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INCLUSÃO DO ALUNO ESPECTRO AUTISTA Santos, Francine E. Mattana dos. RU 2085946 UNINTER Resumo Diante de uma sociedade que a cada dia apresenta um crescimento de alunos com algum tipo de deficiência, em especial o espectro autista, deficiência a qual engloba uma série de condições caracterizadas por desafios. O aluno com espectro autismo tende a ter comportamento repetitivo, dificuldades na fala e comunicação não verbal, na integração com outras pessoas e ambientes. Nesse caso a palavra inclusão, o ato de incluir torna-se cada vez mais amplo e sugestivo da mesma forma que complicado de se executar devido a leis que exigem mas não proporcionam as oportunidades, infraestrutura, equipamentos e profissionais especializados para trabalhar e auxiliar esse aluno dentro do processo. Palavras-chave: Espectro autista. Profissionais especializados. Infraestrutura. Constituição da República Federativa do Brasil. Falar sobre inclusão na escola, sala de aula, parece ser uma “tarefa” de fácil execução, mas na realidade à qual pertencemos é diferente; principalmente nas escolas da rede pública de ensino. O Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999 em seu artigo 1º decreta: “A Política Nacional para integração da Pessoa Portadora de Deficiência compreendo conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência”. (Constituição da República Federativa do Brasil). Com base nesse decreto, buscando uma melhor compreensão do mesmo e como aplica-lo, observei e conversei com os pais, professores e com uma aluna com espectro autismo leve que estuda em uma escola da rede particular de ensino de nossa cidade, a qual disponibiliza em seu corpo docente uma psicóloga, uma psicopedagoga, monitoras e laboratório de aprendizagem. Desde que possui 2(dois) anos de idade, a menina hoje com 10(dez) anos; os pais perceberam que havia algo de “diferente” no comportamento da menina se comparado a outras crianças de seu convívio e da mesma idade. Ela possuía dificuldade de interagir com outras pessoas, crianças, possuía dificuldades para se comunicar através da fala, ficava apreensiva em executar algumas atividades simples e muito ansiosa quando estava fora do ambiente de casa. Essas diferenças ficaram mais evidentes quando ela começou a frequentar o maternal da escola onde estuda até o momento. Os professores e a psicóloga da escola também perceberam que ela não acompanhava o mesmo “ritmo” das outras crianças, tanto no sentido de falar como no modo de interagir com colegas e atividades propostas, parecia que não havia um entendimento dela para com aquelas situações. A partir daí, os professores, a psicopedagoga e a psicóloga conversaram com os pais sugerindo uma investigação mais aprofundada e específica a respeito do que ocorria com a menina. Os pais de imediato concordaram e de imediato a levaram a um neuropediatra para se iniciar as investigações. O neuropediatra fez exames, solicitou avaliação de fonoaudióloga e psicóloga infantil e após essa minuciosa investigação, em comum acordo veio o resultado: a menina é espectro autista de grau leve. Os pais de início ficaram assustados com o diagnóstico mas desde a confirmação do mesmo a levam semanalmente a fonoaudióloga, na psicóloga, em aulas de balé, patinação. Ela continua acompanhando os colegas da turma, hoje encontra-se no 5º ano do ensino fundamental. Ao mesmo tempo em que apresenta grande facilidade para desenhar (desenha tão bem, que até parece uma cópia), criar e contar histórias ainda possui dificuldades em interagir em grupo, com outros colegas; para sentir-se segura, apega-se a uma determinada colega ,espera que ela chegue na escola para a partir daí ir brincar e realizar atividades com o restante do grupo. Em sala de aula não possui acompanhamento de uma monitora a pedido dos pais, pois querem que ela se esforce sozinha para acompanhar o grupo, mesmo ela apresentando dificuldade no entendimento de alguns conteúdos e atividades. Em casa, necessita de uma rotina já pré-estabelecida pelos pais, se não fica agitada e mau humorada. Possui horários para as atividades extracurriculares das quais participa e para terminar as atividades de estudo que não conseguiu terminar na escola, tudo escrito em um cartaz para que fique explícito ao seu contato visual. Após essa observação e conversação com os pais, professores e com a menina, retirei da internet essa inspiradora frase de Jéssica Del Carmem Perez que diz: “As crianças especiais, assim como as aves são diferentes em seus voos. Todas no entanto são iguais em seu direito de voar”. Essa frase resume de forma sucinta o quanto temos de aprender, investigar, questionar, nos aperfeiçoar referente à palavra, ao ato inclusão, para que o mesmo não se torne um ato de segregação com nossas crianças, nossos alunos. Assim como o caso da menina descrito acima é necessário que se investigue o aluno que apresenta algum comportamento diferente, alguma dificuldade aparente, a família desse aluno, para que se torne mais rápido e fácil diagnosticar a deficiência espectro autista para de imediato poder trata-la, trabalha-la. É necessário descobrir o que o aluno gosta, seu medos, seus dons, sua dificuldades e receios, se recebe ou não algum estímulo em casa; pois mesmo a deficiência sendo a mesma cada pessoa é única na forma de entender ,pensar, agir, se expressar e reagir a algumas situações, a alguns ambientes. Eis aí a grande importância de se “falar uma mesma língua” na escola, em casa, a importância de se trabalhar em grupo, de realizar atividades coletivas para que esse aluno sinta-se protegido, acolhido e importante no meio em que vive, convive. Temos de cobrar dos órgãos competentes que fazem e reformulam as leis exigindo seu cumprimento que eles forneçam suporte as escolas e professores através de salários dignos, infraestrutura adequada para os tipos de deficiência existentes, especialização de professores, monitores e gestores; pois os mesmos sentem-se despreparados para receber e atender esses alunos com deficiência devido ao descaso pelo qual sofre nossa educação. Alguns professores se esforçam ao máximo para tentar oportunizar ao aluno com deficiência acesso, permanência e aproveitamento escolar, buscando técnicas e métodos de integrar e socializar esse aluno, o que não deveria ocorrer somente desta forma. Ainda temos muitos desafios e descobertas a fazer no que se refere a inclusão escolar, mas se trabalharmos juntos cobrando para que se faça valer o direito decretado em lei ao nosso aluno, conseguiremos ofertar uma escola inclusiva para quem mais precisa ; que é o nosso aluno com deficiência. Minha proposta para uma escola inclusiva visa oportunizar ao aluno seja ele com deficiência ou não; oficinas de arte, oficinas de criação e contação de histórias, oficina de teatro, salas de recurso com professores e instrutores especializados, para que desta forma o aluno possa se expressar e interagir ao máximo com os colegas, usando seu corpo e sua mente. Como diz Salvador Allende, ex-presidente da República do Chile, “Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos”. Referências: ALLENDE,SALVADOR, ex-presidente da República do Chile, disponível em https://www.pensador.com, acessado em 24/04/2018 ,FRASES E PENSAMENTOS. PEREZ, JÉSSICA DEL CARMEM, disponível em https://www.meucerebro.com acessado em 24/04/2018 19 FRASES INSPIRADORAS SOBRE AUTISMO. BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERATIVA DA REPÚBLICA DO, decreto nº 3.298 de 20 de dezembro de 1999.ARTIGO 1°.
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