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Aula Economia aberta no curto prazo Final [Modo de Compatibilidade]

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22/07/2013
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Economia aberta no curto prazo
Prof. Alan F. de Arêdes
Disciplina: Teoria Macroeconômica II
Curvas IS-LM para uma economia aberta
• Pressupostos: preços constantes, ajustamento via
produto, economia aberta.
• Pela identidade do sistema de contas nacionais:
Y=C+I+G+(X-M)
em que X=X( , Y*) e M=M( , Y)
• Nesse sentido, a curva IS que representa o
equilíbrio no mercado de bens passa a incorporar
as funções exportação e importação e as variáveis
taxa de câmbio e renda externa.

• A renda interna passa a ser também afetada por
e Y*, de modo que a desvalorização da taxa de câmbio e a
elevação da renda externa aumentam as exportações e a
demanda pelo produto nacional. A curva IS desloca-se para a
direita.
- Desvalorização do câmbio: torna o produto nacional mais
barato e torna o produto importando mais caro.
- Aumento da renda externa: eleva a demanda por produtos
nacionais.

Taxa de câmbio e produto
• A curva DD mostra todas as combinações de 
taxa de câmbio e renda nos quais o mercado 
de bens está em equilíbrio no curto prazo, ou 
seja, demanda agregada é igual a oferta 
agregada.
• Fatores que deslocam a curva DD: níveis do 
gasto do governo, impostos, investimento, 
consumo, preços domésticos e estrangeiros.
Economia aberta e fechada
• Uma economia aberta tem um multiplicador dos
gastos menor do que de uma economia fechada,
uma vez que o valor da propensão a importar é
maior que zero.
• Seja: M=M( , Y).
– Supondo as importações como uma função crescente
apenas da renda na proporção fixa dada por m (Propensão
Marginal a Importar), então:
M=mY, 0<m<1.
– Substituindo essa função na equação de identidade:
– Y=C+I+G+(X-M) Y=C+I+G+(X-mY)

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• Isso ocorre porque ao contrário das 
exportações que acrescentam um elemento 
de gasto na economia, as importações 
reduzem os gastos tendo um impacto redutor 
sobre a renda.
• Multiplicador dos gastos da economia fechada
= 1/(1-c)
• Multiplicador dos gastos da economia aberta 
=1/(1-c)+m
Exemplo: c=0,6 e m=0,25
• 1/(1-c) > 1/(1-c)+m
• 1/(1-0,6)>1/(1-0,6)+0,25
• 2,5>1,54
• O multiplicador dos gastos da economia 
aberta é menor que o da economia fechada, 
pois o valor da propensão marginal a poupar é 
maior que zero.
• Dessa forma, as importações reduzem o 
multiplicador tendo efeito redutor da renda.
A questão do vazamento de renda causado 
pelas importações
• Efeito transbordamento
Refere-se ao impacto da variação da renda interna 
sobre a renda dos demais países.
Exemplo: um aumento dos gastos do governo em um 
dado país A eleva a renda interna e seu nível de 
importação, resultando no aumento das exportações 
e das despesas no país B, impactando positivamente 
na renda desse país. 
Conclusão: o efeito de uma política expansionista ou 
recessiva interna ultrapassa a fronteira nacional. 
• Efeito repercussão
São outros impactos de menor importância causados 
pelo efeito transbordamento.
Exemplo: a expansão dos gastos do governo no país 
A aumenta o nível de renda no país B (o aumento do 
nível de importação de A promove o aumento do 
nível de exportação de B) elevando seu volume de 
importação, que por sua vez elevam as exportações 
de A gerando um novo efeito expansionista sobre sua 
renda. 
Taxa de câmbio nominal e real
• Como no curto prazo o nível de preços é fixo, não há 
diferença entre as taxas de câmbio nominal e real.
• Qualquer mudança no câmbio nominal promoverá 
uma mudança no câmbio real: 
θ= EP*/P
em que: 
θ=taxa de câmbio real
E= taxa de câmbio nominal (R$/US$)
P*=preço do bem estrangeiro (US$)
P=preço do bem nacional (R$)
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Importância do efeito transbordamento
• Depende do grau de abertura da economia e de sua 
dimensão em relação a economia mundial.
• EUA: políticas econômicas realizadas nos EUA 
possuem grande impacto sobre a economia mundial, 
afetando diversas economias.
• Brasil: políticas econômicas possuem impactos 
insignificantes sobre a economia mundial e 
economias desenvolvidas. Porém, possuem grandes 
efeitos sobre as pequenas economias com as quais 
mantém relações, como: Argentina, Uruguai, 
Paraguai,...
Curva BP e equilíbrio externo
• A curva BP representa os pontos de equilíbrio do 
balanço de pagamentos, em que:
BP=TC+MK
onde TC (saldo em transações correntes) depende da taxa 
de câmbio e dos níveis de renda interna e externa. Para uma 
dada taxa de câmbio e renda externa, tem-se: TC=TC(Y). 
MK (saldo em movimento de capitais) depende do 
nível de taxas de juro: MK=MK(r).
• Então:
BP=TC(Y)+MK(r)
• Para que se verifique o equilíbrio no BP:
TC(Y)=-MK(r)
• Assim, a curva BP representa os pontos (Y, r) 
que satisfazem a condição de equilíbrio do BP.
Curva BP sem mobilidade de capital
• Pressuposto: país sem acesso ao mercado 
internacional de capital.
• Nesse sentido, a condição de equilíbrio no BP é de 
que TC=0, ou seja: X-M=0, X=M.
• Sendo a taxa de câmbio e nível de renda externa 
fixos, o nível de exportação é uma variável exógena: 
X=X0.
• Sendo o nível de importação uma função do nível de 
renda interna: M=mY (m: propensão marginal a 
importar).
• Então:
TC=X0-mY
TC=0 X0=mY YBP=0=X0/m
ou seja, há um único nível de renda que 
equilibra TC e o BP, X0=mY. 
Independentemente da taxa de juros, uma vez 
que não existe movimento de capitais.
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• Como o nível de exportação é dado, nota-se 
que para níveis elevados de renda maiores os 
níveis de importação provocando o 
surgimento de déficits em TC.
• Para níveis menores de renda, menores os 
níveis de importação provocando o 
surgimento de superávits. 
Curva BP e modelo IS-LM
• Objetivo da economia: obter o equilíbrio 
externo e interno.
- Ponto de equilíbrio externo: é fornecido 
pelos pontos sobre a curva BP, onde X=M e 
existe apenas um nível de renda interna 
compatível com o equilíbrio externo: 
X0=mY YBP=0=X0/m.
i) Níveis de renda maiores resultarão no 
aparecimento de déficits em TC.
ii) Níveis de renda menores resultarão no 
aparecimento de superávits em TC.
• Ponto de equilíbrio interno: é fornecido pelo 
ponto de cruzamento entre as curvas IS e LM.
Políticas econômicas
• As políticas fiscal e monetária são incompatíveis.
• Inicialmente a economia está no ponto de equilíbrio 
dado pelo cruzamento entre as curvas IS e LM, onde 
Y=Y1.
• Nota-se que: para a economia estar em equilíbrio 
interno com pleno emprego (Y=Yp), deve haver 
políticas econômicas expansionistas (deslocando a 
curva IS ou LM para a direita).
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• Porém, para a economia estar em equilíbrio 
externo, deve-se ter políticas econômicas 
contracionistas, para que TC e o BP estejam 
em equilíbrio (YBP).
• Para que a economia esteja comumente em
equilíbrio interno e externo, a renda que equilibra
o BP deve ser igual a de pleno emprego, o que será
possível quando o nível de exportação autônomo
for igual ao nível de importação.
• O que pode ser possível por fatores fora do
controle nacional, como pela elevação do nível de
renda externa, ou pela política cambial, que elevam
o nível de exportação deslocando a curva BP e a
curva IS para a direita elevando o nível de renda e a
tornando compatível com o equilíbrio externo.
Curva BP com livre mobilidade de capital
• Para o caso de uma pequena economia com 
livre acesso ao mercado de capitais a taxa de 
juros definida no mercado internacional, 
qualquer déficit em transações correntes pode 
ser financiado a essa taxa de juros e o 
relevante para determinar o saldo em BP 
passa a ser a taxa de juros e não mais o nível 
de renda, como no caso anterior.
• Pois uma taxa de juros interna um pouco 
maior que a internacional garante significativa 
entrada de capital no país levando a um 
superávit no BP e uma taxa um pouco menor 
que ainternacional levará a uma grande saída 
de capital.
• Assim, há uma única taxa de juros interna 
compatível com o equilíbrio externo: r=r*.
• A qual expressa a curva BP. 
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• Pontos acima da curva BP indicam superávit e 
pontos abaixo déficit, sendo o saldo 
independente do nível de renda. 
Curva BP com mobilidade imperfeita de 
capitais
• É o caso intermediário, que considera uma economia
grande com acesso ao mercado de capitais.
• Nesse caso, nível de renda e taxa de juros são variáveis
importantes para determinar o equilíbrio no BP.
• De acordo com o modelo, um maior nível de renda
eleva as importações levando a deterioração do saldo
em transações correntes e elevando a necessidade de
recursos externos para financiá-lo. Para uma economia
de grande porte, a maior demanda por recursos
aumentará a taxa de juros internacional. Assim,
maiores níveis de renda são condizentes com maiores
níveis na taxa de juros, mantendo o equilíbrio no BP.
• A curva BP será positivamente inclinada.
• Pode-se pensar também no caso da mobilidade 
imperfeita de capital, em que maiores níveis de 
renda levam a maiores déficits em transações 
correntes e no volume de endividamento externo, 
elevando o risco e o nível da taxa de juros para 
financiá-lo.
• Dessa forma, mesmo um país de pequeno porte não 
consegue financiar seus déficits em transações 
correntes à taxa de juros internacional. 
• Em que pontos acima da curva BP indicam superávit 
e pontos abaixo déficit.
• Pontos acima da curva indicam que a taxa de juros 
está muito elevada para o nível de renda 
correspondente, promovendo uma entrada de 
capital maior que a necessidade do financiamento 
das transações correntes (Superávit na BP). 
• Logo, r deve-se baixar para reduzir a entrada de 
capital ou y deve aumentar para elevar o déficit em 
TC. 
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• Já para pontos abaixo da curva BP à taxa de 
juros é muito baixa para o nível de renda 
correspondente, sendo baixa a entrada de 
capital para financiar os déficits ocorridos 
(Déficit na BP). 
• Logo, r deve aumentar para promover a maior 
entrada de capital ou y deve reduzir para 
melhorar o saldo em TC.
FIM
BIBLIOGRAFIA 
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (org.) 
Manual de Macroeconomia: básico e 
intermediário. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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