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DISCIPLINA: TEORIAS PSICOLÓGICAS I – Análise do Comportamento Profa : Carina Tatiane Carneiro PRÍNCIPIOS BÁSICOS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 1. COMPORTAMENTO RESPONDENTE 1.1 Condicionamento Respondente ou Clássico 2. COMPORTAMENTO OPERANTE: aprendizagem pelas consequências: 2.1 Reforço Positivo 2.2 Modelagem 2.3 Extinção 2.4 Controle aversivo do comportamento: A) Reforço Negativo B) Punição 2.5 Controle de estímulos: A) Discriminação B) Generalização “Ciência é a disposição para aceitar fatos, mesmo quando eles se opõem aos nossos desejos” (SKINNER, 1953, p.12) “A singularidade do indivíduo é incontestável na visão científica” ( SKINNER, 1959, p.17) PRÍNCIPIOS BÁSICOS DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 1. COMPORTAMENTO RESPONDENTE: CONCEITO: relação entre estímulo e resposta, é um tipo de interação entre um organismo e seu ambiente, onde as respostas são mudanças em nosso organismo produzidas por mudanças no ambiente. Também podemos chamar de reflexos inatos. Paradigma Respondente: S R Ex: Alimento na boca Salivação 1.1 Condicionamento respondente/clássico ou Pavloviano CONCEITO: descoberto por Ivan Petrovich Pavlov, o condicionamento respondente é a capacidade dos organismo de aprender novos reflexos a partir do emparelhamento entre um estímulo neutro e um estímulo inconcidionado (reflexo). Ou seja, estímulos que não eliciavam determinadas respostas passam a eliciar. Ex: NS (estímulo neutro) ---------------------------- sem resposta US (estímulo incondicionado) ------------------ UR (resposta inconcidionada) NS + US -------------------------------------------- UR (resposta inconcidionada) Após emparelhamentos CS (estímulo concidionado) ---------------------- CR (resposta condicionada) 2. COMPORTAMENTO OPERANTE: aprendizagem pelas consequências CONCEITO: Comportamento que produz consequências (modificação no ambiente) e é afetado por elas. Entender o comportamento operante é fundamental para entender como aprendemos. As consequências do nosso comportamento vão afetar suas ocorrências futuras. "Os homens agem sobre o mundo e o modificam e, por sua vez, são modificados pelas consequências de sua ação." (Skinner, 1957, p.1) Paradigma Operante: R C (resposta produz alteração no ambiente) 2.2: REFORÇO POSITIVO - CONCEITO: o reforço positivo é um tipo de consequência do comportamento que consiste na apresentação de um estímulo reforçador pela emissão de uma resposta. O R+ pode ser entendido pela relação “se...então”. Ex: “SE” a criança fizer birra (resposta) .... “ENTÃO” ela ganha o que quer (consequência) No reforçamento positivo, a resposta de uma pessoa aumenta de frequência porque é seguida de um evento que não existia antes, ou seja, aumenta a probabilidade de uma determinado comportamento voltar a ocorrer pela ADIÇÃO de um estímulo. Efeito de aquisição, fortalecimento e manutenção de repertórios comportamentais. OBS: Ao afirmar que um estímulo é REFORÇADOR, devemos olhar a relação entre comportamento e consequência. Ex: Se está dois dias sem comer – a comida funciona como reforçador; Se acabou de comer muito, a comida não funciona como reforçador; - TIPOS DE REFORÇAMENTO: A) Reforço contínuo: se uma dada consequência seguir todas as ocorrências de uma dada resposta. Efeito é a aquisição de comportamento. Ex: Todas as vezes que o sujeito experimental aperta a barra, ele recebe a água (reforço). B) Reforço Intermitente: caracteriza-se pelo reforço de algumas respostas, mas não de outras. Ora o reforço é apresentado, ora não é apresentado. Efeito de manutenção do comportamento, pois o sujeito não sabe quando vem o reforço. Ex: Nem sempre o sujeito experimental ao apertar a barra irá receber o reforço. 2.2: MODELAGEM - CONCEITO: é um procedimento de reforçamento diferencial de aproximações sucessivas de um comportamento. O resultado final é um novo comportamento. O uso da modelagem tem como efeito a aquisição de novos comportamento e ampliação do repertório comportamental do organismo. Ex: Aprender a falar. 2.3 EXTINÇÃO “O que acontece quando respostas operantes deixam de produzir as consequências que o mantêm?” - CONCEITO: o conceito de extinção descreve exatamente o que acontece quando uma classe de respostas operante deixa de produzir os reforços que vinha produzindo, ou seja, consiste na suspensão do reforço. - Três aspectos devem estar presentes na definição da extinção: 1) uma relação entre resposta e reforço já estabelecida; 2) a quebra desta relação; 3) alterações no responder produzidas por esta ruptura. EFEITOS DA EXTINÇÃO: a) Aumento da frequência da resposta no início do processo de extinção; b) Aumento na forma da resposta (variabilidade da topografia) c) Eliciação de respostas emocionais. Ex: Sujeito experimental aperta a barra e não recebe mais água (reforço). 2.4 CONTROLE AVERSIVO DO COMPORTAMENTO - CONCEITO: Quase todos os seres vivos agem buscando livrar-se de contatos prejudiciais. Provavelmente, esse tipo de comportamento desenvolve-se devido ao seu valor de sobrevivência (SKINNER, 1983, P.24). Ou seja, o indivíduo se comporta para que algo não aconteça, seja retirar um estímulo ou para que esse estímulo não apareça. Ex: Frequentar aulas (resposta) – evitar reprovação por faltas (consequência) TIPOS DE CONSEQUÊNCIAS DO CONTROLE AVERSIVO: a) Reforço Negativo: é um tipo de consequência do comportamento. Procedimento no qual há a retirada ou a evitação de um estímulo aversivo contingente a uma resposta, que aumenta de frequência posteriormente. Ou seja, a resposta do indivíduo produz a RETIRADA de um estímulo aversivo no ambiente. Ex: procurar sombra para sair do sol. Tipos de reforçamento negativo: 1) Fuga: respostas que eliminam, interropem, terminam uma estimulação aversiva. Na fuga a resposta ocorre quando o estímulo já está presente (interrompendo-o). Ex: frio – vestir o casaco – retirar o frio (sentir). 2) Esquiva: respostas de esquiva evitam ou impedem a ocorrência de um estímulo aversivo. Na esquiva a resposta ocorre antes da apresentação do estímulo (evitando-o). Ex: vestir o casaco antes de sair – evitar o frio (sentir). PUNIÇÃO: b) Punição Positiva: é um tipo de consequência do comportamento. É uma cotingência em que um comportamento produz a apresentação de um estímulo que reduz a probabilidade de ocorrência futura. Ou seja, diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela ADIÇÃO de um estímulo aversivo (punitivo) no ambiente. Ex: Jogar bola dentro de casa e levar uma surra e não jogar mais bola nesse local. c) Punição Negativa: é uma contingencia em que o comportamento produz a retirada de reforçadores. Ou seja, diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela RETIRADA de um estímulo reforçador no ambiente. Ex: Fazer traquinagens, perder a mesada, diminuir a frequência de fazer traquinagens. 2.5 CONTROLE DE ESTÍMULOS: - CONCEITO: refere-se à influência dos estímulos antecedentes sobre o comportamento, ou seja, ao papel do contexto como condição para a produção de respostas e consequências. - TIPOS DE CONTROLE DE ESTÍMULOS: A) Discriminação: o termo discriminação é usado para indicar que a probabilidade de uma dada resposta depende da situação, ou seja, dos estímulos presentes em um dadomomento. Um estímulo é chamado de estímulo discriminativo (SD) quando passa a controlar o comportamento (uma classe de respostas) em função de estar associado a uma determinado esquema de reforçamento. Ex: Ao ver o sinal vermelho – frear o carro. OBS: Estímulos Discriminativos (Sds): sinalizam que uma dada reposta será reforçada. Estímulo delta (S∆) – sinalizam que uma resposta não será reforçada. B) Generalização: Um determinado estímulo discriminativo aumenta a probabilidade de ocorrência de uma determinada classe de respostas em sua presença, mas estímulos fisicamente semelhantes ao estímulo discriminativo também põem ocasionar a ocorrência dessas respostas, com probabilidade tanto maior quanto maior a semelhança entre os estímulos. Dito de outra forma, reforçamento de uma resposta na presença de um estímulo aumenta a probabilidade de que respostas dessa mesma classe ocorram não apenas na presença desse estímulo, mas também na presença de estímulos fisicamente semelhantes. Quando isso ocorre, diz-se que ocorreu GENERALIZAÇÃO. Ex: Se uma criança foi modelada a falar bola na presença de uma bola de futebol, é bem possível que aprenda a falar bola diante de uma bola de vôlei. Referência Bibliográfica: MOREIRA, M. B. MEDEIROS, C. A. Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2008. 221p.