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4. Aplicações do equilíbrio de Nash – 2a parte: Localização e recursos comuns Teoria dos Jogos Faculdade de Economia, UFF Prof. Fábio D. Waltenberg Março de 2014 Programa 1. Localização Versão simples Aplicação à esfera política Com custos de transporte 2. Tragédia dos recursos de uso comum Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 2 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 3 O jogo da localização Dois quiosques A e B numa praia com 1km de extensão Inicialmente, temos: A localizada a 250 metros do km 0 B localizada a 750 metros do km 0 Quiosques poderão mudar de lugar Os dois vendem o mesmo produto (biscoito globo?) ao mesmo preço Não há razão para preferir comprar numa ou noutra Só importa o seguinte: banhistas preferem comprar no quiosque mais próximo Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 4 O jogo da localização Os dois quiosques possuem os mesmos custos Custos não são afetados pela localização escolhida Competição apenas pelo número de compradores Pressupostos complementares Banhistas se distribuem uniformemente na praia Cada banhista compra apenas um produto Quanto maior a extensão da praia servida por um quiosque, maiores sua vendas (e lucros) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 5 O jogo da localização Dadas essas premissas, a pergunta é: a localização inicial é de equilíbrio? É um equilíbrio de Nash? É ótimo de Pareto? Imaginem que o quiosque A se deslocasse até a posição 749m, ficando ao lado de B O que ocorreria? Atenderia cerca de 75% dos clientes, enquanto B ficaria com cerca de 25%, certo? Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 6 O jogo da localização Qual é a resposta racional do quiosqueiro B? Ficar parado é uma boa resposta? Há uma única situação em que nenhum dos quiosques tem como mudar de localização e se beneficiar. Qual é? Um ao lado do outro, no centro da praia Cada quiosque fica com metade do mercado O jogo da localização Portanto: um ao lado do outro, no centro da praia: Cada quiosque fica com metade do mercado É um equilíbrio de Nash? 1. Cada quiosque adotou a melhor resposta à localização do outro 2. Nenhum quiosqueiro tem incentivo para mudar Daqui a pouco, uma aplicação interessante: programas de partidos políticos Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 7 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 8 Em grupo... Quatro jogadores que não podem se comunicar Cada um, inclusive você, recebe 10 fichas Você pode: Manter um certo número de fichas Depositar um certo número de fichas num cofre comum O ganho de cada jogador é igual a: R$20,00 x fichas mantidas + R$10,00 x número total de fichas depositado por todos os jogadores no cofre comum Ex: Se você guardou 3 fichas e cada um dos outros três jogadores também, então, você ganhará 20x3 + 10x(7x4) Quantas fichas você deposita no cofre comum? Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 9 O teorema do eleitor mediano Se você fosse candidato, que tipo de programa de governo você deveria apresentar aos eleitores, para maximizar as chances de ser eleito? (Corrupção, compra de votos e práticas afins ignoradas!) Imaginem que o debate político se dê em torno de uma única dimensão Ex: orçamento do Programa Bolsa Família (PBF) deve ser expandido, mantido ou reduzido? Eleitores escolhem candidato cujo programa encontra-se mais próximo da sua posição preferida Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 10 O teorema do eleitor mediano Imaginem que os eleitores se distribuam uniformemente ao longo de um espectro ideológico (contínuo)… …que vai da extrema esquerda (ex: favoráveis a uma forte expansão do PBF) … à extrema direita (ex: favoráveis a uma draconiana redução do PBF) … passando pelo centro (ex: favoráveis a um PBF próximo ao dos moldes atuais) … e todas as nuances entre esses pontos extremos Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 11 O teorema do eleitor mediano Eleitor mediano é aquele que divide a distribuição em duas partes iguais Como temos distribuição uniforme, é fácil localizar o eleitor mediano: no centro do espectro ideológico Mais concretamente: Dois candidatos: “Azul” e “Branco” Quem tem mais votos, recebe recompensa 1 (vence a eleição) O outro recebe recompensa -1 (derrota) Se candidatos dividem eleitorado entre si, recompensa é 0 (eleição termina empatada) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 12 O teorema do eleitor mediano Pressuposto: Assim como o banhista compra no quiosqueiro mais próximo do seu guarda-sol… … o eleitor vota no candidato cujo programa está mais próximo da sua posição ideal Ex: se meu ponto ideal é 0,5, prefiro votar num candidatos que apresentem programas correspondentes às posições 0,3 ou 0,7 a votar noutros cujos programas sejam 0,8 ou 0,2 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 13 O teorema do eleitor mediano Suponha que “Azul” escolha programa 0,3 “Branco” poderia se localizar em 0,31 e ganhar todo o eleitorado à direita de 0,3 Cobriria espectro político maior Voto útil: eleitor que tenha como ponto ideal 1 não aprecia o programa do candidato “Branco” (0,31), mas o do candidato “Azul” (0,3) é pior ainda aos seus olhos! Em que posição um candidato terá maior chance de vencer? No centro do espectro ideológico (Resta saber que política corresponde exatamente ao centro do espectro ideológico) Equilíbrio de Nash: dois candidatos escolhem programas de governo semelhantes Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 14 (Política por economistas) John E. Roemer, “Political Competition: Theory and Applications”, Harvard Univ. Press, 2006 1. Political Competition over a Single Issue: The Case of Certainty 2. Modeling Party Uncertainty 3. Unidimensional Policy Spaces with Uncertainty 4. Applications of the Wittman Model 5. Endogenous Parties: The Unidimensional Case 6. Political Competition over Several Issues: The Case of Certainty 7. Multidimensional Issue Spaces and Uncertainty: The Downs Model 8. Party Factions and Nash Equilibrium 9. The Democratic Political Economy of Progressive Taxation 10. Why the Poor Do Not Expropriate the Rich in Democracies 11. Distributive Class Politics and the Political Geography of Interwar Europe 12. A Three-Class Model of American Politics 13. Endogenous Parties with Multidimensional Competition 14. Toward a Model of Coalition Government Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 15 Em grupo... Quais são os equilíbrios de Nash do jogo ao lado? Jogador 2: Jogador 1: t m r U 5, 3 0, 4 3, 5 M 4, 0 5, 5 4, 0 D 3, 5 0, 4 5, 3 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 16 O jogo da localização com custos de transporte Voltamos aos quiosqueiros da praia Mesmas posições iniciais: 250m e 750m Nova suposição: custo de deslocamento (ou de transporte) para os banhistas que desejam adquirir seu biscoito é função da distância Banhista considera preço do biscoito e desutilidade de caminhar até o quiosque Preço total, p* = p + td Onde p é o preço do biscoito, d é a distância entre guarda- sol e quiosque, e t é o custo de transporte por unidade de distância percorrida Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 17 O jogo da localização com custos de transporte Para uma distância suficientemente grande, alguns banhistas preferirão não se deslocar Seja um preço de reserva, V, o preço total máximo que a pessoa estádisposta a pagar Banhista comprará biscoito se p* ≤ V Ou seja: p + td ≤ V Ou ainda: d ≤ (V - p)/t Suponha que V seja o mesmo para todos os banhistas Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 18 O jogo da localização com custos de transporte Para algum quiosqueiro vale a pena sair da posição inicial (250m e 750m)? Na direção dos extremos da praia? Não, porque perderia os clientes do centro (ou teria que reduzir preços para atraí-los, reduzindo seu lucro) Na direção do centro? Não, porque perderia os clientes do extremo (ou teria que reduzir preços e lucro cairia) Posição inicial representa um equilíbrio de Nash Diferente do resultado do jogo sem custos de transporte Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 19 Em grupo… O jogo da moeda Jogador 2 A B Jogador 1 A 1, -1 -1, 1 B -1, 1 1, -1 Imagine que o jogo acima se repita 100 vezes 1. Sendo você o Jogador 1, quantas vezes você jogaria A e quantas vezes você jogaria B? 2. Por que? (Em especial, indique o comportamento que você espera do Jogador 2!) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 20 Aula passada Cada pessoa jogará contra todos os colegas Comunicação estritamente proibida!!! Cada pessoa deverá escolher número entre 0 e 100 O vencedor será aquele que escolher o número mais próximo da metade da média de todos os números escolhidos pelos demais 1. Que número você escolhe? 2. Agora imagine que todos os colegas fossem homo economicus, que número você escolheria? 21 Aula passada Antes de ver resultados de vocês, vejamos resultados da literatura para este jogo que é conhecido como… Jogo do concurso de beleza… Na literatura, os números escolhidos costumam se situar entre 25 e 35 Faz sentido? 22 Questão 1 0 1 1 6 6 7 10 12 12 13 13 15 15 15 17 20 20 23 25 25 25 Questão 1 25 25 25 25 25 25 30 30 37 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 23 • Média: 26,049 • (Em 2011: 26,93) • Metade da média: 13,024 Questão 1 0 1 1 6 6 7 10 12 12 13 13 15 15 15 17 20 20 23 25 25 25 Questão 1 25 25 25 25 25 25 30 30 37 40 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 24 Aula passada Primeira ideia dos jogadores, possivelmente, seria anunciar 50 Porém, antecipam que outros jogadores pensarão o mesmo, percebendo assim, que 50 é uma estratégia dominada 50/2 = 25 Antecipando que outros escolherão 25, esta torna-se dominada também e há tendência a uma nova redução 25/2 = 12,5 E assim por diante: 12,5 6,25 … ??? Há algum equilíbrio? 25 Aula passada Se todos anunciam zero, a média é 0/2 = 0 Alguém tem interesse em “desviar”, isto é, anunciar outro valor? Ex: 45 alunos anunciam o valor 0 e apenas 1 anuncia o valor 1 média/2 = 0,022 45 alunos vencem e dividem o prêmio; enquanto o 46º aluno perde sozinho… (e se arrepende) A partir da combinação de estratégias (0, 0, …, 0), ninguém tem interesse em desviar unilateralmente Única situação estável (equilíbrio de Nash) é aquela em que todos anunciam zero 26 Aula passada E como explicar a dissonância entre Resultado teórico previsto (0 como EN), e Resultados observados... ...da literatura (por volta de 30) ...de vocês (por volta de 26)? 1. Ou os jogadores não aplicam o raciocínio até as últimas consequências... 2. Ou então antecipam que demais não o farão Afinal, que raciocínio é o mais sofisticado: anunciar zero ou algum valor positivo...? 27 Aula passada Jogadores perfeitamente racionais, capazes de raciocínio sofisticado …como aqueles que escolheram 1 ou 0… ...perderam O desafio mais importante aqui é avaliar raciocínio médio Em outras palavras, para vencer, é preciso: Que o raciocínio vá além daquele do jogador médio Mas não “muito além”!!! (Ou “ainda mais além”...: raciocínio “ultra-sofisticado...”) 28 Aula passada Por que jogo se chama “jogo do concurso de beleza”? John Maynard Keynes, Teoria Geral… Comportamento de investidores é comparado ao de leitores... ... que participavam de concurso de beleza promovido pelos jornais da época Tinham que escolher os 6 rostos mais bonitos entre 100 diferentes O vencedor seria aquele cuja classificação ficasse mais próxima da classificação média de todos os participantes 29 Aula passada Keynes explicava que os leitores (ou investidores) não deveriam escolher os rostos (ou investimentos)... ... que, pessoalmente, consideravam os mais atrativos, mas deveriam guiar-se: 1. Por suas antecipações das preferências alheias 2. Pelas antecipações das antecipações alheias Resta ainda analisarmos a questão b… 30 Questões 1 e 2 0 0 1 1 1 1 6 0 6 1 7 7 10 8 12 0 12 25 13 0 13 1 15 0 15 1 15 8 17 25 20 20 20 25 23 50 25 0 25 0 25 0 25 0 Questões 1 e 2 25 0 25 0 25 25 25 25 25 "jogo sem fim" 30 50 30 50 37 0 40 100 50 0 50 0 50 25 50 25 50 49 50 50 50 50 50 50 50 50 50 50 • Média: 19,300 • Metade da média: 9,650 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 31 Diferenciação de produtos Há diferenciação de produtos quando os consumidores percebem produtos de diferentes marcas como diferentes, ainda que sirvam ao mesmo fim São substitutos imperfeitos Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 32 Diferenciação de produtos Diferenciação horizontal: variação no produto em resposta a diferenças de gosto (com preços iguais) Ex: carro mais ou menos esportivo Diferenciação vertical: variação no produto em resposta a diferenças de poder aquisitivo Ex: carro com mais ou menos acessórios (e preço diferente) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 33 Diferenciação de produtos Adquirir produto mais distante das suas preferências é percebido como um custo às pessoas Custo será tanto maior quanto mais o produto se distanciar daquilo que as pessoas consideram ideal Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 34 Diferenciação de produtos Quiosqueiro A poderia tentar diferenciar o seu produto, a fim de: Atrair banhistas do outro extremo da praia e/ou Fazer com que os banhistas próximos aceitassem pagar mais pelo seu biscoito O mesmo vale para o político X: procura diferenciar sua plataforma política Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 35 Aula passada 1. Você é um flamenguista chamado “Jogador 1”. Você joga contra um botafoguense chamado “Jogador 2”. Você não vai com a cara dele e vice- versa. O que você escolhe? 2. Você joga, com um amigo de infância, que ainda hoje é seu melhor amigo. O que você acha que ele vai escolher: γ ou δ? O que você escolhe: α ou β? Jogador 2 X Y Joga- dor 1 X 0, 0 -2, 1 Y 1, -2 -8, -8 Seu amigo de infância γ δ Você α 2, -3 -7, -7 β 1, 1 -3, 2 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 36 Aula passada Equilíbrios de Nash: (X, Y), (Y, X) (α, γ), (β, δ) Jogador 2 X Y Joga- dor 1 X 0, 0 -2, 1 Y 1, -2 -8, -8 Seu amigo de infância γ δ Você α 2, -3 -7, -7 β 1, 1 -3, 2 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 37 Aula passada Literatura: Jogo (sem as “histórias”): maioria respondeX e β Em termos de estrutura jogos iguais Ambos chicken game Quase todos vocês responderam: Y, γ, β “História” contada afetou escolhas Deveria ter afetado? Jogador 2 X Y Joga- dor 1 X 0, 0 -2, 1 Y 1, -2 -8, -8 Seu amigo de infância γ δ Você α 2, -3 -7, -7 β 1, 1 -3, 2 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 38 Aula passada Se jogador antecipa comportamento Hostil: decide punir outro jogador Amistoso: recompensa o outro “Equilíbrio equitativo”: conjunto de estratégias e crenças tais que: Nenhum jogador tem interesse em mudar unilateralmente de estratégia, dadas as estratégias alheias e suas crenças sobre as intenções alheias As previsões feitas pelos jogadores revelam-se corretas [supomos que são corretas aqui, em razão das histórias contadas] Jogador 2 X Y Joga -dor 1 X 0, 0 -2, 1 Y 1, -2 -8, -8 Seu amigo de infância γ δ Você α 2, -3 -7, -7 β 1, 1 -3, 2 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 39 A tragédia do uso comum Considere uma área de pastagem, cuja propriedade é “de uso comum”, por parte de todos os habitantes do vilarejo Os moradores podem criar gado na área comum Quando c vacas são criadas, quantidade total de leite é f(c) Com f ’>0 e f ”<0 rendimento marginal decrescente Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 40 A tragédia do uso comum c Leite f(c) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 41 A tragédia do uso comum Considere uma área de pastagem, cuja propriedade é “de uso comum”, por parte de todos os habitantes do vilarejo Os moradores podem criar gado na área comum Quando c vacas são criadas, quantidade total de leite é f(c) Com f ’>0 e f ”<0 rendimento marginal decrescente O que os moradores deveriam fazer para maximizar a renda total? Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 42 A tragédia do uso comum Seja $1 o preço do leite, e seja $pc o custo de se criar uma vaca O problema de otimização, do ponto de vista coletivo (do vilarejo) será então: max ( ) ( ) . c cc f c p c 0 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 43 A tragédia do uso comum max ( ) ( ) . c cc f c p c 0 O número de vacas ótimo, c*, que maximiza a renda, satisfaz: f c pc( ) isto é, o ganho de renda marginal da última vaca criada deve ser igual ao custo marginal de criá-la Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 44 A tragédia do uso comum c Leite f(c) pcc decl. = f’(c*) c* decl. = pc Lucro máximo f(c*) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 45 A tragédia do uso comum Quando c = c*, o lucro médio por vaca criada é: porque f ’ > 0 e f ” < 0. Vejamos no gráfico… ( *) * ( *) * * ( *) * c c f c p c c f c c pc c 0 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 46 A tragédia do uso comum c Leite f(c) pcc decl. = f’(c*) c* f(c*) Em c*, declividade de f(c*)/c* é maior que a declividade da reta laranja (pc) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 47 A tragédia do uso comum Quando c = c*, o ganho médio por vaca criada é: porque f ’ > 0 e f ” < 0. Portanto, há lucro para aquele que introduzir nova vaca na área de pastagem Como ninguém é dono da área comum, o acesso é ilimitado ( *) * ( *) * * ( *) * c c f c p c c f c c pc c 0 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 48 A tragédia do uso comum c Leite f(c) pcc decl. = f’(c*) c* f(c*) c Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 49 A tragédia do uso comum A entrada continua até o ponto em que o lucro de se criar mais uma vaca torna-se zero; isto é, até que: ( ) ( ) ( ) . c c f c p c c f c c pc c 0 Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 50 A tragédia do uso comum c Leite f(c) pcc decl. = f’(c*) c* f c c pc ( ) f(c*) Área comum é – “tragicamente” – sobre-utilizada c Em c^, declividade de f(c^)/c^ = à da reta laranja (pc) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 51 A tragédia do uso comum Razão para tal “tragédia” é simples: Quando um morador adiciona uma vaca à área comum, sua renda aumenta, mas a renda de cada um dos demais criadores cai… O morador que adiciona a vaca extra não leva em conta o custo que impõe aos demais moradores Isto é, a externalidade negativa Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 52 A tragédia do uso comum Equilíbrio de Nash (simétrico): Se eu não criar vaca, outro morador criará... Dado que outro vai criar, melhor resposta para mim é criar, até que o valor da minha criação se iguale ao custo Todos pensam desta forma, conduzindo ao “trágico equilíbrio” Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 53 Produto médio (AP) Produto marginal (MP) A B Em A: MP = custo de criar uma vaca (ponto c*) Em B: AP = custo de criar uma vaca (ponto c^) Teoria dos Jogos - Prof. Waltenberg 54 A tragédia do uso comum Tragédias do uso comum no mundo contemporâneo: pesca excessiva em alto-mar desflorestamento e exploração econômica de áreas públicas (“sem dono”) sobre-utilização de parques públicos, ou da praia em dia de sol congestionamentos de trânsito (Exemplos: ler Varian pp. 690-693)
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