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CAP IV V WEBER

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WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. Tradução de M. Irene de Q. F. Szmrecsányi, Tamás J. M. K. Szmrecsányi. 15. ed. São Paulo: Pioneira, 2000. p. 53-132.
RESENHA
Sabrina Vitória de Araújo Alves
Direito 2018.2 (M) – UFRN
No capítulo quatro, Weber aponta a relação conflitante entre a vida material e cristianismo que foi um dos principais aspectos problemáticos da formação dos movimentos de base luterana. O pensamento luterano não concordava com a venda de indulgências ou da prática da simonia que seria; o comércio de relíquias sagradas. Para Lutero, somente a graça de Deus por meio da fé conduziria o homem a uma redenção. O conceito de Ascetismo tem por definição a abstenção de prazeres mundanos. Trata- se de uma doutrina que tem como principal base à fé, a disciplina e o autocontrole corpo-espírito. Através do ascetismo o indivíduo evolui espiritualmente em sociedade.
É possível identificar em diversas seitas protestantes, uma tendência para a racionalização das condutas dos fiéis. Segundo Weber, foram fundamentais para a transformação das pratica s econômicas e estruturais das sociedades modernas: 
 Calvinismo: A relação material foi reinterpretada pelo Calvinismo. Para Weber, as regiões onde se ascende o calvinismo: EUA, Inglaterra, Suíça e Holanda, seriam bons exemplos dessas relações. A conduta calvinista é desenvolvida do capitalismo, em que tais práticas conduzem para um sistema econômico de mercado capitalista; as práticas seriam: a poupança, o uso racional do dinheiro, a valorização do trabalho e a doutrina da predestinação. Cada vida estar ia predestinada por Deus, mas em todos seriam salvos por ele.
Pietismo: Consiste na reforma da Igreja Moderna. O movimento pietista ocorre dentro das bases da Igreja Lutera não se configurando como um reavivamento calor do fogo de Deus no coração da Alemanha. O movimento pietista ocorre em duas frentes : com Jacob Spener e Nikolaus Von Zinzendorf. Spener era um pastor da Igre ja Luterana e tinha críticas contundentes. O que aparece mais forte com as ideias iluministas. 
 Metodismo: Teve como percussor John Weley, um teólogo britânico que surge como “o portador da luz de Deus ”, sobre conflitos religiosos com a Igreja Anglicana era difícil diferenciar os praticantes da religião anglicana com o paganismo em que todos os ensinamentos de Lutero se tinham perdido. Wesley resgata com o movimento metodista a doutrinação pela fé ensinada por Lutero.
Movimento Batista: Surge com o apoio dos reformadores no século XVI e XVII. Existem duas falsas teorias sobre a existência dos Batistas: 1 – alguns estudiosos passaram a considerar a tese de q que os batistas vieram diretamente de João batista. Tal afirmação tinha como propósito provar a antiguidade histórica dos Batistas. 2 – outros afirmam que os Batistas procederam a os Anabatistas, apenas deixando de usar o prefixo “ANA ”. Os Anabatistas são considerados a ala mais radical da Reforma Protestante.
 A Igreja Anglicana foi liderança religiosa, na época que não era católico e nem anglicano e considerado um separatista, logo estes eram perseguidos. Os primeiros Batistas foram John Smith e Thomas Helwys, em 1609, ambos se fundaram uma igreja com doutrinas Batistas. A simbologia da nova seita era o batismo que antes era por aspersão (borrifamento) com o aprofundamento dos estudos da Bíblia, entenderam que o batismo deveria ser por imersão. 
No quinto e último capítulo, Weber lança mão do protestantismo ascético e dá ênfase a uma discussão racional sobre a riqueza na religião protestante. Ele observa que a riqueza pode produzir o perigo do relaxamento e, por isso, o “descanso e terno” deve ser deixado para o outro mundo. Ele também observa que a jornada de trabalho deve ser diária para ricos e pobres preservando o precioso tempo. Ainda de acordo com suas percepções, a racionalização do trabalho é a finalidade da vida e previne as tentações.
 Segundo Weber, em algumas religiões do ocidente, existe uma luta para impor domínio econômico, político e religioso caracterizando, assim, a racionalização do comportamental dos fiéis. As restrições à riqueza levam o crente a investir de forma racional o seu capital; pois o trabalho, um instrumento de ascese, tornou-se um meio seguro de preservar a racionalização da fé e a mais poderosa expressão do espírito do capitalismo. Em algumas seitas ocidentais, por exemplo, estabeleceu-se um conjunto de valores conducentes à racionalização das condutas dos fiéis, traçando uma linha de pensamento, as restrições à riqueza mencionadas no segundo parágrafo levaram o crente a investir de forma racional o seu capital, pois o trabalho, um instrumento de ascese, tornou- se um meio seguro de preservar a racionalização da fé e a mais poderosa expressão do espírito do capitalismo. Weber considerou este um fenômeno fundamental para a transformação das práticas econômicas e para a constituição da estrutura das sociedades modernas. 
 Weber faz uma referência à necessidade de se questionar a unilateralidade da tese materialista, complementando - a com outras vias de interpretação. E conclui: “Sempre que a direção da totalidade do modo de vida foi racionalizada metodicamente, ela foi profundamente determinada por valores últimos” religiosamente condicionados. 
O autor também explica o predomínio de concepções e práticas econômicas racionalizadas nas sociedades ocidentais. A autonomia religiosa é uma hipótese para que se avaliar o aumento das doutrinas e dos sistemas religiosos a partir do desenvolvi mento de sua área de atuação. Portanto, não há elementos materiais ou psicológicos que sejam determinantes desse processo, pois as relações entre os diversos agentes religiosos são o fundamento principal nessa área. No caso de algumas seitas protestantes, as tensões entre os campos econômico e religioso são superadas e podemos dizer que a afinidade eletiva (semelhanças) entre os elementos dominantes e m cada um deles reforça o desenvolvimento da ética ascética e do capitalismo enquanto uma forma de orientar a ação econômica.

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