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Caso 5 pronto

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE DOURADOS/MS
 BERNARDO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador de identidade n° xxx, expedido pelo xxx, inscrito no CPF/MF sob n° xxx, E-mail: xxx@xxx, residente e domiciliado (endereço completo) em Dourados/MS. Vem perante vossa Excelência por meio de seu advogado: xxx OAB/xx xxx, residente e domiciliado (endereço completo), E-mail: xxx@xxx, para fins do artigo 319, II e artigo 77, V do NCPC. Vem a este juízo, propor a presente demanda.
 AÇÃO DE REPARAÇÃO POR PERDAS E DANOS
 Ação pelo rito especial, em face de SAMUEL, nacionalidade, estado civil, profissão, portador de identidade n° xxx, expedido pelo xxx, inscrito no CPF/MF sob n° xxx, E-mail: xxxxxx xxx@xxx, residente e domiciliado (endereço completo) em Campo Grande/MS. Em vista do aritigo 319,II do NCPC. Pelos fatos e fundamentos a seguir: 
DA COMPETÊNCI A DO JUÍZO
 É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, uma vez que o objeto do caso tem como característica uma obrigação de comodato gratuito (art. 579 do CC), estabelecido em contrato escrito, donde se pode visualizar que o referido compromisso deveria ser satisfeito no domicílio do Autor, que, no entanto não foi cumprido em momento algum pelo Réu, incorrendo assim em estado de mora até o surgimento do caso fortuito em que ocasionou a perda do bem aqui aludido, causando efetivos danos ao Autor. Com isso, é expressão nítida no código de processo civil de 2015, no artigo 53, inciso IV, a línea “a)” a competência desta jurisdição para a apreciação da seguinte demanda. Nesses termos: 
Art. 53. É competente o foro: ( … )
 IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; (CPC/2015)
 
DOS FATOS 
 O presente caso concreto versa sobre o estabelecimento do contrato de comodato escrito pelo Sr. Bernardo, ora Autor, em favor do Sr. Samuel, pertencente ao polo passivo desta ação, sendo o objeto da avença o cavalo de espécie mangalarga, o qual tinha por nome “TURFÃO” avaliado em R$ 10.000,00 (dez mil reais), O bem deveria ser restituído, conforme contrato, no o dia 02 de outubro de 2016. No entanto, até o mês de janeiro de 2017 não houvera a devolução por Samuel, ressaltando que fora constatado a desídia do mesmo para restituir o equino. A mora perdurou até a chegada de um forte temporal no local onde permanecia o animal, causando sua morte em decorrência da altura atingida pela água, bem como à sua força. Assim, se findo o relato dos fatos, passa-se agora à exposição dos fundamentos do direito material.
DO MERITO
DA RESPONSABILIDADE ORIUNDA DA MORA
 Vossa Excelência, o caso ora em análise, o direito que assegura o autor, vem expressamente amparado no artigo 399 do código civil, que trata-se da mora, ou seja, o atraso no cumprimemento da obrigação e pela impossibilidade resultate de força maior, não cabe a exclusão do dever de indenizar mesmo que o objeto pereça quando o devedor já está em mora com o credor, visando também o artigo 206, §3°, V do CC, que declara a validade do prazo decadencial de três (3) anos , sendo assim o fato ocorrido em janeiro de 2017, estanto dentro do prazo legal. Como no caso em análise, nesse ínterim:
Art . 399 O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fose oportunamente desempenhada.
 Sobre perdas e danos o artigo 402 do código civil determina que o credor tem direito ao recebimento de indenização pelo dano emergente. No artigo 186 do código civil se tem a determinação legal de ato ilícito por negligência causar dano a outrem. Nesses termos:
Art. 402 Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclussivamnete moral, comete ato ilícito.
 Excelência, como será efetivamente demonstrado no feito, e por força da higidez das provas a costadas nos autos, o caso em tela é oriundo de um contrato escrito de comodato gratuito, sendo que o objeto do acordo firmado fora um equino de raça mangalarga, cujo nome o dono deu-lhe “Tufão”, o animal era avaliado em expressiva quantia, cerca de R$ 10.000,00 (dez mil reais), tinha utilidade para Autor na reprodução da linhagem, em exposições, bem como em turfes, ou seja, constata-se, de plano, a relevante importância do animal para o Sr. Bernardo. Voltando ao teor da avença firmada, fora estabelecido que o equino deveria ser devolvido até o dia 02 de outubro de 2016, isto é, fora firmada uma obrigação positiva, no entanto, até a ocorrência do evento trágico, em que o animal veio a falecer, com o já referido, até o mês de janeiro de 2017, o cavalo não foi devolvido por pura e repulsiva desídia do Sr. Samuel, ora Réu. 
 Com isso, vislumbra-se uma inequívoca mora de mais de dois meses, fato notório e originário da culpabilidade na causa da morte do animal. Afasta-se, desde logo, qualquer argumento de ocorrência de caso fortuito, impassível de modificação se o equino estive sob qualquer outra guarda. O que se constata é o grave dano sofrido pelo Sr. Bernardo, que não mais contará com seu animal, quando perdera um bem de importe considerável por puro desleixo do Sr. Samuel. Felizmente, o nosso código civil nos traz, de modo esclarecedor, a responsabilidade do devedor que se encontra em demora em sua obrigação. Nos termos dos artigos 394, 395, 397 e 399 do aludido regramento, aquele que estiver em atraso com a obrigação em que se estabeleceu, responde pelos prejuízos a que sua mora der causa, acrescidos de juros, correção monetários e honorários advocatícios. 
 Dito isso, sem sombra para dúvidas, vê -se inequívoca a culpa do Réu no fato ocorrido. Se estivesse cumprida em tempo a devolução do animal, o evento fatal não se efetivaria. Tanto é que a chuva torrencial que se deu no lugar em que estava o cavalo, não ocorrera onde o Autor residia, afastando, assim, qualquer isenção na de culpabilidade, ou que o dano sobreviveria ainda que se fosse efetuada a devolução em tempo hábil. Nesse sentido:
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. 
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da restação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. (Grifos nossos)
DO PEDIDO 
Diante do exposto, o autor requerimento a Vossa Excelência: 
I- Citação do réu para integrar na relação processual; 
II- A citação do réu para comparecer a audiência de conciliação/mediação, caso não se obtenha a o réu deverá apresentar defesa sob pena de revelia; 
III- A procedência total da ação com a condenação do réu ao pagamento de perdas e danos emergente ao valor de R$ 10.000,00 (dez mil mil reais) com juros e correções monetárias na forma da lei, até a data do efetivo pagamento.
IV- A condenação do ônus da sucumbência de acordo com o artigo 85 do NCPC
V. Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, estando já em poder do contratode comodato firmado entre as partes, o qual facilmente se extrai a lesividade da mora em se deu o Réu; 
VI. Honorários advocatícios estabelecidos em 20% sobre o valor da causa. 
DO VALOR DA CAUSA
 Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Em razão de Bernardo xxx.
 Nestes termos, pede deferimento. 
 Local, (Dia), (Mês ) de (Ano). 
 ADVOGADO x.x.x OAB/xx x.x.x

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