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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ – UFOPA INSTITUTO DE BIODIVERSIDADE E FLORESTAS – IBEF BACHARELADO EM FARMÁCIA GENÉTICA HUMANA ALLICE EVEN DA SILVA OLIVEIRA FRANCISCO BARBOSA DE SOUSA SEGUNDO JUNIOR AVELINO DE ARAÚJO LOURENA SUELEN LIMA VIANA MESSIAS CARLOS DE CARVALHO DANTAS VARIABILIDADE GÊNICA DE VÍRUS E QUEBRA DO EFEITO DE VACINAS SANTARÉM – PA AGOSTO/2013 2 ALLICE EVEN DA SILVA OLIVEIRA FRANCISCO BARBOSA DE SOUSA SEGUNDO JUNIOR AVELINO DE ARAÚJO LOURENA SUELEN LIMA VIANA MESSIAS CARLOS DE CARVALHO DANTAS VARIABILIDADE GÊNICA DE VÍRUS E QUEBRA DO EFEITO DE VACINAS Trabalho apresentado a Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, como pré-requisito para a obtenção de nota parcial na Disciplina Genética Humana, orientado pelo Prof. Dr.Carlos Ivan Aguilar Vildoso. SANTARÉM – PA AGOSTO/2013 3 INTRODUÇÃO Vírus O termo em latim para veneno é vírus. Pasteur, em meados do século XIX, designava como vírus os agentes causadores de infecções em geral, mesmo as causadas por bactérias. Entretanto, em alguns casos de infecções, não eram encontrados os agentes causadores. No final daquele século, obtiveram-se evidências de que alguns agentes de doenças humanas e de plantas poderiam passar por filtros, ao contrário de bactérias. Os vírus são conhecidos agentes infecciosos, causadores de doenças em humanos, animais ou plantas. Em humanos, são responsáveis por uma série de infecções benignas, como gripes e verrugas, assim como pode ser causa de doenças graves, como poliomielite, câncer e AIDS. Entretanto, é bom salientar que, além de causarem problemas aos seres humanos, vírus têm servido como ferramentas fundamentais em pesquisas científicas. Seu genoma, em geral pequeno, possibilita um fácil manuseio e, pelo fato de utilizar a maquinaria celular para reprodução, grandes descobertas de metabolismo celular foram obtidas por estudos com vírus. Alguns exemplos: o ácido nucléico como material genético, papel de promotores e ativadores gênicos, transcrição reversa e processamento de RNA. Mais recentemente, os vírus estão sendo empregados como vetores para introdução de genes em organismos, abrindo fronteiras da terapia gênica. O vírus são entidades que: - Contêm um único tipo de ácido nucléico, DNA ou RNA. - Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por envelope de lipídeos, proteínas e carboidratos) que envolve o ácido nucleico. - Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria de síntese celular. - Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência do ácido nucleico viral para outras células. Os vírus são parasitas intracelulares e podem ser encontrados em duas formas, uma dentro das células e outra fora destas. Na forma extracelular, o vírus é uma partícula sub- microscópica, conhecida como vírion ou partícula viral. Um vírion é uma partícula viral completa e infecciosa composta por um ácido nucleico envolto por uma cobertura de proteína, que o protege do ambiente e serve como veículo de transmissão de uma célula pra outra. 4 Os vírus são compostos basicamente de: - Ácido nucleico podendo ser DNA ou RNA, nunca os dois. - Capa proteica: Formado pelo capsídeo ( envoltório proteico), e este é formado por subunidades chamadas capsômeros. E alguns tipos possuem uma proteção extra, chamada envelope ( uma combinação de lipídeos, proteínas e carboidratos) que reveste externamente o capsídeo. Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na arquitetura do capsídeo. Vírus Helicoidais Os vírus helicoidais lembram bastões longos, que podem ser rígidos ou flexíveis. O genoma viral está no interior de um capsídeo cilíndrico e oco com estrutura helicoidal. Os vírus que causam raiva e febre hemorrágica são helicoidais. Ex.: vírus ebola. Vírus Poliédricos Muitos vírus animais, vegetais e bacterianos são poliédricos. O capsídeo da maioria dos vírus poliédricos tem a forma de um icosaédrico, um poliedro regular com 20 faces triangulares e 12 vértices. Os capsômeros de cada face formam um triângulo equilátero. Ex.: vírus da hepatite A. Vírus Envelopados O capsídeo de alguns vírus são cobertos por um envelope. Os vírus envelopados são relativamente esféricos. Os vírus helicoidais e os poliédricos envoltos por um envelope são denominados vírus helicoidais envelopados ou vírus poliédricos envelopados. Um exemplo de vírus helicoidal envelopado é o vírus da influenza e um exemplo de vírus poliédrico envelopado é o da AIDS. 5 Vírus Complexos Alguns vírus particularmente os bacterianos, possuem estruturas complicadas e são denominados vírus complexos. Um bacteriófago é um exemplo de um vírus complexo. Poxvírus é o outro exemplo de vírus complexos. Conceitos Básicos de Vacinas Vacina é um produto farmacêutico que contém um ou mais agentes imunizantes em diversas formas biológicas. A imunização ativa envolve a administração de todo ou parte de um microrganismo ou um produto modificado de um microrganismo para causar uma resposta imune que “imita” a infecção natural com um mínimo de risco para a pessoa recipiente. O objetivo principal da imunização é a erradicação da doença; o objetivo imediato é a prevenção da doença em indivíduos ou grupos. Para conseguir esses objetivos, deve-se manter a imunização em dia, incluindo a imunoprofilaxia, tanto ativa quanto passiva, como uma alta prioridade no cuidado de bebês, crianças, adolescentes e adultos. A erradicação global da varíola em 1977 e a eliminação da poliomielite das Américas em 1991 servem como modelos para controle de doenças através de imunização. Estes dois feitos foram atingidos combinando-se um programa de imunização efetivo com vigilância intensiva e medidas eficientes de controle da saúde pública. Muitas doenças infecciosas podem ser prevenidas por imunoprofilaxia. Com a imunização ativa (vacinas), uma pessoa é estimulada a desenvolver defesas imunológicas contra futuras exposições naturais. Com a imunização passiva, uma pessoa já exposta, ou em vias de se expor, recebe anticorpos pré-formados humanos ou animais. Em vários países, a imunização diminuiu dramaticamente, ou quase eliminou, doenças como o sarampo, a caxumba, a poliomielite, a rubéola (congênita e adquirida), o tétano e a doença por Haemophilus influenzae tipo B. No entanto, uma vez que os organismos que causam essas doenças persistem nas comunidades, as imunizações precisam ser continuadas. Novos conhecimentos de biologia imunológica molecular, assim como novas tecnologias, tais como engenharia genética, resultaram em uma pesquisa de vacinas produtivas e no licenciamento de novas e melhoradas vacinas. Estudos epidemiológicos de novas vacinas após seu licenciamento fornecem avaliação de eventos adversos temporariamente associados à imunização que não foram 6 detectados durante os testes clínicos antes do licenciamento. Os profissionais da saúde devem atualizar regularmente seus conhecimentos sobre vacinas específicas, porque informações sobre seu uso ótimo, segurança e eficácia continuam a se desenvolver após uma vacina ser licenciada, e porque as recomendações são atualizadas regularmente. Imunização Ativa A imunização ativa envolveadministração de todo ou parte de um microrganismo ou um produto modificado deste organismo (exemplo: um toxóide, um antígeno purificado ou um antígeno produzido por engenharia genética) para invocar uma resposta imunológica imitando aquela da infecção natural, mas que normalmente apresenta pouco ou nenhum risco para o recipiente. A imunização pode resultar em atividades antitoxinas, antiinvasivas ou neutralizante ou outros tipos de resposta protetora humoral ou celular no recipiente. Alguns agentes imunizantes fornecem proteção completa contra a doença pela vida toda, outros fornecem proteção parcial e uns devem ser readministrados em intervalos. A eficácia de uma vacina ou toxóide é avaliada pela evidência de proteção contra a doença natural. A indução de anticorpos é frequentemente uma medida indireta de proteção, mas, em algumas circunstâncias (exemplo: coqueluche), a resposta imunológica correlacionada com a proteção é pobremente entendida, e as concentrações séricas de anticorpos não são sempre preditivas de proteção. As vacinas que incorporam um agente infeccioso intacto podem ser tanto vivas (atenuadas) quanto mortas (inativadas). Muitas vacinas virais contêm vírus vivos atenuados. Embora a infecção ativa (com replicação viral) aconteça após a administração dessas vacinas, pouca ou nenhuma reação adversa no hospedeiro normalmente ocorre. As vacinas para alguns vírus e para a maioria das bactérias são inativadas (mortas), ou preparações de subunidades. Preparações de subunidades e inativadas são incapazes de se replicar no hospedeiro; portanto essas vacinas devem conter uma massa antigênica suficiente para estimular a resposta desejada. A manutenção de imunidade duradoura com vacinas virais ou bacterianas muitas vezes requer administração periódica de dose de reforço. Vacinas inativadas podem não causar a diminuição de resposta imunológica fornecida por agentes vivos atenuados. Por exemplo, uma vacina viral inativada injetada pode invocar anticorpos séricos suficientes ou imunidades mediadas por células, mas deixar de invocar anticorpos locais na forma de imunoglobulina A secretora (IgA). Portanto a proteção da mucosa após a administração de 7 vacinas inativadas geralmente é inferior à imunidade da mucosa induzida por vacinas vivas. Embora a infecção sistêmica seja prevenida ou melhorada pela presença de fatores séricos e celulares, a infecção ou colonização local com agente pode ocorrer. No entanto, vacinas inativadas não podem replicar ou ser excretadas pelo recipiente da vacina como agentes infecciosos, portanto não podem afetar adversamente hospedeiros imunossuprimidos ou seus contatos. As recomendações para dose via, técnica de administração e calendários devem ser seguidas para imunização eficiente. As recomendações relatadas são críticas para o sucesso das práticas de imunização. Agentes Imunizantes Os principais constituintes das vacinas são listados em suas respectivas bulas. Se uma vacina é produzida por fabricantes diversos, algumas diferenças podem existir nos ingredientes ativos inertes contidos nos vários produtos. Os constituintes principais das vacinas incluem o seguinte: 1. Antígenos imunizantes ativos. Algumas vacinas consistem em um antígeno único, que é um constituinte altamente definido (exemplo: toxóide tetânico ou diftérico); em outras vacinas, os antígenos são complexos ou menos definidos (exemplo: vírus vivos ou bactérias mortas). 2.Líquido de suspensão. O líquido de suspensão é frequentemente, tão simples quanto água esterilizada para injeção ou soro fisiológico, mas ele pode ser um complexo líquido de cultura de tecido. Este líquido pode conter proteínas ou outros constituintes derivados do meio ou do sistema biológico em que a vacina é produzida (antígenos do ovo, gelatina, ou antígenos derivados de cultura tecidual). 3. Preservativos, estabilizantes e antibióticos. Pequenas quantidades de agentes químicos (exemplo: mercuriais, tais como tiomersal) e alguns antibióticos (tais como neomicina ou estreptomicina) são frequentemente incluídas para prevenir o crescimento bacteriano ou para estabilizar o antígeno. Reações alérgicas podem ocorrer se o receptor for sensível a um ou mais destes aditivos. Sempre que possível estas reações devem ser antecipadas, identificando-se a hipersensibilidade do hospedeiro a componentes específicos da vacina. 8 4. Adjuvantes. Um sal de alumínio é frequentemente usado para aumentar a imunogenicidade e para prolongar o efeito estimulante, especialmente para vacinas contendo microrganismos inativos ou seus produtos (exemplo: Hepatite B, difteria e toxóide tetânico). Adjuvantes investigacionais ainda estão sob avaliação. Definição Vacina é uma substância produzida com bactérias ou vírus (ou partes deles) mortos ou enfraquecidos. Ao ser introduzida, no corpo do ser humano, a vacina provoca uma reação (imunização) do sistema imunológico, promovendo a produção de anticorpos (leucócitos) contra aquela substância. Desta forma, a vacina prepara o organismo para que, em caso de infecção por aquele agente patogênico, o sistema de defesa possa agir com força e rapidamente. Assim a doença não se desenvolve ou, em alguns casos, se desenvolve de forma branda. O pioneiro O pesquisador francês Louis Pasteur foi o pioneiro nas pesquisas com vacinas. Foi ele que desenvolveu a vacina antirrábica (contra a raiva, doença transmitida aos homens por animais). O termo vacina pertence à área da saúde. Efetivamente, uma vacina é um princípio orgânico ou um vírus que, ao ser preparado de uma determinada forma, é inoculado a uma pessoa ou a um animal para o/a proteger de uma determinada doença. Uma vacina é uma preparação de antígenos, que é uma substância que permite a formação de anticorpos e que tem a capacidade de provocar uma resposta imune no interior do organismo. Essa mesma resposta de ataque permite o desenvolvimento de uma memória imunológica que produz, em geral, imunidade permanente perante a doença em questão. A primeira vacina da história terá sido ao que tudo indica aquela que foi criada pelo médico rural inglês Edward Jenner em 1796, o mesmo que descobriu que a vacina contra a varíola imunizava as pessoas de contraírem a varíola humana, muito mais grave e mortífera. Com o passar dos anos, foram surgindo posteriormente diversas vacinas para travar determinadas doenças como a raiva (Pasteur1882), a tuberculose (1927, Albert Calmette), a febre-amarela (1935, Max Theiler), a influenza (1945, Thomas Francis e Jonas Salk), o 9 sarampo (1964, Maurice Hileman), a rubéola (Maurice Hileman, 1970), a varicela (Maurice Hileman 1974), a meningite (Maurice Hileman, 1978) e a hepatite A (Maurice Hileman, 1992), poliomielite (1953, Albert Sabin e Jonas Salk) entre muitas outras. As vacinas podem ser inativadas (formadas por microrganismos prejudiciais/nocivos que, quando tratados com químicos ou calor, perdem automaticamente a sua capacidade de prejudicar), vivas atenuadas (microrganismos cultivados sob condições que lhes fazem perder as suas propriedades nocivas), toxóides (componentes tóxicos inativados que resultam dos microrganismos) e sub-unitárias (fragmentos de microrganismos). VARIABILIDADE GÊNICA DE VÍRUS E QUEBRA DO EFEITO DE VACINAS. Organização dos genomas virais Quando comparados aos genomas das bactérias, fungos, plantas ou animais, a composição e organização dos genomas virais são as mais variáveis na natureza. Esta diferença é visível principalmente quando comparados com os genomas celulares, que são constituídos normalmente por fitas duplas de DNA, os genomas viraisexistem em todas as variações estruturais possíveis. Podem ser fitas simples ou fitas duplas de DNA ou RNA, de polaridade positiva, negativas ou ambas (ambissenso), de topologias lineares ou circulares, e compostos por um ou mais segmentos gênomicos que podem conter informações genéticas diferentes em cada segmento ou a mesma informação em ambos os segmentos (genomas diploides). Dessa forma, cada uma dessas configurações refletir-se-á em mecanismos próprios e divergentes de replicação genômica, expressão gênica e montagem de novas partículas virais. As moléculas de DNA e RNA que compõem os diferentes genomas virais podem ainda apresentar modificações terminais que servirão como importantes sinais regulatórios para a expressão gênica e replicação viral. Através da leitura acima, se pode perceber que existem varias estratégias de replicação e expressão dos vírus, e segundo BALTIMORE, estes vários tipos de genomas virais podem ser divididos em sete grupos principais diferentes, que obviamente vão requere estratégias de replicação diferentes (três de DNA e quatro de 10 RNA). Abaixo a classificação organizada por BALTIMORE de acordo com os genomas virais e sua forma de replicação. 1. DNA dupla fita (Adenovírus; Herpesvírus; Poxvírus, etc) A maior capacidade codificante dos adeno-, herpes- e Poxvírus garante maior independência dos genomas desses vírus, tanto para a expressão gênica quanto para a replicação do DNA genômico. Além disso, esses vírus codificam um grupo de genes envolvidos na supressão da resposta antiviral celular e na inibição do processo de apoptose que na maioria das vezes é deflagrado na célula infectada em resposta à presença de intermediários de síntese viral. Enquanto o ciclo replicativo dos Herpesvírus e Adenovírus acontece dentro do núcleo da célula infectada, o dos Poxvírus acontece inteiramente no citoplasma celular. Da mesma forma que para as famílias de vírus citadas anteriormente, o primeiro evento da biossíntese viral, após a localização dos genomas virais nos seus respectivos locais de replicação, é a indução da transcrição de um subconjunto de genes iniciais. 2. DNA simples fita de senso positivo (Parvovírus, Polyoma- e Papillomaviridae) Os eventos que se seguem à entrada dos vírus na célula hospedeira determinam a migração do genoma desses vírus para o núcleo celular. Apesar das diferenças na estratégia de replicação existente entre os membros de cada uma dessas famílias de vírus, seu ciclo replicativo pode ser dividido em duas fases: Fase pré-replicativa, cujo evento principal é a expressão de um subgrupo de genes denominados genes iniciais, e fase de replicação, cujos eventos principais são a expressão dos genes tardios e propriamente a síntese de novas copias de DNA genômico. Essas copias serão empacotadas nas novas partículas virais que irão sair da célula infectada e reiniciar o ciclo de replicação em outras células-alvo. 3. RNA dupla fita (Reovírus; Birnavírus) Para os vírus com genomas constituídos por fitas duplas de RNA, a fita codificante é modificada pela adição de Cap na extremidade 5´, porém sua extremidade 3´, apesar de modificada (presença de uma base difosfato), não apresenta poliadenização. Todos os vírus 11 com genomas constituídos por fitas duplas de RNA possuem mais de um segmento de RNA genômico (segmentado); dessa forma, cada proteína viral é codificada por um dos RNAs. 4. RNA simples fita de senso positivo (Picornavirus; Togavirus, Flavivírus) Dentre os vírus de RNA de polaridade positiva, em que o genoma já é o próprio RNA mensageiro (RNAm), estes podem apresentar diferenças nas modificações presentes nas extremidades das moléculas de RNA. Os vírus das famílias Picornaviridae, Caliciviridae e possivelmente Astroviridae apresentam uma proteína viral (VPg) covalentemente ligada à extremidade 5´, os vírus da família Flaviviridae, Togoviridae, Coronaviridae, Arteriviridae e Retroviridae têm a sua extremidade 5´ modificada pela adição da 5´-7-metil-guanosina (Cap). Curiosamente, de todas essas famílias de vírus de RNA de polaridade positiva, somente os representantes da família Flaviviridae não possuem a cauda poliadenilada (poli (A)) em sua extremidade 3´. De forma geral, os genomas dos vírus RNA de polaridade positiva variam em numero de bases de 7-30 quilobases (kb) e possuem sequências de leitura abertas (ORFs) sintetizadas sob a forma de precursores poliprotéicos. 5. RNA simples fita de senso negativo (Orthomixovirus, Rhabdovirus, etc) Os vírus compostos por genomas de RNA de polaridade negativa possuem, invariavelmente, em suas extremidades 5´ e 3´, sequencias líder (leader) e rastreadora (trailer), respectivamente. Essas sequências estão presentes tanto nos genomas não segmentados quanto nos segmentados, e apresentam graus variados de complementaridade. A complementariedade entre as extremidades 5´ e 3´ determina sua aproximação e a circularização da molécula de RNA genômico, que pode ser tão forte quanto maior for o nível de complementaridade. Para os genomas não segmentados (Rhabdoviridae, Filoviridae, etc), as ORFs principais estão distribuídas da extremidade 3´ para a extremidade 5´ do RNA (-) genômico na seguinte ordem: proteína do nucleocapsídeo (N); fosfoproteina (P), que faz parte do complexo da replicase; proteína de matriz (M); glicoproteína do envelope (G) e RNA polimerase – RNA dependente (RpRd), denominada L. Nas sequencias presentes em cada uma dessa ORFs estão localizados importantes sinais reguladores de inicio e termino de 12 tradução. Existem variações no tamanho dessas ORFs e na presença de outras ORFs que se sobrepõem ou intercalam essa sequencia geral; entretanto, esse tipo de organização genômica é mantida invariável para os diferentes vírus de genoma não segmentado. Para os vírus constituídos por genoma de fita simples segmentado (Orthomyxoviridae, Bunyaviridae), cada proteína viral é codificada por um RNA genômico diferente. 6. RNA simples fita de senso positivo com um ciclo intermediário de replicação DNA (Retrovírus) Os retrovírus se distinguem dos demais vírus RNA de fita positiva por codificarem uma enzima com atividade de polimerização de moléculas de DNA a partir de molde de RNA. A estratégia de replicação desses vírus esta baseada na transcrição reversa da molécula de RNA em uma fita dupla de DNA tão logo seu capsídeo semidesestruturado chega ao citoplasma das células-alvo. Logo, apesar de ambas as fitas de RNA genômico poderem ser diretamente traduzidas em proteínas virais tão logo esses vírus entram na célula hospedeira, a fase de síntese proteica somente ocorrerá mais tardiamente, após a integração da fita dupla do DNA viral ao genoma da célula hospedeira, evento esse catalisado pela enzima viral integrasse (o genoma viral integrado será denominado provírus). Dessa forma, diferentemente dos vírus RNA de polaridade positiva, os retrovírus empacotam a polimerase viral em suas partículas. 7. DNA dupla fita com um intermediário de RNA (Hepadnavírus) Os Hepadnavírus são os que mais se distinguem dos vírus com genoma de DNA em sua estratégia de replicação. Esses vírus codificam sua própria replicase, que é, ao contrario dos demais vírus DNA, uma DNA polimerase que utiliza uma molécula de RNA como molde (ou seja, possui atividade de transcriptase reversa). Para esses vírus, a transcrição de seus genes ocorre no núcleo, porem a replicação do DNA genômico ocorre no citoplasma das células infectadas. O genoma dos Hepadnavírus é uma fita dupla de DNA incompleta cuja extensão do final da fita codificante não é concluída durante o processode replicação do DNA genômico. 13 Mecanismo Viral de Variabilidade Genética Todos os seres vivos estão sujeitos à variabilidade genética. Esta afirmação é extensiva até mesmo aos que não usam da via sexuada para se reproduzir, e mais, a todo “ser” enquanto expressão de qualquer código genético, incluindo nesse rol os vírus. Apesar das controvérsias a respeito da natureza biológica dos vírus, principalmente pela falta de estruturas metabólicas em suas partículas, fato é que possuem alta capacidade mutagênica apresentando nesta característica um desafio, no mínimo, intrigante, ao ser humano compreender e superar. A possibilidade de transformação atribuída aos seres vivos advém especialmente na natureza instável do material genético, seja ele RNA ou DNA. Sabemos, porém, que quando mais complexo seja tal sistema, mais mecanismos haverá para sua manutenção. Ou seja, quanto mais simples, mais suscetível a variações estará, como é o caso dos vírus, sendo que, as espécies cujas partículas são compostas primordialmente por DNA possuem uma taxa de variabilidade de 10 -8 a 10 -11 por nucleotídeo, enquanto as espécies cuja composição inicial de suas partículas se da por RNA possuem uma taxa de variabilidade de 10 -3 a 10 -4 /nt. Podemos ter uma ideia melhor, ao que se referem esses dados, se levarmos em consideração o HIV (vírus da imunodeficiência humana) que possui uma proximidade de 10 4 nucleotídeos, ou seja, são 100.000 (cem mil) nucleotídeos que compõe o seu código genético, sendo 10 -4 /nt a taxa de mutabilidade, podemos contar com pelo menos 1 (um) “erro” por partícula infectante. Considerado, portanto, um alto índice de variabilidade. Isso acontece porque a taxa de erro da Transcriptase Reversa (RT), que é a enzima responsável pela conversão do RNA infectante do HIV em DNA integrador (proviral), é justamente de 10 -4 /nt. O que já acontece com menos frequência entre os demais vírus, especialmente aqueles à base de DNA, em função da sua natureza mais estável e da DNApolimerase ter uma menor taxa de erro (10 -8 /nt), menos ainda em seres mais complexos, justamente por toda maquinaria de reparo desenvolvida. Através deste exemplo aferimos o primeiro mecanismo viral de variabilidade genética: o “erro” mutagênico. Apesar do fato em si não configurar uma exclusividade, a velocidade com que isso acontece é de uma peculiaridade inédita, relevante o suficiente para ocasionar a inviabilidade de possíveis antídotos, ainda mais que a porção de maior vulnerabilidade às mutações é justamente dos genes relacionados à antigenia acarretando o 14 fenômeno antigenic drift, que ludibria o sistema imunológico, e ao tropismo, alargando o espectro infeccioso. Como se não fosse o bastante, determinadas espécies de vírus com cepas naturalmente diferenciadas com o tempo, ainda possuem uma propriedade chamada de ressortimento ou recombinação gênica, comum ao HIV e a influenza, ambos à base de RNA, fita dupla e fita simples segmentada, respectivamente. Deste modo, à ocasião do encontro de cepas distintas no mesmo organismo a combinação de seus genomas possibilitará a intersecção do potencial de virulência, gerando variantes mais resistentes e mais nefastas. Eis os dois principais mecanismos virais de variabilidade genética: a recombinação gênica e o “erro” mutagênico, reservadas as peculiaridades de cada vírus. Além da sua natureza intrinsecamente mutante, pode haver ainda fatores ambientais, apenas como exemplos, citamos: físicos (radiação), químicos (fármacos), os biológicos (interação como o material genético da célula hospedeira). Lembrando que tais fatores, capazes de influenciar e, até mesmo, serem determinantes na tangente dos “erros”, podem ser inúmeros. Mesmo assim, esses “erros”, melhor dizendo, a sua suscetibilidade às mutações é a chave primordial do sucesso da sua propagação, não obstante, a recombinação gênica, a quem, ora, é relegado o status de bônus, pode ser tomada como estratégia principal. Hoje, portanto, a base de conhecimento que temos a respeito do mecanismo viral de variabilidade genética, especialmente quanto a sua nocividade, nos leva a concluir que nada poderia ser pior que a combinação dessas duas estratégias. Resta-nos, todavia, a esperança de que, maior que suas pandemias, seja o legado de seus estudos e as novas técnicas que suscitam. Efeito de vacinas Existem vacinas que atuam sobre vários mecanismos de ataque viral, mas o conceito de vacina mais abrangente é o uso de partículas virais modificadas inoculados em um individuo com intuito de o mesmo produza resistência às partículas virais. As vacinas são agentes que são considerados inimigos pelo organismo, aonde desencadeiam uma resposta imunológica em células dos sistemas imunológico inato e adaptativo que iram combater a infecção viral. As células do sistema imune adaptativas são o principal alvo das vacinas, estas células tem o poder de armazenar informação sobre os antígenos de determinado virion, esta 15 ação ocorre durante toda a vida de um indivíduo resultando em um fenômeno conhecido memoria imunológica, e protegendo-o contra a reinfecção pelo mesmo patógeno (MURPHY, 2010). A imunidade a um vírus depende do desenvolvimento de uma resposta imunitária aos antígenos sobre a superfície de uma célula infectada ou na superfície da própria partícula do vírus (Microbiology and Immunology). Em um vírus pode haver mais de uma glicoproteína em sua superfície, uma dela poder ser mais importante na resposta imunitária do que as outras, sendo assim deve-se identificar o antígeno que mais influencia o sistema imunológico, para se obter uma vacina que bloqueie a infectividade de um vírus. Um ótimo exemplo da presença de antígenos viras é no vírus da influenza, os mesmo contêm uma neuraminidase e hemaglutinina em sua superfície, aonde a hemaglutinina é que provoca imunidade, pois é a proteína que liga vírus a um receptor de superfície da célula e ao anticorpo neutralizante que interfere com a ligação do vírus á célula (MURPHY, 2010). Segundo Hunt (2013) varias vacinas são criadas com intuito de induzir imunidade para que células de memória que posam obstruir os vários mecanismos que os vírus usam para infectar uma célula, estes mecanismos usados para induzir imunidade são caraterizados como vacinas de vírus atenuado, vacinas mortas, vacinas de DNA e vacinas de Subunidades. Para a produção de uma vacina que de fato provoque uma resposta positiva, pode-se enfrentar vários problemas, diferentes tipos de patógenos podem causar doenças semelhantes, a variação genética do vírus que é mais presentes em vírus de RNA e aqueles com os genomas segmentados. Apesar destes problemas, em alguns casos as vacinas anti-virais apresentam um sucesso espetacular, que podem acarretar a eliminação da doença, exemplo varíola e poliomielite, em anos de vacinação não apresentaram mais nem um caso da doença em humanos. Mecanismos usados para produção das vacinas: Vacinas de vírus mortos: são produzidos a partir do tipo selvagem do vírus, através de um tratamento químico o vírus é inativado, a maioria de suas proteínas continuam ativas, não oferecem risco de mutação ou reversão para virulência, ao serem inoculados no paciente estas proteínas se ligam a célula do sistema imunológica e induzem uma resposta do sistema 16 adaptativo, podem ser usadas com pacientes imunodeficientes, porem podem não levantar a imunidade. Vacinas de vírus atenuados: são partículas de vírus vivos que não causam doença porque o vírus foi alterado (mutação) de uma forma não apresentar patogenicidade, este fato geralmenteé conseguido por cultura de um vírus no hospedeiro externo, em tecidos ou células, aonde serão selecionados as melhores estirpes para fazer a modificação. Em uma estirpe do vírus da poliomielite tipo vacina, há 57 mudanças de nucleotídeos no genoma, resultando em 21 alterações de aminoácidos. Um terço das mutações são no gene VP1, isto sugere que as atenuações resultam de alterações nas proteínas de superfície do vírus (HUNT, 2013). As vantagens que se obtém em uma vacina podem ser: ativam todas as fases do sistema imunológico, provocam igG e IgA local, oferecem imunidade duradoura e podem estimular a criação contra epítopos múltiplos, que são semelhantes aos induzidos por um vírus do tipo selvagem, custam menos para produção, apresentam resposta rápidas na maioria dos vacinados(Santos, 2008). Em contra partida vacinas atenuadas apresentam a mutação como uma das grandes desvantagens, pois pode haver à reversão da virulência e propagação do mutado e, vírus vivos são um problema em pacientes com imunodeficiência. Técnicas de DNA recombinantes: devido a mutações de deleção, e a grande capacidade de voltar a ter virulência, o vírus poderia reter outra característica indesejáveis. Esta sendo criadas vacinas que podem ter abordagem genica através de único gene que pode ser expresso num hospedeiro estranho, aonde se usa bactérias para expressão de antígenos através de plasmídeos. O gene pode ser expresso em uma proteína e purifica usando o processo de fermentação de bactérias, embora a falta de processamento pós-tradução por bactérias constitui um problema, as leveduras são as melhores para a fabricação e purificação de grandes quantidades de antígenos para as vacinas. Estudos estão sendo efetuados para uso deste mecanismo, já há resultados, aonde uma vacina do papiloma humano e muito eficaz na prevenção do cancro do colo do útero, a atual vacina contra a hepatite B. outro método para induzir imunidade no corpo e a clonagem do DNA especifico de um vírus para outro, faz a clone do gene que produz a proteína de induz o sistema imunológico para um vírus inofensivo, vários ensaio tem sido feitos para através deste mecanismos produzir uma vacina para o HIV (HUNT, 2013). 17 Esta técnica pode apresentar integração potencial do genoma do plasmídeo no genoma do hospedeiro levando a mutagênese insercional e a indução de respostas autoimunes, tolerância imunológica aonde pode haver a falta na expressão de antígeno especifico no hospedeiro. O uso de Interferon (IFN) em vacinas são um dos grandes avanços na área da biomedicina estas partículas são expelidas por células infectadas, que ao se conectarem com células sadias desencadeiam uma resposta para combate a partícula viral, este mecanismo de defesa é um dos primeiros efetuados pela célula. Os IFNs requerem ativadores na superfície celular ativando uma cascata de sinalização ate a área promotora dos Genes específicos fazendo com que esses se expressem e produzam substancias que atuam no combate a estirpes virais de diferentes vírus (Hunt, 2013) Depois de sintetizados ex-vivo, os interferons são usados como vacinas antivirais, para com intuito apoio e combate inicial a um patógeno, devido ao seu efeito ser de curto, podendo apresentar toxidade em uso prolongado ao medicamento, e só apresentarem eficácia em alguns patógenos e, exemplo: hepatite B e C, Leishmaniose, Herpes zoster e outros. Mecanismos antivirais Mecanismos da quebra do efeito de uma vacina Para a quebra de um efeito de uma vacina, os virions precisam apresentar proteínas antigenas diferentes daquelas que já foram inoculadas pelas vacinas, pois células do tipo memoria contem partículas inibidoras para este estipe, no entanto varias combinações destas podem gerar ainda novos tipos de estipes. O genoma do vírus da influenza e composto por oito segmentos, este genoma segmentado permite o rearranjo dos genes virais e a criação de novos vírus da influenza, este processo pode ocorrer quando dois agentes patogênicos diferentes infectam a mesma pessoa ou animal, isto e conhecido como desvio antigênico (antigenic shift) A variação antigênica acontece devido mutações ou rearranjo. Na influenza, a produção de anticorpos pelo organismo para proteína HÁ e o mais importante, porem ambas as proteínas passam por variação genética (acumulam mutações) e acumulam alterações que o individuo imune para o estipe original passa a não mais ser. A variação antigênica resulta em surtos esporádicos e epidemias limitadas (HUNT, 2013). O rearranjo do material segmentado pode ocorrer entre vírus que atacam animais e seres humanos, porem quando por acaso uma estirpe recombinante infectar os humanos ele 18 terá principalmente os mesmos componentes internos como o virion atual, mas terá novos componentes no envelope, resultando em pouca imunidade contra o agente. Os vírus de DNA tendem a ser mais estáveis geneticamente do que vírus de RNA, pois há mecanismos de correção de erro na célula hospedeira para reparo de DNA, mas provavelmente não Para RNA, assim aparecem naturalmente durante a replicação viral várias mutações espontâneas, devido a erros da polimerase replicadora do genoma ou como resultados da incorporação tautomméricas das bases (Hunt). 19 REFERÊNCIAS Batista JCR. Mecanismos de Acção de Substâncias Antivirais. Universidade Fernando Pessoa, Faculdade Ciências da Saúde – Porto, 2011. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais: o Brasil está atento / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. De Gouveia VMRGSM. Análise Molecular da Transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana Tipo 1 entre Casais. Coimbra, 2009. Dias RF. 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