 2,70 - 5,00 - 2,30 0,00 518B - 6,10 - 5,00 + 1,10 2,25
458 - 2,40 + 0,50 + 2,90 4,75 528A - 4,00 - 3,00 + 1,00 3,25
460 - 4,90 - 6,50 - 1,60 5,50 533A - 3,20 - 2,50 + 0,70 6,00
461 - 3,90 -3,50 + 0,40 4,00 538A - 5,60 - 1,50 + 4,10 0,75
462 - 3,20 - 2,50 + 0,70 2,00 541A - 7,60 - 2,00 + 5,60 2,00
463 - 4,90 - 4,00 + 0,90 5,00 542A - 2,20 + 1,75 + 3,95 6,00
465 - 2,80 - 1,00 + 1,80 5,75 589A - 7,40 - 9,00 - 1,60 2,75
467 - 6,00 - 3,50 + 2,50 4,00 596A - 5,50 - 2,00 + 3,50 6,50
468 + 2,20 0,00 - 2,20 1,00 598A - 7,60 + i.oo + 8,60 8,75
472 + 1,40 + 5,00 + 3,60 2,50 607A - 3,60 0,00 + 3,60 4,50
473 - 6,00 - 6,00 0,00 4,00 613A - 5,20 - 3,00 + 2,20 2,50
479 - 4,00 - 1,25 + 2,75 4,25 618A - 5,20 - 2,00 + 3,20 4,50
Tabela to.U (cont.) - Comparação em 100 casos, entre os valores da Análise de Tweed e os relativos à linha "I". É também mostrado o
ângulo ANB.
Fig. 10.1.27 - A linha "1", nos casos de grande abertura do ângulo mandibular,
revela, geralmente, uma discrepância cefalométrica acentuada.
a) caso 501 (b) caso 510
Fig. 10.1.28 - a) Perfil côncavo: FMIA = 62º, ''1'' = +_3
b) Perfil harmonioso: FMIA = 63,75, "1" = O
É evidente que todos os dados e tabelas apre-
sentados acima não visam a comprovar a validade
estatística da análise proposta. O objetivo de tais
comparações é tão-somente situá-Ias perante uma
nova perspectiva de ordem clínica.
O caráter de aceitação da linha ''1'' será ainda
evidenciado através da análise de três cefalogramas
de Steiner que comprovam o resultado cefalométri-
co de uma correção ortodôntica julgada excelente
(caso 950 A de H. Lang). Alinha ''1'' mostrou-se
nas Figuras 10.I.29-30-31 como uma referência
dinâmica, obediente às alterações morfológicas
Tabela lO.I.II - Trinta e um casos satisfatoriamente terminados. Discrepância de ± 1,5 mm em
torno de "I": 61,3% (19 casos). Discrepância de ± 2,5: 90,3% (28 casos).
Linha "I" Linha "I"
Paciente Paciente
Inicial Final Inicial Final
221 - 2,00 - 1,75 313 + 7,00 O
223 - 2,75 - 1,25 315 - 4,50 - 1,75
224 - 2,00 - 0,75 336 - 2,00 O
225 - 2,00 - 2,50 337 - 2,75 - 2,00
244 - 1,50 - 2,50 350 O - 0,50
253 - 2,00 O 351 + 2,50 + 0,50
255 - 1,00 - 1,50 355 - 3,50 -2,00
261 - 1,50 - 1,50 360 - 0,50 + 1,00
264 - 4,50 - 1,50 364 - 0,50 + 0,25
276 O - 1,00 369 - 5,00 - 0,75
277 - 1,50 O 418 - 4,00 - 2,00
282 - 5,50 -3,00 445 - 4,00 + 0,75
291 O - 0,50 446 - 5,30 - 0,75
297 - 4,50 - 4,50 460 - 6,75 - 3,00
306 - 1,50 - 2,50 463 - 4,00 O
311 - 5,00 - 2,00
ocorridas durante o tempo (um ano) que medeou
entre os dois cefalogramas.
Inclinação radicular dos incisivos inferiores
Uma vez estabelecida a posição ântero-poste-
rior das bordas incisais inferiores, resta o proble-
ma das localizações das raizes daqueles dentes
sobre o osso basal. Para tal verificação, foram
selecionados 26 Casos (não tratados, sem diferen-
ciação de sexo) de oclusões excelentes em faces
julgadas ortodonticamente boas, segundo seleção
do autor, de crianças com idade entre 12 e 14
anos e fração, cujas discrepâncias não .excediam
± 2,50 mm em torno da linha "I". As distâncias'
dos ápices às corticais linguais e vestibulares, na
imagem do mento, foram medidas. Para tanto,
usou-se um compasso com duas pontas secas e
se mediram "x" e "v", isto é; as distâncias do
ápice aos pontos mais próximos das corticais ex-
ternas lingual e vestibular, respectivamente. A
Figura 10.1.32 expressa um desenho do que foi a
média dos resultados obtidos. A média das dife-
renças entre "x" e "y" foi de + 2,81 (erro padrão
± 0,39), denotando estar o ápice sempre mais
próximo da cortical lingual, 1,4 mm em média,
nos casos estudados. O "deslocamento" lingual
foi observado em todos os casos da amostra.
Na localização cefalométrica do incisivo inferi-
or está expresso o que o autor entende por "verti-
calização dos incisivos sobre o osso basal", uma
expressão de Charles Tweed, cujo estudo e pesquisa
permitem, como foi visto, abordagens diferentes.
Inclinação radicular dos incisivos superiores
Aceitando-se a proposição cefalométrica desse
trabalho, relativa aos incisivos inferiores, é óbvio
que a localização ântero-posterior da coroa dos
incisivos superiores está, automaticamente, deter-
minada de acordo com o conhecimento das rela-
ções incisais no estudo da oclusão. As bordas in-
cisais inferiores tocam, na oclusão normal, as su-
perfícies linguais dos incisivos superiores, respei-
156 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
Movimento lingual ainda
exigido por:
Linha "H"
com nariz
FMIA
Tabela 10.1.111 - Movimentos linguais dos incisivos (mm), exigidos segundo a análise de FMIA
e a linha "I".
Paciente
Linha "I"
- 1,25
- 0,75
- 1,00
- 0,50
- 2,00
O
- 2,00
- 0,50
- 2,00
- 0,75
223
224
272
291
311
336
337
350
355
446
+ 8,00
+ 9,75
+ 10,50
+ 13,00
+ 8,50
+ 8,50
+ 9,00
+ 8,00
+ 11,25
+ 8,50
- 6,50
- 5,50
- 2,00
- 5,50
- 2,00
O
- 2,00
- 5,50
- 3,00
- 2,25
51,-. __ '-""'\_--\-1"'-'1-.:...:17_-,- _V\ 10)1;;;-
I,,,,,
tada a extens.iib dos' \tr~spass~s horizontal e verti-
cai do ca~o co~siderado174 (1960). Assim, a área
da face lingual dos incisivos superiores, comu-
mente referida como terço incisal, varia segundo
diversos fatores, sendo o principal deles as discre-
# 950 A
\
I
I
f~~
Fig. 10.1.29 - Cefalograma inicial apresentado por Steiner. A linha "I" traçada sobre o mesmo, denota
discrepância cefalométrica de 7 mm.
pãncias de tamanhos dentários superiores e infe-
riores. Resta, para se complementar a localização
cefalométrica dos incisivos centrais superiores,
determinar, após a localização incisal cefalométrí-
ca, a inclinação radicular dos mesmos. Com a
Fig. 10.1.31- Um ano após o tratamento (Steiner).
A linha "I" acompanhou as variações morfológicas
ocorridas e denota um bom equilíbrio funcional
dos resultados.
"# 950 C
Fig. 10.1.30- Correção excelente, segundo Steiner.
A linha "l" comprova ausência de discrepância
cefalométrica.
# 950 o
\u'
\'<J'
\ \
\~
52~75.
,,
o,
Fig. 10.1.32- Média das diferenças entre "x" e
"y" = 2,81mm (erro padrão = ± 0,39).O ápice de
1 está, em média, 1,4 mm mais próximo da
cortical lingual.
mesma casuística para o estudo da inclinação dos
incisivos inferiores, foram estudadas as dos supe-
riores dentro do espírito de se estabelecer uma
proposição morfodiferencial.
O prolongamento superior do longo eixo da
imagem cefalométrica dos incisivos superiores foi
traçado, e se estudaram suas relações com o ponto
mais inferior das imagens das órbitas. Toda vez
que foram traçadas duas imagens, escolheu-se o
ponto médio entre os dois pontos demarcados. A
Figura 101.33 mostra o traçado médio daquelas
relações. Dos 26 casos estudados, dois tiveram o
longo eixo coincidente com o ponto orbitário (mé-
dia: 3,1 mm); 19 (73%) exibiram o longo eixo dis-
tanciado em média 5,21 mm para trás do ponto
orbitário. Baseado no que foi exposto, o autor pro-
põe que o longo eixo dos incisivos superiores,
quandoarticulados normalmente, deva estar nas
proximidades da curva postero-inierior do desenho
médio das órbitas.
São apresentados, a seguir, os cefalogramas inici-
ais e finais de doze pacientes da clínica do autor, cujas
planificações de tratamento foram elaboradas em obe-
Fig. 10.1.34- Caso 569 - Inicial
Fig. 10.1.33- O prolongamento do longo eixo de
1tangencia a curva póstero-inferior do desenho
médio das órbitas.
diência à presente análise. Foram escolhidos somente
casos de excelentes resultados cefalométricos, segundo
a linha "!", a fim de se poderem analisar as resultan-
tes finais relacionadas com a face, após "normaliza-
ção" oclusal a partir da análise proposta.
Fig. 10.1.35- Caso 569 - Após correção
580-8
~-1-7Z
Fig. 10.1.36 - Caso 586 - Inicial Fig. 10.1.37 - Caso 586 - Após correção
\~
Fig. 10.1.38 - Caso 587 - Inicial Fig. 10.1.39 - Caso 587 - Após correção
Fig. 10.1.40 - Caso 606 - Inicial Fig. 10.1.41 - Caso 606 - Após correção
160 ORTODONTIA - BASES PARA A INICIAÇÃO
'12 B
30-.5-13
-
~\
Fig. 10.1.42 - Caso 612 -Inicial Fig. 10.1.43 - Caso 612 - Após correção
Fig. 10.1.44 - Caso 638 - Inicial Fig. 10.1.45 - Caso 638 - Após correção
Fig. 10.1.46 - Caso 639 - Inicial Fig. 10.1.47 - Caso 639 - Após correção
Fig. 10.148 - Caso 655 - Inicial
t.61 A
1.1-1.-12
Fig. 10.1.50 - Caso 667 - Inicial
Fig. 10.1.52 - Caso 678 - Inicial
(,ss B
'f-'-1.J
Pig. 10.1.49 - Caso 655 - Após correção
o
Fig. 10.1.51 - Caso 667 - Após correção
1.1' B
20-'-jII4
Fig. 10.1.53 - Caso 678 - Após correção
",A
'-2-1J "" B%r-i1-'.
\~
Fig. 10.1,54 -Caso 686 - Inicial Fig. 10.1.55 - Caso 686 - Após correção
Fig. 10.1.56 - Caso 695 - Inicial Fig. 10.1.57 - Caso 695 - Após correção

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