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07 - Teoria da Ação, Conceito, Elementos

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�LFG – PROCESSO CIVIL – Fredie Didier – Intensivo I - 2010.2
TEORIA DA AÇÃO
CONCEITO DE AÇÃO
Existem três acepções para a palavra ação: de natureza constitucional, de natureza processual e de natureza material.
1ª) 	Acepção de natureza CONSTITUCIONAL 
É o direito de ação, de provocação da atividade jurisdicional, de acesso à justiça, o direito de acesso aos tribunais. O estudo do princípio da inafastabilidade se refere ao direito de ação. 
O direito de ação é um direito fundamental, incondicionado, autônomo (é distinto do direito afirmado pela parte quando vai a juízo. A parte tem o direito de ir a juízo, independentemente de ter razão). 
É abstrato, pois não se refere a nenhum direito material específico. Pouco importa o direito material discutido.
2ª) 	Acepção de natureza MATERIAL
Aqui, a palavra “ação” é sinônimo de direito.
É o direito que se afirma ter contra alguém.
Todos nós sabemos que temos vários direitos. Direito de crédito, direito à herança, direito de não ser invadido na sua posse, direito a cortar galho de árvore que o terreno, etc. 
Os vários direitos que temos (direito ao crédito, à herança, de cortar o galho) são ações em sentido material.
 Sempre que se vai ao Judiciário, leva-se a afirmação de algum direito material e esse direito material é sinônimo de ação. 
No sentido constitucional, ação é o direito de ir a juízo. No sentido material, é o direito que eu afirmo ter quando vou a juízo.
3ª) 	Acepção de natureza PROCESSUAL 
Aqui, a acepção é ação em sentido processual, isto é, ato. Não é um direito, é um ato, demanda. Demanda é um ato (acepção processual), que é o exercício de ir a juízo (acepção constitucional), afirmando ter um direito específico (acepção material).
A demanda é um ato que funde dois direitos: o direito de ir a juízo, e de levar ao judiciário a apreciação de um direito que se afirma ter.
Esse ato dá início ao processo, e é o mesmo ato que vai definir qual é o objeto do processo. 
Por isso, só se entende o sentido processual, sabendo dos outros dois.
A ação exercida, que é o ato-ação exercido, é sempre concreta. Sempre se refere a um problema concreto. Quando eu provoco a atividade jurisdicional, eu levo, no mínimo, um problema para ser resolvido. Além de ser concreta, é condicionada.
A demanda é concreta, o direito de ação é abstrato.
É o ato de provocação da atividade jurisdicional.
“Res in iudicium deducta” (a coisa é deduzida em juízo). A demanda deduz em juízo uma relação jurídica.
Na aula sobre jurisdição, o professor falou que uma marca da jurisdição é que ela atua sobre situações concretas que são levadas ao Judiciário por meio deste ato, que provoca a atividade jurisdicional. Esse ato se chama ação ou demanda. 
Ação ou demanda é o ato de provocação da atividade jurisdicional (exercício do direito de ir a juízo), que é também o ato pelo qual eu afirmo titularizar uma determinada situação jurídica. 
O estudo da demanda se divide em elementos, condições e classificação da ação.
ELEMENTOS DA DEMANDA ou DA AÇÃO
Para compreender os elementos da demanda, é preciso atenção para o seguinte: a situação material afirmada pelo demandante está em uma relação jurídica. Em toda demanda, o demandante afirma, pelo menos, a existência de uma relação jurídica. É com base nela, que saberemos, por exemplo, qual é o juízo competente.
 
O professor quer que aprendamos a usar sempre o termo relação jurídica deduzida ou afirmada em juízo. Sempre que ele falar nisso, temos que remeter à relação jurídica afirmada na demanda. 
A relação jurídica discutida pode vir no concurso como uma expressão em latim: res in judicio deducta.
 
Toda relação jurídica tem três elementos: sujeitos, objeto e fato. Uma relação de pessoas, em torno de um objeto, por conta de um fato. 
A Parte Geral do Código Civil também é dividida em três partes: pessoas, bens e fatos jurídicos. Cuida exatamente dos elementos da relação jurídica.
Se em toda a demanda afirma-se ao menos uma relação jurídica, e a relação jurídica tem três elementos, toda demanda vai ter que envolver sujeito por conta de um fato em torno de um objeto.
Diante disso, quais são os elementos da demanda/ação? Partes, pedido e causa de pedir. 
	E as condições da ação? Também são três: legitimidade, possibilidade jurídica do pedido e interesse de agir.
Cada condição da ação se relaciona com cada elemento da ação que, por sua vez, se relaciona com cada elemento da relação jurídica.
Quantos são os critérios objetivos de distribuição da competência? Também são 3:
competência em razão da pessoa, em razão do valor e em razão da matéria.
São três os critérios objetivos, e não é por acaso. Os critérios objetivos estão relacionados com a demanda. Se a demanda tem três elementos, três são os critérios objetivos.
	Elementos da relação jurídica
	Partes da parte geral do CC
	Elementos da ação
	Condições da ação
	Critérios objetivos de distribuição de competência
	Sujeitos
	Pessoas
	Partes
	Legitimidade das partes
	Competência em razão da pessoa
	Objeto
	Bens
	Pedido
	Possibilidade jurídica do pedido
	Competência em razão do valor
	Fato
	Fatos jurídicos
	Causa de pedir
	Interesse de agir
	Competência em razão da matéria
Feitas essas considerações, vamos começar a estudar os elementos da ação.
1.	Pedido
É um elemento importante, mas não será examinado agora. Será estudado em petição inicial.
2.	Partes
Parte é o sujeito parcial do processo. Sujeito que participa do processo com interesse na causa, com parcialidade.
A parte pode ser principal, que são autor e réu, demandante e demandado. Ao lado das partes principais há as partes auxiliares, que são aquela que atuam no processo com o objetivo de ajudar as principais. Não demandam, nem são demandadas, mas atuam no processo com parcialidade, por isso, são partes. É o caso do assistente.
O professor tem medo de pensarmos que assistente não é parte, ou seja, de imaginarmos que assistente faz tudo o que a parte faz, mas não é parte, e só faz para ajudar. Assistente é parte!
Existem também as chamadas partes incidentais, ou partes do incidente. Existem sujeitos que só são partes em alguns incidentes processuais e não em todo o processo. Exemplo: o juiz não é parte, obviamente, mas no incidente de suspeição, ele é parte.
 
Outra coisa que é preciso compreender é que, parte é um contexto processual. A parte é aquela que está no processo. Pode acontecer de a parte que compõe o conflito ser uma, e a parte que figura no processo seja outra. As partes em sentido material nem sempre coincidem com as partes do processo. 
Exemplo: criança e pai estão brigando. O filho quer alimentos e o pai não quer dar. Se o filho vai a juízo contra o pai, as partes do processo são iguais às partes do litígio. Ambos reproduzem essa briga em juízo. Mas pode acontecer de o MP propor a ação pelo menor. Se isso acontecer, o MP será parte no processo, pedindo alimentos, mas não é parte do litígio. Não é ele que quer alimentos. O MP não será parte do litígio. Mas ele é parte do processo.
 
A doutrina criou um termo: Parte Complexa. Quando um incapaz está em juízo, ou uma pessoa jurídica está em juízo, ambos precisam de alguém a seu lado. O incapaz precisa do seu representante e a pessoa jurídica precisa do órgão que cuide de seus interesses. Por conta disso, surge uma figura estranha, uma parte composta por dois sujeitos: incapaz e representante, pessoa jurídica e seu órgão (diretor, presidente). Esse conjunto incapaz e representante, órgão e pessoa jurídica se chama parte complexa. 
Partes ilegítimas também são partes. Não deveriam ser, mas, tanto são ilegítimas, que podem argüir sua própria ilegitimidade,
3.	Causa de Pedir
	FENÔMENO JURÍDICO
	
	1
	
FATO DA VIDA *
	
Acidente, murro, beijo...
	
	1
	
	2
	HIPÓTESENORMATIVA
(Fundamento Legal)
	
Se sobre o fato da vida em questão incide uma hipótese normativa (incidência ou subsunção – vide seta*), o fato passa a ser um fato jurídico.
	LEI
Direito
	2
	
	3
	FATO JURÍDICO
	
É o fato da vida sobre o qual incide uma norma e cujo efeito mais importante é a relação jurídica. 
Causa de pedir remota :
Ativa – fato gerador do direito
Passiva – fato que gera ida ao Judiciário
	CAUSA DE PEDIR 
(= CPP + CPR)
	3
	
	4
	RELAÇÃO 
JURÍDICA
(Fundamento Jurídico)
	Direitos 
	
	
Fundamentos jurídicos da demanda. 
direito.
Causa de pedir próxima.
	
	4
	
	
	
	Deveres
	
	
	
	
	
	5
	DEMANDA
	
	PEDIDO
	5
O fenômeno jurídico se estrutura mais ou menos seguindo essa suposição do professor. Por exemplo: um fato da vida ocorre. Se esse fato tiver uma previsão normativa, essa hipótese normativa recairá sobre o fato, tornando-o um fato jurídico. O fato jurídico é o fato da vida que sofreu a incidência de uma hipótese normativa. A norma dá ao fato um sentido que o fato não tinha. 
Então, vamos pegar o caso da semana: o abortamento da menina pernambucana que foi alvo da excomunhão. Qual é o fato da vida? O abortamento. Hipótese normativa jurídica do direito brasileiro: esse é um fato lícito porque se trata de gravidez de risco e incide hipótese normativa que autoriza a gravidez. Para o direito canônico, este mesmo fato, é um fato jurídico ilícito. Porque o direito dá aos fatos o sentido de que o direito entenda que ele mereça. 
Pontes de Miranda disse que “a hipótese normativa colore o fato”. Ou seja, ele se torna um fato jurídico. O fato jurídico gera efeitos jurídicos, e o mais importante efeito é a relação jurídica. 
A relação jurídica é um efeito do fato jurídico e compõe-se de direitos e deveres. Direitos e deveres são efeitos que a lei atribui a determinados fatos jurídicos. Ex: Eu tenho direito de ser indenizado porque a lei imputa a determinado fato esse efeito jurídico.
 
Fredie tomou um murro. Fato. Esse fato é jurídico e ilícito e gera para Fredie o direito de ser indenizado. Ele vai a juízo e vai acionar o sujeito dizendo: “juiz, eu tomei um murro, esse murro é um fato jurídico que me dá o direito de ser indenizado”. Na minha demanda terei que contar tudo isso, todo o fato e o direito que afirmo ter: direito de ser indenizado e pedi-lo. 
Se assim é, qual é a causa de pedir? Qual é o número no quadro? Qual é a causa do meu pedido? Causa de pedir são os fatos jurídicos (3) + relação jurídica ou fundamento jurídico da demanda (4). 
Fundamento jurídico é o direito que se afirma ter. Direito com “d” minúsculo. A diferença entre maiúsculo e minúsculo aqui é fundamental. O direito que eu afirmo ter é o direito com “d” minúsculo, direito subjetivo. 
Vejam como tem sentido: por que peço uma indenização? Porque eu fui lesado e eu tenho o direito de ser indenizado. São dois fundamentos: de fato (lesão) e direito de ser indenizado. A causa do meu pedido é a soma do fundamento de fato com o fundamento de direito. 
Muitos acham que fundamento jurídico é a hipótese normativa, e erram. Fundamento jurídico não é a hipótese normativa, não é o fundamento legal. 
A hipótese normativa, serve para conhecer qual é a lei que se aplica. 
Fundamento jurídico é o direito que se afirma ter em juízo. A lei não compõe a causa de pedir. A causa de pedir é composta dos fatos jurídicos e do direito que se afirma ter. 
Causa de pedir = causa de pedir remota (CPR) + causa de pedir próxima (CPP). 
Causa de pedir remota é o fato jurídico e causa de pedir próxima é a relação jurídica. 
Nélson Nery inverte. Ele diz que causa de pedir remota é o direito, e causa próxima é o fato. Só ele diz isso. Até porque não teria sentido a causa remota ser o direito e a próxima ser o fato. Porque primeiro acontece o fato.
Fala-se que direito brasileiro adota a teoria da substanciação da causa de pedir. Significa que uma causa de pedir é composta de duas partes: a remota e a próxima. Uma causa de pedir só será igual a outra causa de pedir, se as causas de pedir remotas e causas de pedir próximas, forem iguais.
Teoria da individualização da causa de pedir, se contrapõe à teoria da substanciação. Não foi adotada no BR. De acordo com essa teoria, a causa de pedir é o direito afirmado em juízo. O fato jurídico não compõe a causa de pedir.
Ex: Ação para anular contrato por dolo e outra ação para anular o mesmo contrato, entretanto, por erro. Neste caso, as causas de pedir próximas são distintas, e assim o é para nosso código. Se tivesse adotado a teoria da individualização, essas causas de pedir seriam idênticas.
	
O professor vai dar alguns exemplos para que aprendamos a identificar a causa de pedir.
Ação de alimentos. Causa de pedir remota (fato jurídico) é o vínculo de família, a necessidade do alimentando e a possibilidade do genitor. 
Ação indenizatória em razão de acidente de trânsito. Causa de pedir remota é o acidente causado por outrem que tenha gerado dano. A causa de pedir próxima é o direito de ser indenizado. O pedido é de condenação à indenização.
Cobrança de contrato inadimplido. Causa de pedir remota é a inadimplência do contrato.
 
Anulação de contrato por erro. Causa de pedir remota é contrato celebrado em erro, gera o direito de anular (causa de pedir próxima) e o pedido é a anulação. 
A lei nº 10.300 é inconstitucional e pretende-se propor uma ADI contra ela. A causa de pedir remota é a inconstitucionalidade da lei. A causa de pedir próxima é o direito difuso da coletividade de extrair uma norma inconstitucional do sistema e o pedido é a declaração de inconstitucionalidade. 
Sentença proferia por juiz corrupto. Quero rescindi-la. A causa de pedir remota é a sentença proferida por juiz corrupto. O fato é esse. É um fato jurídico que gera o direito de rescindir a sentença, que é a causa de pedir próxima. E o pedido é a rescisão.
Causa de pedir remota (fato jurídico) pode ser dividida em duas partes:
Causa de pedir remota ativa;
Causa de pedir remota passiva.
Vocês têm que entender que causa ativa e causa passiva não é sinônimo de próxima e remota. 
A causa de pedir remota ativa é o fato-título do direito do sujeito. É o fato gerador do direito. A causa de pedir remota passiva é o fato que impulsiona o interesse de agir, a ida ao Judiciário. 
Um exemplo, muito fácil de entender: eu tenho um contrato com João. João não cumpre esse contrato e quero cobrá-lo em juízo. Neste caso, a causa de pedir remota (fato jurídico) é o inadimplemento do contrato. Se a causa de pedir remota se divide em ativa e passiva, qual é o fato-título? O contrato. E qual é o fato que impulsiona o interesse de agir? O inadimplemento. 
Assim, o inadimplemento do contrato é a causa de pedir remota; o contrato (causa de pedir ativa) gera o meu direito e o inadimplemento (causa de pedir passiva) impulsiona a ir a juízo.
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