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__ANAÌLISE QUIÌMICA.pdf __Aula_sedimentoscopia.pdf __APOSTILA_AULAS PRAÌTICAS DE URINAÌLISE E LIÌQUIDOS CORPORAIS.pdf __aula_Cristais.pdf __creatinina e outros biomarcadores de funcao renal.pdf Aulas_Urinalise.zip ANÁLISE QUÍMICA.pdf ANÁLISE QUÍMICA DE URINA Análise Química da Urina A análise química, denominada também de pesquisa de elementos anormais, corresponde à investigação de vários elementos ou substâncias na urina que podem ser detectados por reações específicas utilizando as tiras reagentes ou os reagentes clássicos de pesquisa. MÉTODOS • Fitas reagentes (urofitas) • Métodos clássicos em placas ou tubos de ensaio • Testes rápidos para: – Bilirrubina, Urobilinogênio, Corpos Cetônicos, Proteínas, Glicose, Nitritos, Leucócitos, Sangue, pH, Densidade Urofitas VANTAGENS • Conveniência e facilidade; • Pequeno volume de urina; • Disponibilidade; • Baixo custo efetivo; • Velocidade de análise; • Estabilidade; • Número reduzido de pessoal; • Reprodutibilidade dos resultados; • Espaço físico restrito. PROTEÍNAS • Urina normal: • Proteínas < 10 mg/dL; • Excreção urinária de 150 mg/24 h; • Principalmente proteínas de baixo peso molecular; • Proteína de Tamm-Horsfall (principal); • Albumina • Microglobulinas plasmáticas; • Proteínas provenientes de secreções prostáticas, seminais e vaginais. Principais correlações clínicas a) Causas pré-renais: hipertensão, febre, desidratação intensa, Bence Jones (mielomas) b) Glomerulares: glomerulonefrite de origens diversas c) Tubulares: necrose tubular, pielonefrite, metais pesados, rim policístico, pós transplante... d) Pós renais: uretrites e cistites Princípio do Método • Indicador em sistema tampão que muda de cor na presença de proteínas • Interferentes: sabões, hipoclorito, antissépticos, corantes, urina pH>9; Condições especiais Proteinúria de Bence Jones: Excesso na produção de anticorpos (mieloma múltiplo, doenças linfoproliferativas). • Linfócito B => Plasmócito => Anticorpos • Plasmócitos anormais => Ac anormais • Depositam-se nos rins • Excretados na urina Detecção • Imunoeletroforese x Método simplificado - Eletroforese em gel de agarose; - Imuno difusão com anticorpos (Acα proteínas totais; cadeias leves e pesadas de IgG, IgA, IgM, κ e λ); Aquecimento a 100oC, seguido de resfriamento a 40oC - 60oC (precipitação) - Turbidimetria à Microalbuminúria: Quantidades reduzidas de albumina, marcador precoce de lesão renal. Métodos imunológicos Proteinúia Ortostática • Benigna - relacionada à postura • Análise de urina coletada após levantar-se e após tempo prolongado em pé; Posição ortostática (de pé) Pressão sobre a veia renal Proteinúria SANGUE • Hemácias, Hemoglobina e Mioglobina • Normal: indetectáveis • Principais correlações clínicas: – Hemácias: glomerulonefrite, hipertensão, tumores, cálculos renais, hemorragias de origens diversas, infecção... – Hemoglobina: hemólise intravascular, hemólise no conteúdo urinário – Mioglobina: condições associadas com lesão muscular intensa; rabdomiólise, coma, infarto, exercícios intensos... Sangue • Princípio do método • Atividade peroxidase da Hb e mioglobina oxidam o cromógeno • Interferentes • Agentes oxidantes, peroxidases bacterianas, fluxo menstrual, inibidores da ECA, Ác. Ascórbico Glicose Em condições normais não é detectada • Principais correlações clínicas: – Diabetes mellitus, diminuição da função tubular, medicamentos, • à Princípio do método: – Enzimas glicose oxidase e peroxidase + agente cromógeno e um tampão. • ESPECÍFICO PARA GLICOSE • Interferentes: – sabões, oxidantes (ar atmosférico), ác. acórbico, salicilatos. Corpos cetônicos • Normalmente indetectáveis na urina • Principais correlações clínicas: – Diabetes mellitus descompensado, inanição, dietas, frio intenso, exercícios físicos intensos... • Princípio do método ácido acetoacético + nitroprussiato de sódio Púrpura • Interferentes – Densidade elevada, estocagem (volatilização e degradação), corantes, medicamentos Bilirrubina • Normalmente presente, mas em [ ]< 1,0 mg/dl • Principais correlações clínicas: – Lesão hepática grave, colestase • Princípio do método: – Acoplamento da bilirrubina com sal de diazônio ( reativo de Van den Bergh) • Interferentes: – Luz, formol, outros corantes, ác. Ascórbico, nitrito em grandes concentrações Urobilinogênio • Redução da bilirrubina conjugada (fígado) à urobilinogênio (intestino grosso – reabsorção) presente na urina (< 1 mg/dl). • Principais correlações clínicas Aumentado na anemia hemolítica e na lesão hepática Diminuído nas colestases • Princípio do método Urobilinogênio + p-dimetilaminobenzaldeído à roxo • Interferentes Os mesmos da bilirrubina, porfobilinogênio, metildopa Nitrito Nitrato ENZIMAS BACTERIANAS Nitrito Nitrito + cromógeno è róseo • Todas as enterobactérias; maioria das não fermentadoras, alguns cocos G+; • E. coli, bacilos G- aeróbios (Staphylococcus saprophyticus e Enterococcus faecalis) – mais de 90% dos casos; • Principais correlações clínicas Detecção de presença de bactérias redutoras de nitrato com indícios de infecção urinária • Interferentes Contaminação da amostra, pH< 6,0, medicamentos, corantes, ác. Ascórbico, bilirrubina, antibióticos Leucócitos • Detecção de leucócitos íntegros ou lisados à Principais correlações clínicas: Inflamação no TGU: glomerulonefrite, infecções, pós transplante, lesões no TGU... à Princípios do método Detecção da enzima esterase de leucócito à Interferentes Oxidantes fortes, formaldeído, medicamentos, ác. Ascórbico, secreção vaginal Ácido ascórbico • Presente em algumas fitas para detectar risco de interferência em outros exames Urina normal Hemoglobina (++) Proteínas (++) pH = 7,0 Urina normal Corpos Cetônico (+) Glicose (+++) Urina normal Proteína Hemoglobina Bilirrubina Urina normal pH = 6,0 Urobilinogênio __MACOSX/._ANÁLISE QUÍMICA.pdf APOSTILA_AULAS PRÁTICAS DE URINÁLISE E LÍQUIDOS CORPORAIS.pdf AULA PRÁTICA N° 01 Conhecendo o Sistema Urinário 1. Objetivos • Reconhecer as principais estruturas que compõem os rins. • Identificar em que regiões do rim se situam os néfrons (glomérulos e túbulos renais). • Compreender os mecanismos de formação e excreção de urina. 2. Materiais Rins de porco (comprados em açougue), faca ou bisturi, pratos descartáveis e garrafas lavadeiras com água. 3. Procedimento a)- Adquirir rins de porco em açougue, mantendo-os congelados até o momento do transporte para o laboratório. b)- Transportá-los para o laboratório em bolsa térmica. c)- Cortar o rim ao meio sobre pratos descartáveis, conforme mostra a figura abaixo: d)- Observar as principais estruturas que compões o rim: cálices renais, artéria renal, pirâmide de Malpighi, córtex renal e pelve renal. e)- Usar uma garrafa lavadeira com água para umedecer os rins durante toda a aula. Avaliação da aula prática: 1)- Qual é a importância da excreção urinária? 2)- Observe o desenho a seguir e associe-o às estruturas observadas no rim cortado em sala de aula: 3)- Ordene o trajeto do filtrado urinário desde a passagem pelos glomérulos até a excreção da urina para o meio externo, descrevendo tanto as estruturas microscópicas quanto as macroscópicas: 4)- Quais são os três processos responsáveis pela formação final da urina? Explique-os: AULA PRÁTICA N° 02 Fundamentos de Laboratório para o Exame de Urina Rotina 1- Objetivos: • Identificar os instrumentos necessários na execução do exame de urina rotina; • Identificar principais cuidados no manuseio da amostra de urina para o exame de urina rotina; • Executar técnicas de centrifugação e focalização microscópica de amostra de urina conforme padronização do exame de urina rotina; • Executar o exame físico da amostra de urina. 2- Materiais: Frascos devidamente identificados contendo amostra de urina tipo I, refratômetro, tubo cônico, centrífuga, pipetas de 50µl e 100µL, lâminas, lamínulas e microscópio. 3- Procedimentos: 3.1- Exame físico da Urina: a)- Para realização do exame físico da urina, todos os alunos devem estar utilizando luvas. b)- Homogeneizar o frasco de urina ainda tampado para ressuspender o sedimento. c)- Observar as seguintes características: • Cor A cor normal da urina é o amarelo, resultado da eliminação de 3 pigmentos: urocromo (amarelo), uroeritrina (vermelho) e urobilina (laranja). Esses pigmentos, provenientes do metabolismo normal do organismo, são eliminados em pequena concentração e tornam a urina amarela. O tom pode variar devido à concentração ou à diluição da urina. Variações dessa cor podem ser encontradas como resultado de condições patológicas ou da eliminação de corantes ou medicamentos: incolor ou palha ou amarelo pálido sugere diluição da urina (ingestão de grande quantidade de líquido, diabetes, poliúria e doenças renais); amarelo escuro ou laranja sugere concentração da urina (febre, desidratação, queimaduras, uso de medicamentos e alimentação rica em carotenos); vermelha ou rosa sugere hematúria (presença de sangue), uso de medicamentos ou contaminação menstrual; âmbar sugere presença de bilirrubina; marrom ou preta sugere a presença de melanina em casos de melanoma, hematúria (oxidação de hemácias) e alguns medicamentos; e verde ou azul sugere a presença de corantes ou ITU por Pseudomonas. • Odor: A urina normal tem cheiro característico ou “sui generis” devido à presença de certos ácidos voláteis. Odores anormais podem ocorrer devido a uma conservação ou armazenamento impróprios. Ao envelhecer, a urina adquire odor forte de amoníaco devido à transformação bacteriana de uréia em amônia. O cheiro pútrido indica presença de ITU. A urina de pacientes com excesso de corpos cetônicos apresenta odor característico de acetona ou de frutas. • Aspecto: Trata-se da transparência da amostra de urina. A urina é normalmente transparente após a emissão. Com o tempo, ela tende a se tornar turva, devido à precipitação de cristais amorfos. • Densidade A densidade representa a medida dos solutos dissolvidos na urina. Clinicamente esta medida é usada para se obter informações sobre o estado dos rins e o estado de hidratação do paciente. A densidade normal da urina varia entre 1010 e 1030. Essa densidade pode ser medida pela fita reagente ou através de refratômetro. d)- Para medir a densidade através de refratômetro, pingar 2 gotas ou 100µL de amostra de urina no aparelho e proceder a leitura. 3.2- Obtenção do sedimento urinário: a)- Transferir aproximadamente 12mL de urina homogeneizada para um tubo cônico. Tampar o tubo e centrifugar a 1.500RPM durante 5 minutos. b)- Em seguida, descartar o sobrenadante, deixando aproximadamente 0,5mL de sedimento a ser examinado. c)- Homogeneizar bem. d)- Pipetar 50µL, colocar em lâmina de vidro, cobrir com lamínula (22x22) e focalizar no microscópio. 3.3- Focalização microscópica da urina: A focalização microscópica é feita com ocular de aumento de 10x e objetivas de 10x e 40x. a)- No aumento de 10x, com pouca luminosidade e condensador baixo, observar o que aparece na urina. b)- No aumento de 40x, com maior luminosidade observar o que aparece. c)- Defina uma estrutura no aumento de 10x, centralize-a no campo visual do microscópico e mude a lente objetiva para 40x. Observe como foi o aumento dessa estrutura. Avaliação da aula prática: 1)- Quais os principais cuidados relacionados à biossegurança observados no decorrer da aula? 2)- Por que a homogeneização é uma etapa fundamental tanto para observar as características físicas da urina quanto para a sua transferência para o tubo cônico? 3)- Caracterize a urina utilizada de acordo com as seguintes características: Cor: ______________________________ Odor: _____________________________ Aspecto: ___________________________ Densidade: _________________________ 4)- Qual a finalidade da obtenção do sedimento urinário para análise microscópica? 5)- Por que a focalização da urina deve ser feita utilizando pouca luminosidade no microscópio? AULA PRÁTICA N° 03 Exame Físico e Químico da Urina e Preparação do sedimento urinário 1- Objetivos: • Manusear corretamente a fita reagente e o refratômetro. • Identificar os elementos químicos pesquisados na fita reagente. • Executar os exames físico e químico da amostra de urina, correlacionando os parâmetros com as diversas condições clínicas. 2- Materiais: Frascos devidamente identificados contendo amostra de urina tipo I, tiras reagentes, tubo cônico, centrífuga, pipetas de 50µl e 100µL, lâminas, lamínulas e microscópio. 3- Procedimentos: 3.1- Exame físico da Urina: a)- Identificar e homogeneizar a amostra de urina para o exame; b)- Observar e anotar as características físicas da urina. 3.2- Exame químico da Urina: a)- Utilizar as tiras reagentes para fazer a pesquisa de elementos anormais e pH; b)- Homogeneizar a amostra; c)- Colocar aproximadamente 12mL de amostra em um tubo cônico; d)- Mergulhar a tira reagente completamente e retirá-la imediatamente; e)- Remover o excesso de amostra sobre o papel toalha; f)- Aguardar de 40 a 60 segundos e fazer a leitura, comparando as cores da reação com a tabela contida no frasco. OBS: O resultado deverá ser expresso como negativo, caso o elemento não seja detectado e de + a ++++ quando o elemento estiver presente. No caso de nitrito, colocar positivo ou negativo. 3.3- Obtenção do sedimento urinário: a)- Tampar o tubo com amostra já utilizado para mergulhar a fita reagente e centrifugar a 1.500RPM durante 5 minutos. b)- Em seguida, descartar o sobrenadante, deixando aproximadamente 0,5mL de sedimento a ser examinado. c)- Homogeneizar bem. d)- Pipetar 50µL, colocar em lâmina de vidro, cobrir com lamínula (22x22) e focalizar no microscópio. Avaliação da aula prática: Responda às questões que se seguem: 1)- Preencha os resultados encontrados para a amostra: CARACTERES GERAIS: Cor: ........................................................ Cheiro: .................................................... Aspecto: ................................................. Densidade: .............................................. PESQUISA DE ELEMENTOS ANORMAIS: pH: ........................................................ Sangue: ................................................. Glicose: .................................................. Proteínas: ............................................... Bilirrubina: ............................................. Corpos cetônicos: ................................... Nitrito: ................................................... Urobilinogênio: ........................................ 2)- Correlacione os elementos físicos e químicos pesquisados com uma possível causa de alteração: 3)- Que cuidados devem ser tomados no manuseio da fita reagente para EAS? 4)- Por que, para o exame de rotina da urina, a amostra mais representativa é o jato médio da primeira urina da manhã? AULA PRÁTICA N° 04 Testes Confirmatórios na Urina 1- Objetivos: • Manusear corretamente e com segurança os reagentes utilizados nos testes confirmatórios com a amostra de urina. • Identificar a importância dos testes confirmatórios de proteínas e glicose na urina. • Executar as reações de Benedict e de Robert corretamente. 2- Materiais: Frascos devidamente identificados contendo amostra de urina tipo I, tiras reagentes, tubo cônico, pipetas graduadas de 2,0mL e de 5,0mL, tubos de ensaio pequeno e grande, pipetas de Pasteur, bico de bunsen e isqueiro ou fósforo. 3- Procedimentos: 3.1- Exame químico da Urina: a)- Utilizar as tiras reagentes para fazer a pesquisa de elementos anormais e pH; b)- Homogeneizar a amostra; c)- Colocar aproximadamente 12mL de amostra em um tubo cônico; d)- Mergulhar a tira reagente completamente e retirá-la imediatamente; e)- Remover o excesso de amostra sobre o papel toalha; f)- Aguardar de 40 a 60 segundos e fazer a leitura, comparando as cores da reação com a tabela contida no frasco. OBS: O resultado deverá ser expresso como negativo, caso o elemento não seja detectado e de + a ++++ quando o elemento estiver presente. No caso de nitrito, colocar positivo ou negativo. 3.3- Realização dos testes confirmatórios: 1ª parte)- Pesquisa de Proteínas – Reação de Robert Princípio da pesquisa: pela ação conjunta de um ácido forte (ácido nítrico) e um sal de metal pesado (sulfato de magnésio) sobre as proteínas presentes na urina, ocorre a formação de metaproteínas insolúveis, representadas por um anel branco que aparece na superfície de separação entre os dois líquidos, reagente de Robert e urina. Procedimento: Transferir 2,0mL de urina centrifugada para um tubo de ensaio pequeno. Colocar o reagente introduzindo uma pipeta, com 2,0mL do reagente, no fundo do tubo e deixar escoar lentamente, de modo que não haja mistura dos dois líquidos. A formação de um anel branco na superfície de separação dos dois líquidos indica a presença de proteínas. Resultado: • Ausência de anel: negativo • Anel granuloso: traços • Anel branco com 1mm de espessura: + • Anel branco com 2mm de espessura: ++ • Anel branco com 3mm de espessura: +++ • Anel branco com mais de 4mm de espessura: ++++ 2ª parte)- Pesquisa de Glicose – Reação de Benedict A glicose é um tipo de carboidrato que possui grupamento hidroxila (-OH) livre no carbono 1 de sua molécula, como mostra a figura abaixo: Observa-se que moléculas que apresentam a hidroxila livre no C-1 são bons agentes redutores. Por esse motivo a extremidade que contém o -OH passa a ser chamada extremidade redutora e o açúcar, de açúcar redutor. A capacidade que esses compostos apresentam de reduzir íons metálicos em soluções alcalinas é um bom método de identificação desses compostos. A reação abaixo esquematiza o princípio do teste de Benedict, utilizado no exame de urina rotina para confirmar a presença de glicose, quando esta é detectada na fita reagente. A reação é baseada na redução de íons Cu2+ a Cu+, com formação de um precipitado vermelho ou amarelo: Princípio da pesquisa: a glicose ou outra substância redutora presente na amostra de urina provoca a redução do sulfato de cobre (CuSO4) a óxido cuproso (Cu2O), de cor laranja na presença de calor e álcali. Nessa reação, o aparecimento de um precipitado de coloração vermelho-tijolo indica que os íons Cu2+ do reagente de Benedict** foram reduzidos a Cu+, indicando a presença de um açúcar redutor. Procedimento: Transferir 2,5mL do reagente de Benedict para um tubo de ensaio, adicionar quatro gotas de urina, homogeneizar e levar à fervura (5 ebulições no bico de bunsen, ou banho maria fervente por 5 minutos). Resultado: • Azul: negativo • Verde: traços • Amarelo: + • Laranja: ++ • Vermelho tijolo: +++ ** Preparo do reativo de Benedict: inicialmente, devem ser preparadas duas soluções, em separado, a saber: Solução A: – 173g de citrato de sódio (Na3C6H5O7.2H2O) - 90g de carbonato de sódio (Na2CO3) - 600 ml de água destilada quente (~80ºC) O íon Cu2+ também reage com o meio alcalino, segundo o esquema abaixo: Para evitar que essa reação aconteça, mascarando o teste para açúcares redutores, é adicionado o citrato de sódio, que mantém o Cu2+ em solução, através da formação de um complexo. Solução B: – solução 17,3% de sulfato de cobre (CuSO4) em água destilada. Dissolver por agitação. Para preparar o regente de Benedict, coloque a solução A em um balão volumétrico de 1000ml; em seguida, adicione a solução B sob agitação constante e complete o volume com água destilada. Avaliação da aula prática: 1)- Qual a importância dos testes confirmatórios de Robert e de Benedict? 2)- O que indica o resulta positivo no teste de Benedict? Qual a interpretação clínica mais provável? 3)- Quais são os reagentes que compõem o reativo de Robert? E o reativo de Benedict? AULA PRÁTICA N° 05 Exame Sedimentoscópico da Urina 1- Objetivos: • Manusear corretamente centrífuga e microscópio no intuito de obter e analisar adequadamente o sedimento urinário. • Identificar a importância do exame microscópico da urina inserido no exame de urina-rotina. • Interpretar corretamente os achados do exame microscópico da urina. 2- Materiais: Frascos devidamente identificados contendo amostra de urina tipo I, tubo cônico, pipetas automáticas de 50 microlitros, lâminas e lamínulas, centrífuga, microscópio. Hemácias - Até 50/campo ⇒ número exato. - Acima de 50/campo ⇒ numerosas. - Campo tomado por hemácias ⇒ campos repletos. Leucócitos - Até 50/campo ⇒ número exato. - Acima de 50/campo ⇒ numerosas. - Campo tomado por hemácias ⇒ campos repletos. - Relatar aglomerados de leucócitos, quando presente. Células epiteliais - Células não encontradas ⇒ ausentes. - Até 3/campo ⇒ raras. - De 4 a 10/campo ⇒ algumas. - Acima de 10/campo ⇒ numerosas. - Descrever o tipo celular encontrado e relatar a presença de células “chave”, fragmentos de células renais e corpos graxos ovais, quando presentes. Cilindros - Registrar o tipo e o número/campo no aumento de 100x. Cristais - Cristais não encontrados ⇒ ausentes. - Até 3 cristais/campo ⇒ raros. - De 4 a 10 cristais/campo ⇒ alguns. - Acima de 10 cristais/campo ⇒ numerosos. Muco - Ausente, escasso, moderado ou aumentado. Flora bacteriana - Ausente, escassa, moderada ou acentuada. Espermatozóides - Em urina de mulher ⇒ citar apenas em casos de solicitação explícita. 3- Procedimentos: 3.1- Exame Microscópico da Urina: a)- Transferir 10 mL de urina para o tubo de centrífuga; b)- Ajustar a centrífuga para 1500 rpm por 5 minutos; c)- Ao final deste período, desprezar o sobrenadante para obtenção do sedimento urinário; d)- Ressuspender o sedimento obtido, tendo o cuidado para não ocasionar hemólise; e)- Transferir uma gota do sedimento para uma lâmina de vidro e cobrir com lamínula; f)- Proceder observação em microscópio de campo claro empregando objetiva de 10 e 40x; g)- Anotar e quantificar a presença de cilindros, células (renais, pélvicas, vesicais e de descamação), hemácias, leucócitos, muco, espermatozóides, etc, caso estejam presentes. 3.2- Transcrição do resultado: Para a transcrição do resultado, utilizar as seguintes referências: Avaliação da aula prática: Responda às questões que se seguem: 1)- Preencha os resultados do exame microscópico da urina utilizada: Análise Microscópica: Hemácias: ______________________________________________________________________ Leucócitos: _______________________________________________________________________ Epitélio: _________________________________________________________________________ Cristais: _________________________________________________________________________ Cilindros: ________________________________________________________________________ Muco: __________________________________________________________________________ Flora bacteriana: __________________________________________________________________ Outros: __________________________________________________________________________ - Em urina de homem ⇒ citar sempre. - Liberar como presente ou ausente. Leveduras - Liberar como: “Presença de células leveduriformes com aspecto morfológico de Candida sp” Contaminantes diversos - Liberar como: “Presença de...”. 2)- De acordo com os resultados, explique quais as alterações pode-se observar: Correlacione esses resultados com possíveis situações clínicas. 3)- Correlacione o achado no sedimento obtido com outras possíveis alterações a serem encontradas nos exames físico e químico da urina: AULA PRÁTICA N° 06 Clearance ou Clareamento de Creatinina 1. Introdução Vários produtos metabólicos são derivados do metabolismo de proteínas, tanto endógenas (tecidos) quanto exógenas (dieta). Esses produtos metabólicos são denominados compostos nitrogenados não proteicos e a maior parte destes é excretada pelos rins, através da urina. A tabela a seguir mostra os metabólitos nitrogenados e a importância da sua pesquisa na urina. Metabólito Origem bioquímica Utilidade clínica da medida Aminoácidos Proteínas endógenas e exógenas Enfermidade hepática; erros inatos do metabolismo; desordens tubulares. Amônia Aminoácidos Enfermidade hepática; e renal. (congênita ou adquirida), erros inatos do metabolismo. Ureia Amônia Enfermidade hepática, enfermidade renal. Creatinina Creatina Função renal Ácido úrico Nucleotídeos purínicos Desordens da síntese purínica Estes compostos compreendem ao redor de 90% das substâncias não proteicas na urina. Como a quantidade de creatinina endógena produzida é proporcional à massa muscular, sua produção varia com o sexo e a idade da pessoa. O homem não obeso excreta em torno de 1,5 g/dia e a mulher 1,2 g/dia. A excreção diária pode ser 10 a 30% maior como resultado da ingestão de creatina e creatinina presentes em carnes. A concentração de creatinina no sangue varia muito pouco em função de dietas, mesmo as ricas em proteínas. Nas disfunções renais, a creatinina é o principal componente do nitrogênio não proteico que é retido no sangue e consequentemente sua excreção urinária é baixa. Assim, a taxa de excreção em um indivíduo, na ausência de doença renal, é relativamente constante e paralela à produção endógena. A creatinina é depurada do plasma por filtração glomerular e eliminada na urina, sem sofrer significativa reabsorção pelos túbulos. Devido a sua excreção contínua e fácil pelo sistema renal, a presença de níveis aumentados indica diminuição do índice de filtração glomerular. Por conseguinte, a creatinina constitui indicador muito específico da função renal, revelando o equilíbrio entre sua formação e excreção. Desta forma, a função geral do rim pode ser avaliada pelo clearance (depuração) renal de uma determinada substância. Por definição teórica... O clearance é o volume de plasma a partir do qual uma determinada substância pode ser totalmente depurada (eliminada) na urina em uma determinada unidade de tempo. O teste de depuração da creatinina é realizado com medição da creatinina em uma amostra de urina colhida em um tempo estabelecido e também em uma amostra de sangue colhida no período de colheita da amostra de urina. Esse processo depende da concentração sérica, da taxa de filtração glomerular e do fluxo plasmático renal. É calculado a partir dos valores sérico e urinário da substância e do volume urinário em 24 horas, sendo corrigido em relação à superfície corporal. É um teste convencional para avaliar a capacidade de filtração glomerular (FG). O teste de depuração mede a rapidez com que os rins são capazes de remover uma substância filtrável do sangue. Para se ter certeza de que a FG está sendo medida com precisão, a substância a ser analisada não deve ser reabsorvida nem secretada pelos túbulos. Além disso, a estabilidade da substância na urina durante uma possível coleta de 24 horas, a constância do seu nível plasmático, a sua disponibilidade no organismo e a facilidade da sua análise bioquímica são fatores que devem ser considerados na escolha da substância para o teste de depuração. Atualmente, as avaliações laboratoriais de rotina da velocidade de FG empregam a creatinina como substância teste. 2. Objetivos • Evidenciar a importância do clareamento de creatinina como na avaliação da função glomerular; • Compreender a metodologia utilizada para realização do clareamento de creatinina. 3. Materiais Amostra de urina e de soro, tubos de ensaio, água destilada, kit para dosagem de creatinina (tampão alcalino, padrão, ácido pícrico e acidificante), banho-maria a 37°C, espectrofotômetro, nomograma impresso, pipetas graduadas de 5,0 e 1,0mL e pipetas automáticas de 500, 200 e 20µL. 4. Procedimento 4.1. Princípio do teste A reação colorimétrica entre a creatinina e o picrato alcalino foi descrita em 1896 por Jaffé. Em 1914, Folin aplicou o princípio da reação de Jaffé para a determinação de creatinina em fluidos biológicos. Hoje, a maioria dos métodos usados para a dosagem de creatinina ainda emprega a reação de Jaffé. A creatinina e outros componentes do soro (proteínas, glicose, ácido acetoacético e ácido pirúvico) reagem com a solução de picrato em meio alcalino formando um complexo de cor alaranjada que é medido fotometricamente. A adição de um acidificante abaixa o pH a 5,0 promovendo a decomposição do picrato de creatinina permanecendo inalterada a cor derivada dos cromogênios, que também é medida fotometricamente. O valor das duas leituras fornece o valor de creatinina verdadeira. 4.2. Técnica a)- Orientar para se obter uma colheita correta do volume urinário, preferentemente de 24 horas. A urina não deve receber preservativos e deve ser mantida refrigerada durante o período de colheita e depois de recebida no laboratório. b)- Colher a amostra de sangue. Como a concentração de creatinina plasmática é relativamente constante, a amostra de sangue pode ser obtida em qualquer momento do período de colheita da urina. Idealmente, a amostra deve ser obtida na metade deste período, porém, visando maior conforto do paciente, pode-se obter a amostra de sangue ao final do período de colheita. c)- Para a dosagem na urina, diluir a amostra 1:25 (0,2mL de urina + 4,8mL de água destilada ou deionizada). Ao final, multiplicar o resultado obtido por 25. d)- Tomar quatro tubos e realizar a seguinte pipetagem: BRANCO PADRÃO SORO URINA Tampão alcalino 2,0mL 2,0mL 2,0mL 2,0mL Água destilada 0,25mL - - - Padrão - 0,25mL - - Soro - - 0,25mL - Urina - - - 0,25mL Ácido pícrico 0,5mL 0,5mL 0,5mL 0,5mL d)- Misturar bem e colocar em banho maria 37°C durante 10 min. Determinar as absorbâncias do teste com a urina, do teste com o soro e do padrão em 510nm, acertando o zero com o branco. A absorção do teste com o soro será A1. e)- Em seguida, adicionar o acidificante, conforme esquema abaixo: Acidificante 0,1mL - 0,1mL -* f)- Misturar bem e deixar em repouso na temperatura ambiente por 5 minutos. Em seguida, determinar a absorbância do teste em 510nm. Essa absorção será A2. * Não há necessidade de adição do acidificante, pois na urina não ocorre interferência dos cromogênios. g)- Efetuar o cálculo da seguinte forma: - Soro: (mg creatinina/100mL) = Fc x (A1 – A2) Fc (fator de calibração) = Concentração do padrão Absorbância do padrão - Urina: (mg creatinina/10mL) = Fc x Abs urina x Fator de diluição (25) Onde: V= Volume total da urina (mL/min) Medir o volume total da urina e calcular o volume/minuto dividindo o volume pelo número de minutos em que a amostra de urina foi colhida. Em uma colheita de 24horas dividir por 1440 (24 horas x 60 minutos). A= área de superfície corporal do paciente medida através de nomograma. Valores de referência: Creatinina (soro)= 0,4 a 1,3mg/dL Creatinina (urina)= 21 a 26mg/dL (homens) e 16 a 22mg/dL (mulheres) Clareamento= 97 a 137mL/min (homens) e 88 a 128mL/min (mulheres) Avaliação da aula prática: Responda às questões que se seguem: 1)- O que é avaliado através do clareamento de creatinina? 2)- Por que a creatinina é a melhor substância a ser utilizada para se avaliar a taxa de filtração glomerular através do seu clareamento? 3)- Qual o resultado encontrado para o clareamento de creatinina feito em aula prática? O que esse resultado significa? Clareamento de creatinina = [Creatinina]urina x V x 1,73 [Creatinina]sangue A AULA PRÁTICA N° 07 Espermograma (Critérios de rotina) 1. Introdução O sêmen é o líquido formado no trato reprodutivo masculino e corresponde à soma das secreções do epidídimo, dos vasos seminais, da próstata e das glândulas bulbouretrais. Os testículos contêm células germinativas que originarão os espermatozoides. É o local onde ocorre a espermatogênese até a formação de espermatozoides imaturos. A maturação destes se completa no epidídimo, quando desenvolvem o flagelo. Dos testículos, então, os espermatozoides imaturos migram para o epidídimo e, quando ocorre a ejaculação, eles passarão pelo canal deferente, de onde seguem até os ductos ejaculatórios. Neste trajeto, recebe um reforço do líquido seminal, secretado pela vesícula seminal. O líquido seminal corresponde a 60 a 70% do sêmen e contem frutose para fornecer energia para a motilidade dos espermatozoides. Assim, sêmen sem frutose significa que os espermatozoides perderão a motilidade. A próstata, por sua vez, produz um líquido ácido que corresponde a 20 a 30% do sêmen. Este líquido contém fosfatase ácida, ácido cítrico, zinco e enzimas proteolíticas. E, finalmente, as glândulas bulbouretrais produzem um líquido espesso e alcalino que corresponde a 5% do sêmen. Este líquido neutraliza a acidez vaginal para não comprometer a motilidade dos espermatozoides. 2. Coleta da amostra Seguir os seguintes critérios para a coleta de sêmen: • Abstinência sexual de 3 dias (sem relação sexual ou masturbação). Abstinência maior que 5 dias pode aumentar o volume e reduzir a motilidade espermática; • Esvaziar a bexiga antes de ejacular; • Utilizar recipiente plástico estéril e com tampa de rosca; • Entregar a amostra ao laboratório dentro de uma hora após a coleta; • Manter a amostra aquecida durante o armazenamento e transporte; • Realizar a coleta através de masturbação ou durante o coito com preservativo Silastic; • Amostras incompletas não devem ser analisadas. 3. Materiais Tubos cônicos, fita de pH, bastões de vidro, pipetas de Pasteur, lâminas, lamínulas 22x22mm, pipetas automáticas de 10 e 20uL, ponteiras, pipetas graduadas de 1 mL, câmara de Neubauer, água destilada, corante Giemsa, álcool metílico (metanol), óleo de imersão, banho-maria entre 25 e 37ºC, microscópios. 4. Análise Macroscópica A análise macroscópica deve ser feita após a liquefação do sêmen. Após a chegada do material biológico, fazer a análise das seguintes características macroscópicas: 4.1. Volume O volume total da amostra deve ser medido em tubo cônico e normalmente varia de 2,0 a 5,0 mL. Volume menor que 1,5 mL indica hipospermia, o que dificulta a fertilidade. Isso pode ocorrer porque há alguma obstrução no canal seminal, infecção ou insuficiência vesicular. Mas também deve-se questionar uma possível coleta incompleta. Volume acima de 5mL indica hiperespermia, pode ser indício de que há alguma infecção nas glândulas anexas ou tumores na próstata ou vesículas. Mas, se esse valor vem acompanhado de baixa vitalidade dos espermatozoides e redução no ácido nítrico e frutose, pode ser apenas um reflexo de abstinência sexual por mais de 7 dias. Muitas vezes pode haver também a ausência de ejaculado, a chamada aspermia, que pode ocorrer por alguma obstrução no caminho do sêmen ou devido a ejaculação retrógrada. 4.2. Aspecto O aspecto normal do sêmen após liquefação é translúcido. A presença de turbidez pode indicar aumento de leucócitos, que pode ser indício de infecção no trato reprodutivo. 4.3. Consistência A consistência normal do sêmen após liquefação é fluida. Pode ainda se apresentar viscosa ou gelatinosa. 4.4. Odor O odor normal ou característico do sêmen apresenta cheiro de hipoclorito de sódio. Pode, em algumas circunstâncias apresentar-se fétido, sem odor ou cítrico. 4.5. Cor A cor normal do sêmen é branco acinzentado. As variações mais importantes são: Cor Possíveis interpretações Amarelo citrino Pirospermia, prostatite, abstinência prolongada, contaminação por urina ou uso de medicamentos Avermelhada Presença de hemácias Ferrugem Sangramento na vesícula seminal 4.6. Tempo de liquefação Para se determinar o tempo de liquefação, deve-se colocar a amostra em banho-maria a 25- 37ºC e medir o tempo necessário para que a amostra se liquefaça. O normal é de 30 a 60 minutos. Tempo de liquefação menor que 30 segundos pode indicar alguma disfunção prostática. E caso não ocorra a liquefação pode ser devido a deficiência de enzimas prostáticas, o que deve ser relatado no exame. 4.7. pH O pH normal do sêmen varia entre 7,2 e 8,0. Pode ser medido em fita própria, de urina ou em pHmetro após a liquefação. O pH acima de 8,0 pode indicar infecções agudas na próstata, vesícula seminal ou epidídimo. Enquanto o pH menor que 7,0 pode indicar contaminação com urina, obstrução nos ductos ejaculatórios ou muito líquido prostático. 4.8. Viscosidade Após a liquefação, utilizar uma pipeta de Pasteur ou um bastão de vidro para verificar a viscosidade. Quando liberado da pipeta não pode formar um filete maior que 2 cm. É também chamada análise da filância. Se o sêmen for mais consistente ou viscoso, forma-se um filete com mais de 2 cm e pode ser sinal de uma inflamação na próstata ou disfunção nas vesículas seminais. Esta viscosidade aumentada também pode explicar a infertilidade na medida que impede a motilidade espermática. Obs: relatar a presença de grumos, coágulos, etc. 5. Análise Microscópica Para a análise microscópica, utilizar lamínulas 22x22mm. 5.1. Motilidade Para se determinar a motilidade dos espermatozoides, proceder da seguinte maneira: • Após liquefação, homogeneizar bem a amostra. • Pipetar 10 µL da amostra, colocar em uma lâmina e cobrir com uma lamínula 22 x 22mm. • Em objetiva de 40x, condensador de luz médio, diafragma aberto e regulando a intensidade de luz, analisar 20 campos da lâmina. • Estimar a porcentagem de espermatozoides que mostram real avanço. O resultado da motilidade é dado pela velocidade e direção dos espermatozoides e pode ser reportada em Tipo ou Grau. Podendo-se observar as seguintes motilidades: Tipo (OMS) Grau Critérios da OMS A 4 Movimento linear rápido com poucos desvios B 3 Movimento linear lento com algum movimento lateral C 2 Movimento não linear (perceptível movimento lateral) lento D 1 Não há movimento Valores de referência: Dentro de 1 hora, acima de 50% com motilidade A, B e C ou acima de 32% com motilidade A e B. 5.2. Viabilidade Se a motilidade estiver abaixo de 30%, é necessário determinar a viabilidade por meio de coloração com eosina e negrosina (contracoloração). Com eosina, os espermatozoides vivos não se coram e os mortos ficam rosados. Com negrosina, os espermatozoides vivos não se coram e os mortos ficam enegrecidos. Quando 75% deles estão mortos, o quadro se chama necrozoospermia. 6. Contagem Global de espermatozoides As contagens de espermatozoides podem ser expressas de duas formas: através da concentração de espermatozoides por mililitro de sêmem ou através da contagem total de espermatozoides no ejaculado. 6.1. Concentração de espermatozoides Corresponde à contagem global por mililitro de sêmen e é feita após liquefação. Proceder da seguinte maneira: • Homogeneizar. • Diluir a amostra 1:20 (0,4 mL de diluente + 20µL de sêmen). O diluente pode ser água destilada contendo um pouco de cristal violeta ou salina. • Preencher a câmara de Neubauer nos dois lados do hemocitômetro. • Contar em aumento de 40x nos mesmos quadrados em que se contam hemácias. • Tirar a média dos dois lados. A diferença entre os dois lados não pode exceder 10%. • Calcular a concentração de espermatozoides: Concentração de espermatozoides = Número contado x 20 x 5 x 10 x 1000 Onde: 20: fator de diluição. 5: 1/5 dos retículos contados. 10: conversão de mm2 para mm3. 1000: conversão de mm3 para mL. • Valores de referência: Acima de 20 milhões/ mL. Valor limítrofe: 10 a 20 milhões/mL. Aspermia: não se encontram espermatozoides. Azoospermia: não se encontram espermatozoides, mas apenas células da espermatogênese. Oligospermia: número diminuído de espermatozoides. 6.2. Contagem total de espermatozoides Corresponde ao total de espermatozoides em todo o volume ejaculado. - Calcular: Contagem total = Concentração de espermatozoides x volume ejaculado Valores de referência: Acima de 40 milhões/ ejaculado. 6.3. Outras observações Deve ser relatada a presença de outros elementos no sêmen, tais como piócitos, hemácias e leveduras. 7. Morfologia espermática Também conhecida como contagem diferencial de espermatozoides. Utilizada para evidenciar a presença e a frequência de anormalidades na morfologia dos espermatozoides. Essas anormalidades podem ser na cabeça, na peça intermediária ou na cauda (flagelo). Proceder da seguinte maneira: • Confeccionar um esfregaço fino: • Secar e corar com Giemsa: - Colocar álcool metílico não diluído sobre a lâmina. - Deixar descansar por 10 minutos. - Drenar e secar ao ar. - Cobrir a lâmina com corante de Giemsa (17 gotas da solução-estoque de Giemsa em água destilada suficiente para tornar um volume final de 5mL). - Deixar descansar por 20 minutos. - Lavar com água destilada. • Focalizar em aumento de 1000x com óleo de imersão. • Analisar 100 espermatozoides, anotando a porcentagem dos anormais. Morfologia normal: a cabeça será levemente ovalada, única, lisa, sem gotas citoplasmáticas e com o acrossoma ocupando cerca de 40% a 70% da cabeça. O diâmetro varia de 3 a 5µm, podendo apresentar até 2 vacúolos citoplasmáticos. A peça intermediária deve medir de 6 a 10µm, alinhar-se com o eixo longitudinal da cabeça e não apresentar expansões laterais. A cauda deve ser única e desenrolada. Assim, os tipos morfológicos encontrados são: • Anormalidades da cabeça: macrocéfalo (cabeça gigante), microcéfalo (microcabeça), cabeça dupla, cabeça amorfa, cabeça cônica e cabeça constrita. • Anormalidades da cauda: sem cauda, cauda dupla (bicaudado) e cauda enrolada. - Anotar também o percentual de hemácias, leucócitos e células leveduriformes. Valores de referência: mais de 30% de formas normais como critério de rotina. 8. Relação OMS/ Consenso geral Parâmetro Unidade OMS 1999 Consenso Volume mL ≥ 2,0 1,5 a 5,0 pH - ≥ 7,2 7,2 a 8,0 Concentração 1.000.000/mL ≥ 20 ≥ 20 Motilidade (até 60’ após a ejaculação) % grau A % grau A + B ≥ 25 ≥ 50 ≥ 50 Morfologia % formas normais ≥ 14 ≥ 30 Vitalidade % vivos ≥ 75 ≥ 75 Leucócitos 1.000.000/mL < 1,0 < 1,0 __MACOSX/._APOSTILA_AULAS PRÁTICAS DE URINÁLISE E LÍQUIDOS CORPORAIS.pdf aula_Cristais.pdf Exame Microscópico de Urina Exame de Cristais CRISTAIS • Formados pela precipitação de sais presentes na urina devido a: variações do pH, da temperatura e da concentração urinária; • Encontrados com freqüência no sedimento urinário; • Raramente têm significado clínico; • Alguns tipos relacionam-se a distúrbios como: doenças hepáticas, erros inatos do metabolismo, litíase renal e alterações metabólicas; • Identificação: importante conhecer o valor do pH urinário, pois são classificados de acordo com o tipo de urina, ácida ou alcalina. Urato amorfo • Amostras de urinas concentradas e que apresentam pH ácido; • Maior freqüência após o resfriamento da urina e correspondem a sais de ácido úrico; • Não possuem formato característico; • Pequenos cristais arredondados, refringentes, com coloração amarelo-avermelhado ou marrom; • Os cristais de urato amorfo são solubilizados com o aquecimento da urina ou com adição de NaOH 10% (p/v); • Quando se adiciona à urina ácido acético glacial, estes cristais transformam-se em ácido úrico; • Em presença de hidróxido de amônio, transformam-se em biurato de amônio; • O sedimento pode adquirir aspecto rosado quando há uma grande quantidade de cristal de urato amorfo na urina; Cristais de urato amorfo Ácido úrico • Amostras de urina com pH < 5,5 • Formas diversas: losango (mais comum); retangulares, rombóides, ovais e cúbicas, com espículas e aglomerados (rosetas); • Intensidade de cor depende da espessura do cristal - lamelas simples parecem incolores, enquanto as mais espessas tendem ao amarelo-marrom ou marrom-avermelhado. • Cristais de ácido úrico aparecem na urina de indivíduos normais, devido a uma dieta rica em purinas (vísceras animais); • Os cristais de ácido úrico são solubilizados pelo calor e pela adição de NaOH a 10% (p/v) e são insolúveis em ácido acético glacial. • O sedimento urinário adquire aspecto brilhante e amarelado, quando há grande quantidade deste cristal na urina. rosácea. espícula. Oxalato de cálcio • Comum em amostras de urina ácida, pode também ser encontrado em amostras de urina levemente alcalina ou neutra. • Incolores, brilhantes e geralmente pequenos; • Formas: - Dihidratada formato de octaedro ou envelope - Monohidratada redonda ou oval • Ingestão de espinafre, laranja, ruibarbo, leite, derivados do leite, chocolate, tomate e o uso de vitamina C pode contribuir para a presença destes cristais na urina. • Estes cristais são solúveis em ácido clorídrico diluído. amido formato de ampulheta. Fosfato amorfo • Material amorfo encontrado na urina alcalina. • Grânulos amorfos, esbranquiçados ou acinzentados; • Insolúveis até 60ºC e solúveis em ácido acético glacial e em ácido clorídrico diluído; • O sedimento urinário adquire coloração branca, quando há uma grande quantidade deste cristal na urina; Cristais de fosfato amorfo Fosfato triplo • Amostras de urina com pH superior 6,5; • Grande, incolor, bastante refringente e possui forma de prisma de seis ou quatro lados"tampa de caixão“; • Podem se aglomerar como longos prismas, formando cruzetas; • A presença de qualquer destas formas na urina não tem significado clínico; • Cristal é solúvel em ácido acético glacial e denomina-se corretamente como fosfato triplo amoníaco magnesiano; Biurato de amonio • Cristais com forma de esferas com estrias radiais, com ou sem espículas e coloração marrom característica; • Podem precipitar devido à alcalinização quando a amostra é armazenada; • O cristal é solubilizado pelo aquecimento a 60ºC; • A adição de ácido acético glacial à urina pode transformar este cristal em ácido úrico. Fosfato de cálcio • Cristais incolores e com forma de longos prismas; • Geralmente aglomeram-se formando rosetas; • Raramente encontrados na urina • O calor não dissolve estes cristais, entretanto, os mesmos são solúveis em ácido acético glacial; Cistina • Mais comumente encontrado em amostras de urina, com pH ácido, de pacientes com cistinúria (erro inato do metabolismo que afeta a reabsorção de cistina, a arginina, a lisina e a ornitina). • Os cristais são incolores, hexagonais e bastante refringentes. • A confirmação da presença da cistina (dímero de cisteínas) pode ser feita com a reação do cianeto-nitroprussiato. Tirosina • Cristal com coloração escura e forma de finas agulhas formando rosetas; • Encontrado em amostras de urina com pH ácido; • Observado geralmente em amostras de urina de pacientes com doença hepática grave ou em portadores de tirosinemia tipo I e tirosinemia tipo II (erros inatos raros no metabolismo da tirosina) • A confirmação pode ser realizada com o teste do nitroso-naftol. Cristais de tirosina Bilirrubina • Cristal de coloração marrom-avermelhada com morfologia semelhante à agulhas ou cunhas; • Amostras de urina de pH ácido; • Presente em alguns casos de excreção urinária de bilirrubina (doenças hepáticas e colestases); • Podem “colorir” outros elementos do sedimento de amarelo; • A presença deste cristal pode ser confirmada pelo teste da tira reagente para bilirrubina e/ou pelo reagente de Fouchet. Cristais de bilirrubina Outros Cristais • Cristais de Hemossiderina: estes são observados em amostras de urina de pH ácido ou neutro, após episódios de grave hemólise intravascular. São semelhantes ao urato amorfo, porém, mais grosseiros e com coloração marrom. • Cristais Anormais de Origem Iatrogênica: cristais de medicamentos podem ser encontrados em amostras de urina de pacientes desidratados e em uso de certos medicamentos. Cristalização normalmente em pH ácido, em torno de 5,0. Devem ser relatados da seguinte forma: "Presença de cristais de substância não identificada. Medicamento?". Cilindro granuloso grosso e cristal de medicamento. Cristal de medicamento (sulfa?) Cristal de medicamento (sulfadiazina). Referência para Contagem • Identificar cada tipo de cristal, contar 10 campos em aumento de 400x e calcular a média desses campos. • Contagem de alguns (4 a 10) cristais de urato amorfo, oxalato de cálcio, fosfato amorfo e fosfato triplo, por campo, em aumento de 400x - Normal Transcrição dos Resultados • Ausentes: cristais não observados • Raros: até 3 por campo • Alguns: 4 a 10 por campo • Numerosos: acima de 10 por campo Significado Clínico - Cristais • Presença de cristais no sedimento urinário é freqüente e raramente possui significado clínico. • Alguns cristais podem indicar patologia, tais como: • Ácido úrico: - Indivíduos com aumento da concentração de ácido úrico no sangue, em associação à gota. - Em pacientes com catabolismo aumentado de ácidos nucléicos: leucemia, linfomas, neoplasias e glicogenoses; • Oxalato de cálcio: - A sua presença na urina pode estar associada a sinais clínicos de litíase renal podendo indicar a provável composição do cálculo; - No envenenamento por etilenoglicol ou metoxiflurano estes cristais são vistos na urina em grande quantidade - Outras condições: como hiperoxalúria primária, deficiência em piridoxina (vitamina B6), aumento da absorção intestinal dos oxalatos e diminuição de absorção de gorduras no intestino. Significado Clínico - Cristais • Cistina: é encontrado na urina de pacientes com cistinúria (alteração congênita do transporte de aminoácidos - cistina, arginina, lisina e ornitina); • Esses pacientes estão predispostos à formação de grandes cálculos que podem provocar lesão renal, inclusive estase urinária; • Tirosina: é encontrado na urina de pacientes com doença hepática grave. Sua presença está também associada à tirosinose; • Bilirrubina: é encontrado na bilirrubinúria, em alguns casos de doenças hepáticas. __MACOSX/._aula_Cristais.pdf Aula_sedimentoscopia.pdf Exame Microscópico de Urina Células e Cilindros INTRODUÇÃO • Sedimentoscopia: - Observação, identificação e quantificação do material insolúvel presente na urina. - Fornece informações sobre a integridade anatômica dos rins e sobre a existência e a extensão de lesões. - CUIDADO! maioria dos elementos pode sofrer modificações no seu aspecto morfológico devidas a: variações do pH, uso de medicamentos, decomposição bacteriana, coleta e conservação inadequadas, frascos impróprios, etc. Hemácias • A presença de hemácias em número superior a 3 por campo, é definida como hematúria. • Tipos de hemácias no sedimento • Normocítica • Apresenta-se no sedimento urinário na forma de disco bicôncavo sem núcleo e com diâmetro de cerca de 7 micra. A hemoglobina pode torná-la corada, em tom pálido de laranja-amarelado. - Urina diluída ou hipotônica: as hemácias se apresentam maiores e arredondadas - Urina com pH alcalino, estas podem se romper, eliminando o conteúdo celular e mantendo somente a membrana, apresentando-se como "sombra" ou "fantasma". - Urina concentrada, há perda de fluidos pela célula e a hemácia se apresenta crenada ou com volume reduzido. 1) Hemácia crenada 2) Hemácia fantasma 3) Hemácia normocítica 1 3 2 Hemácias: fantasmas e crenadas - aumento de 1.000x. Codócito (Cél. em alvo) 1) Acantócito 2) Hemácia normocítica Grumo de hemácias Acantócito (Cél. Contraída e com projeções) Hemácias dismórficas Microscopia de contraste de fases envidenciando hemácia dismórfica CRISTAL DE OXALATO HEMÁCIA DISMÓRFICA LEUCÓCITO Estruturas semelhantes • As hemácias podem ser confundidas com outros elementos do sedimento urinário: Leveduras, uratos, oxalatos, leucócitos, linfócitos, gotículas de óleo e bolhas. Diferenciação: - Leveduras è são mais ovais e, geralmente, apresentam brotamentos. - Corantes, corante de Sternheimer-Malbin, cora as hemácias em rosa escuro e o corante de Eosina, que cora em cor rosa. - O uso de ácido acético a 2% (v/v)è lisa as hemácias, torna os núcleos dos leucócitos visíveis e dissolve os cristais básicos, mas não os ácidos. 1) Célula epitelial renal 2) Hemácia 3) Leucócito Cristal de oxalato de cálcio arredondado Células leveduriformes com brotamentos Gotículas de gordura Contagem e valor de referência • Normalmente são encontradas no sedimento urinário de 0 a 3 (zero a três) hemácias por campo. • Contar dez campos no aumento de 400x e calcular a média destes campos. QUANTAS HEMÁCIAS POR CAMPO? Expressão dos resultados • ausentes: quando as hemácias não são observadas no sedimento • raras: menos de uma hemácia por campo • até 50 por campo: relatar o número exato por campo • numerosas: acima de 50 por campo • campos repletos: quando o campo apresentar inúmeras hemácias, impedindo a visualização de outros elementos • Presença de grumos de hemácias deve ser relatada no espaço "Observação", do laudo Significado clínico • Causas pré-renais: coagulopatias, anticoagulantes, e hemoglobinopatias (anemia falciforme, talassemias ...) • Causas renais glomerulares: glomerulonefrites agudas, glomerulonefrites crônicas, nefrite lupóide, síndrome de Alport (genética) e hematúria familiar benigna Significado Clínico • Causas pós-renais: cálculos, tumores do trato urinário inferior, cistites, prostatites, epididimites, estenose da uretra, uretrites, hipertrofia da próstata, endometriose, exercícios físicos intensos e obstruções no fluxo urinário. • Causas renais não glomerulares: nefroesclerose (microvasculatura), infarto renal, pielonefrite, nefrite intersticial, uso abusivo de analgésicos e nefropatias secundárias (irradiação, hipercalcemia, hiperuricemia). Leucócitos • Presença na urina reflete o conteúdo sanguíneo • Células arredondadas, com diâmetro de 12 micra, repletas de grânulos citoplasmáticos e, às vezes, é possível observar os núcleos lobulados. • No prazo de 2 a 3 horas após a coleta, aproximadamente 50% dos leucócitos se desintegram e desaparecem, caso a urina não seja refrigerada. • Algumas vezes são encontrados aglomerados LEUCÓCITOS NUMEROSOS AGLOMERADO DE LEUCÓCITOS CÉLULAS EPITELIAIS Estruturas semelhantes • Os leucócitos podem ser confundidos com hemácias e células do epitélio renal. • O corante de Sternheimer-Malbin cora os leucócitos de violeta. • Em meio ácido (ácido acético a 2% (v/v), os núcleos segmentados dos leucócitos se tornam visíveis, as hemácias são lisadas e nas células do epitélio renal é evidenciado o núcleo, redondo e central. Contagem e valor de referência • Normalmente, são encontrados no sedimento urinário até quatro leucócitos por campo. • Contar 10 campos no aumento de 400x e calcular a média destes campos. QUANTOS LEUCÓCITOS POR CAMPO? Expressão dos resultados • Ausentes: quando os leucócitos não são observadas no sedimento • Raros:menos de um leucócito por campo • Até 50 por campo: relatar o número exato por campo • Numerosos: acima de 50 por campo • Campos Repletos: quando o campo apresentar inúmeros leucócitos, impedindo a visualização de outros elementos • a presença de aglomerados de leucócitos deve ser relatada no espaço "Observação" do laudo Significado clínico • Leucocitúria - infecção bacteriana e doenças intrínsecas renais, como a glomerulonefrite, a nefrite lupóide e tumores, ou ainda doenças do trato urinário inferior ou do trato genital. • Trato superior: leucócitos + cilindros leucocitários + proteinúria moderada. • Trato inferior: a proteinúria leve ou ausente • Possibilidade de rejeição a transplantes. • Aglomerados de leucócitos: presença de abscesso. Células epiteliais Células Epiteliais Escamosas • Oriundas da uretra e da vagina • Contaminação por secreções genitais. • Células grandes, (30 a 50 micra) • Formato retangular ou arredondado, achatadas, com bordas onduladas e irregulares, núcleo central e pequeno e, muitas vezes se apresentam agrupadas. • “Célula-chave", - coberta por cocobacilos da espécie Gardnerella vaginalis. Coberta de Gardnerella Células do Epitélio de Transição • Células uroteliais ou intermediárias e são oriundas da pelve renal, ureteres e bexiga. • Esféricas ou poliédricas com tamanho de 20 a 30 micra. O núcleo grande, irregular (redondo ou oval), distinto, central ou pouco deslocado do centro, apresenta nucléolos múltiplos e a membrana nuclear é espessa. • A presença de células em mitose, binucleadas ou multinucleadas é freqüente. • Células caudadas: bexiga ou pelve renal com prolongamento do citoplasma Forma caudada Células do Epitélio Renal • Oriundas dos epitélios tubulares renais • Células arredondadas, poliédricas, um pouco alongadas ou ovóides; o núcleo é redondo, grande e, algumas vezes, excêntrico, e o citoplasma granuloso. Corpos Graxos Ovais (CGO) • Os CGOs podem ser células do epitélio renal, repletas de gotículas de gordura • Macrófagos Gordurosos ("foam cells"). – Também encontrados no líquido seminal de pacientes com prostatite, na bile e nas secreções brônquicas. Células epiteliais e corpo graxo oval Cilindro gorduroso e corpo graxo oval Células Epiteliais • Normalmente são encontradas no sedimento urinário algumas células epiteliais escamosas e/ou de transição (4 a 10) e raras células do epitélio renal. • Contar 10 campos no aumento de 400x e calcular a média destes campos. • Ausentes: células não observadas • Raras: até 3 por campo • Algumas: 4 a 10 por campo • Numerosas: acima de 10 por campo Significado clínico • Em geral, a presença destas células não tem grande valor clínico, com exceção das células do epitélio renal. • Células epiteliais escamosas: descamação normal, indicam contaminação. • A presença de "célula chave". indica vaginite bacteriana provocada pela Gardnerella. Identificação no exame Papanicolau. • Células do epitélio de transição: a urina de indivíduos normais contém, freqüentemente, algumas células de transição. Células do Epitélio Renal • Presença de mais de 15 células por campo (aumento de 400x) - forte evidência de doença renal ativa ou lesão tubular. • Necrose tubular aguda, rejeição de transplante renal, papilite necrosante e infarto renal. Corpos Graxos Ovais (CGO) • Presença indica lipidúria devido à disfunção renal grave. • Lipidúria - associada à síndrome nefrótica, à doença renal do diabetes mellitus avançado, ao lupus e às condições patológicas com grave lesão do epitélio tubular, como no envenenamento por mercúrio e etilenoglicol. Cilindros • Elementos do sedimento urinário com formato cilíndrico, provenientes da polimerização da proteína de Tamm-Horsfall (moldada na luz dos túbulos renais) • Doença renal intrínseca - reflete as condições existentes no interior do néfron. • Composição Uma glicoproteína (proteína de Tamm-Horsfall) constitui a matriz protéica dos cilindros. Esta é secretada pelas células tubulares da parte ascendente espessa da alça de Henle e da parte inicial do TCD. Condições Favoráveis à Formação • Aumento da acidez da urina; • Redução acentuada do volume urinário; • Alta concentração de solutos; • Baixa velocidade do fluxo urinário; • Diminuição da taxa de filtração glomerular; • Presença de albumina. Morfologia • Formato cilíndrico, lados paralelos e extremidades arredondadas (moldados na luz dos túbulos renais); • Diferentes formas: - Enrugados, indicando estase urinária; - Contorcidos, devido à formação dentro de uma fração contorcida do túbulo ou por estase prolongada; - Quebrados, em decorrência de excesso de centrifugação da urina - Extremidades afiladas, o que acontece quando o cilindro se forma na junção da alça ascendente de Henle e do TCD (cilindróides). Céreos Granuloso Hialino Gorduroso Hemático Constituição Hialinos • Freqüentemente observados no sedimento urinário; • Importância clínica limitada (indivíduos normais podem eliminar até 1.000 cilindros desse tipo, por 24 horas); • Mas eliminação contínua pode indicar disfunção renal em fase inicial. • Podem ser homogêneos ou podem apresentar pequenas granulações (às vezes têm com aspecto pregueado, devido a condensação irregular da proteína). Significado Clínico - Hialinos • Até 2 (dois)cilindros hialinos por campo, no aumento de 100x, é considerado normal. • Após exercício físico intenso, desidratação, exposição ao calor e estresse emocional, o número destes cilindros no sedimento pode aumentar. • Em doenças renais (glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica e na insuficiência cardíaca congestiva) o número de cilindros hialinos encontrados no sedimento varia de 20 a 30 por campo, no aumento de 100x. Hialinos Hialino com granulações e flora bacteriana Celulares • Formados pela aglutinação à matriz protéica de alguns elementos celulares, presentes na luz tubular; • Podem conter hemácias, leucócitos ou células epiteliais. Celulares Hemático Epitelial Hemático e leucocitário Significado Clínico - Celulares • Grande valor clínico - células presentes no seu interior são originadas dos rins; • Presença dos cilindros celulares pode auxiliar na classificação de nefropatias (de acordo com o tipo de célula encontrada no interior do cilindro); • Cilindros com leucócitos são freqüentes nas pielonefrites, enquanto que, cilindros com hemácias são freqüentes nas glomerulonefrites. Hemáticos Significado Clínico - Hemáticos • Indício de sangramento no interior do néfron, (mais freqüentemente glomerular); • Cilindros hemáticos estão associados à glomerulonefrite; • Qualquer lesão nos glomérulos ou nos túbulos pode provocar a sua formação. Leucocitário Cilindro e células Significado Clínico - Leucocitários • Associado a inflamações ou infecções no interstício renal (pielonefrites aguda e crônica, nefrite intersticial alérgica ou medicamentosa, glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica e em casos de rejeição de transplante renal). Epiteliais Cilindro de células do epitélio tubular renal. Cilindro de células do epitélio tubular renal Significado Clínico - Celulares • Resulta da destruição ou da descamação exacerbada do epitélio renal; • Indica doença renal grave (importante achado patológico); • Observado na pielonefrite, na glomerulonefrite, nas exposições à nefrotóxicos, como mercúrio, etilenoglicol e ciclosporina, nefrite intersticial, em casos de rejeição de transplante renal, necrose tubular e em infecções virais. Granulosos • Apresentam granulações no interior da matriz proteica devido à desintegração de elementos celulares presentes anteriormente; • Granuloso grosso ou granuloso fino; • A presença deste último identifica estase prolongada. • Degeneração do cilindro granuloso origina o cilindro céreo. • CELULAR è GRANULOSO è CÉREO • Quanto maior a estase renal mais se desintegram esses cilindros Granuloso Cilindro granuloso em degeneração. Cilindro granuloso fino. Cilindro granuloso grosso. Significado Clínico - Granulosos • Cilindros granulosos podem aparecer no sedimento urinário, principalmente, após exercícios físicos intensos; • Em maior número possui valor diagnóstico, pois a sua presença indica estase urinária; • Pode ser encontrado em casos de toxicidade a aminoglicosídeos e em todas as doenças renais em que ocorreu a formação dos cilindros celulares; • Podem ser um sinal de cronificação das nefropatias. Céreos • Formados pela degeneração dos elementos granulares que estavam presentes no seu interior. • Bastante refringentes, largos e apresentam fissuras ou quebraduras, por possuírem uma estrutura rígida. Céreo Significado Clínico - Céreos • Não é encontrado em condições normais no sedimento urinário e a sua presença indica estase renal prolongada; • Está associado a doença renal crônica; • “Cilindros de insuficiência renal” - pior prognóstico. Gordurosos corpo graxo oval. Cilindro gorduroso com gotículas de gordura. Significado Clínico - Gordurosos • Presença associada à síndrome nefrótica; • Podem também ser encontrados em casos de diabetes mellitus com degeneração renal e nas intoxicações por mercúrio e etilenoglicol. Mistos • Formados por mais de um tipo de elemento; • Como não existe nos rins um processo de separação de elementos, muitos dos cilindros encontrados são formados por mais de um elemento; • Cilindro apresenta mais de 1/3 de sua superfície composta por um elemento figurado - será classificado pelo nome do elemento predominante. Misto Cilindro misto(celular e granuloso). Cilindro misto (granuloso fino e céreo). Hialino e celular Com inclusões Cilindro com de oxalato de cálcio. Referência - Cilindros • 0 a 2 cilindros hialinos por campo, em aumento de 100x – normal; • Quando visualizados em aumento de 400x: – Contar 10 campos em aumento de 100x, identificando cada tipo de cilindro no aumento de 400x e calcular a média por campo (100x); • Registrar o tipo de cilindro e o número médio encontrado por campo, em aumento de 100x. __MACOSX/._Aula_sedimentoscopia.pdf creatinina e outros biomarcadores de funcao renal.pdf 182 Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 2, Abril-Junho, 2007 RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Os biomarcadores são ferramentas diagnósticas discriminatórias entre o estado de saúde e doença. O objetivo deste estudo foi reconhecer a aplicação clínica dos biomarcadores de função renal na prática clínica, com a fi nalidade de disponibilizar conhecimento do avanço diagnóstico da lesão renal aguda (LRA). MÉTODO: Estudo descritivo de levantamento bibliográ- fi co de periódicos indexados de 1975 a outubro de 2006, por meio das bases de dados LILACS e PubMed. RESULTADOS: Foram disponibilizados 505 artigos nas bases de dados PubMed e 6 nas do LILACS. Foram se- lecionados 106 artigos e, após leitura na íntegra, apenas 69 traduziam a abordagem temática pretendida. CONCLUSÕES: Nesse levantamento foi verifi cado que apesar do progresso na compreensão dos meca- nismos celular e molecular envolvendo a LRA, ainda existe um hiato entre a compreensão e a aplicação de tratamentos efetivos e específi cos na prevenção e con- trole dessa síndrome. Unitermos: biomarcador biológico, insufi ciência renal aguda Avaliação da Função Renal: Creatinina e outros Biomarcadores* Evaluation of Renal Function: Creatinine and other Biomarkers Márcia Cristina da Silva Magro1 , Maria de Fátima F. Vattimo2 1. MS, Enfermeira da Unidade de Recuperação Cardíaca do Instituto do Coração do HC-FMUSP e Doutora da Escola de Enfermagem da USP 2. MS, PhD, Professora da Escola de Enfermagem da USP *Recebido do Instituto do Coração do Hospital de Clínicas da Fa- culdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), São Paulo, SP Apresentado em 23 de janeiro de 2007 Aceito para publicação em 10 de maio de 2007 Endereço para correspondência: Márcia Cristina da Silva Magro Alameda Santos, 663/83, BL B Cerqueira César 01419-001 São Paulo, SP Fone: (11) 3284-1376 E-mail: ppmmagro@uol.com.br ©Associação de Medicina Intensiva Brasileira, 2007 SUMMARY BACKGROUND AND OBJECTIVES: Biomarkers are diagnostic tools which discriminate between the good health and the illness. This study had as objective to recognize the clinical application of the renal function biomarkers in the clinical practice, in order to inform the diagnostic advances of the acute kidney injury (AKI). METHODS: Descriptive study of bibliographical survey of indexed periodicals from 1975 to October, 2006, by means of the LILACS and PubMed databases. RESULTS: Were available 505 articles from the biblio- graphical survey in the PubMed database and 6 in the Lilacs database. 106 articles were selected and, after full reading, only 69 referred to the intended thematic approach. CONCLUSIONS: In this survey, it was verifi ed that despite the progresses in the molecular and cellular mechanisms understanding related to AKI, there is still a gap between the comprehension and the application of effective and specifi c therapeutics in the prevention and control of this syndrome. Key Words: acute renal failure, biological biomarker INTRODUÇÃO A lesão renal aguda (LRA) é freqüentemente obser- vada em pacientes internados e sua prevalência está aumentando, principalmente na população idosa, com múltiplas comorbidades e em pacientes com doenças consideradas graves como neoplasia entre outras1. Ela representa uma condição clínica causada pela diminui- ção ou perda da capacidade de manutenção dos equi- líbrios ácido-base e hidroeletrolítico. Apesar do progresso terapêutico e tecnológico observa- do nos últimos anos, o prognóstico da LRA permanece sombrio. Ela é considerada uma complicação freqüente nas unidades de terapia intensiva (UTI) e seu diagnósti- co tardio repercutem em elevada mortalidade. Sabidamente, as manifestações clínicas da LRA são RBTI 2007:19:2:182-185 ARTIGO ORIGINAL RBTI v19_n02.indb 182RBTI v19_n02.indb 182 31/8/2007 12:02:4131/8/2007 12:02:41 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL: CREATININA E OUTROS BIOMARCADORES 183Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 2, Abril-Junho, 2007 incipientes, silenciosas e se confundem com sinais clí- nicos de diversas outras morbidades, sendo freqüen- temente percebidas quando constatadas alterações em exames laboratoriais de rotina, como a uréia e prin- cipalmente a creatinina. Contudo, elevações nos níveis séricos da creatinina são atualmente os sinais mais indicativos de compro- metimento da função renal. Apesar de representar a principal estratégia de identifi cação dessa síndrome, a creatinina é considerada um teste específi co, entre- tanto tardio, pouco sensível e impreciso. Ela se altera apenas quando já existe perda de aproximadamente 50% da função renal. A contraposição ao uso conven- cional desses indicadores se apercebe de situações mais desfavoráveis como é o caso na disfunção como a insufi ciência hepática, na qual não há indicadores di- retos de função e o seu diagnóstico e a conseqüente intervenção, tardam mais ainda. Em nenhum dos dois casos deve haver, contudo, resignação científi ca nem tampouco clínica. O relativo descompasso da creatinina com o real esta- do funcional e sua baixa sensibilidade e especifi cidade se traduzem em diagnóstico tardio e tratamento mais tardio ainda, medidas de prevenção próxima de zero e, por fi m, alta mortalidade. Tal panorama tem deixado marcas precisas na epidemiologia da LRA. Esse cenário desfavorável da LRA tem gerado então questionamentos sobre conceitos até então intocá- veis. Um deles é a busca para identifi cação de bio- marcadores mais precisos da função renal. Há de se conhecer indicadores de função renal, interpretados por toda equipe profi ssional, que tenham desempenho discriminatório superior àqueles mencionados. Já se sabe acerca desses novos testes. Genericamente, biomarcadores são ferramentas que podem fornecer alguma informação necessária, es- pecialmente quando usado em conjunto com dados clínicos e laboratoriais2,3. Um biomarcador deve con- sistir em indicador de processos biológicos, patogê- nicos ou resposta farmacológica para um tratamento terapêutico3. A busca por novos biomarcadores para detecção da lesão renal está se desenvolvendo rapidamente com o avanço da tecnologia. Com melhores biomarcadores, possivelmente, tornará viável a detecção precoce da lesão renal, a identifi cação de lesões subclínicas, o for- necimento de informação prognóstica do curso da doen- ça, a identifi cação dos segmentos mais afetados, a ava- liação da resposta para determinados tratamentos e a classifi cação dos pacientes de risco para lesão renal4. O objetivo deste estudo foi apresentar o resultado de um levantamento bibliográfi co sobre os novos biomar- cadores de função renal para que se possa reconhecer a sua aplicação na prática clínica, no sentido de dis- ponibilizar conhecimento do avanço no diagnóstico da lesão renal aguda, que poderá refl etir-se na tomada de decisão precoce junto ao paciente em risco para LRA. MÉTODO Este estudo é de caráter descritivo, baseado em levan- tamento bibliográfi co de periódicos indexados. Foi realizada busca bibliográfi ca utilizando as bases de dados LILACS (Literatura Técnica-Científi ca em Ciên- cias da Saúde) e PubMed, envolvendo os periódicos do período de 1975 até outubro de 2006, referentes à literatura existente sobre os biomarcadores de função renal, utilizando como descritores (DeCS e MeSH): in- dicadores biológicos, insufi ciência renal aguda, sendo as linguagens portuguesa e inglesa empregadas de acordo com a exigência das bases de dados RESULTADOS A análise do material bibliográfi co obtido através da bus- ca nas bases de dados permitiu verifi car que a produção científi ca com pesquisas envolvendo biomarcadores de função renal é extensa, porém, não consensual. Foram encontrados 505 artigos referentes ao tema. Da PubMed selecionou-se 100 e após a análise indivi- dual e leitura na íntegra dos estudos, apenas 68 artigos abrangiam o tema biomarcadores de lesão renal. En- quanto do LiLacs apenas um artigo foi utilizado. Foram incluídos todos os estudos de abordagens experimen- tal e clínica. Através desse levantamento foi identifi cado um perfi l conciso de 29 biomarcadores de lesão renal, estuda- dos em pesquisas com modelos animais e estudos clínicos nos últimos anos, dentre eles destacaram-se a Interleucina 18 (IL-18), a interleucina-6, a interleuci- na-8, o hidrato de carbono (HNK-1), o Malondialdeido urinário (MDA), a Cistatina C, o Dendrimer-enhanced MRI, a Glutathione alpha-transferase e pi-transferase, o Neutrophil gelatinase-associated Lipocalin (N-GAL), a Protein P53, o Proatrial natriuretic peptide (1-98), a Urinary actin, a N-acetyl-beta-D-glucosaminidase, a alpha-1-microglobulin, o Kidney Injury molecule- 1 (KIM-1), a Retinol Binding Protein (RBP), a Neutral endopeptidase (NEP), a Beta 2-microglobulin, urinary, o Sodium/hydrogen exchanger isoform 3 (NHE3), o RBTI v19_n02.indb 183RBTI v19_n02.indb 183 31/8/2007 12:02:4231/8/2007 12:02:42 184 MAGRO E VATTIMO Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 2, Abril-Junho, 2007 Neutrophil CD11b, Spermidine/Spermine N(1)-acetyl- transferase (SSAT), a Cysteine rich protein 61 (CYR61, CCN1), o 1,5-anhydroglicitol, a Adenosina deaminase binding protein, a Glycosyl transferase e entre as enzi- mas de lesão tubular encontraram-se a Gamma-Gluta- myl transpeptidase (Gama-GTP), a Alanine aminopep- tidase (AAP), a alkaline phosphatase (AP), a Leucine aminopeptidase e dipeptidyl peptidase IV (DPP). Na classifi cação dos biomarcadores, alguns são desti- nados preferencialmente à estimativa da taxa de fi ltra- ção glomerular, como a cistatina C, outros refl etem a função renal (KIM-1, NHE3 e actina), enquanto outros mostram infl amação associada com a lesão renal (In- terleucinas 6, 8 e 18)5,6. Há ainda o grupo de proteí- nas urinárias como a Retinol binding protein (RBP), a N-acetyl Glucosaminidase e α1-microglobulina, como indicadores mais sensíveis de disfunção ou lesão tu- bular7,8. Dentre os biomarcadores descritos, observou algumas tendências de ênfase, iniciando-se pela Neutrophil ge- latinase-associated lipocalin (NGAL). Trata-se de uma enzima presente na urina e no sangue. Observou-se que em crianças, a lesão renal aguda pode ser detec- tada em até duas horas após cirurgia cardíaca, por aumento substancial dessa enzima no sangue ou na urina. Pode ser ainda também detectada na presença de lesão renal em período que antecede a manifes- tação clássica pela creatinina9. Entretanto, ainda são necessários estudos multicêntricos prospectivos em populações maiores, de diferentes idades para validar esses resultados10. Novos estudos que avaliem fatores de interferência em seus níveis urinários ou plasmáti- cos serão providentes11. Vale ressaltar que a elevada excreção de proteínas e enzimas de baixo peso molecular (proteínas tubulares) tem sinalizado situações de lesão tubular proximal. Nessa função, destacam-se a α1 e β1-microglobulina, a Cistatina C, a Retinol Binding Protein (RBP)12,13, a α- glutathione S-transferase (GST), a γ-glutamiltransferase (GGT), o Lactato desidrogenase (LD) e a N-acetyl-β-D- glucosaminidase (NAG)12,14,15. A neutral endopeptidase (NEP) é livremente fi ltrada pelo glomérulo, sendo 99,9% reabsorvida pelo túbulo proxi- mal8. Representa um tipo de enzima tubular localizada na membrana endotelial do túbulo renal proximal e é excretada na urina. Sendo então, indicador de lesão tubular e a RBP, um indicador de função tubular. En- quanto, o NHE3 é a forma de permutador Na+/H+ mais abundante na membrana apical, responsável pela rea- bsorção de grande parte do NaCl e do NaHCO3 fi ltrado nos glomérulos. Tem papel essencial na homeostase de volume, ácido-base e na determinação dos níveis da pressão arterial16. A IL-18 urinária pode servir como indicador de lesão tubular proximal em ATN. Ela é uma citocina pró-infl a- matória liberada em resposta a lesão tubular17. A apli- cação clínica desse teste pode ser substancial, já que exige técnicas confi ável, precisa e rápida e ser pron- tamente mensurável utilizando-se kits de imunoensaio (Elisa). Já a cistatina C é um inibidor da cisteíno proteinase, produzida por células nucleadas em taxa constante. Ela é livremente fi ltrada pelo glomérulo, reabsorvida e metabolizada, mas não secretada pelos túbulos18,19. Ela pode detectar a LRA um ou dois dias antes da cre- atinina e, além disso, não é afetada por baixas doses de hormônio tireoidiano e defi ciência ou excesso de corticóide5. A técnica utilizada para sua dosagem tem sido a nefelometria, no sangue ou na urina. A Kidney Injury Molecule-1 (KIM-1) é uma proteína transmembrana que está presente no túbulo renal pro- ximal e é superegulada e excretada na urina na vigên- cia de uma lesão. Em indivíduos normais e sem a lesão renal ela não está presente. A elevação dessa enzima sugere o início de um processo patológico em células do epitélio tubular proximal, sendo assim considerada um sensível marcador de lesão tubular proximal. Pode ser detectada na biópsia renal e urina de pacientes com necrose tubular aguda isquêmica20. A lesão renal é ainda pouco compreendida e uma das razões é a existência de marcadores pouco precisos e sem mensuração direta. Estudos sobre aspectos da disfunção renal freqüentemente utilizam a creatinina como sinalizador, entretanto a sua elevação sérica só ocorre quando já existe um comprometimento renal estabelecido. A lesão renal é uma condição clínica comum durante a hospitalização principalmente em pacientes internados em UTI, ambiente no qual sua taxa de mortalidade au- menta independentemente de outros fatores11,21. Nos últimos 20 anos, o progresso substancial na com- preensão de mecanismos celulares e moleculares en- volvendo a lesão renal aguda esclareceu mecanismos fi siopatológicos antes desconhecidos. Entretanto, esse conhecimento não tem se traduzido na aplicação de tratamentos efetivos e sufi cientemente específi cos para prevenir ou excluir os agentes etiológicos. Essa limita- ção difi culta o controle de sua progressão. Tornando-se imperativa a necessidade de preencher essa lacuna de conhecimento no diagnóstico da lesão renal. RBTI v19_n02.indb 184RBTI v19_n02.indb 184 31/8/2007 12:02:4231/8/2007 12:02:42 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL: CREATININA E OUTROS BIOMARCADORES 185Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 19 Nº 2, Abril-Junho, 2007 CONCLUSÕES Esse estudo demonstrou que nas últimas décadas houve um progresso no conhecimento sobre marcado- res de função renal em decorrência da difi culdade, até os dias atuais, relacionados à prevenção e o tratamen- to da lesão renal aguda. Esse avanço contribuiu para a identifi cação de diversas proteínas, cuja fi nalidade é proporcionar a detecção precoce da disfunção renal e garantir ao paciente o diagnóstico preciso, que possi- bilite instituir tratamento adequado e individualizado, para o grau de comprometimento. Entretanto, estudos multicêntricos que demonstrem maior abrangência, com amostras maiores são fun- damentais para que se possam sugerir mudanças na rotina diagnóstica desta síndrome. REFERÊNCIAS 01. 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RBTI v19_n02.indb 185RBTI v19_n02.indb 185 31/8/2007 12:02:4231/8/2007 12:02:42 __MACOSX/._creatinina e outros biomarcadores de funcao renal.pdf Fisiologia Renal e Coleta2.pdf Modificado com autorização de Jussara Júlia Campos Aspectos da Fisiologia Renal e Processos de Formação de Urina O sistema urinário Rins • Órgãos bilaterais localizados no espaço retroperitonial • Parênquima renal: medula + córtex • Néfrons: - Microunidade funcional dos rins - 1 a 1,5 milhões a cada rim Funcões dos rins Funções homeostáticas - Regulação do volume plasmático e do equilíbrio hídrico; - Regulação da pressão sanguínea; - Regulação da osmolaridade sangüínea; - Manutenção do equilíbrio eletrolítico (Na+, K+, Cl-, Ca2+, Mg2+, SO42-, PO42-, H+, HCO3-); - Regulação do equilíbrio ácido-básico; - Excreção de metabólitos (ex: uréia, ácido úrico, creatinina). Funções bioquímicas • Produção de hormônios: - Eritropoietina - Renina - Calcitriol (forma biologicamente ativa da vitamina D); • Produção de substâncias bioativas (ex. prostaglandinas, adenosina, endotelina, NO, bradicinina, fator de crescimento epidérmico, fator de crescimento tipo insulina); • Angiotensinogênio e amônia; • Metabolismo de algumas substâncias (ex. insulina). Formação da urina • Primeira etapa : Filtração glomerular • Fenômeno físico passivo, envolve os capilares glomerulares e a primeira porção do túbulo proximal. - Fluxo Sangüíneo Renal (FSR): aproximadamente 1.200mL/min - Ritmo de filtração glomerular: 120 ml/min - Passagem seletiva de: água, eletrólitos e moléculas de baixo peso molecular (< 50.000 daltons) espaço capsularLuz do capilar Ph Pc Po PEF = 10 mmHg Pressão hidrostática glomerular 60 mmHg 32 mmHg 18 mmHg http://www.oup.co.uk/best.textbooks/medicine/humanphys/illustrations/ fenestra fenda Pressão oncótica 32 mmHg Pressão hidrostática capsular 18 mmHg Pressão efetiva de filtração: 10 mmHg Membrana basal Céls. endoteliais pedicélios Pressão de filtração http://www.sci.sdsu.edu/Faculty/Paul.Paolini/ppp/lecture23/sld009.htm Todo o plasma é filtrado 60 vezes por dia 180 litros de plasma são filtrados por dia Homem normal de 70 Kg: 3 litros de plasma Excreção diária (média): 1,5 litros de urina O quê acontece com os 178,5 litros filtrados por dia? Filtração Glomerular Segunda etapa - Ocorre no túbulo proximal, por reabsorção para os capilares peritubulares; - Água, eletrólitos (sódio e potássio) e nutrientes (glicose, peptídeos, aminoácidos, corpos cetônicos); - Secreção ativa de substâncias tóxicas ao organismo (drogas, metais pesados e substâncias tóxicas do metabolismo geral) http://www.sci.sdsu.edu/Faculty/Paul.Paolini/ppp/lecture23/sld009.htm 178,5 litros /dia Filtração Reabsorção Reabsorção REABSORÇÃO TUBULAR Parcialmente filtrada Não excretada Ex: Glicose e AAs totalmente reabsorvida Parcialmente filtrada Parcialmente excretada Ex.: água e íons parcialmente reabsorvida Substância Z Totalmente excretada Ex: catabólitos e xenobióticos totalmente secretada Parcialmente filtrada Substância X Substância Y Terceira etapa - Hiperconcentração iônica do líquido intratubular no ramo descendente da alça de Henle. - Diluição do líquido intratubular nos ramos ascendentes, delgado e espesso, da alça de Henle. Quarta etapa - Ocorre nos túbulos contorcidos distais e ducto coletor - Ação dos hormônios antidiurético (ADH) e aldosterona • ADH ou vasopressina: - Diminui o volume urinário - Vasoconstrição • Aldosterona: Aumento na reabsorção de sódio e da secreção de potássio e do íon hidrogênio. Fatores que interferem no volume urinário • Ingestão de líquidos, • Perda de líquidos por fontes não renais, • Variações na excreção do hormônio antidiurético • Necessidade orgânica de excretar grandes quantidades de solutos, tais como glicose ou sais, especialmente o sódio. formação de urina sede INGESTÃO DE ÁGUA PERDA DE ÁGUA (*) BALANÇO DA ÁGUA (*) respiração, suor, urina e fezes Equilíbrio entre a perda e a ingestão de água • Poliúria: volume de urina aumentado (>2500 mL/24h), detectado no diabetes insipidus e no diabetes mellitus. • Oligúria: diminuição do volume urinário (<500 mL/24h), como ocorre nos estados de choque e na nefrite aguda. • Anúria: supressão completa da urina, em termo mais amplo, corresponde a uma excreção menor que 100 mL/24h. Composição da urina • A urina é constituída por, aproximadamente, 96% de água e 4% de substâncias diversas (compostos inorgânicos e orgânicos). Urinálise Obtenção da amostra Tipos de amostras • Amostra aleatória (rotina e glicosúria); • Amostra de paciente em jejum e amostra pós prandial (diabetes mellitus); • Segundo jato da primeira urina da manhã (rotina); • Urina de 24 h para dosagens urinárias; • Amostra para cultura microbiológica (jato médio ou por caterização). Coleta • Mulheres • Homens • Crianças • Pacientes inconscientes/hospitalizados Recém Nascidos http://www.e-familynet.com/phpbb/como-coletar-urina-dos-bebes-com-sac-vt508925.html Coleta e preservação • Imprescindível à obtenção de resultados fidedignos • É importante que o laboratório: - Forneça instruções por escrito - Forneça os frascos adequados e já etiquetados - Propicie a coleta no próprio laboratório - Saiba o horário da coleta da amostra e suas condições de transporte É importante que o paciente: - Repita as instruções recebidas como forma de “verificar a aprendizagem” - Faça a higiene das mãos antes e após a coleta - Faça higiene correta dos genitais antes da coleta - Forneça informações sobre transporte e armazenamento - Tenha alimentação balanceada no dia anterior Armazenamento e conservação • Pode-se analisar após, no máximo, 2h em temperatura ambiente • Usar refrigeração se necessário • Colocar urina que está sob refrigeração em banho maria a 37 ºC antes de analisar • Alguns conservantes que podem ser utilizados: - Toluol - Ácido bórico - Timol - Urotropina + AAS (2:1) - Aldeído fórmico - Fluoreto de sódio… Aceitáveis? dupla artigo dia Comparação de bulas de duas marcas de tiras reagentes utilizadas no exame químico de urina Análise comparativa de metodologias para dosagem de proteinúria de 24 horas* Qual o valor da sedimentoscopia em urinas com características físico-químicas normais? Comparação dos resultados obtidos pelos métodos de contagem por campo e contagem de Addis modificada utilizados para a análise do sedimento urinário* Importância do dismorfismo eritrocitário na investigação da origem da hematúria: revisão da literatura Análise do desempenho da prova de nitritos das tiras reativas de urina para triagem de infecção bacteriana do trato urinário Análise dos Métodos Diagnósticos para Infecção Urinária Diagnóstico laboratorial das micobactérias isoladas na urina: comparação entre métodos convencionais e a reação em cadeia da polimerase (PCR) Avaliação da Função Renal: Creatinina e outros Biomarcadores* Urinálise: comparação entre microscopia óptica e citometria de fluxo __MACOSX/._Fisiologia Renal e Coleta2.pdf Intro_Urinalise.pdf URINÁLISE BIOMEDICINA 2016/1 Prof. Wander Jeremias Apresentação da Disciplina e Aspectos Históricos Perspectiva histórica • Análise da urina, uroanálise ou urinálise, •Os relatos sobre a interpretação do exame de urina são de, aproximadamente, 4.000 a.C: - Urina de diabéticos atraía insetos; - Germinação de sementes de cereais regadas com urina indicavam gravidez Hipócrates (400 a.C.) “Nenhum órgão ou sistema orgânico fornece tantas informações através de sua excreção como o sistema urinário” - Ferramenta para o prognóstico - Aforismo 34: “bolhas flutuantes na superfície da urina denotam afecção dos rins e a doença será longa”. Hipócrates (400 a.C.) - Aforismas Figura 1: Ilustração medieval mostrando Hipócrates (direita) analisando a urina de doentes à beira do leito. Fonte: Kouba, 2007. • Primeiro a fazer alusão a respeito da relação sangue- urina Galeno (200 d.C.) • Realizou experimentos em cães e escreveu sobre o trato urinário Theofilus (700 d.C) - Define urina como filtrado do sangue - Descrição anatômica sobre a produção da urina - De urinis, essa obra foi usada até 1.200 d.C em escolas européias - Aplicação clínica de suas descrições detalhadas - Ferramenta diagnóstica Figura 2: Quadro descritivo das características de urinas e suas correlações clínicas. Fonte: Kouba 2007 Exame de Urina – Veneza, 1495 Avicenna (980-1037) Ressalta que devem-se observar algumas condições antes da coleta e da análise. Paracelsus (1493-1541) Importância da análise de constituíntes não visíveis a olho nu, propõe análises químicas Leeuwenhoek (1632-1723) Primeiras observações usando microscópio Thomas Addis (início do século XX): técnicas para a quantificação do sedimento urinário Final do século XX: testes rápidos com tiras reagentes. Mais recentemente, a automação e introdução de novas tecnologias Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki /Microsc%C3%B3pio Aplicações na Clínica Médica De acordo com o National Comittee for Clinical Laboratory Standard-NCCLS: n Auxiliar no diagnóstico de uma doença; n Triagem de uma população quanto a doenças assintomáticas, congênitas ou hereditárias; n Monitorar a evolução de certas doenças; n Monitorar a eficácia ou as complicações de terapias. Etapas da urinálise n Análise física è levantam-se suspeitas n Análise química è confirmam-se suspeitas n Análise microscópica è definem-se as suspeitas levantadas e confirmadas __MACOSX/._Intro_Urinalise.pdf Aula 4 parte 2 pdf.pdf ELISA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS VIROSES Immunoblotting Western Blotting (WB) Blotting significa transferência de DNA. Separação das proteínas virais usando o método de eletroforese em gel de poliacrilamida. ELETROFORESE EM GEL DE POLIACRILAMIDA - ROTAVÍRUS Detecção do Ácido Nucléico Viral Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) Reação de Hibridização in situ TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR Para o estudo de vírus que não podem ser isolados em cultura de células, como os papilomavírus e alguns agentes associados a gastrenterites, Para vírus com alta diversidade antigênica, como os enterovírus, o que dificulta a utilização de técnicas sorológicas de detecção de antígeno, A análise do genoma viral diretamente da amostra clínica pode ser vantajosa principalmente para aqueles vírus com genoma RNA, que podem sofrem mutações através de sucessivas passagens in vitro. QUANDO A DETECÇÃO DO GENOMA VIRAL É PARTICULAMENTE IMPORTANTE: PRINCÍPIO Todo ser vivo tem seqüências de ácido nucléico que são específicas e podem ser detectadas por uma reação de hibridização ou de amplificação Técnicas de Biologia Molecular: DNA RNA As fitas da molécula de DNA (dupla hélice) podem ser separadas. Esse processo é denominado desnaturação. A renaturação ocorre quando se volta às condições físico químicas iniciais. Uso de sondas marcadas para detecção de genoma em tecido com alterações patológicas (material de arquivo) SONDA: fragmento de DNA marcado com substância reveladora (radioisótopo, enzima...) Triagem X Tipagem Sensibilidade: 100 cópias DNA/célula Relevância clínica HIBRIDIZAÇÃO IN SITU Sonda REAÇÃO DE HIBRIDIZAÇÃO IN SITU Uso de sondas marcadas para detecção de genoma em membrana de nitrocelulose. Amostra clínica: soro, fezes, tecido Triagem Sensibilidade: 10-50 cópias DNA/célula Pode ocorrer falso-positivos Dot blot Dot Blot Sonda marcada com P32 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F G H Sonda marcada com biotina DOT BLOT REAÇÃO EM CADEIA PELA POLIMERASE : PCR • Método para produzir cópias de uma segmento de DNA específico • Polimerização de DNA em Cadeia • Polimerização é feita por uma DNA polimerase termoestável • São utilizados dois “primers”, o que delimitam o segmento amplificado e determinam o crescimento exponencial do número de moléculas de DNA • Sensibilidade : 10 cópias de genoma • Primers genéricos x primers específicos PCR AMPLIFICA UMA SEQÜÊNCIA ALVO ALTERNÂNCIA DE TEMPERATURAS A CADA CICLO: DESNATURAÇÃO ANELAMENTO POLIMERIZAÇÃO Replicação “in vitro” do DNASeqüência AlvoDNADNA SupercoiledCromossomo Extensão Seqüência alvo DNAPolymerase 5’ 5’ Anelamento dos primers 55-64°C Denaturaçãopelo calor 95°C REAÇÃO EM CADEIA PELA POLIMERASE : PCR Qualquer seqüência alvo de DNA pode ser amplificada por PCR A localização da seqüência alvo é feita pelos “primers”. Oligonucleotídeos com 20 -24 bases são usualmente seletivos o suficiente para localizar um sítio único em um genoma de alta complexidade, tal como o genoma humano. O pareamento dos “primers” com a seqüência alvo se faz pelo estabelecimento de pontes de hidrogênio, segundo o pareamento convencional descrito por Watsone Crick: A =T C =G VISUALIZAÇÃO DO PRODUTO DA PCR Cuba de eletroforese Produtos da reação de PCR em um gel de agarose Herpesvírus Nested PCR 150pb 150pb NESTED PCR PODE SER UMA ALTERNATIVA PARA MELHORAR A ESPECIFICIDADE E A SENSIBILIDADE DA PCR 427bp MW 1 2 3 4 MW 5 6 7 8 Primers externos Primers internos 681 pb PADRÃO DE RESTRIÇÃO: Sítios de reconhecimento para ENZIMAS DE RESTRIÇÃO são curtas sequências de nucletídeos reconhecidas e clivadas por várias endonucleases EIA - DNA ENSAIO DE CAPTURA DE HÍBRIDO Detecção e tipagem de HPV SEQUENCIAMENTO DE DNA Citosina Dideoxicitosina Detecção de IgM específica Conversão sorológica: soro de fase aguda soro de fase de convalescência Diagnóstico de infecção recente: MÉTODOS INDIRETOS: DETECÇÃO DE AC NO SORO Reações Imunológicas Imunofluorescência (IF) Ensaio Imunoenzimático (EIE) Radioimunoensaio (RIE) Western Blot MÉTODOS INDIRETOS: DETECÇÃO DE AC NO SORO UFPI.docx (UFPI/COPESE-2013) As doenças parasitárias causadas por protozoários e helmintos são uma das manifestações mais comuns em pediatria e responsáveis por um significativo número de internações. São, respectivamente, espécies de protozoários e de helmintos: (A) Balantidium coli e Entamoeba coli. (B) Giardia lamblia e Toxoplasma gondi. (C) Trichomonas vaginalis e Ancylostoma duodenale. (D) Wuchereria bancrofti e Plasmodium vivax. (E) Ascaris lumbricoides e Trichiuris trichiura. (UFPI/COPESE-2013) As amebas são parasitas intestinais, patogênicas ou comensais e podem ser encontradas na forma de trofozoítas (móvel) ou cistos (infectante). Tendo em vista os vários tipos de amebas e a necessidade de identificá-las corretamente, para que o tratamento do paciente seja adequado, assinale a opção que caracteriza uma Entamoeba histolytica. (A) Núcleo com cariossoma pequeno e central, cromatina periférica, em grânulos uniformes, revestindo a membrana nuclear; cisto arredondado, apresentando um, dois ou quatro núcleos; corpos cromatóides em forma de charuto. (B) Núcleo com um cariossoma grande e excêntrico, cromatina periférica irregular aderida à membrana nuclear; cisto apresentando mais de oito núcleos; corpos cromatóides com extremidades afiladas. (C) Cisto arredondado de tamanho enormemente variado (6 a 40µm de diâmetro), apresenta grande vacúolo circundado por vários pequenos núcleos de coloração escura. (D) Trofozoíta de simetria bilateral, dois núcleos anteriores e oito flagelos; cistos ovais, com dois ou quatro núcleos localizados em um dos polos. (E) Núcleo anterior, grande, quatro flagelos anteriores, um axóstilo e uma membrana ondulante. (UFPI/COPESE-2013) Os parasitas hematológicos são assim chamados devido a apresentarem formas ou estágios presentes no sangue de indivíduos infectados em algum momento do seu ciclo de vida. Portanto, para a detecção ou identificação desses parasitas, são preparados esfregaços de sangue delgados ou espessos com posterior análise em microscópico. Acerca das preparações hematológicas para análise de parasitas sanguíneos, é INCORRETO afirmar que: (A) O sangue pode ser obtido por punção capilar ou venosa. (B) O sangue deve ser coletado com anticoagulante para preservar a morfologia dos parasitas. (C) As preparações espessas aumentam a chance de localizar o parasita em infecções leves, já que se tem um aumento de volume de sangue. (D) As preparações delgadas servem para identificar os parasitas com maior nitidez. (E) O sangue deve ser coletado entre os paroxismos da doença. (UPENET/IAUPE-2013) Todas as alternativas estão corretas, EXCETO: A) Streptococcus spp são cocos que possuem arranjos em cadeias. B) Os flagelos estão relacionados à motilidade bacteriana. C) O peptidoglicano nas bactérias Gram-positivas é espesso, enquanto que nas Gram-negativas é delgado. D) As bactérias se multiplicam por divisão binária simples. E) A membrana externa está presente somente nas bactérias Gram-positivas. Utilize (V) verdadeiro ou (F) falso para responder a questão abaixo. Para se fazer uma prevenção de doenças parasitárias, precisamos conhecer o ciclo dos parasitas humanos. Sobre o ciclo e prevenção dos parasitas humanos: (V) No ciclo da malária, uma forma infectante do Plasmodium sp. invade os eritrócitos causando sua destruição. (V) A prevenção da amebíase e giardíase exige a construção de uma adequada rede de esgoto que possa destinar as fezes para lugar seguro, controle da qualidade da água, correta lavagem de verduras com água não contaminada e hábitos de higiene pessoal. (F) A prevenção da Doença de Chagas seria o controle dos insetos transmissores, além de medidas que impeçam o contato direto entre as pessoas. (F) As larvas filariformes que penetram na pele são a forma infectante da Ascaridíase. (V) Para erradicar a doença de Chagas é necessário combater o Triatoma infestans com inseticidas e evitar locais de alojamento do mesmo, construindo casas de alvenaria. É preciso também fiscalizar bancos de sangue, já que o tripanossomo pode ser transmitido por transfusões de sangue. Considere as seguintes afirmações referentes aos protozoários: I. Considerando-se o nível de organização dos protozoários, pode-se afirmar corretamente que são seres acelulares como os vírus. II. Pode-se afirmar corretamente que os protozoários só se reproduzem assexuadamente III. O protozoário causador da malária no homem é o parasita plasmódio. (a) Apenas II está correta. (b) Apenas III está correta. (c) Apenas I e II estão corretas. (d) Apenas II e III estão corretas. (e) Todas estão corretas. Os picos de febre que ocorrem na malária são devidos: (a) a migração de protozoários para zonas cerebrais que controlam a temperatura. (b) a liberação de substancias tóxicas rupturas de glóbulos vermelhos. (c) a presença de ameba no sangue. (d) a invasão do fígado pelo plasmódio. (e) ao aumento do baço que passa a produzir mais glóbulos brancos. Em relação ao ciclo de vida do Plasmodium,causador da malária humana, é incorreto afirmar que: (a) a fase de merozoítos ocorre durante o ciclo no mosquito Anopheles. (b) o homem é o hospedeiro intermediário desse parasita. (c) seu vetor é o mosquito do gênero Anopheles. (d) os trofozoítos são encontrados no ciclo do homem. (e) o zigoto do Plasmodium é formado no ciclo do mosquito Anopheles. Na pesquisa de Entamoeba histolytica nos exames de fezes, buscamos encontrar nas fezes líquidas e nas fezes formadas, respectivamente: (a)Cistos e trofozoítos. (b)Trofozoítos e cistos. (c)Trofozoítos e ovos. (d)Ovos e cistos (e) Trofozoitos, larvas e ovos Considere os seguintes meios de transmissão de doenças: 1- ingestão de cistos eliminados com fezes humanas. 2- contaminação através de fezes de inseto em lesões na pele. 3- picada de Anopheles darlingi. As protozooses correspondentes aos meios de transmissão indicados são respectivamente: a) amebíase, doença de Chagas e toxoplasmose. b) giardiase, malária e Balantidíase. c) toxoplasmose, doença de Chagas e malária. d) amebíase, doença de Chagas e malária. e) doença de Chagas, teníase e Giardíase Ao abrir o envelope com o resultado do exame parasitológico de fezes José leu “positivo para ovos de Ascaris lumbricoides”. Qual das medidas de prevenção das doenças parasitárias relacionadas abaixo não deve ter sido observada por José em sua vida diária? (a) Comer carne de porco ou boi bem cozida e inspecionada. (b) Lavar bem mãos e verduras antes das refeições. (c) Andar calçado para que a larva não penetre nos pés. (d) Colocar telas nas janelas para evitar a entrada do mosquito Anopheles. (e) Evitar contato direto com fezes de cães e gatos No ciclo evolutivo da Taenia solium, as proglotes (segmentos) grávidas são eliminadas do intestino do homem juntamente com as fezes. Quando as fezes dos portadores de Taenia são lançadas à superfície do solo, contaminam o terreno. Os ovos embrionados liberam-se das proglotes e espalham-se no meio externo. O embrião só abandona o ovo no interior do tubo digestivo do porco, sendo então lançado na circulação. O embrião, atingindo os capilares, rompe-os e acaba localizando-se nos músculos, onde se encista. Segundo essas informações, o homem e o porco são, respectivamente, os hospedeiros: (a) definitivo e vetor. (b) definitivo e de transporte. (c) definitivo e intermediário. (d) intermediário e definitivo. (e) intermediário e vetor. (ENADE-2013_Biomedicina) Transmitidos através da picada de insetos, alguns protozoários são capazes de causar parasitoses em seres humanos, utilizando como habitat a corrente sanguínea. A figura acima apresenta algumas das fases do ciclo de vida de um protozoário parasita, instalado no interior de um glóbulo vermelho. Considerando a figura, assinale a opção que apresenta, respectivamente, os nomes do agente etiológico, do vetor e da doença provocada pelo protozário ilustrado. A) Plasmodium sp., barbeiro Triatoma infestans, malária. B) Plasmodium sp., fêmea do mosquito Anopheles sp., malária. C) Trypanossoma cruzi, barbeiro Triatoma sp., doença de Chagas. D) Leishmania sp., fêmea do mosquito Lutzomyia sp., leishmaniose. E) Trypanossoma cruzi, fêmea do mosquito Anopheles sp., doença de Chagas. (SECAD/TO-2009) A dengue é uma doença causada por vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Dentre os diferentes subtipos da dengue, o mais temido é o hemorrágico, pois nele se observa marcante trombocitopenia, no exame hematológico. O termo destacado refere-se a um(a): (A) aumento no número total de leucócitos. (B) aumento do número de hemácias no sangue. (C) diminuição do número total de neutrófilos. (D) diminuição do número dos precursores das hemácias. (E) diminuição do número normal de plaquetas. (ILSL-IBFC_2013) Faça a associação correta entre os conceitos básicos e os microrganismos envolvidos: A) Vírus. B) Micobactérias. C) Protozoários. D) fungos. 1) Microrganismos com a forma de bastonete que não se coram facilmente, mas que, uma vez corados, resistem à descoloração por ácido ou álcool. 2) São microrganismos contendo uma molécula de DNA ou RNA como seu genoma envolto por uma capa protéica. 3) São microrganismos não fotossintéticos, crescendo como uma massa de filamentos entrecortados e ramificados. 4) Podem ser classificados em 4 grupos tais como Mastigophora e Sarcodina. a) 1-D; 2-A; 3-B; 4-C. b) 1-B; 2-A; 3-C; 4-D. c) 1-B; 2-A; 3-D; 4-C. d) 1-B; 2-C; 3-A; 4-D. (ILSL-IBFC_2013) Faça a associação correta entre os agentes etiológicos das doenças infecciosas e aspectos diagnósticos. 1- Treponema pallidum. 2- Criptococcus neoformans. 3- Trypanossoma cruzi. 4- Plasmodium falciparum. A) O diagnóstico confirmatório é feito em exame microscópico do sangue em gota espessa. B) O diagnóstico é feito pelo exame microscópico pela coloração com tinta nanquim. C) Para a confirmação diagnóstica existe a necessidade de pelo menos 2 métodos imunológicos diferentes como exemplo ELISA e hemaglutinação. D) Triagem diagnóstica com pesquisa de anticorpos não específicos e confirmatório com imunofluorescência indireta ou hemaglutinação passiva. a) 1-D; 2-C; 3-B; 4-A. b) 1-D; 2-B; 3-C; 4-A. c) 1-B; 2-A; 3-C; 4-D. d) 1-C; 2-D; 3-A; 4-B.