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OS DESAFIOS DA
MULHER NO MERCADO
DE TRABALHO
Aposentadoria
O que fazer para garantir um 
futuro tranquilo frente às possíveis 
mudanças na Previdência Social
Conhecimento
Novos Grupos de Excelência do 
CRA-SP discutirão Gestão Pública, 
Negócios de Energia e Pacto Global Março/2017 Ano 40 - nº 369
A forte presença da mulher no mercado de trabalho é um fato. Porém, não 
podemos negar que ainda são grandes os desafios enfrentados para atingir a 
equiparação entre os gêneros - principalmente nos cargos estratégicos e de lide-
rança. A percepção histórica da mulher como a responsável pelos cuidados com 
a casa e com os filhos e até mesmo como pilar da família, continua arraigada. 
A mulher tem se notabilizado pelas ações efetivas que impactam a consciência 
das lideranças nas organizações públicas e privadas. Essas ações não podem ser 
ignoradas e têm seus reflexos na sociedade. Trata-se de uma evolução natural. 
O cenário econômico e o protagonismo não mais se concentram no homem.
Prova disso é o empreendedorismo: segundo dados de 2016 do SEBRAE, o nú-
mero de mulheres que são chefes de família e estão à frente do próprio negócio 
saltou de 6,3 milhões para quase 8 milhões em 11 anos, um aumento de 25%. 
Pode parecer ainda gradativo o alcance da equidade de gêneros, mas estamos 
no rumo certo. Nós, do CRA-SP, acreditamos e apoiamos as iniciativas em prol 
da equidade dos gêneros. Somos otimistas e vemos um futuro promissor, pois 
seguramente estamos caminhando para uma merecida igualdade.
Hoje a equidade de gêneros está na pauta do dia a dia das organizações e tem 
significado que a participação das mulheres é cada vez maior.
D
IV
U
LG
A
ÇÃ
O
Adm. Roberto Carvalho Cardoso
Presidente do Conselho Regional 
de Administração de São Paulo
O caminho para a 
equidade de gêneros 
3
Editorial
twitter.com/
cra_sp
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oficial.crasp
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Presidente
Adm. Roberto Carvalho Cardoso
Diretoria
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Redação
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Redação
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Colaborador estagiário 
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Plural Editora e Gráfica Ltda.
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A RAP é uma publicação mensal do Conselho Regional de 
Administração de São Paulo (CRA-SP), órgão regulamentador 
da profissão de administrador, sob a responsabilidade 
do seu Conselho Editorial. As reportagens não refletem 
necessariamente a opinião do CRA-SP.
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Sumário
3. Editorial
6. Notas
10. Tecnologia
12. Semana Temática
16. Aposentadoria
20 Matéria de Capa
24. Imposto de Renda 2017
26. Conhecimento
28. Representações
30. Clube de Serviços
31. Indicação de Leitura
32. Pesquisa de Satisfação
34. Opinião
O
PE
N
SP
A
CE
Capa
Apesar dos avanços, as mulheres ainda enfrentam situações 
que as colocam em desvantagem no mercado de trabalho. 
Contexto histórico, maternidade e preconceitos são alguns 
dos fatores para este cenário, que precisa mudar. 
Confira matéria na página 20
IS
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Aposentadoria
As mudanças na aposenta-
doria social têm deixado a 
população sem saber como 
garantir um futuro susten-
tável.
Veja como se preparar na 
página 16
IS
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Conhecimento
Três novos grupos integram o Centro do Conhecimento do 
CRA-SP. As recentes formações falarão sobre as questões da 
Gestão Pública, os aspectos referentes aos Negócios de Ener-
gia e as ações do Pacto Global, do qual o Conselho é signatário.
Saiba mais na página 26
IS
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CK
Embora o cenário econômico de 
2016 tenha sido desafiador, as em-
presas elevaram os investimentos 
na qualificação de suas equipes em 
busca de maior eficiência nos pro-
cessos e resultados financeiros posi-
tivos para o negócio. De acordo com 
o estudo “Panorama do Treinamento 
no Brasil”, a carga horária média de 
treinamento subiu de 16,6 horas, em 
2015, para 22 horas, em 2016.
O estudo, realizado pela Associação 
Brasileira de Treinamento e Desenvol-
vimento - ABTD e Integração Escola de 
Negócios, considerou o cenário de 502 
empresas, nacionais e multinacionais, 
de cinco setores (administração públi-
ca direta, comércio, indústria, organiza-
ção sem fins lucrativos e serviços).
No Brasil, a modalidade presen-
cial é o meio de transmissão de en-
sino mais utilizado, de acordo com 
63% dos entrevistados, seguido de 
atividades práticas no local de traba-
lho (17%), do e-learning (15%) e do 
“blended” (5%), que mescla EAD e 
atividades em sala de aula. 
Na média nacional, os não líde-
res são os maiores beneficiados com 
ações de T&D, representando 60% 
no universo de treinamento de uma 
empresa. Quase metadedesse ensi-
no (44%) refere-se a conteúdos téc-
nicos. A trilha de aprendizagem das 
empresas pesquisadas é integrada 
também por temas comportamen-
tais (27%) e de conteúdo obrigatório 
(29%), como segurança do trabalho, 
normas de qualidade e etc. Ao lado, 
estão selecionados dados de desta-
que da pesquisa:
Item avaliado Conclusão do estudo (média)
Investimento médio em T&D por 
colaborador R$ 624
Carga horária média de treinamento por 
colaborador 22 horas
% das ações de treinamento destinadas a 
líderes 40%
% das ações de treinamento em 
e-Learning/ EAD 15%
% do faturamento bruto da companhia 
investido em T&D 0,46%
% do orçamento de T&D investido com 
terceiros 47%
Indicador de resultados de T&D mais 
utilizado
Melhoria do clima 
organizacional
Empresas que trabalham com orçamento 
anual de T&D 89%
Empresas que possuem universidade 
corporativa 19%
Absenteísmo nas ações de T&D 12%
Distribuição das ações de treinamento
60% para 
não líderes
26% para 
gerência/ supervisão
14% para 
alta liderança
Meios utilizados para o treinamento
63% presencial
17% prático, 
no local de trabalho
15% e-learning 
ou EAD
5% misto 
(presencial + e-learning)
Fonte: Integração Escola de Negócios
Para saber mais sobre a pesquisa acesse http://www.integracao.com.br/pagina--pesquisas-ted 
6
Notas
Cresce o investimento das empresas na 
qualificação dos colaboradores
7
permitirá que o Sistema CFA/CRAs 
promova debates, seminários e edite 
publicações sobre o assunto. “Inserir 
o Administrador no espaço público 
é necessário para melhorar a gestão 
nos municípios”, defende.
O IGM-CFA é um referencial para o 
planejamento estratégico dos muni-
cípios. Os prefeitos poderão elabo-
rar e justificar a captação de investi-
mentos e melhorar os índices das ci-
dades (mediante a utilização de 60 
indicadores), a qualidade da gestão 
pública municipal, os gastos e as fi-
nanças e a entrega de resultados pa-
ra a sociedade. As três dimensões 
pesquisadas no trabalho e a utiliza-
ção de 60 variáveis em mais de 4 mil 
municípios representam uma gran-
de representatividade para a profis-
sionalização da gestão e a melhoria 
da governança no Brasil. 
METODOLOGIA - O estudo, realizado em 
parceria com o Instituto Publix, reuniu índi-
ces já consolidados no mercado como o Ín-
dice Firjan de Desenvolvimento Municipal, 
Índice de Efetividade da Gestão Municipal 
(IEGM), Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH), entre outros. Foram mais de 400 variá-
veis encontradas.
Os pesquisadores fizeram um filtro e fo-
ram selecionadas variáveis com alta correla-
ção. Posteriormente, elas foram agrupadas 
em três dimensões consideradas indispen-
sáveis na gestão pública: Qualidade Fiscal 
(QF), Qualidade da Gestão (QG) e Desempe-
nho (D). A soma desses índices gerou a mé-
trica adotada para chegar ao IGM-CFA. 
O indicador criado pelo CFA condensa a 
informação de diversas variáveis como edu-
cação, saúde, gestão, gestão fiscal, gestão 
ambiental, transparência e accountability, 
efetividade, informatização, planejamento 
urbano, articulação institucional, recursos 
humanos, habitação, vulnerabilidade social, 
e Índice de Desenvolvimento Humano Mu-
nicipal (IDHM).
Mais informações sobre o IGM-CFA no si-
te www.cfa.org.br ou http://cgp.cfa.org.br/
Fonte: CFA
Medir a qualidade da gestão públi-
ca dos municípios é um dos objetivos 
do Índice CFA de Governança Munici-
pal (IGM-CFA). O estudo, criado e lan-
çado recentemente pelo Conselho Fe-
deral de Administração (CFA), consiste 
em uma métrica da governança públi-
ca nos municípios brasileiros a partir de 
três dimensões: Gastos e Finanças Pú-
blicas, Qualidade da Gestão e Desem-
penho. O município de Ilhabela garan-
tiu o primeiro lugar no Estado de São 
Paulo com a nota 0,767, que colocou 
a cidade do litoral paulista no topo do 
ranking nacional.
O IGM-CFA foi elaborado a partir 
de dados secundários de bases pú-
blicas como PNUD, IBGE, STN e con-
sidera áreas como saúde, educação, 
planejamento urbano, articulação 
institucional, gestão fiscal, habita-
ção, recursos humanos e outras que, 
com tratamento estatístico, gerou o 
resultado para o Índice e para cada 
dimensão do estudo.
Educação é prioridade
Antônio Colucci, prefeito da cida-
de por dois mandados consecutivos 
– 2009 a 2012 e 2013 a 2016, diz que 
a educação foi prioridade. “Na mé-
dia dos oito anos, aplicamos mais de 
30% do nosso orçamento em educa-
ção. Municipalizamos o segundo ci-
clo do ensino fundamental, que es-
tava sob a administração do gover-
no estadual. Construímos 23 novas 
escolas, reformamos e ampliamos as 
existentes para termos condições de 
implantar o ensino em tempo inte-
gral em 100% da rede escolar. Ao fi-
nal de 2016, já contávamos com 60% 
implantado”, explica o ex-prefeito.
Outras ações da área da educa-
ção também foram realizadas co-
mo a formação continuada de pro-
fessores, redução da quantidade de 
alunos por sala de aula, inserção de 
novos conteúdos no currículo esco-
lar, entre outros. Entre os resultados 
alcançados pelo município estão a 
queda na evasão escolar e aumen-
to gradativo do Índice de Desenvol-
vimento da Educação Básica (IDEB).
Foco no bem estar
Além da educação, Ilhabela também 
ganha destaque quando o assunto é 
saúde. O município líder do ranking 
IGM-CFA recebeu novas unidades de 
saúde e as que já existiam foram re-
formadas. A cidade recebeu, ainda, in-
vestimentos em infraestrutura, sanea-
mento básico e turismo. 
Qualidade da gestão municipal
De acordo com o presidente do 
CFA, Adm. Wagner Siqueira, o IGM-
-CFA permitirá que o Sistema CFA/
CRAs atue como um importante de-
fensor da qualidade da gestão e da 
valorização dos profissionais de Ad-
ministração. “Trata-se de um indica-
dor que servirá para promover me-
lhorias e ajustes na gestão dos muni-
cípios, sendo um insumo indispensá-
vel para os prefeitos recém-eleitos na 
elaboração de políticas públicas”, ex-
plica Siqueira, lembrando que o IGM 
Ilhabela é destaque no Índice de 
Governança Municipal do CFA
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TO
CK
8
O e-commerce e as novas tecno-
logias digitais estão mudando a for-
ma de consumo e impulsionando as 
vendas das pequenas e médias em-
presas (PMEs) brasileiras, de acordo 
com um estudo global encomenda-
do pela FedEx Express, subsidiária 
da FedEx Corp. (NYSE: FDX) e maior 
empresa de transporte expresso do 
mundo.
A pesquisa mostra que 89% dos 
pequenos e médios empresários 
brasileiros (PMEs) que exportam seus 
produtos, vendem ao exterior pela 
Internet. Estas transações correspon-
dem, em média, por R$ 3,5 milhões 
(US$ 1,11 milhão) no faturamento 
entre setembro de 2015 e 2016.
Este valor representa 33% do fatu-
ramento das PMEs em 2015 – a mé-
dia nacional de receita total foi de R$ 
10,4 milhões – e está acima da mé-
dia global encontrada na pesquisa 
(26%).
Outro dado aponta que, das com-
panhias que utilizam o e-commer-
ce como ferramenta de vendas, 81% 
também estão no m-commerce – ca-
nais de vendas por celular ou dispo-
sitivos móveis, seja com um site res-
ponsivo ou um aplicativo próprio – e 
86% delas usam as redes sociais co-
mo plataforma comercial.
Do faturamento médio de R$ 3,5 
milhões gerados por exportações 
via e-commerce, o m-commerce e as 
plataformas de vendas em redes so-
ciais foram responsáveis por 29% e 
30%, respectivamente.
“No Brasil, as PMEs estão mais 
atentas às novas tecnologias do que 
a média global de 80%, com uma 
adesão de 89%”, diz Denise Thoma-
zotti, gerente de Marketing da FedEx 
no Brasil. “Estes dados mostram que 
os pequenos e médios empresários 
brasileiros se preocupam em aten-
der às novas expectativas dos consu-
midores e o faturamento gerado nos 
últimos doze meses reflete o sucesso 
da aposta no e-commerce, m-com-merce e transações nas redes sociais 
– já representando um terço dos re-
sultados”.
 “Entrar no mercado global ajuda 
as PMEs a estabilizar suas operações. 
Quando uma companhia depende 
E-commerce impulsiona as exportações 
das pequenas e médias empresas brasileiras
Notas
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CK
9
totalmente do mercado interno, ela 
está sujeita a todas as oscilações do 
cenário local, enquanto uma estra-
tégia que atinja o público estrangei-
ro diversifica as fontes de renda das 
empresas”, comenta Denise.
O estudo também mostra as prin-
cipais áreas de atuação das PMEs 
brasileiras exportadoras. Segundo o 
levantamento, Produtos Manufatu-
rados lideram a lista (13%), seguidos 
por Tecnologia de Informação e Tele-
comunicações (12%) e Bens de Con-
sumo (11%). 
Outro ponto de destaque da pes-
quisa é a identificação dos principais 
mercados externos para o peque-
no e médio empresário do Brasil. O 
país tem uma tendência de exportar 
dentro da própria América Latina, já 
que 68% dos entrevistados disseram 
ter negócios na região. O destino 
principal no continente é a Argenti-
na (54%), seguido por Chile (37%) e 
Uruguai (36%). Fora da região Latina, 
os Estados Unidos recebem produ-
tos de 34% das empresas consulta-
das, enquanto Portugal e Alemanha 
também são grandes mercados con-
sumidores, alvos de 31% e 26% das 
PMEs, respectivamente.
Desempenho das PMEs
Entre setembro de 2015 e 2016, 
27% dos entrevistados perceberam 
um aumento médio de 33% em suas 
exportações, enquanto 51% apre-
sentaram estabilidade nessas ope-
rações e os demais 22% encontra-
ram uma queda média de 27% neste 
mesmo período. Os principais moti-
vos para o crescimento destas com-
panhias foram: novos produtos no 
mercado (51%), o câmbio favorável à 
empresa (41%) e expansão em novos 
países/mercados (36%). Já as princi-
pais razões para a diminuição foram: 
aumento dos custos de produção 
(49%), aumento nos custos de trans-
porte (43%) e câmbio desfavorável à 
empresa (36%).
Confiança nas transportadoras
O provedor logístico tem um pa-
pel significativo em diferentes mo-
mentos de uma pequena e média 
empresa. Das companhias consulta-
das, 91% reconhecem a importância 
das transportadoras para exportar 
seus produtos e 85% disseram que o 
operador logístico é importante para 
o desenvolvimento de uma startup.
Mais da metade dos entrevista-
dos (52%) disseram que se tornaram 
mais confiantes em suas transpor-
tadoras nos últimos anos. As princi-
pais razões para esse aumento são: 
operações em mais mercados (40%), 
consumidores demandando entre-
gas mais rápidas (39%) e a necessida-
de de mais flexibilidade em logística 
(38%). Outros 33% disseram man-
ter o mesmo nível de confiança em 
seus operadores logísticos nos últi-
mos anos, enquanto 16% estão me-
nos confiantes. 
Consultados sobre se os provedo-
res logísticos estão ajudando a ven-
cer os novos desafios de mercado, 
62% concordaram com essa afirma-
ção, enquanto apenas 9% discorda-
ram e os outros 29% disseram que as 
transportadoras não ajudam e nem 
atrapalham seus negócios a superar 
novas barreiras.
Outros resultados
• Os brasileiros são mais otimistas 
em relação as inovações tecnológi-
cas do que a média mundial. 75% 
dos entrevistados disseram que so-
luções como internet das coisas, im-
pressões 3D e realidade virtual faci-
litarão o começo ou o aumento das 
exportações nos próximos anos, en-
quanto a média global é de 53%.
• Algumas empresas brasileiras, in-
clusive, já utilizam algumas destas 
novidades. 36% dos empresários dis-
seram que tem equipamentos inter-
conectados em seus locais de traba-
lho, como crachás que dão acesso a 
estacionamento ou salas específicas. 
A pesquisa também mostra que 19% 
deles usam Wearables* em seus es-
critórios.
• Quando o assunto é desafios de 
negócios, o aumento no custo de 
produção é a principal barreira para 
os empresários brasileiros (48%). A 
segunda maior preocupação é a bu-
rocracia (40%), seguida pela falta de 
incentivo do governo (35%)**. Para 
vencer estes desafios, as PMEs pude-
ram listar suas principais estratégias. 
Investimento em novas tecnologias 
foi a principal resposta com 54%, se-
guido por aplicação de mais esforços 
em marketing e propaganda, 43%, e 
treinamentos para os funcionários, 
38%.
* Wearables, ou tecnologias vestí-
veis, são dispositivos tecnológicos, 
como pulseiras e relógios, que po-
dem ser utilizados pelos usuários co-
mo peças do vestuário.
** Os entrevistados poderiam es-
colher mais de uma resposta para es-
ta pergunta.
Sobre a pesquisa
O estudo independente intitulado 
“Mercado Global na Economia Digi-
tal: Oportunidades para Pequenos 
Negócios” foi conduzido pela Har-
ris Interactive e encomendado pela 
FedEx para gerar informações sobre 
os desafios e as oportunidades glo-
bais de exportação para as PMEs. 
A Harris Interactive fez 9 mil entre-
vistas por telefone e e-mail com exe-
cutivos seniores de PMEs em 17 mer-
cados em quatro regiões globais en-
tre agosto e setembro de 2016. No 
Brasil, foram realizadas 600 entrevis-
tas.
Fonte: FedEx 
IS
TO
CK
10
Dropbox
O DropBox é um aplica-
tivo de armazenamen-
to e sincronização em nuvem bas-
tante popular que permite aos seus 
usuários guardarem diversos tipos 
de arquivos, como fotos, vídeos, mú-
sicas, documentos, programas e mui-
to mais. Você pode acessar seus docu-
mentos via internet a partir de qual-
quer dispositivo, em qualquer lugar 
do mundo. Além disso, ele também 
tem outra utilidade interessante para 
o mundo dos negócios: o comparti-
lhamento de conteúdo entre mais de 
uma pessoa. Assim, você pode manter 
arquivos que podem ser alterados e 
editados por diversos colaboradores, 
mantendo-os sempre sincronizados.
Download: 
iOS | Android | Windows Phone
Tecnologia
Você acorda com a ajuda 
do aplicativo de desper-
tador do seu telefone ce-
lular. Confere a previsão 
do tempo, busca rotas 
alternativas de trânsito, 
verifica seu saldo bancá-
rio, responde mensagens 
de amigos e colegas de 
trabalho. É muito prová-
vel que até a metade do 
dia você já tenha usado, 
pelo menos, cinco apli-
cativos que lhe auxiliam 
nas tarefas mais básicas 
da sua rotina. Na vida 
profissional não é dife-
rente: a tecnologia trou-
xe inúmeras facilidades 
para o trabalho, propor-
cionando formas mais 
dinâmicas de produção 
e relacionamento. Por is-
so, a RAP selecionou dez 
aplicativos que podem 
facilitar e otimizar a vida 
do profissional de Admi-
nistração.
GuiaBolso
O GuiaBolso tem uma 
tecnologia inovadora de 
conexão com os bancos que puxa au-
tomaticamente todas as suas informa-
ções financeiras e coloca em um úni-
co lugar de forma organizada e gráfi-
ca. Como tudo é automático, você po-
de começar a controlar o orçamento 
imediatamente, com apenas alguns 
cliques. A tecnologia do GuiaBolso já 
é utilizada por milhões de pessoas no 
mundo que procuram inteligência para 
suas decisões financeiras.
Download: iOS | Android
Flipboard
O app é um agregador 
de notícias, que reúne 
todo o conteúdo escolhido pelo usuá-
rio numa espécie de revista personali-
zada. Ele ainda permite o armazena-
mento de artigos para ler depois e tam-
bém o compartilhamento de notícias.
Download: iOS | Android
Serasa Experian
Consulta Serasa Expe-
rian Mobile é um apli-
cativo criado para você obter acesso 
ao Decisor Mobile, primeiro produ-
to de decisão da Serasa Experian para 
smartphones e tablets. É a solução pa-
ra empresas que precisam de agilida-
de, segurança e mobilidade na conces-
são de crédito. Com o Decisor, você po-
de avaliar e tomar decisões precisas a 
qualquer hora e em qualquer lugar.
Download: Android
10 aplicativos 
que facilitam 
a vida do 
profissional de 
Administração
11
MicrosoftOffice 
Mobile
Microsoft Office Mo-
bile é a versão mobile da suíte de 
edição de documentos da Micro-
soft. Através dele, você poderá abrir 
e também editar arquivos do Word, 
Excel e PowerPoint. Além disso, é 
possível criar novas planilhas e ar-
quivos de texto do Word e Excel. 
Todo o conteúdo do Office Mobile é 
enviado diretamente para a nuvem 
e poderá ser aberto em outros dis-
positivos, como smartphones e ta-
blets Android, PCs, dispositivos com 
iOS (iPads e iPhones) e Windows 
Phones. Você também pode aces-
sar os documentos do Office arma-
zenados no Ondrive, no Ondrive for 
Business e no SharePoint.
Download: 
iOS | Android | Windows Phone
SurveyMonkey
SurveyMonkey per-
mite criar questioná-
rios e pesquisas, enviá-los a qual-
quer pessoa e monitorar seus re-
sultados em qualquer lugar e a 
qualquer hora. Agora, a platafor-
ma de questionário líder mundial 
pode acompanhá-lo onde quer 
que vá. O aplicativo da Survey-
Monkey torna mais fácil: escrever e 
elaborar questionários e pesquisas 
em poucos minutos; enviar ques-
tionários para qualquer pessoa pe-
la web, email ou através das mí-
dias sociais; monitorar respostas 
em tempo real; e transformar seus 
dados em insights práticos.
Download: iOS
1Password
O 1Password é óti-
mo para quem pre-
cisa ter em mãos senhas e núme-
ros de documentos, mas não quer 
correr nenhum risco de seguran-
ça. O programa permite o cadas-
tro de senhas de acesso, dados de 
cartão de crédito, documentos e 
até notas secretas. Todas as infor-
mações ficam protegidas por uma 
única senha — que precisa ser for-
te. Além de permitir que o profis-
sional não tenha que memorizar 
todos os dados, o 1Password pro-
tege as informações com cripto-
grafia de 256 bits, o que é muito 
mais seguro que um aplicativo de 
notas. 
Download: 
iOS | Android
When I Work
O When I Work foi 
criado para permitir 
o compartilhamento de informa-
ções da empresa (como compro-
missos, dados e reuniões) direta-
mente com seus funcionários. Os 
membros precisam estar com o 
aplicativo instalado em seus dis-
positivos e logados através de 
uma conta criada no próprio app 
para assim receberem as informa-
ções. Por ele é possível criar ou 
cancelar novos compromissos, di-
vulgar informações de equipes de 
tarefas em aberto, visualizar requi-
sições de tarefas e adicionar (ou 
retirar) membros da database.
Download: iOS | Android
 Evernote
O Evernote é um 
dos aplicativos mais 
queridos e recomendados pelos 
gestores de tempo. O app é indi-
cado para quem deseja organizar 
observações, dados, lembretes e 
afins no modo off-line, como tam-
bém arquivos online. O aplicativo 
disponibiliza blocos de anotações 
para que sejam salvos qualquer ti-
po de texto e determinados tipos 
de mídias (fotos, links), facilitan-
do na hora de lembrar o que deve 
ser feito na empresa ou na sua vi-
da pessoal.
Download: 
iOS | Android | Windows Phone
Wrike - Gestão 
de Projetos
Wrike – Gestão de 
Projetos é o aplicativo para An-
droid que te conecta ao serviço 
online de gerenciamento de proje-
tos, permitindo que você acompa-
nhe a evolução dos trabalhos que 
está participando onde e quando 
quiser. O Wrike é uma plataforma 
online que visa oferecer ferramen-
tas e recursos para que a sua rotina 
profissional se torne mais eficien-
te, descomplicada e ágil. A flexibi-
lidade das funcionalidades dispo-
nibilizadas possibilita que equipes 
multifuncionais colaborem umas 
com as outras e finalizem suas ta-
refas com sucesso em um só lugar.
Download: 
Android
12
das novas tecnologias existen-
tes, das demandas cada vez mais 
exigentes dos consumidores e 
da (ainda) burocracia existente. 
Como fazer, então, para que tudo 
isso funcione bem?
Para sanar esta e outras dúvidas, 
o Conselho Regional de Adminis-
tração de São Paulo – CRA-SP rea-
lizou, no mês de março, a I Semana 
de Comércio Exterior e Logística, 
evento que contou com diversas 
palestras na sede e nas cidades de 
São José dos Campos, São José do 
Rio Preto, Itapetininga, Adaman-
tina, Bauru, Franca, Campinas e 
Santos. Com o apoio do Sindicato 
dos Administradores no Estado de 
São Paulo – SAESP e promovida 
em conjunto com os grupos de 
Excelência em Gestão da Cadeia 
de Suprimentos e Logística e Re-
lações Internacionais e Comércio 
Exterior, a Semana reuniu, entre 
profissionais, estudantes e empre-
sários, mais mil e duzentas pessoas 
em todo o Estado.
Desafios primários
As péssimas condições da BR-
163, rodovia que liga os estados do 
Rio Grande do Sul e Pará, passando 
por Mato Grosso e Mato Grosso 
do Sul, são as mesmas de 30 anos 
atrás, embora essa seja umas das 
principais vias para escoamento 
da produção de agronegócio bra-
sileiro. No final de fevereiro, ape-
nas entre os quilômetros 539 e 
574, mais de dois mil caminhões 
estavam parados em meio à lama, 
Semana Temática
Mais de mil e duzentas pessoas 
participam da I Semana de Comércio 
Exterior e Logística do CRA-SP 
Quando compramos um produto, esperamos que ele seja entregue logo e chegue dentro 
das condições contra-
tadas. Também queremos contar 
com um atendimento eficiente, 
que resolva eventuais trocas e 
dê o suporte necessário em caso 
de dúvidas. Um desejo simples, 
comum a toda aquisição, mas 
que envolve inúmeros procedi-
mentos, pessoas e normas e vai 
desde a extração e transporte da 
matéria prima até o atendimento 
pós-venda e a atenção à logística 
reversa. Toda essa cadeia de 
suprimentos, ainda mais com-
plexa nos casos de importação 
e exportação, tem passado por 
mudanças constantes, por conta 
13
relações humanas, internacionali-
zação e logística”. 
Além dos conflitos, Vico Mañas, 
que é professor da PUC-SP, expli-
cou que o conhecimento em mer-
cados internacionais é essencial 
e que isso não se refere apenas 
às questões comerciais do negó-
cio. “Para ir a outros cenários, é 
preciso ter conhecimento sobre 
o lugar. Quando vamos para um 
país estrangeiro já sabemos que 
iremos aprender. Muitas pessoas 
esquecem isso, mas é fundamental 
conhecer novas culturas e tecno-
logias. Além disso, a internacio-
nalização é uma estratégia que 
necessita de análise sobre qual 
qualificação profissional é neces-
sária para prestar um serviço em 
outro país. É preciso se comportar 
o mais próximo possível das cultu-
ras locais”, lembrou. 
“Se a logística estiver envolvida 
na internacionalização, ela precisa 
acordo com o administrador, de-
corrente das poucas parcerias-pú-
blico privadas, tão necessárias para 
o desenvolvimento. “As parcerias 
público-privadas ainda não atraem 
os empresários, pois são feitas de 
forma que o governo tenha muito 
mais retorno do que as empresas, 
detentoras da maior parte do di-
nheiro e do investimento”, explicou 
Zani.
Questões sociais
Não há dúvidas que manter um 
bom serviço é algo complexo. 
Sustentar este cenário em outros 
países torna-se, então, um desa-
fio ainda maior para as empresas 
e profissionais, principalmente 
porque tudo envolve uma relação 
humana. “O conceito básico de ne-
gócio é muito simples: alguém que 
sabe fazer algo necessário a outras 
pessoas que, por sua vez, podem 
pagar por ele. Porém, nas relações 
humanas sempre haverá pontos de 
vistas diferentes, que podem gerar 
conflitos”, explicou o Adm. Antônio 
Vico Mañas na palestra “Negócios: 
gerando enormes prejuízos aos 
produtores e, em consequência, 
para o país. 
Na palestra “Superando os desa-
fios logísticos no Brasil”, o Adm. 
Luiz P. Zani, pós-graduado em 
Administração de Negócios pelo 
IBMEC/Insper e professor de Lo-
gística para o ensino técnico e 
superior, apresentou uma triste 
realidade diante deste cenário. 
“Não adianta ser um dos maiores 
produtores de soja, mas não con-
seguir distribuir a sua safra. Ape-
nasem 2013, o Brasil perdeu um 
contrato milionário com a China 
por conta de uma produção que 
não conseguiu escoar”. Elencando 
dificuldades que não ficam apenas 
no aspecto rodoviário, Zanin lem-
brou que o Brasil ocupa a 52ª po-
sição mundial referente ao tempo 
para exportar um contêiner e, de 
acordo com o Ranking do Índice 
de Desempenho Logístico divul-
gado pelo Banco Mundial, o país 
estava, em 2014, na 65ª posição 
de desempenho logístico e na 54ª 
em infraestrutura. 
Parte desses resultados é, de 
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"Não adianta (o Brasil) ser um dos maiores 
produtores de soja, mas não conseguir escoar 
sua safra", defendeu o Adm. Luiz P. Zani
Público presente 
na palestra reali-
zada na cidade de 
Adamantina
14
ser superestimada, pois o cliente 
não quer apenas o produto, mas 
sim uma série de serviços decor-
rentes dele. Isto acontece porque 
temos acesso a muitas coisas que 
efetivamente não precisamos e, 
por isso, é necessária uma educa-
ção paralela que vai nos orientar e 
nos convencer da necessidade de 
compra”, completou Vico Mañas.
 
Entraves internacionais
A eleição de Donald Trump 
trouxe impactos na economia 
mundial e tem gerado inúmeras 
incertezas. Uma das promessas 
cumpridas por ele logo após o 
início do seu mandato foi a reti-
rada dos Estados Unidos do Trans 
Pacific Partnership – TPP, bloco 
econômico do qual fazem parte 
Japão, Austrália, Canadá, México, 
Peru, Chile, Malásia, Vietnã, Nova 
Zelândia, Cingapura e Brunei e 
que pretende reduzir as barreiras 
comerciais entre os países parti-
cipantes, unificar a legislação em 
temas como acesso a internet, pro-
teção a investidores, propriedade 
intelectual e normas de proteção 
ao meio ambiente. 
Ainda em processo de ratificação 
pelas nações participantes, o TPP 
é considerado o maior tratado de 
comércio da história e represen-
taria 40% do PIB mundial. A saída 
dos Estados Unidos, porém, trouxe 
para o debate questões importan-
tes sobre a soberania das nações 
e as políticas protecionistas. “Em 
razão da internacionalização da 
economia, é necessário haver 
uma flexibilização da soberania 
das nações, mas com o TPP isto 
seria ainda maior”, explicou a Dra. 
Maísa Emilia Raele Rodrigues, na 
palestra “Discussão sobre a TPP 
nas relações trabalhistas do co-
mércio mundial e na propriedade 
intelectual”.
De acordo a advogada e ex-juíza 
Classista do Trabalho do TRT 2ª 
Região, a preocupação quanto ao 
TPP é mundial e afeta diretamente 
o Brasil. “Possuímos relações co-
merciais com vários países mem-
bros, o que acarreta impactos para 
nós, pois se o bloco possui facili-
dades nas transações entre si, nós 
passaremos a sofrer com novas 
concorrências”, mostrou Maísa. 
Comércio mundial 
Falando sobre transporte mundial, 
a Adm. Maria Cristina Abbud apre-
sentou em sua palestra “Transporte 
Internacional: os diferentes modais” 
um cenário muito diferente do ima-
ginado pela maioria da população. 
“90% do transporte mundial é ma-
rítimo, 5% é aéreo e outros modais 
constituem os outros 5%. Quando 
pensamos em transporte marítimo, 
logo imaginamos imensos contai-
ners, mas este tipo representa o 
menor número de carga deslocada, 
sendo a maior parte constituída por 
commodities”, explicou Ana Maria. 
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"A logística reversa é uma responsabilidade de 
todos: consumidores, empresários e governo", 
defendeu Neusa Andrade
Para a Adm. Maria Cristina Abbud, as questões 
protecionistas da atualidade podem mudar o 
cenário da logística
15
A grande variedade de navios 
de carga, porém, precisa de portos 
adequados para conseguir escoar 
as mercadorias, o que não acontece 
em muitos locais. “Para transportes 
marítimos existem diversos tipos de 
navios, de acordo com o que é trans-
portado, como carga e seca e líquida 
a granel, automóveis, commodities, 
produtos químicos, containers (al-
guns chegando a transportar até 18 
mil unidades), mas tudo depende de 
portos que consigam manusear es-
tas cargas”, apresentou a adminis-
tradora, professora e consultora e 
comércio exterior.
O transporte aéreo, devido ao seu 
alto custo, é um modal utilizado em 
casos urgentes ou estratégicos. “Na 
época da inflação descontrolada, 
as empresas mantinham grandes 
estoques de produtos, que muitas 
vezes se perdiam. Hoje, as compa-
nhias às vezes trabalham com esto-
ques zerados e assumem os custos 
de transporte aéreo, pois isso é 
mais compensatório do que man-
ter produtos armazenados”, con-
textualizou Ana Maria lembrando, 
ainda, que o mercado logístico é 
algo em constante transformação. 
“Com as questões protecionistas 
que temos visto atualmente, talvez 
tenhamos alterações nos modelos 
econômicos. Se países exportado-
res perderem mercado, toda a rede 
de distribuição deve ser alterada 
para uma nova realidade”, lembrou. 
Ciclo dos produtos
Após a instituição da Política Na-
cional de Resíduos Sólidos, no final 
de 2010, empresários, governos e 
cidadãos passaram a possuir obri-
gações no gerenciamento dos resí-
duos. Apesar dos avanços e mesmo 
após quase sete anos em vigor, a 
Política ainda precisa de maior 
conscientização da sociedade. “O 
governo precisa fazer uma cam-
panha de conscientização para o 
descarte correto dos produtos, os 
consumidores devem ter responsa-
bilidade nesta etapa e os empresá-
rios têm que fazer os treinamentos 
e os programas necessários para 
que a logística reversa realmente 
aconteça. É uma responsabilidade 
de todos”, defendeu Neusa An-
drade na palestra “Situação da po-
lítica nacional de resíduos sólidos 
e os desafios da logística reversa 
para o biênio 2017/2018”. 
“A Política Nacional de Resíduos 
Sólidos é um guarda chuva para 
que possam ser feitos acordos se-
toriais e para que os municípios 
se adequem às melhores formas 
na devolução de produtos, estabe-
lecendo metas de coleta e recicla-
gem”, explicou Neusa, mestre em 
Administração e doutoranda em 
Engenharia de Produção.
Apesar da real necessidade, mui-
tas empresas ainda não se adapta-
ram à Política e desconhecem as 
oportunidades que ela pode ge-
rar. “A legislação está trabalhando 
com normas mais rígidas para que 
as empresas possam se adequar, 
pois se não houver essa obriga-
toriedade, muitas delas não farão 
as mudanças. Os selos verdes, por 
exemplo, estimulam a prática sus-
tentável, pois geram prêmios e 
acumulam demais vantagens. As 
empresas podem, por exemplo, 
criar estratégias comerciais com 
produtos que voltam à cadeia de 
suprimentos com preços dife-
renciados após devoluções. Esta 
prática já é adotada por algumas 
empresas do ramo de e-commerce”, 
mostrou Jair Gustavo de Mello Tor-
res, também palestrante no evento. 
De acordo com Jair, o setor é 
um dos principais protagonistas 
do mercado. “A logística veio para 
criar valor para o cliente. É uma 
área estratégica que tem entrado 
fortemente na área de serviços”, 
definiu. 
por Katia Carmo
Para ver os conteúdos apresentados nas 
palestras da I Semana de Comércio Exterior e 
Logística, acesse http://bit.ly/2lEhRNy
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O Adm. Antônio Vico Mañas (ao fundo, no centro) e participantes da sua palestra realizada na sede
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vida central: afinal, como garantir 
uma aposentadoria tranquila?
São muitas as variáveis neste ce-
nário: alto índice de desemprego, 
falta de informação suficiente 
para entender as regras da Pre-
vidência, dificuldade de inserção 
no mercado de trabalho por parte 
de profissionais com mais de 50 
anos e falta de planejamento entre 
O tema é polêmico e tem gerado debates, manifes-tações e muitas dúvidas. A Reforma da Previdên-
cia trouxe para cenário político, 
econômico e social questõescomo 
planejamento orçamentário, re-
serva financeira, plano de carreira 
e muitas outras preocupações 
que, somadas, formam uma dú-
os jovens, que consideram a apo-
sentaria algo muito distante. Para 
este último quesito, aliás, a reali-
dade atual não é nada animadora. 
De acordo com pesquisa realizada 
pelo SPC Brasil e pela Confedera-
ção Nacional de Dirigentes Lojistas 
– CNDL, quatro em cada dez jovens 
de 18 a 30 anos (38,7%) não se 
preparam para a aposentadoria, 
Planejando um futuro tranquilo
Aposentadoria
17
mais jovens? “Cada vez que são 
citados, os números referentes ao 
rombo da previdência contrapõem 
posições que vão desde a urgên-
cia de uma reforma para viabilizar 
as aposentadorias no futuro até a 
recusa de qualquer medida que 
altere o status quo. A Previdên-
cia já custa mais de 10% do PIB, 
apesar de o Brasil ainda desfrutar 
de uma janela demográfica, que 
já se fechou em várias nações de-
senvolvidas, levando à adoção de 
medidas amargas. Hoje, a soma de 
brasileiros acima de 65 anos e dos 
que ainda estão fora do mercado 
de trabalho beira os 45% da po-
pulação, com tendência a crescer, 
dada a maior expectativa de vida”, 
afirma Luiz Gonzaga Bertelli, pre-
sidente do Conselho de Adminis-
tração do CIEE. 
Educação
O educador financeiro do SPC 
Brasil, José Vignoli, afirma que esta 
postura tem que mudar. “Os jovens 
precisam ser envolvidos nessa dis-
cussão desde cedo e devem enten-
der que suas ações em relação ao 
dinheiro podem trazer benefícios 
duradouros ou gerar problemas 
complexos, como o endividamento 
e a restrição ao crédito”, aconselha. 
“Além disso, as discussões atuais 
em torno da reforma da previdên-
cia sugerem que, nos próximos 
anos, será cada vez mais difícil con-
tar com os recursos deste sistema 
para aposentar-se. Assim, o despre-
paro poderá obrigar os jovens de 
hoje a continuar trabalhando tar-
diamente, a fim de manterem seu 
padrão de vida”, conclui.
Reinaldo Domingos, presidente 
da DSOP Educação Financeira e 
autor de diversos livros sobre o 
tema, alerta que o início do pre-
paro para a aposentadoria deve 
acontecer muito antes do que se 
imagina. “O ideal é que os pais fa-
çam uma previdência, ou qualquer 
outro tipo de aplicação para seus 
filhos, assim que eles nascem. A 
segunda oportunidade é o jovem, 
logo que ingressa no mercado de 
trabalho, pensar em guardar 10% 
do que ganha pelos próximos 30 
anos, independente do valor da 
renda ao longo do tempo. Auto-
maticamente essa pessoa estaria 
independente financeiramente, 
ou seja, aposentada de uma forma 
saudável”, aconselha. 
Realidade e futuro
Como encontrar um equilíbrio 
entre a necessidade de reforma 
previdenciária e as preocupações 
dos trabalhadores, em especial os 
índice que aumenta para 48,2% 
entre as mulheres e 43,6% entre 
os pertencentes às classes C, D e E.
Apesar das inúmeras informa-
ções a respeito do tema, princi-
palmente às vésperas da votação 
que pretende implantar mudanças 
como a aposentadoria por idade 
apenas aos 65 anos (para homens 
e mulheres) e acesso ao benefício 
integral após 49 anos de contribui-
ção, 21,7% dos que não se prepa-
ram para essa fase da vida não o 
fazem porque acreditam ser cedo 
para pensar nisso e 21,3% não sa-
bem como fazer suas reservas. 
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"A aposentadoria sustentável deveria ser um 
sonho, assim como a compra de um carro ou 
uma casa", afirma Reinaldo Domingos
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Bertelli lembra, também, que 
este é um cenário muito difícil de 
ser assimilado pela população mais 
jovem. “Como pedir isso a milha-
res de estudantes que sonham com 
uma vida melhor e, sem retomada 
do crescimento, sequer sabem se 
terão emprego? O que oferecer aos 
milhões de jovens menos favoreci-
dos, com baixa escolaridade e sem 
capacitação? Para nós, a resposta 
está no presente: mesmo com a 
crise, não podemos descuidar da 
formação profissional e cidadã das 
novas gerações”, defende. 
“A influência da família tam-
bém é algo que pesa. Quando o 
jovem conversa com seus pais ou 
seus avós sobre o futuro, muitas 
vezes os conselhos não são posi-
tivos, pois o histórico deles com 
a aposentadoria social não foi sa-
O QUE MUDA COM A NOVA PROPOSTA DE 
REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Passa a ser a idade mínima para se aposentar, para homens e mulheres. 
Atualmente, não há uma idade mínima para o trabalhador se aposentar, 
exceto nos casos de aposentadoria por idade (65 anos). Pelas regras em 
vigor, é possível pedir a aposentadoria com 30 anos de contribuição, no 
caso das mulheres, e 35 anos no caso dos homens. Para receber o be-
nefício integral, é preciso atingir a fórmula 85 (mulheres) e 95 (homens), 
que é a soma da idade com o tempo de contribuição
65 anos
É o tempo mínimo de contribuição para se aposentar. Hoje, este perío-
do é de 15 anos.
25 anos
É a soma de tempo de contribuição para ter direito à aposentadoria in-
tegral
49 anos
Seguirão as mesmas regras estabelecidas para os demais trabalhadores. 
Pelas regras atuais eles podem se aposentar com tempo reduzido ao 
contabilizar o tempo em sala de aula
Professores
O tratamento especial continua existindo, mas a diferença em relação 
aos demais não poderá ser maior do que 10 anos no requisito de idade 
e 5 anos no de tempo de contribuição
Trabalhadores com deficiência
Passarão a responder a regras iguais às dos trabalhadores do Regime 
Geral. Hoje, eles fazem parte de um sistema diferenciado chamado Re-
gime de Previdência dos Servidores Públicos (RPPS)
Servidores públicos
Homens com 50 anos de idade ou mais e mulheres com 45 anos de ida-
de ou mais poderão aposentar-se com regras diferenciadas. A regra de 
transição só vale para o tempo de aposentadoria, já para o cálculo do 
benefício valerá a nova regra proposta
Regras de transição
Fonte: Agência Brasil
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Para Luiz Gonzaga Bertelli é necessário investir 
na formação profissional e cidadã das novas 
gerações
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tisfatório. O fato é que a aposen-
tadoria sustentável deveria ser 
um sonho, assim como comprar 
um carro ou uma casa, mas as 
pessoas só deixam para pensar 
nisso aos 45, 50 anos. Quanto 
menos tempo elas tiverem, maior 
será o sacrifício para conseguir 
fazer a construção dessa aposen-
tadoria”, acrescenta Domingos.
Como se preparar
Para conquistar uma aposen-
tadoria tranquila é necessário 
saber: não há formula mágica. 
Garantir uma renda no futuro 
requer planejamento e, acima de 
tudo, disciplina. “Dois elementos 
são necessários para saber se 
você consegue se aposentar com 
sustentabilidade. O primeiro é 
identificar quando você quer pa-
rar de trabalhar por necessidade 
e o segundo é saber quanto você 
ganha hoje por mês. A partir disso, 
inicia-se a construção da sua re-
serva financeira, independente do 
meio escolhido, como previdência 
privada, investimentos em tesouro 
direto, LCI, LCA, CDB, etc. Em que 
você vai investir pouco importa, o 
que vale mais, além de ter um ga-
nho de onde se possa retirar uma 
quantia para a sua aposentadoria, 
é sair da zona de conforto, assu-
mir as suas fragilidades e falta de 
conhecimento e buscar por livros, 
cursos ou outros instrumentos que 
possam lhe auxiliar. O que faz as 
pessoas não terem uma reserva 
hoje é a ausência de educação fi-
nanceira e, por isso, é importante 
fazer um diagnóstico com todos da 
família, inclusive filhos pequenos, 
para reduzir excessos e fazer esco-
lhas”, orienta Domingos. 
O educador ainda comple-
menta que precisamos ser hones-
tos com nós mesmos e encarar os 
desafios. “Para saber se estamos 
ou não no caminho de uma inde-
pendência financeira é necessá-
rio responder a duas perguntas: 
se eu não recebesse mais o meu 
ganho mensal, por quanto tempo 
conseguiria mantermeu atual pa-
drão de vida? Outra pergunta é: 
se eu fizesse essa mesma indaga-
ção dez anos atrás, qual seria a 
minha resposta? É provável que 
a maioria das pessoas diga que 
não conseguiria se manter por 
muito tempo nas duas situações. 
Se você não tem sustentabilidade 
para se manter com o mesmo pa-
drão de vida por um tempo caso 
pare de trabalhar agora, é sinal 
de que está frágil e de que em 
nenhum momento da sua trajetó-
ria investiu na aposentadoria. As 
pessoas devem fazer uma refle-
xão sobre a sua situação, mesmo 
que a resposta seja dura, pois é 
melhor termos um diagnóstico 
ruim agora, mas conseguirmos 
construir um novo caminho, do 
que chegar lá na frente e ter que 
depender da ajuda de outras pes-
soas ou ficar trabalhando por 
obrigação pelo resto da vida. 
Para este último item existe, 
ainda, o agravante da exclusão 
de retorno e permanência nos 
empregos das pessoas acima 
de 50 anos, pois os jovens que 
chegam ao mercado demandam 
menos custos às empresas e já 
estão mais habituados às novas 
tecnologias”, contextualiza Do-
mingos. 
Diante das prováveis novas 
regras e sem disciplina, planeja-
mento e educação financeira, a 
sonhada aposentadoria da maio-
ria dos brasileiros pode ficar 
cada vez mais distante. E você, 
já começou a se preparar? 
por Katia Carmo
Valor inicial 
depositado 
mensalmente 
 Aporte 
Inicial 
 Acréscimo (anual) 
no valor depositado 
mensalmente 
(INFLAÇÃO) *
 Rendimento 
mensal da 
aplicação **
R$ 300,00 R$ 0,00 5,00% 0,50%
Total aplicado Total Aplicado + Rendimento
 Acumulado em 30 anos R$ 239.179,85 R$ 538.926,20
* O quanto será acrescentado, em percentual, ao valor investido mensalmente, de 
acordo com a inflação
** Taxa de rendimento da aplicação escolhida. Hoje, este percentual é equivalente a 
rentabilidade da poupança, considerada uma das menos rentáveis
Simulação realizada no portal DSOP. Para ver estas e outras simulações acesse 
www.dsop.com.br
SIMULAÇÃO DE APLICAÇÃO
PARA APOSENTADORIA
20
Capa
IS
TO
CK
21
A maioria das empresas brasileiras ainda enfrenta desafios significativos de equidade de gênero. A 
conclusão é de estudo inédito da 
Câmara Americana de Comércio 
(Amcham) com 350 diretores e 
executivos de empresas, aplicada 
em outubro de 2016. 
Para 76% dos entrevistados 
e entrevistadas, na sua maioria 
gestores de recursos humanos de 
empresas dos mais variados portes 
e segmentos, as empresas ainda 
não tratam homens e mulheres 
de forma igualitária na estrutura 
organizacional e de gestão. Só 24% 
deles avaliam de forma satisfatória 
a temática e tratamento de gênero 
na sua companhia.
Na avaliação de 80%, a dife-
rença de tratamento é percebida 
em maior escala na promoção 
de novas lideranças, com maior 
número de homens em nível ge-
rencial. Outros 12% consideram 
a seleção o momento de maior 
diferenciação, com maior pre-
ferência por gênero e não por 
competência. E 8% apontam o 
estágio do desenvolvimento, 
com investimentos em treina-
mento desigual na companhia. 
Para promover em maior nível a 
equidade de gênero, existem três 
aspectos prioritários a serem tra-
balhados: (47%) financeiro, igua-
lando salários e benefícios entre 
gêneros do mesmo cargo; (30%) 
recursos humanos, aumentando 
o número de mulheres no quadro 
de funcionários; e (23%) jurídico, 
igualando direitos e benefícios in-
dependente de gêneros.
 “Quando, para 47% dos em-
presários, igualar salários entre 
gêneros ainda é o maior obstá-
culo, percebemos o quanto falta 
avançar”, comenta Deborah Viei-
tas, CEO da Amcham Brasil, e pri-
meira mulher a comandar, em 98 
anos, a maior Câmara Americana, 
entre 114 existentes fora dos Es-
tados Unidos.
A maioria dos entrevistados pela 
Amcham (86%) avalia que o papel 
cultural das mulheres nas estru-
turas familiares ainda é fator de 
interrupção de carreira. Para esta 
maioria, as mulheres arcarem com 
uma parte desproporcionalmente 
maior das tarefas domésticas e, 
especialmente, na maternidade, 
inibe e reduz promoções e tam-
bém as ambições femininas por 
cargos mais elevados. Para 78%, 
o fator maternidade ainda gera in-
terrupções ou pausas em plano de 
carreira para mulheres executivas.
Na sondagem da Amcham, 52% 
declararam não ter um programa 
formal ou ação de incentivo à 
equidade de gênero. Das 48% das 
Equidade de gênero ainda 
é um desafio para 76% das 
empresas brasileiras
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"Quando igualar salários entre gêneros ainda é 
o maior obstáculo, percebemos o quanto falta 
avançar", diz Deborah Vieitas
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empresas que já possuem um pro-
grama estruturado, 63% avaliam 
os resultados gerados a partir da 
ação ainda como “regulares”, com 
mudanças pontuais na cultura da 
empresa. Só 19% estão satisfeitos 
com as ações e estágio atual do 
seu programa de equidade.
Faltam ações?
Para mostrar o impacto dos es-
tereótipos para a equidade de gê-
nero, a Unilever, uma das líderes 
mundiais na comercialização de 
produtos alimentícios, de limpeza 
doméstica e de cuidados pesso-
ais, com vendas em mais de 190 
países, alcançando 2,5 bilhões de 
consumidores por dia e com 169 
mil funcionários, também realizou 
um estudo com nove mil pessoas 
em oito países - Argentina, Brasil, 
Estados Unidos, Índia, Indonésia, 
Quênia, Turquia, UK – sendo 50% 
homens, 50% mulheres, 50% com 
idade entre 18 e 35 anos e 50% 
com mais de 35 anos. 
Em parceria com a The Female 
Quotient (TQF), o estudo “The 
Unstereotyped Mindset” (Pen-
samento Livre de Estereótipos) 
procurou entender os desafios 
enfrentados pelas mulheres para 
atingirem todo o seu potencial 
e se desenvolver economica-
mente. A pesquisa mostra que os 
estereótipos de gênero, as conven-
ções sociais e os vieses inconscien-
tes são os principais obstáculos 
para acelerar o processo de igual-
dade entre homens e mulheres. 
Marina Fernie, vice-presidente 
de Foods da Unilever Brasil, afir-
mou que “o empoderamento das 
mulheres e das meninas oferece 
uma oportunidade única para o 
desenvolvimento humano e para 
o crescimento econômico”. 
O último Relatório 
de Desigualdade de 
Gênero do Fórum 
Econômico Mundial, 
apresentado em 
outubro de 2016, 
mostra que podemos 
demorar até 170 
anos para alcançar 
igualdade entre 
homens e mulheres. 
A comunidade empresarial tem 
o papel de fomentar, acelerar e li-
derar esse processo. “Precisamos 
combater os estereótipos que li-
mitam homens e mulheres tanto 
no ambiente de trabalho como 
fora dele”, afirma Marina. “The 
Unstereotyped Mindset” mostra 
que é preciso repensar a divisão 
de trabalho doméstico, rever as 
atitudes no mundo dos negócios 
e revolucionar a comunicação de 
marcas e produtos. 
O estudo também conclui que a 
maior parte dos entrevistados, três 
em cada quatro, acha que a res-
ponsabilidade por promover uma 
mudança de atitude é dos líderes 
seniores. O estudo mostra ainda o 
papel significativo da propaganda 
neste processo: 70% dos entrevis-
tados acreditam que o mundo seria 
melhor se as crianças de hoje não 
fossem expostas a estereótipos de 
gênero na publicidade. Ano pas-
sado, por exemplo, a Unilever lan-
çou o movimento #Unstereotype. 
Trata-se de um compromisso glo-
bal para combater os estereótipos 
na comunicação das suas marcas. 
Alguns dados da pesquisa “The 
Unstereotyped Mindset” referen-
tes ao Brasil mostram que 56% 
acreditam que as empresas pro-
movem mulheres para cargos 
Para Marina Fernie é preciso combater os 
estereótipos que limitam homens e mulheres
"As novas gerações terão oportunidade de 
demonstrar que o nivelamento de gênero é 
um processo natural", defende Teresinha Covas 
Lisboa 
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de liderança para transmitir a 
percepção de equidade; 58% das 
mulheres se sentem pressionadas 
a ignorar maus comportamentos 
dos homens em relação a elas e 
56% concordam que convenções 
sociais – trabalhos tradicional-
mente femininos e que a mulher 
é responsável pelos cuidados com 
a casa e com a família - são as prin-
cipais barreiras para o desenvolvi-
mento econômico da mulher.
Os resultados da pesquisa 
mostram que 47% das mulhe-
res afirmam que a distribuição 
desigual das tarefas domésticas 
e dos cuidados com os filhos é 
um obstáculo para a equidade 
de gênero, mas apenas 36% dos 
homens concordam com isso. Já 
61% acreditam que as mulheres 
se distraem com frequência por 
questões relacionadas à família/
filhos. A porcentagem cai para 
29% em relação aos homens. 72% 
acreditam que as mulheres são 
pouco representadas nos cargos 
de liderança devido ao “corporati-
vismo masculino”. Já 70% concor-
dam que o mundo seria melhor se 
as crianças não fossem expostas a 
estereótipos de gênero (tanto fe-
mininos, quanto masculinos) em 
campanhas de marketing e 60% 
dos homens concordam que o re-
trato que a publicidade faz - tanto 
de homens como de mulheres - é 
baseado em estereótipos.
 
Otimismo
De acordo com a Adm. Teresinha 
Covas Lisboa, conselheira federal 
suplente do CRA-SP, apesar de al-
guns aspectos ainda dificultarem 
a equiparação entre homens e 
mulheres, tanto em empresas pri-
vadas como nos cargos públicos, 
há um cenário de otimismo, princi-
palmente por conta da realização 
profissional da mulher. “No Bra-
sil, o comprometimento com a fa-
mília dificultou, por muitos anos, 
o acesso da mulher no mercado 
de trabalho. Porém, sentimos 
que nos últimos anos ocorreu 
um crescimento de mulheres 
nos cargos de gestão, principal-
mente no empreendedorismo. O 
SEBRAE demonstra que o Brasil 
possui 7,3 milhões de mulhe-
res empreendedoras em vários 
segmentos, com destaque para 
educação, saúde, e-commerce 
estética, alimentação, moda e 
negócios sociais. Portanto, esse 
crescimento deve-se ao espaço 
que ela procura para realização 
profissional ou como reforço da 
renda familiar em momentos de 
crise econômica. As diferencia-
ções salariais ainda existem, mas 
à medida que a mulher opta pela 
sua capacitação e investe em sua 
formação, obviamente o espaço 
será oferecido para demonstrar 
suas habilidades e competên-
cias”, defende Teresinha. 
Os cargos de liderança, ainda 
ocupados em sua grande maio-
ria por homens, precisam de 
mulheres e as próximas gerações 
deverão contar com mais oportu-
nidades para mostrar o seu tra-
balho. “Nos cargos estratégicos 
ainda vemos poucas mulheres. 
São empresas familiares ou aque-
las cuja presença masculina sem-
pre esteve à frente da direção. O 
tradicionalismo da administração 
pública também demonstra que 
ainda ocorre certa dificuldade na 
escolha de uma mulher para ocu-
par cargos estratégicos (como 
ministérios, secretarias, dire-
torias etc). As novas gerações, 
com certeza, terão oportunidade 
de demonstrar que o nivelamento 
do gênero é um processo natural 
e que a mulher exerce sua ativi-
dade tão bem quanto o homem”, 
explica Teresinha. 
por Maria Cecilia Stroka
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CONEXÕES QUE IMPULSIONAM CONQUISTAS
A segunda edição do CONALIFE (Congresso Nacional de Lideran-
ça Feminina), promovido pela ABRH-SP - Associação Brasileira de 
Recursos Humanos - seccional São Paulo em parceria com a ONU 
Mulheres terá como tema “Conexões que impulsionam conquistas”.
Segundo Nadine Gasman, representante do Escritório da ONU 
Mulheres no Brasil, “a ideia é gerar ações que impulsionem conquis-
tas e que levem a um engajamento da sociedade brasileira em prol 
dos direitos das mulheres e da construção de um planeta 50-50 on-
de haja igualdade para todos”.
Já a diretora comercial da ABRH-SP, Edna Goldoni, destaca que a 
Associação já tem cases de engajamento de empresas à causa da 
equidade de gênero e do empoderamento feminino gerados pelo 
primeiro congresso. “Nosso objetivo agora é mobilizar mais mulhe-
res, homens e a área de Recursos Humanos das empresas para fazer 
muito mais.”
O CONALIFE terá sua segunda edição realizada em 31 de maio, 
em São Paulo. Veja mais informações em http://bit.ly/2o9lITn .
24
no qual ainda podem ser solicita-
dos pela Receita Federal. 
Para 2017, é necessária maior 
atenção a alguns itens que sofre-
ram alterações e que podem en-
grossar o número de contribuintes 
na malha fina. A principal mudança 
é a obrigatoriedade de inserção de 
CPF para os dependentes maiores 
de 12 anos, antes necessária ape-
nas a partir dos 14 anos. Outra 
importante questão é o início do 
cruzamento de dados médicos e do 
eSocial, página que unifica o envio 
de informações de empregadores 
e empregados (inclusive domésti-
cos), com as informações prestadas 
à receita. Em entrevista ao portal 
G1, Elaine Pereira de Souza, chefe 
da malha fina do imposto de renda, 
informou que o Fisco já solicitava, 
Quem já caiu na malha fina do Imposto de Renda sabe o tamanho da dor de cabeça e, 
muitas vezes, prejuízo. 
Segundo informações da Receita 
Federal, apenas no ano passado, 
mais de 770 mil contribuintes ti-
veram suas declarações retidas. 
Dentre os principais erros estão 
a omissão de rendimentos do ti-
tular e dos dependentes, dedução 
indevida de previdência privada, 
social e pensão alimentícia, va-
lores errados em despesas mé-
dicas e informações divergentes 
sobre a fonte pagadora. Por isso, 
especialistas recomendam que os 
documentos que comprovam as 
despesas das últimas cinco decla-
rações sejam guardados, período 
desde o ano passado, que os profis-
sionais de saúde que atuam como 
autônomos informassem, em sua 
declaração do IR, o CPF dos seus 
pacientes. Entretanto, esse dado 
ainda não estava inserido nos 
cruzamentos da malha fina, o que 
acontecerá a partir deste ano.
Prazos e multas
Deixar a entrega para o último 
momento é um hábito frequente, 
mas não aconselhável. Para o di-
retor executivo da Confirp Consul-
toria Contábil, Richard Domingos, 
é interessante que as pessoas se 
preparem com calma e tempo para 
declarar, procurando e separando 
os documentos necessários.
"Quanto mais preparado o con-
tribuinte estiver, melhor, pois os 
primeiros dias são os mais inte-
ressantes para o envio e isso por 
dois motivos: quem entrega o ma-
terial com antecedência receberá 
sua restituição antes e, em caso 
de problemas, o contribuinte terá 
tempo para resolvê-los, evitando 
a necessidade de realizar uma de-
claração retificadora depois do 
prazo de entrega, que será 28 de 
abril", alerta.
Quem deixar de entregar a de-
claração no prazo estará sujeito a 
multa de 1% do imposto devido ao 
mês, até o limite de 20%. O valor 
mínimo para multa pelo atraso ou 
falta de entrega é de R$ 165,74.
Dúvidas frequentes
Fazer declaração conjunta ou 
separada? Utilizar o desconto 
simplificado ou não? Como de-
clarar compra e venda de imóveis 
ou veículos? Em caso de herança, 
como proceder? As dúvidas dos 
contribuintes são inúmeras e, por 
Imposto de Renda 2017
Cuidado com o leão!
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25
tões referentes a entrega da De-
claração do Imposto de Renda 
2017. O atendimento é realizado 
de segunda a sexta-feira, na Av. 
Pacaembú, 715 - São Paulo, das 
09h00 às 16h00, exceto feriados, 
e não é necessário agendar. 
por Katia Carmo
isso, a Receita Federal mantém 
um condensado de perguntas e 
respostas no site, com as prin-
cipais questões da declaração 
deste ano. Além disso, também 
é possível comparecer em uma 
unidade que mantém pessoal 
especializado apenas para ques-
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Quem precisa declarar?
PESSOA FÍSICA QUE:
Recebeu rendimentos tributáveis 
superiores a R$ 28.559,70, tais co-
mo: rendimentosdo trabalho as-
salariado, não-assalariado, pro-
ventos de aposentadoria, pensões, 
aluguéis, atividade rural;
Recebeu rendimentos isentos, 
não-tributáveis ou tributados ex-
clusivamente na fonte superiores 
a R$ 40 mil;
Obteve receita bruta superior a R$ 
142.798,50 relativa a atividade ru-
ral ou pretenda compensar prejuí-
zos de anos-calendário anteriores 
ou do próprio ano-calendário de 
2016;
Realizou em qualquer mês do ano-
-calendário: alienação de bens ou 
direitos em que foi apurado ga-
nho de capital, sujeito à incidên-
cia do imposto (preencha o item 
Demonstrativo de Ganhos de Ca-
pital e/ou Demonstrativo de Ga-
nhos de Capital em Moeda Estran-
geira); ou operações em bolsas de 
valores, de mercadorias, de futuros 
e assemelhadas (preencha o item 
Demonstrativo de Apuração de 
Ganhos – Renda Variável – Opera-
ções Comuns e Day-Trade);
Teve a posse ou a propriedade de 
bens ou direitos, em 31/12/2016 
cujo valor total foi superior a R$ 
300.000,00;
Passou à condição de residente no 
Brasil e encontrava-se nessa condi-
ção em 31/12/2016;
Optou pela isenção do imposto 
sobre a renda incidente sobre o 
Ganho de Capital auferido na ven-
da de imóveis residenciais, cujo 
produto da venda seja aplicado na 
aquisição de imóveis residenciais 
localizados no País, no prazo de 
180 dias contados da celebração 
do contrato de venda, nos termos 
do art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de 
novembro de 2005.
12 principais motivos que levam à malha fina
1
Utilizar o ponto final (.) ao invés da vírgula (,) para separar os cen-
tavos. A declaração do IR não considera o ponto como um sepa-
rador e, portanto, o uso dele será considerado um erro;
2 Não declarar todos os rendimentos tributáveis recebidos. São eles salários, proventos de aposentadorias, aluguéis, entre outros;
3 Não declarar os rendimentos tributáveis recebidos pelo cônjuge, no caso de declaração em conjunto;
4
Declarar o somatório do Imposto de Renda Retido na Fonte des-
contado do 13º salário. No caso do IR Retido da Fonte, deve ser 
descontado o somatório integralmente do imposto apurado;
5 Declarar a subtração entre os rendimentos tributáveis e os rendi-mentos isentos;
6
Declarar prêmios de loteria e planos de capitalização na ficha de 
rendimentos tributáveis. Quando houver esses prêmios, eles de-
vem ser declarados na ficha de rendimentos sujeitos à tributação 
exclusiva;
7
Declarar planos de previdência complementar na modalidade 
VGBL como dedutíveis. Eles só podem ser dedutíveis quando es-
tão na modalidade PGBL, com dedução limitada em 12% do ren-
dimento tributável declarado;
8
Declarar doações a entidades assistenciais para garantir a dedu-
ção. A legislação permite a dedução somente para doações efe-
tuadas diretamente aos fundos controlados pelos Conselhos Mu-
nicipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente; ela é limitada em até 6% do imposto devido;
9 Declarar Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva, como o 13º salário, como se fosse um Rendimentos Tributável;
10 Deixar de declarar ganhos ou perdas de capital que são alienados bens e direitos;
11 Deixar de declarar ganhos ou perda de renda variável, caso o con-tribuinte opere em bolsa de valores;
12 Declarar despesas com planos de saúde de dependentes não re-lacionados na declaração.
Fonte: Portal Infomoney
26
vertentes da ciência administra-
tiva, como Planejamento Estraté-
gico, Gestão de Pessoas, Logística, 
Comércio Exterior, Administração 
Legal, Mediação e Arbitragem, en-
tre outras.
O objetivo do Centro do Conhe-
cimento é gerar e compartilhar 
conteúdos, servindo como um 
ambiente para fomento e discus-
sões sobre temas e tendências. 
Além disso, também é possível ter 
acesso a informações discutidas, 
geradas e disponibilizadas pelos 
Grupos de Excelência através da 
produção de artigos, livros, pes-
quisas, palestras e outros.
O Centro do Conhecimento do 
Conselho, que abriga os Grupos 
de Excelência atuantes nas mais 
diferentes áreas, conta com três 
recentes formações: Pacto Global, 
Gestão Pública e Negócios de Ener-
gia, que visam estudar e debater 
estes temas de total importância 
nos dias de hoje para a Administra-
ção e, também, para a sociedade. 
Criado pelo Conselho em 1997, 
o Centro do Conhecimento é cons-
tituído por Grupos formados por 
profissionais voluntários e espe-
cialistas nas mais diferentes áreas, 
que atuam dentro da abrangência 
do CRA-SP estudando inúmeras 
Gestão Pública
Para entender este tema, ne-
cessário para o desenvolvimento 
das nações, e em especial evi-
dência no Brasil atualmente, o 
Grupo de Excelência em Gestão 
Pública foi reativado e conta com 
experientes profissionais da área, 
com o objetivo principal de es-
tudar as recentes tendências da 
Administração Pública, em es-
pecial o novo perfil exigido do 
Administrador deste setor frente 
às exigências de mudança em to-
das as esferas de governo. Por 
meio de diversos eventos a serem 
Pacto Global, Gestão Pública e
Negócios de Energia são os mais
novos Grupos de Excelência
do CRA-SP
Conhecimento
27
realizados, o grupo visa levar ao 
conhecimento dos participantes 
as questões fundamentais sobre 
uma gestão eficiente, promo-
vendo o desenvolvimento dos 
municípios, estados e país. 
Negócios de Energia 
A questão energética no país 
é o foco do Grupo de Excelên-
cia em Negócios de Energia, que 
visa disseminar o conhecimento 
e estimular o administrador para 
a compreensão das diferentes 
questões que envolvem o tema 
na atualidade, com ênfase na ges-
tão de negócios e na capacitação 
necessária para assumir posições 
de destaque nesse setor.
Pacto Global 
Após a adesão do CRA-SP ao 
Pacto Global das Nações Unidas, 
no final do ano passado, tornou-
-se necessária a criação de um 
Grupo que possa estudar e de-
bater ações de apoio, defesa e di-
fusão dos princípios defendidos 
pelo Pacto, estimular a mobiliza-
ção da comunidade empresarial 
e acadêmica, além de estabele-
cer parcerias com entidades não 
governamentais que têm papel 
importante na liderança de movi-
mentos como este, desenvolvido 
pela ONU. O lançamento oficial 
das ações deste e do Grupo de Ex-
celência em Negócios de Energia 
acontece em evento a ser reali-
zado na sede do CRA-SP, no início 
de abril, e que debaterá um im-
portante cenário no país: a con-
tribuição das empresas para o 
desenvolvimento sustentável no 
Brasil (veja cobertura completa 
na próxima edição da RAP). 
por Redação
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O Adm. Cleber Suckow Nogueira, 
integrante do Grupo de Excelência 
em Administração em Saúde e coor-
denador de Planejamento em Saúde 
do município de Praia Grande conta, 
em breve relato à RAP, a importância 
do administrador neste setor e um 
pouco das atividades desenvolvidas 
no munícipio do litoral paulista atra-
vés do projeto Programa de Residên-
cia em Medicina de Família e Comu-
nidade – PRMFC. 
A cidade é a única da Baixada San-
tista que faz parte da iniciativa do 
Governo Federal e funciona como 
modelo na região. Com o PRMFC, a 
Secretaria de Saúde Pública do mu-
nicípio avança mais uma etapa no 
processo de ampliação da qualidade 
da Atenção Básica, setor considerado 
porta de entrada do sistema respon-
sável pelos serviços primários que 
evitam procedimentos mais comple-
xos por meio de acompanhamento 
médico com consultas.
“O Programa de Residência em 
Medicina de Família e Comunida-
de é um programa regulamentado 
pelo Governo Federal que existe 
especificamente na área da saúde. 
As residências são cursos de pós-
-graduação para os profissionais 
deste setor e, no caso da cidade de 
Praia Grande, esse curso em desta-
que visa a especialização na medi-
cina de família e comunidade, que 
já é realizado com muito sucesso 
em países como Canadá e Inglater-ra e que agora está recebendo in-
vestimentos no Brasil, com foco na 
saúde preventiva. 
O ponto importante da Admi-
nistração no curso é que os profis-
sionais da área médica geralmen-
te não conhecem e não geren-
ciam recursos e nem a sistemática 
de comunicação organizacional, 
por exemplo, e acabam por assu-
mir cargos de direção sem conhe-
cer a parte de gestão. A partir dis-
so, criamos aqui na Praia Grande, 
além das matérias técnicas, a dis-
ciplina de Gestão em Saúde. Nessa 
residência, os profissionais contam 
com períodos onde atuam na prá-
tica dentro das unidades de saúde, 
atendendo junto com um precep-
tor (médico mais experiente que 
os acompanha), além da parte de 
estudos, na qual está alocada esta 
disciplina ministrada por um admi-
nistrador (coisa difícil de acontecer 
em outras localidades). 
Acredito que no país ainda não 
existam muitos administradores 
atuando nesses programas de re-
sidência. Recentemente partici-
pei de um congresso internacional 
da área, realizado no Rio de Janei-
ro, e a nossa experiência foi mui-
to bem aceita lá. Inclusive, muitos 
profissionais da região se interes-
saram pelo programa e se inscre-
veram para participar de um novo 
processo seletivo, pois já estamos 
no segundo ano da residência mé-
dica e contamos com aproximada-
mente 17 residentes no município. 
Este é um campo difícil, pois é 
necessário dar aulas para médicos 
e falar de técnicas de negociação 
e economia, para que eles enten-
dam que existe um orçamento e 
que cada município tem a sua limi-
tação orçamentária, o que influen-
cia diretamente, por exemplo, em 
solicitações desnecessárias de exa-
mes. Essa visão do todo no planeja-
mento, bem como da organização 
que, muitas vezes, o profissional de 
saúde – médico – não tem, são co-
locadas nessas aulas e a aceitação 
está surpreendente.” 
Adm. Cleber Suckow Nogueira
ADMINISTRAÇÃO NA SAÚDE
28
Representações
Representações e participações em eventos ampliam a 
visibilidade da profissão 
Em nome do CRA-SP, Conselheiros 
e Representantes divulgam perma-
nentemente junto a diferentes públi-
cos – como alunos e coordenadores 
dos cursos das áreas da Administra-
ção, instituições de ensino, empre-
sas públicas e privadas, entidades, 
governo – a missão e os objetivos do 
Conselho, ampliando, assim, a sua 
representatividade na sociedade.
Acompanhe, a seguir, algumas das 
representações realizadas. 
Eventos diversos 
meses de fevereiro e março
17/02
Palestra Empresas preparam pro-
posta para reformar impostos em 
10 anos – Associação Brasileira de 
Advocacia Tributária – ABAT 
Representante: Cons. Rogério Fer-
nando de Góes 
22/02
Palestra Construção de Cenários: 
Como integrar o planejamento de 
curto, médio e longo prazo – Asso-
ciação Nacional dos Executivos de 
Finanças, Administração e Contabili-
dade – ANEFAC
Representante: Cons. Luiz Carlos 
Marques Ricardo 
10/03
Palestra Cenário econômico e pers-
pectivas para as reformas estruturais 
- Ordem dos Economistas
Representante: Cons. João Luiz de 
Souza Lima 
16/02
Faculdade Fleming
Universidade São Francisco
Faculdade Politécnica de Campinas
Centro Universitário da Fundação 
Educacional Inaciana Pe. Saboia de 
Medeiros
17/02
Faculdade Integração Tietê
Universidade do Oeste Paulista
Centro Universitário de Adamantina - FAI
18/02
Centro Universitário Álvares Penteado
19/02
Faculdade de Administração da Fun-
dação Armando Alvares Penteado
20/02
Centro Universitário das Faculdades 
Associadas de Ensino - FAE
Universidade Cruzeiro do Sul
21/02
Faculdade de Hortolândia
Faculdade de Tecnologia Rubens Lara
Faculdade Anglo
22/02
Instituto de Educação Superior de 
Boituva
Universidade Paulista – Ribeirão Preto
23/02
Universidade São Francisco – Bra-
gança Paulista
* As representações realizadas em fevereiro, 
antes do dia 10, fazem parte da edição nº 368 
da RAP
14/03
Programa Empresa com Valores 
- Associação Dirigentes Cristãos 
Empresas - ADCE SP
Representante: Cons. Antônio Carlos 
Cassarro 
14/03
Reunião Técnica Empresa Pró Ética 
- Associação Nacional dos Executi-
vos de Finanças, Administração e 
Contabilidade – ANEFAC
Representante: Cons. Antônio Carlos 
Cassarro
Representação Cerimonial 
em Colação de Grau 
mês de fevereiro* 
10/02
Faculdade de Ciências Gerenciais
Faculdade Marechal Rondon
Centro Universitário das Faculdades 
Metropolitanas Unidas
11/02
Centro Universitário Antônio Eufrá-
sio de Toledo de Presidente Pruden-
te - Toledo Prudente
14/02
Faculdade de Presidente Prudente
Universidade Paulista – São José do 
Rio Pardo
15/02
Instituto Federal de Educação, 
Ciência e Tecnologia de São Paulo – 
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29
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Confira algumas vantagens que 
os Certificados Digitais oferecem:
Imposto de renda: todos que 
possuem certificado digital po-
dem baixar a declaração pré-pre-
enchida, apenas para realização 
de ajustes ou adição de despesas 
e deduções, reduzindo a possibi-
lidade de erros de digitação. Com 
o e-CPF é possível agilizar desde 
o preenchimento até o acompa-
nhamento do processamento da 
declaração. 
Identificação: a tecnologia per-
mite que processos, antes reali-
zados pessoalmente ou por meio 
de inúmeros documentos em 
papel, possam ser feitos de ma-
neira eletrônica. É possível, por 
exemplo, assinar contratos digi-
talmente, provando que a pessoa 
é ela mesma com total segurança 
e autenticidade, o que exclui a 
obrigação de reconhecer firma.
Procurações: qualquer empresa 
pode gerar, com seu e-CNPJ, pro-
curações eletrônicas para um por-
tador de e-CPF fazer determinadas 
transações em nome dela perante 
a Receita Federal e outras autar-
quias públicas.
Leilões eletrônicos: Para ter 
acesso aos leilões em anda-
mento da Receita Federal ou 
da Polícia Federal, basta que 
o interessado acesse o Centro 
Virtual de Atendimento ao Con-
tribuinte (e-CAC) por meio de 
certificado digital válido, utili-
zando a opção de atendimento 
“Sistema de Leilão Eletrônico”. 
Nesse link, é possível visualizar 
os editais disponíveis, os lotes 
de cada um, preço inicial e as 
datas de início e fim de recebi-
mento das propostas. 
Transações online: A utilização 
do certificado digital garante a 
identificação do cliente pelo banco.
Há vários tipos de Certificados, 
para pessoas físicas e jurídicas, 
dependendo do uso e tipo de 
aplicabilidade. Para saber mais 
sobre os tipos de Certificados 
e os valores com desconto ofe-
recidos aos registrados, acesse: 
http://bit.ly/2fM8MhH 
Nova Carteira Profissional
Profissionais registrados no 
Conselho e que

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