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Cultura da Soja (Glycine max L. Merril) Universidade Federal Fluminense Prof. Dr. Danilo Chagas Cultura da Soja EUA, Brasil e Argentina - 81% da produção mundial; Brasil é o segundo maior produtor mundial; Na safra 2006/07 ocupou uma área de 20,687 milhões de ha, com uma produção de 58,4 milhões de toneladas; A produtividade média é de 2823 kg/ha; O centro-oeste produz quase metade da produção nacional juntamente com a região sul - 80%; O estado MT é o maior produtor de soja. A soja é um grão muito versátil que dá origem a produtos e subprodutos muito usados pela agroindústria, indústria química e de alimentos. A proteína de soja é a base de ingredientes de padaria, massas, produtos de carne, cereais, misturas preparadas, bebidas, alimentação para bebês e alimentos dietéticos. A soja também é muito usada pela indústria de adesivos e nutrientes, alimentação animal, adubos, formulador de espumas, fabricação de fibra, revestimento, papel emulsão de água para tintas. Recentemente, a soja vem crescendo também como fonte alternativa de combustível. Até 1970, os cultivos comerciais de soja no mundo restringiam-se a regiões de climas temperados e subtropicais, cujas latitudes estavam próximas ou superiores aos 30º. O desenvolvimento de germoplasma adaptado às condições tropicais viabilizou o seu cultivo em qualquer ponto do território nacional transformando, somente no Ecossistema do Cerrado, mais de 200 milhões de hectares improdutivos em área potencial para o cultivo da soja e outros grãos. A seleção de estirpes eficientes de Bradyrhizobium spp, enriqueceram os inoculantes, substituindo completamente a adubação nitrogenada. Exigência Climáticas A água constitui aproximadamente 90% do peso da planta, atuando em, praticamente, todos os processos fisiológicos e bioquímicos. A disponibilidade de água é importante, principalmente, em dois períodos de desenvolvimento da soja: germinação- emergência e floração- enchimento de grãos. A semente de soja necessita absorver, no mínimo, 50% de seu peso em água para assegurar boa germinação. A necessidade de água na cultura da soja vai aumentando com o desenvolvimento da planta, atingindo o máximo durante a floração-enchimento de grãos (7 a 8 mm/dia), decrescendo após esse período. Estresse hídrico prejudica a atividade FS (fechamento estômato). A soja melhor se adapta a temperaturas do ar entre 20oC e 30oC; a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30oC; A faixa de temperatura do solo adequada para semeadura varia de 20oC a 30oC, sendo 25oC a temperatura ideal para uma emergência rápida e uniforme; O crescimento vegetativo da soja é pequeno ou nulo a temperaturas menores ou iguais a 10oC; A floração é induzida quando ocorrem temperaturas acima de 13oC; As diferenças de data de floração, entre anos, apresentadas por uma cultivar semeada numa mesma época, são devido às variações de temperatura. Exigências térmicas e fotoperiódicas Desenvolvimento da soja Estádios de desenvolvimento Estádio Denominação Descrição VE Emergência Cotilédones abertos acima do solo VC Primeiro nó Folhas unifolioladas e estendida, os bordos não se tocam V1 Primeiro nó Folhas completamente desenvolvidas nos nó V2 Segundo nó Folhas trifolioladas V3 Terceiro nó Três nós sobre a haste principal Vn Enésimo nó N números de nós sobr a haste principal, iniciado c/ os nós das folhas unifolioladas Estádios reprodutivos Estádio Denominação Descrição R1 Início da floração Uma flor aberta em qualquer nó R2 Floração plena Flor aberta em dos dois últimos nós R3 Início da formação da vagem Vagem 5mm de comprimento R4 Vagem completamente desenvolvida Vagem 2 cm comp. em dos 4 últimos nós e folhas desenv. R5 Início da formação sementes Semente 3mm e uma vagem localizada nos 4 último nós R6 Sementes completam. Desenvolvidas Vagem com sementes verdes que preencha a cavidade R7 Início da maturação Uma vagem normal sobre a haste principal R8 Maturação plena 95% vagens maduras Desenvolvimento da cultura Adubação Os solos do Brasil apresentam problemas de acidez subsuperficial, uma vez que a incorporação profunda (>20cm) do calcário nem sempre é possível. A aplicação de gesso agrícola diminui, em menor tempo, a saturação de alumínio nessas camadas mais profundas. Implantação da cultura Plantio Distribuição de sementes: Sistema de discos horizontais com fileira dupla de furos; Densidade: 16 a 20 sementes/m – 12 a 14 finais Espaçamento: 0,45 a 0,50 m População: Normal e tardia 240.000 a 360.000 plantas/ha Safrinha 400.000 plantas/ha Implantação da cultura Fósforo: 40 a 80 kg/ha Reforma de pastagem: 100 kg/ha Potássio: 40 a 60 kg/ha Solos arenosos com baixo K: 80 a 100 kg/ha Nitrogênio: 0 a 8 kg/ha: plantio convencional e PDP pós feijão 10 a 15 kg/ha: PDP pós gramínea Enxofre: 30 a 45 kg/ha: Gessagem Fórmulas com 5 a 7% de S Adubação Boro: 0,5 a 1,0 kg/ha: Níveis baixos em toda região 0,1% a 0,2% na composição NPK Correção gradual: soja e feijão Manganês: 100 a 150 g/ha: Aplicações via foliar Sintomas freqüentes de deficiência nos solos arenosos com níveis médios 1,3 a 5 ppm Demais micronutrientes não limitantes Micronutriente Implantação da Cultura Colheita Fatores que afetam a eficiência Mau preparo do solo; Inadequação da época de semeadura, do espaçamento e densidade; Cultivares não adaptadas Ocorrência de plantas daninhas; Umidade inadequada na colheita; Má regulagem e condução da máquina. Avaliações de perdas Perdas antes da colheita causadas por deiscência das vagens ou vagens caídas no solo antes da colheita; Perdas por trilhas, por separação e por limpeza, que ocorrem nos grãos que passaram pela colhedora; Perdas causadas pela plataforma de corte , que incluem as perdas por debulha, as perdas devida a altura da inserção e as perdas por acamamento Dessecação A dessecação é uma técnica usada para antecipar a colheita; Envolve a aplicação de um produto químico para secar uma cultura artificialmente; Redução nas perdas na colheita; Redução de impurezas, proporcionando grãos mais limpos; Melhor qualidade dos grãos colhidos. DOSE: (1l Paraquat + 1l Diquat/ha - 200g i.a/l ) Soja Transgênica Os transgênicos são plantas que receberam, por meio de técnicas da biotecnologia, um gene de um outros organismo capaz de torná-la tolerante a algo que traga maior resistividade a planta. O gene para a modificação foi retirado de uma bactéria do solo. Em 2006 o cultivo de transgênicos cresceu 13%, ultrapassando os 100 milhões de hectares.• No Brasil, a soja transgênica já esta superando a soja convencional com cerca de 11,38 milhões de hectares VANTAGENS DA SOJA TRANSGÊNICA Pode-se reduzir o número e o custo das aplicações de herbicidas, o que poderá resultar em controle igual, ou melhor, das plantas daninhas .• Sendo ideal ao ponto de vista ambiental, econômico e pratico. DESVANTAGENS Estudos mostram uma certa resistência que algumas plantas daninhas, desenvolveram com o uso deste herbicida. O sucesso de um programa de melhoramento depende fundamentalmente da existência de variabilidade genética . Entre genótipos de soja existe variabilidade genéticaquanto aos caracteres do tegumento da semente, a qual pode ser utilizada em programas de melhoramento genético. Quantificação de danos e perdas na produtividade pelo nível de severidade da doença. Doenças Disseminação Sobrevivência Colonização Reprodução Infecção Ciclo Primário Erradicação Proteção Exclusão Hospedeiro doente Ciclo Secundário I m u n i z a ç ã o T e r a p i a 1 - EMERGÊNCIA: Antracnose (Colletrichum truncatum): Cotilédones com necroses circulares e escuras. Antracnose Condições climáticas: T°C = 28 – 34 °, precipitações e 24 h de molhamento foliar. Aspectos epidemiológicos: Sobrevive em restos culturais. Vários hospedeiros. Transmitido pela semente. Infecção policíclica (5-7 dias) e disseminação por chuvas. Distribuição generalizada na lavoura Medidas de controle: TS; rotação de culturas; resistência parcial em cultivares; descompactação auxilia no controle; evitar semear em solo frio; uso de sementes sadias; espaçamento e densidade adequados. Podridão da Raiz e da Haste (Phytophtora sojae): 2 – PRÉ FLORAÇÃO: Ferrugem Asiática (Phakopsora pachyrhisi): Inicia nas folhas inferiores. Minúsculos pontos escuros, mais comuns na face inferior da folha (lupas 20 aumentos). 3 – FLORESCIMENTO: Mancha “Olho-de-Rã (Cercospora sojina): Manchas circulares nas folhas, com bordas avermelhadas e interior claro. Condições climáticas: T°C = 24 a 28 °, precipitações e 1 hora de molhamento foliar. Aspectos epidemiológicos: Vários hospedeiros e sobrevive em restos culturais. Transmissão por sementes. Infecção policíclica (7-10 dias). Distribuição generalizada na lavoura e disseminação por ventos. Medidas de controle: TS; rotação de cultura; resistência parcial em cultivares; tratamento químico. Mancha “Olho-de-Rã” 3 – FLORESCIMENTO: Nematóides de galha (Meloidogyne sp): Plantas cloróticas e atrofiadas, murchando nas horas mais quentes do dia. Nematóides de galhas Condições climáticas: T°C = 16 a 31 ° e precipitações. Aspectos epidemiológicos: Vários hospedeiros. Infecção policíclica (25 dias). Medidas de controle: Cultivares resistentes; rotação cultural; controle de plantas daninhas. 3 – FLORESCIMENTO: Nematóide de Cisto (Heterodera glycines): Reboleiras com plantas cloróticas e raquíticas Cistos (pequenas esferas amarelas) nas raízes. 3 – FLORESCIMENTO: Morte em Reboleira (Rhizoctonia solani): Morte de plantas em reboleira, com folhas presas voltadas para baixo. Raízes com podridão seca, de coloração castanha avermelhada. 4 – PÓS FLORESCIMENTO: Podridão Branca Haste (Sclerotinia sclerotiorum): Micélio branco algodonoso na haste. Estruturas pretas, irregulares, no exterior e/ou no interior da haste. Podridão Branca Haste Condições climáticas: T°C = 12 – 15 °. Aspectos epidemiológicos: Sobrevive no solo e em restos culturais. Vários hospedeiros. Transmitido pela semente. Infecção monocíclica, com disseminação por ventos e chuvas. Distribuição generalizada na lavoura Medidas de controle: Rotação de culturas com gramíneas; resistência parcial em cultivares.
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