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Renata Bittar MEDICINA UNIT AVC HEMORRÁGICO E ISQUÊMICO DEFINIÇÃO: Definido, clinicamente como uma nova e frequentemente aguda perda de função neurológica após isquemia parenquimatosa ou hemorragia, em consequência da diminuição da perfusão cerebrovascular local. Os estágios evolutivos do sangramento intraparenquimatoso são divididos em: Hiperagudo (até 12 horas do icto) Agudo (de 12 a 48 horas) Crônico (período superior a um mês). AVC hemorrágico: edema vasogênico Não há perda da diferenciação cortico- subcortical pois respeita os limites. AVC isquêmico: edema citotóxico Há perda da diferenciação cortico- subcortical pois não respeita os limites. Há apagamento dos sulcos. AVC HEMORRÁGICO As principais alterações fisiopatoló- gicas para a gênese do AVCH ocorrem nas pequenas artérias e arteríolas por efeito da hipertensão arterial. A importância da angiopatia amilóide tem aumentado pelo incremento da proporção de idosos na população. A apresentação clássica dos AVCHs é um déficit neurológico focal súbito que progride em minutos ou horas, com rebaixamento do nível de consciência, acompanhado por cefaleia, náusea, vômitos e elevação da pressão arterial. A tomografia computadorizada de crânio tem importante papel no diagnóstico dos AVCHs. A diferenciação entre isquemia e hemorragia e a localização do sangramento, suas dimensões e eventuais deslocamentos de estruturas podem adequadamente ser avaliados por esse método diagnóstico. A visualização da Hl à TC é determinada pelo seu grau de atenuação aos raios X, que, por sua vez, é diretamente proporcional à concentração de proteína no sangue, constituída na sua maior parte pela globina. Logo, o sangue extravasado em um indivíduo com hematócrito normal deve ser prontamente identificado à TC. O grau de atenuação do sangue pode estar reduzido nos indivíduos com anemia em decorrência da baixa concentração sérica de hemoglobina, nos portadores de distúrbios de coagulação, naqueles em uso de drogas anticoagulantes que prejudicam a formação do coágulo, ou, ainda, devido a efeito de volume parcial dos tecidos adjacentes. Da mesma forma, em crianças, pacientes com policitemia ou desidratados, que apresentam elevado hematócrito, os seios venosos, bem como o sangue circulante no interior dos demais vasos, podem parecer anormalmente hiperatenuantes. Renata Bittar MEDICINA UNIT A DESIDRATAÇÃO causa HEMOCONCENTRAÇÃO = eleva o hematócrito. 1º MÉTODO DE ESCOLHA PARA AVC = TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Hematócrito elevado causando hiperatenuação vascular. Criança portadora de cardiopatia congénita cianótica, com hematócrito bastante elevado. A TC sem contraste demonstrou hiperatenuação significativa dos seios venosos (setas) e das artérias intracranianas (cabeças de seta). O fato de este achado ser universal sugere a correia etiologia e afasta a possibilidade de um trombo agudo intravascular. Os valores de atenuação do hematoma vão aumentando gradativamente por +- 3 dias pelo aumento da hemoglobina. Após isso, a atenuação do sangue vai diminuindo. No contexto da hemorragia intraparenquimatosa, observa-se também a formação de um halo de hipoatenuação circundando o hematoma, constituído pelo fluido seroso de baixa atenuação extravasado do coágulo em retração, que se associa ao EDEMA VASOGÊNICO e atinge uma extensão máxima em aproximadamente cinco dias. Na FASE CRÔNICA, o hematoma residual, agora hipoatenuante, vai sendo fagocitado, com resolução do sangramento. Após um a dois meses do icto, nenhum conteúdo hiperatenuante deverá ser identificado no local da hemorragia, restando apenas uma fenda hipodensa ou uma área focal de parênquima colapsado representando uma cicatriz residual no local do hematoma. Entretanto, raramente pode ser observado um halo hiperintenso circundando o local do hematoma até cerca de dois meses após o evento hemorrágico, representando a DEPOSIÇÃO DE HEMOSSIDERINA detectada pela TC. Na maioria dos casos é desnecessário o uso do contraste intravenoso, sendo este utilizado em situações como na diferenciação com hemorragia tumoral, quando se deseja proceder ao estudo angiográfico de imediato, ou, ainda na identificação de hematomas isoatenuantes. Usa-se o contraste para diagnóstico da ETIOLOGIA como, por exemplo, a presença de aneurismas, neoplasias... AUSÊNCIA DE EFEITO EXPANSIVO SIGNIFICTIVO. A TC persiste como um método fácil, rápido e relativamente de baixo custo no diagnóstico de HI. No entanto, em algumas situações, a hemorragia pode passar despercebida, como em condições que determinem queda do hematócrito e em hemorragias de pequeno volume. Neste caso, a dificuldade diagnostica pode ser Fenda hipointensa Renata Bittar MEDICINA UNIT contornada realizando-se aquisições perpendiculares ao plano do hematoma. Outra situação de desafio diagnóstico na TC são as hemorragias no tronco encefálico, em que artefatos de endurecimento do feixe podem prejudicar a delineação correta da área de sangramento. FASE AGUDA x FASE CRÔNICA Fase AGUDA = o hematoma tem EFEITO EXPANSIVO apagamento dos sulcos corticais e compressão dos ventrículos. (B) Imagem comparativa após 12 horas confirmou o aumento da hemorragia, do edema e do efeito expansivo. Fase CRÔNICA = o hematoma tem EFEITO ATRÓFICO e não expansivo e é reabsorvido, sendo preenchido posteriormente por uma cavidade que se chama ENCEFALOMALÁCEA o sulco lateral ou fissura sylviana fica alargada, assim como os ventrículos também se alargam. LOCALIZAÇÃO DO AVCh: 1. Extradurais 2. Subdurais 3. Subaracnoides 4. Intraventriculares 5. Intraparenquimatosas 6. Multicompartimentais Renata Bittar MEDICINA UNIT Primeiro segmento da ACM ai dá ramos chamados de tálamos “triabs” Esses são MICROANEURISMAS DE CHARCOT-BOUCHARD. Eles se rompem e causam sangramento. Essa é a fisiopatologia do AVCh na hipertensão arterial. AVCh INTRAPARENQUIMATOSOS As mais frequentes são em decorrência da hipertensão arterial da angiopatia amiloide. ACHADOS CLÍNICOS: Instalação abrupta de déficit neurológico focal, crise epiléptica, alteração do nível de consciência. OBS: As hemorragias cerebelares ou do tronco encefálico implicam maior gravidade. FATORES DE RISCO: Idade, coexistência de HAS, tabagismo, abuso de álcool, insulto vascular isquêmico prévio, uso de drogas anticoagulantes. EVOLUÇÃO DO HEMATOMA Hematoma deformação do tecido ao redor edema/necrose (resposta inflamatória e dano a bainha de mielina – astrogliose reativa) absorção do hematoma formação da cavidade residual Após sete dias há neovascularização na periferia do hematoma, e em duas semanas começa a formação do tecido cicatricial, em geral ao redor de uma cavidade residual. ESTÁGIOS EVOLUTIVOS DO SANGRAMENTO INTRAPARENQUIMATOSO: • Hiperagudo (até 12 horas do AVC ) • Agudo (de 12 a 48 horas), • Subagudo precoce (dois a sete dias) • Subagudo tardio (oito a 30 dias) • Crônico (período superior a um mês). Renata Bittar MEDICINA UNIT AVC AGUDO E SUBAGUDO INÍCIO: formação do trombo, depois sua retração e extrusão de fluido seroso hipointenso (EDEMA VASOGÊNICO), há um aumento relativo da concentração de hemoglobina. 3 DIAS: atenuaçãodo hematoma vai aumentando gradativamente vai ficando hiperdenso. APÓS O 3º DIA: a atenuação do sangramento vai diminuindo progressivamente (hipodenso), da periferia para o centro. APÓS 5 DIAS: observa-se um halo de hipoatenuação circundando o hematoma, constituído pelo fluido seroso de baixa atenuação, que se associa ao edema vasogênico. TC axial de crânio sem contraste Seta vermelha: coágulo retraído (hiperdenso). Seta amarela: halo hipodenso circundando o coágulo retraído caracterizado pelo edema cerebral. TC axial sem contraste, AVC hemorrágico hipertensivo. AVCH: coágulo retraído com halo hipodenso (edema vasogênio), compressão do corno frontal do ventrículo lateral, desvio das estruturas da linha média, apagamento dos sulcos corticais AVC agudo Seta vermelha: hematoma comprimindo o ventrículo lateral Seta verde: extravasamento de sangue para os ventrículos AVC e intraventricular Apagamento dos sulcos corticais FASE CRÔNICA: Fenda hipodensa Renata Bittar MEDICINA UNIT Intraparenquimatosas Intraventricular Extradural ou Epidural Subaracnoide tem epidural à D tb Renata Bittar MEDICINA UNIT Subdural RESSONÂNCIA MAGNÉTICA PARA AVC HEMORRÁGICO FASE HIPERAGUDA (até 12hrs) • Muito raro o estudo pela RM devido à cinética do ferro (a oxi e desoxihemoglobina, os primeiros compostos formados, não são bem captados pelo campo magnético. Já o produto final, a HEMOSSIDERINA, é muito paramagnético e aparece bem na imagem) • T1: leve hipo ou isossinal • T2: leve hipersinal • OBS: pequena quantidade de desoxiemoglobina na periferia do hematoma é evidenciada um fino halo de hipossinal nas imagens ponderadas em T2. FASE AGUDA (12-48) • T1: iso ou leve hipossinal • T2: exuberante hipersinal FASE SUBAGUDA PRECOCE • T1: Hipersinal • T2: Hiposinal FASE SUBAGUDA TARDIA • T1: persiste hipersinal. Renata Bittar MEDICINA UNIT • T2: hipersinal • Na periferia do hematoma, um halo de hipossinal em T2 começa a se desenvolver. FASE CRÔNICA: • Ocorre fagocitose do hematoma por macrófagos e células gliais que agora o circundam • Halo de hipossinal ao redor da lesão em todas as sequências, mas bastante proeminente em T2. • A porção central do hematoma se transforma numa cavidade preenchida por líquido com características de sinal semelhantes às do líquor, ou ocorre colapso das paredes desta cavidade HEMORRAGIA SUBARACNÓIDE Sangramento que ocorre no espaço compreendido entre a aracnoide e a pia- máter Corresponde a cerca de 3% de todos os acidentes vasculares, com mortalidade estimada em 32% a 67% dos casos PRINCIPAL CAUSA: ruptura de aneurisma sacular Até 15% dos casos de HSA podem ter estudos de imagens negativos, incluindo angiografia digital ACHADO CLÍNICO: o principal sintoma é uma cefaleia intensa, de início súbito, geralmente descrito como "a pior dor de cabeça da vida". Renata Bittar MEDICINA UNIT Sem contraste intravenoso Material hiperatenuante, ou seja, sangue, nos espaços subaracnóideos preenchendo as cisternas basais, os sulcos corticais e as fissuras encefálicas Exame de primeira escolha na fase aguda RM, em que sua sensibilidade se aproxima de 95% em até dois dias do icto. Já a partir da 3º semana tende a zero. Dependendo do volume da hemorragia, podem ser encontrados hipersinal em Tl e hipossinal em T2 nos sulcos e cisternas. A RM T2 FLAIR tem boa sensibilidade na detecção da HSA aguda, podendo ser superior à TC na identificação de pequenas hemorragias ou de sangramento infratentorial, área de muitos artefatos na TC. Nas fases hiperaguda e aguda é limitado principalmente pelas condições clínicas dos pacientes Nas fases subaguda e crônica, as imagens FLAIR podem apresentar desempenho superior ao da TC. ANGIOPATIA AMILOIDE Deposição de proteína beta-amiloide ao redor dos vasos com a idade = aumento da rigidez da parede = aumento da PA Causa comum de hemorragia lobar parietal e occipital geralmente Focos puntiformes de hipossinal na C Renata Bittar MEDICINA UNIT AVC ISQUÊMICO A redução do fluxo sanguíneo se dá por: Vias inflamatórias Dano oxidativo Distúrbios iônicos Apoptose ISQUEMIA COM MORTE NEURONAL DIAGNÓSTICO: Suspeitar clinicas: Início súbito déficit neurológico focal; Alteração de força ou sensibilidade em um ou ambos os lados do corpo; Déficit visual; Dificuldade para expressar ou compreender a fala; Desequilíbrio; Principal diagnóstico diferencial: AVCI e o AVCH TC TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA Diferenciar o AVC isquêmico do hemorrágico; Define a presença e a extensão de sinais precoces da isquemia; Sensibilidade de 70% na fase aguda. ACHADOS NA IMAGEM: Hipodensidade no tecido cerebral afetado secundário ao edema citotóxico; Perda da diferença de densidade entre o córtex e a substância branca; Presença do trombo no vaso afetado (vaso denso); Apagamento dos sulcos corticais no território afetado. Renata Bittar MEDICINA UNIT SINAL DA ARTÉRIA HIPODENSA – ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA SAH – ACM Hipodensidade (isquemia), apagamento dos sulcos do córtex, perda da diferenciação corticosubcortical. ANGIO-TC E ANGIO-RM Oclusão da ACM ZONA DE PENUMBRA Parte de um acidente vascular cerebral isquêmico agudo que está em risco de progressão para enfarte, mas ainda é aproveitável, se houver re-perfusão. Ou seja, é uma zona da LESÃO REVERSÍVEL. Área cerebral em sofrimento que poderá ser resgatada. Aumento do tempo de trânsito médio (MTT) Moderada diminuição do fluxo sanguíneo cerebral (CBF) Renata Bittar MEDICINA UNIT O volume normal ou aumentada sanguíneo cerebral (CBV): devido à auto-regulação Assim: penumbra = CBF – CBV CORE = núcleo do infarto, ou seja, zona IRREVERSÍVEL. CORE ISQUÊMICO – PTC As áreas com real hipodensidade a TC são resultantes de edema vasogênico e com dano irreversível (CORE) e portanto não resgatáveis com o uso dos trombolíticos. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Maior sensibilidade e especificidade que TC Detecta edema citotóxico Detecta alterações precoces (após 30 min) Difusão por Ressonância Magnética (DRM): Sequência que observa a difusão das moléculas de água pelo tecido. - Característica: Em regiões de alta mobilidade (Difusão rápida), a intensidade do sinal é baixa (hipointensa), e em regiões de baixa mobilidade (Difusão lenta), a imagem é brilhante (Hiperintensa). - A Difusão é menor na isquemia aguda devido ao edema citotóxico. - Esta seqüência é capaz de apontar a área isquêmica minutos após o seu início. Infarto da ACM esquerda • Hipossinal em T1 • Hiperssinal em T2 • Perda de sinal na ACM esquerda e seus ramos sobre a MRA. Renata Bittar MEDICINA UNIT • RM por ADC: Sequência que quantificao deslocamento das moléculas pelo tecido. - Possui representação gráfica é inversa a da imagem de difusão. - Áreas com velocidade de deslocamento menor terão um valor de ADC diminuído, e aparecerão escuras na imagem. Valores de ADC maiores como os presentes no líquor estão mais brilhantes. ARTERIOGRAFIA CONVENCIONAL Renata Bittar MEDICINA UNIT ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO Renata Bittar MEDICINA UNIT PUTAME CAUDADO TÁLAMO
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