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1 Cultura de Inovação e sua Influência na Ecoinovação: Um Survey na Indústria Têxtil Autoria: Danila Cristiane Marques Sanches, Giancarlo Gomes, Pedro Lucas de Resende Melo RESUMO A inovação desempenha um papel relevante no processo de mudança que visa à adaptação das organizações aos novos paradigmas e ambientes econômicos. A ecoinovação é considerada um instrumento competitivo para o desempenho das empresas em longo prazo, além de um importante meio de adaptação às necessidades de um ambiente em constante mudança e evolução. O desempenho organizacional é diretamente afetado pela ecoinovação e a cultura de inovação tem influência sobre o grau em que a criatividade e a inovação são realizadas. Neste sentido, o objetivo deste estudo é analisar a influência da cultura de inovação na ecoinovação em empresas da indústria têxtil. O estudo é descritivo e causal, de levantamento com abordagem quantitativa. A definição da amostra foi intencional e por acessibilidade, totalizando 146 respondentes de 48 empresas. Os dados foram analisados por meio de análise descritiva e Modelagem de Equações Estruturais. Conclui-se que a gestão desenvolve comportamentos que estimulam a inovação ao formarem equipes de trabalho com objetivos claros de qualidade e produtividade, que são reconhecidos e recompensados. Há estreita relação entre a cultura de inovação e ecoinovação, como também a relação positiva entre ecoinovação e desempenho organizacional. Os resultados demonstram que quanto maior o porte da empresa, mais forte é a relação entre cultura de inovação e ecoinovação. Palavras-chave: Cultura de Inovação. Ecoinovação. Indústria Têxtil. 1 INTRODUÇÃO O aumento de produtividade decorrente de inovações vem acontecendo há muitas décadas, mas tem se acentuado nos últimos anos (READ, 2000; MARTINS; TERBLANCHE, 2003). A inovação desempenha um papel relevante no processo de mudança que visa à adaptação das organizações aos novos paradigmas e ambientes econômicos (READ, 2000). No momento em que as questões ambientais passaram a fazer parte dos modelos de negócio, surgiu a necessidade de inovação orientada para o novo paradigma (PUJARI, 2006). Sendo assim, as organizações aderiram a programas de inovação relativos à gestão ambiental e ecoinovação, para efetivamente reduzir o desperdício e melhorar a utilização de recursos escassos (FICHTNER, 2010). A ecoinovação passou a ser considerada como um instrumento competitivo para o desempenho das empresas no longo prazo, além de um importante meio de se adaptar às necessidades de um ambiente em mudança e evolução. Portanto, as organizações têm se dedicado à compreensão dos meios que promovem e fomentam culturas organizacionais, bem como dos mecanismos para o desenvolvimento, aquisição ou adaptação às ecoinovações (BARBIERI, 2007; CHENG; YANG; SHEU, 2014). Para que possa ocorrer ecoinovação, é importante que a organização tenha competência para tal. Esta faceta compõe a cultura de inovação, que corresponde à competência operacional orientada para a inovação da organização (SIGUAW; SIMPSON; ENZ, 2006). Tem-se por cultura de inovação a forma de pensar e agir que proporciona e desenvolve valores, convicções e posturas adequadas ao desenvolvimento de ideias que promovam mudanças de funcionamento organizacional, as quais poderão ou não estar de acordo com o convencionado ou usualmente adotado na organização (MORCILLO, 2007). Martins e Terblanche (2003) e Martins, Martins e Terblanche (2004) apontam que a cultura de inovação tem influência sobre o grau em que a inovação e a ecoinovação são realizadas. A teoria indica que a inovação eco-organizacional, a inovação em ecoproduto e a inovação em ecoprocesso têm influência sobre a formação da ecoinovação. Além disso, o 2 desempenho organizacional é diretamente afetado pela ecoinovação (CHENG; YANG; SHEU, 2014). Os estudos realizados por Martins e Terblanche (2003), Martins, Martins e Terblanche (2004) analisaram os determinantes da Cultura de Inovação – estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que estimulam a inovação, comunicação – agregados ao modelo de mensuração da ecoinovação de Cheng e Shiu (2012), que apresentam as dimensões da inovação eco-organizacional, inovação em ecoproduto e inovação em ecoprocesso, e proporcionam a verificação da influência da cultura de inovação sobre a ecoinovação. Diante do apresentado, o objetivo deste estudo é analisar a influência da cultura de inovação na ecoinovação e desempenho organizacional em empresas da indústria têxtil. Defende-se nesta pesquisa o entendimento de que o desempenho organizacional é influenciado pela cultura de inovação, esta que tem interferências múltiplas da estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos dos colaboradores e da comunicação. Estes fatores intervêm na ecoinovação propiciando inovações organizacionais, em produto e processos. Este estudo justifica-se pela escassez de pesquisas sobre ecoinovação (CHENG; SHIU, 2012), pela relevância do tema de inovação verde para os negócios e para a academia, na qual estudos iniciais focam na indústria e suas implicações complexas (SCHIEDERIG et al., 2012) de forma qualitativa e exploratória. Além disso, existem poucas evidências empíricas sobre o efeito da cultura de inovação na ecoinovação. Sobre esse tema, foram encontradas as pesquisas quantitativas de Cheng e Shiu (2012), Cheng, Yang e Sheu (2014), as quais abordam a mensuração da ecoinovação em indústrias, além das contribuições de Lee et al. (2014) que mensuram a relação de práticas de gestão da cadeia de abastecimento verde e inovação tecnológica em empresas. O estudo da influência da cultura de inovação sobre a ecoinovação e o desempenho organizacional em empresas da indústria têxtil pode ser útil como ferramenta estratégica, visto que oferece um mecanismo de autoavaliação, que pode fornecer feedback para a empresa. Com os resultados da avaliação, a organização poderá implantar medidas corretivas, caso alguma deficiência seja encontrada em qualquer dimensão da cultura de inovação e da ecoinovação (CHENG; SHIU, 2012). Diante do exposto, compreende-se que os resultados alcançados com esse estudo serão úteis tanto para a academia como para a aplicação prática nas organizações. Na sequência são apresentados o referencial teórico sobre cultura de inovação e ecoinovação, o desenvolvimento das hipóteses, a metodologia, a apresentação e análise dos resultados e por fim, as conclusões. 2 REFERENCIAL TEÓRICO Nesta etapa do trabalho será apresentado o modelo de avaliação da cultura de inovação, o modelo de avaliação da ecoinovação e o desenvolvimento das hipóteses. 2.1. Modelo de Avaliação da Cultura de Inovação O modelo proposto por Martins e Terblanche (2003), Martins, Martins e Terblanche (2004) da cultura de inovação que influenciam a criatividade e a inovação pode ser dividido em cinco dimensões: estratégia, estrutura, mecanismos de suporte, comportamentos que incentivem a inovação e a comunicação. Com base nesses determinantes, foram identificadas 15 variáveis a serem medidas (Figura 1). 3 Figura 1: Dimensões e variáveis da cultura de inovação analisadas. Fonte: Adaptado de Martins e Terblanche (2003). A Estratégia de inovação promove o desenvolvimento e implementação de novos produtos e serviços (ROBBINS, 1996). A origem da criatividade e da inovação reside na visão e missão compartilhadas, que estejam focadas no futuro e orientadas para o cliente e para o mercado (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). Um dos efeitos das declarações de missão e visão das organizações é a sua influência na criação de uma cultura forte, capaz de orientar adequadamente os comportamentos e ações de seus membros (AHMED, 1998), para que possam agir com criatividade e inovação (MARTINS; TERBLANCHE,2003). As metas e objetivos organizacionais refletem as prioridades e valores das organizações e, como resultado, podem promover ou impedir a inovação (ARAD; HANSON; SCHNEIDER, 1997). A cultura organizacional, de acordo com Armstrong (1995), tem influência sobre a Estrutura Organizacional e sistemas operacionais em uma organização. A estrutura parece enfatizar certos valores que têm influência sobre a promoção ou a restrição da criatividade e da inovação nas organizações (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). Uma cultura que fomenta a flexibilidade favorece o desenvolvimento da inovação na organização. Fatores associados a uma maior flexibilidade, fundamentais para alcançar a inovação como criatividade, autonomia e propensão ao risco são difíceis de ser maximizados, quando a organização coloca ênfase na estabilidade e no controle (NARANJO-VALENCIA; JIMÉNEZ-JIMÉNEZ; SANZ-VALLE, 2012). A indústria têxtil demanda então organizações focadas em estruturas inovadoras e flexíveis a fim de atingir esses novos objetivos (RECH, 2006; KÖNNÖLÄ; CARRILLO-HERMOSILLA; GONZALEZ 2008). Os Mecanismos De Suporte devem estar presentes na cultura de uma organização, a fim de criar um ambiente que promova a criatividade e a inovação. Os estudos de Martins e Terblanche (2003) demonstram que recompensas, reconhecimento e disponibilidade de recursos, ou seja, tempo, tecnologia da informação e pessoas criativas, são mecanismos que desempenham esse papel. Capacitar as pessoas para inovar é uma das maneiras dos líderes mobilizarem as energias dos indivíduos no sentido de promover a criatividade (AHMED, 1998). A tecnologia da informação como mecanismo de suporte é um dos recursos para o sucesso da inovação (SHATTOW, 1996). As fontes de vantagens competitivas na indústria têxtil encontram-se, predominantemente, na habilidade de administradores em consolidar, de forma ampla nas corporações, as tecnologias incrementais. No segmento industrial têxtil e de confecção, as melhorias obtidas com a utilização dos sistemas CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacturing) e de dispositivos de controle numérico geram 4 redução no tempo do processo produtivo e no desperdício de tecido, agilização do processo criativo e produtivo e, consequentemente, diminuição de custos (RECH, 2006). No que tange aos Comportamentos que Estimulam a Inovação. O desenvolvimento de uma cultura organizacional que promove criatividade e inovação é gerado em organizações bem-sucedidas que recompensam o sucesso. Além disso, reconhecem e debatem os fracassos, por meio da criação de oportunidades para discutir abertamente e aprender com os erros (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). A tolerância e gerenciamento de conflitos de forma construtiva são valores que sustentam o comportamento criativo e inovador nas organizações (ROBBINS, 1996). Entender os diferentes estilos de pensamento no processo de confronto construtivo criará uma cultura de apoio à criatividade e inovação (MARTINS; TERBLANCHE, 2003). As atividades de Comunicação podem acelerar a mudança organizacional (SCHEIN, 1993). Quando as empresas com um processo de compartilhamento de informações estimulam interações entre empregados de todos os departamentos, o conhecimento relativo às mudanças organizacionais pode ser divulgado imediatamente, o que permite que os empregados desenvolvam uma melhor compreensão das mudanças para seus clientes, concorrentes e para o mercado (WEI et al., 2013). A troca de informações pode levar à maior cooperação e resolução de problemas comuns entre as partes, o que pode traduzir-se em benefícios concretos de desempenho (MCEVILY; MARCUS, 2005). 2.2. Modelo de Avaliação da Ecoinovação As três principais dimensões da ecoinovação identificadas na literatura são: inovações eco-organizacional, inovações em ecoprocesso e inovações em ecoproduto (CHENG; SHIU, 2012). A inovação eco-organizacional refere-se à capacidade e compromisso dos membros da organização para implementar novas formas de gestão voltadas à ecoinovação. Nessa dimensão, a eco-organizacional não pode reduzir o impacto ambiental diretamente, mas pode facilitar a realização de processos ecológicos (por exemplo, na indústria transformadora) e inovações em ecoprodutos e processos (MURPHY; GOULDSON, 2000). Segundo Birkinshaw et al. (2008), a inovação eco-organizacional refere-se à modernização dos processos de gestão da organização, por meio de um novo “ecométodo” nas práticas de negócios, haja vista que poderá melhorar o desempenho dos negócios, apoiando-se em mudanças necessárias, reduzindo os custos administrativos e de transação. A inovação eco-organizacional geralmente não reduz os impactos ambientais diretamente, mas facilita a implementação de ecoinovação de processos e de produto (MURPHY; GOULDSON, 2000; CHENG; YANG; SHEU, 2014). A implementação do ecoprocesso refere-se à introdução de processos de fabricação que levam à redução do impacto ambiental, implantando processos de produção limpos. Na visão de Cheng e Shiu (2012), a implementação do ecoprocesso envolve a melhoria dos processos de produção existentes ou a adição de novos processos para reduzir o impacto ambiental. Em geral, a ecoinovação em processos refere-se à melhoria dos processos de produção para reduzir o impacto ambiental (CHENG; YANG; SHEU, 2014). Doran e Ryan (2014) identificaram seis atividades de ecoinovação que podem agregar valor durante o estágio de produção, incluindo redução do uso de material, redução do consumo de energia, redução da emissão nas empresas de dióxido de carbono [CO2], substituição de materiais com menos poluentes ou substitutos menos perigosos, redução do uso do solo, água, emissão de ruídos, ou a poluição do ar e aumento do reaproveitamento de resíduos e água. A implementação do ecoproduto resulta em melhorias ambientais para os ecoprodutos existentes ou o desenvolvimento de novos produtos ecológicos. Como o principal impacto ambiental de produtos decorre de sua utilização (por exemplo, o consumo de 5 combustível e de CO2 dos automóveis) e eliminação (por exemplo, metais pesados nas pilhas), a implementação de produtos ecológicos incide principalmente sobre o ciclo de vida de um produto, a fim de reduzir os impactos ambientais (CHENG; SHIU, 2012). Seguindo esta abordagem de ciclo de vida, as inovações em ecoprodutos são aquelas que afetam principalmente o design do produto e que visam reduzir o impacto ambiental do produto durante toda a produção, uso e descarte no final de sua vida útil (AMORES-SALVADÓ; CASTRO; NAVAS-LÓPEZ, 2014). A inovação de ecoproduto é a introdução de produtos novos ou produtos significativamente melhorados, em relação aos produtos convencionais, tais como melhorias em componentes técnicos e materiais (PUJARI, 2006), e geralmente inspirada em tecnologias ecológicas avançadas, assim como na redução dos ciclos de vida dos produtos (CARRILLO- HERMOSILLA et al., 2010; CHENG; YANG; SHEU, 2014). 2.3. Desenvolvimento das Hipóteses Uma cultura de inovação incentiva a experimentação com novas alternativas para uma melhor gestão e desenvolvimento de produtos (IRELAND; KURATKO; MORRIS, 2006). Uzkurt et al. (2013) analisou as relações entre cultura de inovação, inovação e desempenho organizacional, os resultados indicam que é benéfico para as organizações nutrir uma cultura organizacional inovadora, ao instituir mecanismos e estruturas em que a adoção de novas ideias, modo de pensar e operar melhoram o desempenho da empresa. As conclusões sublinham que a introdução, a adoção e a difusão de inovações podem ser promovidas nas organizações como mecanismos que estimulam e fomentam uma cultura de inovação. Tencati e Zsolnai (2009) entendem que a sustentabilidade das organizações depende de sua habilidade de gestão do ambiente, dos aspectos sociais e culturais, alémdo econômico. A inovação organizacional que promove a renovação administrativa e estrutural é facilitadora para os outros tipos de inovação (DAMANPOUR et al., 2009). Na prática, por meio de renovação organizacional sob a forma de melhorias estruturais, a inovação eco-organizacional pode criar melhores mecanismos de coordenação e de cooperação intraorganizacionais em direção a uma gestão ambiental eficaz (CHENG; YANG; SHEU, 2014). Doran e Ryan (2014) argumentam que quanto mais inovadora é a empresa, mais ecoinovadora ela é, portanto, a cultura de inovação tem um impacto positivo sobre a ecoinovação (CHEN; SHIU, 2012). Com base no exposto, as seguintes hipóteses são elaboradas: Hipótese 1: A Cultura de Inovação tem efeito positivo na ecoinovação em empresas da indústria têxtil. Com relação às dimensões da ecoinovação e o desempenho, observa-se que as diferentes dimensões da implementação da ecoinovação proporcionam à organização saber como irá melhorar o desempenho geral da estratégia. A aplicação da ecoinovação está associada positivamente com o desempenho organizacional nas seguintes dimensões: retorno sobre o investimento, participação de mercado, rentabilidade e vendas (CHENG; SHIU, 2012). O estudo de Ar (2012) apontou que a gestão ambiental geralmente afeta as relações entre inovação de ecoproduto, desempenho da empresa e capacidade competitiva como moderadora. Desta forma, a relação entre inovação de ecoproduto e desempenho da empresa é mais forte para os gestores que têm alta preocupação ambiental, e utilizada cada vez mais nas políticas de gestão ambiental das empresas e governos, conforme explanado no tópico a seguir. O desempenho organizacional refere-se ao grau em que uma organização atrai e retém clientes para os seus produtos e serviços. O desempenho financeiro é o grau em que uma organização alcança os resultados econômicos. Estes itens incluem ainda alcançar a satisfação do cliente (HOGAN; COOTE, 2013). A contribuição da ecoinovação no desempenho da organizacional também foi reconhecida por Bocken et al. (2012), Christmann (2000) e 6 Klassen e Whybark (1999). Os autores apoiam associações positivas entre a ecoinovação e o desempenho organizacional nas seguintes dimensões: retorno sobre o investimento, participação de mercado, rentabilidade e vendas. Diante do exposto, a segunda hipótese é proposta: Hipótese 2: A Ecoinovação tem efeito positivo no desempenho organizacional em empresas da indústria têxtil. A ecoinovação está presente em todos os portes de empresas, no entanto os resultados de Papadoupolos et al. (2014) sugerem que as empresas de grande porte apresentam maior amplitude de ações eco inovadoras. Klewitz, Zeyen e Hansen (2012) analisam de forma conjunta pequenas e médias empresas quanto à ecoinovação e identificam a necessidade de colaboração de organizações e consultoria externa para a implementação da ecoinovação. Vincenza Ciasullo e Troisi (2013) também analisam pequenas e médias organizações de forma conjunta, nas quais o processo de ecoinovação reflete positivamente sobre ativos intangíveis e nas quais as estratégias competitivas, a inovação, a qualidade e a responsabilidade são refletidas em procedimentos de gestão, como também no sistema de rede de abastecimento e parcerias nos processos de ecoinovação. O estudo de Brocken et al. (2014), também realizado em pequenas e médias organizações, apresentou resultado positivos com a ecoinovação, devido à multidisciplinaridade das equipes, criatividade, conhecimento ambiental e experiência. Alano e Figueiredo (2014), contudo, apontam que as PMEs precisam ser apoiadas para superar as barreiras existentes, as quais se resumem, principalmente, em falta de experiência e de recursos, que dificultam a ecoinovação. Assim, propõe-se a hipótese da pesquisa: Hipótese 3: Organizações de grande porte na indústria têxtil sofrem maior influência da cultura de inovação sobre a ecoinovação. Assume-se uma relação positiva entre a cultura de inovação, a ecoinovação e o desempenho da organização, como também com o papel mediador do porte da organização. A visão geral das dimensões deste estudo é apresentada na Figura 2. Figura 2: Modelo de análise proposto. Fonte: elaboração própria. Na primeira parte da Figura 2, é apresentada a relação entre a cultura de inovação e a ecoinovação. Na segunda parte, é descrita a ecoinovação e a influência sobre o desempenho 7 organizacional, contemplando as hipóteses H1 e H2. Por fim, o papel mediador do porte e localização das empresas sobre a ecoinovação formam a H3. 3 METODOLOGIA A presente pesquisa se enquadra como descritiva e causal quanto aos objetivos, com abordagem quantitativa, e no que se refere aos procedimentos foi de levantamento com corte transversal. Quando pesquisas tratam de aspectos comportamentais não é possível a mensuração por meio de uma unidade métrica singular. Desta forma, se faz usual entre pesquisadores a adoção de duas ou mais medidas com o propósito de aferição de dada escala ou constructo (JIMÉNEZ-JIMÉNEZ; SANZ-VALLE, 2011). Toma-se, então, a proposta de Prajogo e Sohal (2004) para a adoção das escalas, que consiste, sempre que for possível, na adoção de constructos testados previamente em estudos empíricos, para a garantia de validade dos constructos, haja vista o fato do desenvolvimento de escalas e constructos serem tarefas complexas. O constructo da pesquisa está dividido compõem-se de três blocos (Quadro 1), no primeiro encontra-se descrito a cultura de inovação no segundo as dimensões da ecoinovação, e no terceiro, o desempenho organizacional. Quadro 1: Constructo da Cultura de Inovação, Ecoinovação e Desempenho Organizacional Constructo Dimensão Fatores e indicadores Autores Cultura da Inovação Estratégia Visão e Missão – Etg1, Etg2 Determinação – Etg3, Etg4 Meios para atingir objetivos – Etg5, Etg 6, Etg 7 Martins e Terblanche (2003); Ahmed (1998); Arad, Hanson e Schneider (1997) Estrutura Flexibilidade – Etu1, Etu2, Etu3 Cooperação e Interação do grupo – Etu4, Etu5 Martins e Terblanche (2003); Martins, Martins e Terblanche (2004) Mecanismos de suporte Recompensas e Reconhecimento – Msu1, Msu2 Disponibilidade de Recursos – Msu3 Lealdade – Msu4, Msu5 Martins e Terblanche (2003); Martins, Martins e Terblanche (2004); Arad, Hanson e Schneider (1997) Estimulo a inovação Geração de ideias – Cei1, Cei2, Cei3 Propensão ao risco – Cei4, Cei5 Martins e Terblanche (2003); Naranjo-Valencia, Jiménez- Jiménez e Sanz-Valle (2012). Comunicação Comunicação entre os departamentos – Com1. Comunicação aberta – Com2, Com3 Informações compartilhadas – Com4 Martins e Terblanche (2003); Schein (1993); Wei et al. (2013) Eco-Inovação Inovação em Ecoprocesso Processo contaminação – EPCO1 Processo legislação – EPCO2 Processo energia – EPCO3 Processo energia – EPCO4 Processo consumo – EPCO5 Cheng, Yang e Sheu (2014); OECD (2009); Cheng e Shiu (2012); Ar (2012); Pujari (2006). Inovação em Ecoproduto Produto embalagens – EPDO1 Produto construção – EPDO2 Produto componentes – EPDO3 Produto decomposição – EPDO4 Produto materiais naturais – EPDO5 Produto resíduos – EPDO6 Produto energia – EPDO7 OECD (2009); Cheng, Yang e Sheu (2014); Cheng e Shiu (2012); Ar (2012); Amores- Salvadó, Schmidt (2001) Continua... 8 Continuando... Constructo Dimensão Fatores e indicadores Autores Inovação Eco-organizacional Organização sistemas de gestão – EORG1 Organização tendências – EORG2 Organização atividades – EORG3 Organização informações empregados – EORG4 Organização inovação e desenvolvimento – EORG5 Organização comunicação departamentos – EORG6OECD (2009); Cheng, Yang e Sheu (2014); Cheng e Shiu (2012); Ar (2012); Birkinshaw et al. (2008); Pujari (2006). Desempenho Organizacional Desempenho organizacional Retorno sobre o investimento – Des1 Participação de mercado – Des2 Rentabilidade – Des3 Vendas – Des4 Cheng, Yang e Sheu (2014); Bocken et al. (2012); Klassen e Whybark (1999); Hogan e Coote (2013). Fonte: Adaptado de Gomes, Machado e Alegre (2015) e Cheng e Shiu (2012). Neste estudo, os respondentes relatarem medidas objetivas de desempenho organizacional, ou seja, eles foram convidados a comparar o desempenho médio percebido de sua empresa – nos últimos três anos – com os seus concorrentes. Medidas indiretas similares de desempenho da empresa foram utilizadas em pesquisa anteriores (LÓPEZ; PEÓN; ORDÁS, 2005), quando os dados das demonstrações financeiras estavam indisponíveis ou quando eles não permitiam comparações precisas entre as empresas. A razão do uso das escalas subjetivas se dá pelo fato de que as empresas são relutantes em divulgar registros exatos de desempenho, e os gerentes estão menos dispostos a compartilhar dados objetivos de desempenho. Cheng, Yang e Sheu (2014) sugerem que, para uma medida mais precisa dos resultados da percepção de desempenho, seja utilizada uma amostra plural da empresa, consistindo dos níveis institucional e intermediário. O instrumento de coleta de dados de cultura de inovação foi composto por questões adaptadas do modelo teórico de Martins e Terblanche (2003) e utilizadas por Gomes, Machado e Alegre (2015) na indústria têxtil de Santa Catarina. Foi utilizada a escala do tipo Likert de 7 pontos, variando de 1 (Discordo totalmente) a 7 (Concordo totalmente). O instrumento de coleta de dados da ecoinovação e desempenho organizacional, foi composto por questões adaptadas do estudo de Cheng e Shiu (2012). Para validação do questionário, realizou-se a avaliação por pares, seis pesquisadores avaliaram o instrumento com relação à validade semântica, sendo cinco indivíduos da área de administração e um indivíduo da área de engenharia da produção têxtil. Nesse processo, foram realizadas correções semânticas e de layout. Foi utilizado escala tipo Likert, com pontuações variando de 1 (Muito pior do que os concorrentes) a 7 (Muito melhor que os concorrentes). Como variável de controle foi utilizado o porte da organização delimitada por meio do número de empregados usando a classificação do SEBRAE, que adota o critério do IBGE, agrupando as organizações segundo o número de empregados, combinado com o setor de atuação, conforme mostra a Tabela 1. Tabela 1: Critério para a classificação das empresas no Brasil pelo SEBRAE Porte da empresa SETOR Comércio e Serviços Indústria Microempresa Até 09 empregados Até 19 empregados Organização de pequeno porte de 10 a 49 empregados de 20 a 99 empregados Organização de médio porte de 50 a 99 empregados 100 a 499 empregados Organização de grande porte mais de 99 empregados mais de 500 empregados Fonte: SEBRAE (2008). 9 A pesquisa foi realizada no setor têxtil devido à sua representatividade no produto interno bruto brasileiro. A seleção das organizações têxteis que compôs a amostra teve como critério a contribuição teórica e prática a que o estudo se propôs. Deste modo, a definição da amostra foi intencional, por acessibilidade ou conveniência, tendo como base os objetivos da pesquisa. Foram selecionadas unidades de análise que representassem os distintos elos pertencentes à cadeia de produção têxtil. Foi pesquisado um total de 48 empresas sendo que uma encontra-se localizada no estado do Rio Grande do Sul com um respondente. O Paraná é o estado com maior representatividade na amostra, com 37 empresas distribuídas entre o Noroeste e a capital totalizando 119 respondentes. Santa Catarina apresentau 10 empresas, distribuídas predominantemente no Vale do Itajaí e Sul do estado perfazendo um total de 26 respondentes. Foram pesquisadas desde microempresas até empresas de grande porte. Foram coletados, independentemente do porte da empresa, entre 1 e 5 questionários, contemplando os cargos institucionais e intermediários, com o objetivo de equalizar a amostra de acordo com as empresas pesquisadas, evitando-se assim um viés amostral. A amostra total foi composta de 146 questionários validados. O instrumento de coleta de dados foi impresso e disponibilizado para as organizações, como também enviado por formulário eletrônico. As pesquisas realizadas com o modelo de Cheng e Shiu (2012), até o momento, utilizaram um único elemento por empresa. Já a presente pesquisa utilizou mais de um elemento da amostra por empresa, em acordo com a sugestão de Cheng, Yang e Sheu (2014) que aponta que diferentes pontos de vista poderiam enriquecer a amostra e o estudo. A escolha dos respondentes ficou a cargo do gestor. Os participantes foram informados de que os dados obtidos seriam tratados e analisados de forma estritamente confidencial e os resultados apresentados de forma agregada, sem a identificação das organizações ou respondentes. A coleta de dados ocorreu de maio a julho de 2015. Os dados foram analisados por meio de Modelagem por Equações Estruturais (MEE), o que consiste em um conjunto de regressões logísticas (MARÔCO, 2010) e que é compatível com o tamanho da amostra de 146 respondentes, conforme o mínimo proposto por Hair et al. (2010) e Marôco (2010) de 100 elementos amostrais para a utilização da ferramenta da MEE. Com o propósito de analisar os resultados da influência da cultura de inovação na ecoinovação, quando moderados pela característica do porte das organizações, foi realizado a MEE para os seguintes grupos: microempresa, empresa pequeno porte, médio porte e grande porte. Foi realizado a validade discriminante dos constructos adotando-se o que preconiza Bagozzi e Phillips (1982). A confiabilidade foi averiguada por meio da verificação do Alfa de Cronbach (AF), sendo 0,7 o limite inferior proposto por Hair Jr. et al. (2010). Também se adotou a Confiabilidade Composta (CC) e Variância Média Extraída (AVE), com valores esperados de 0,7 e 0,5, respectivamente. Por fim, foi realizada a averiguação dos índices de ajuste do modelo. Para a análise da MEE, foi adotado o software SPSS® (Statistical Package for the Social Sciences), e o pacote estatístico AMOS®, ambos versão 21. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS A amostra consiste de empresas de todos os portes, categorizadas de acordo com os critérios do SEBRAE. Foram analisadas oito organizações de grande com 24 respondentes, representando aproximadamente 16,5% da amostra. As empresas de médio porte somaram 20,8% da amostra, com 10 organizações e 24,7% dos respondentes com 36 indivíduos, e representaram a segunda maior frequência e percentual. As empresas de pequeno porte apresentaram o maior número de organizações e respondentes, respectivamente 21 e 62, assim representando aproximadamente 43% da amostra. Houve também a ocorrência de 10 microempresas, que totalizaram 9 organizações, ou seja, 18,8% de participação e 24 respondentes, que corresponde ao mesmo percentual de 16,4% das grandes empresas. A indústria têxtil abrange distintos ramos de atividades. Na pesquisa, foram coletadas duas facções de acabamento do vestuário, dois bordados industriais, 32 confecções do vestuário, uma estamparia, duas facções de costura do vestuário, 8 lavanderias industriais e uma têxtil/tecelagem. As confecções do vestuário figuraram o maior volume da amostra, perfazendo 66,7% das organizações e 54,1% dos respondentes, seguido pelas lavanderias industriais com 37 respondentes, com 16,7% das empresas e 25,3% dos respondentes. Cabe destacar que todos os indivíduos selecionados se declararam interessados no tema e se prontificaram a colaborar com a pesquisa.4.1 Análise fatorial confirmatória Em primeira instância foi apurada validade discriminante e a confiabilidade dos constructos da pesquisa. Para a identificação de validade discriminante entre os constructos, foi utilizado o procedimento sugerido por Bagozzi e Phillips (1982), de modo que as dimensões foram testadas de duas maneiras: (1) modelo fixo, com o caminho e os constructos fixados em 1; e (2) modelo livre, com parâmetros não fixados, para obtenção do χ2 do modelo livre. Logo, por esse critério, a validade discriminante entre as dimensões é confirmada. A Tabela 02 apresenta os índices de confiabilidade da Cultura de Inovação. Tabela 02: Análise de confiabilidade – Cultura de Inovação Dimensões Alfa de Cronbach (AF) Confiabilidade Composta (CC) Variância Média Extraída (AVE) Estratégia 0,841 0,84 0,43 Estrutura 0,790 0,79 0,44 Comp. Estímulo 0,851 0,85 0,54 Suporte 0,889 0,89 0,62 Comunicação 0,896 0,90 0,69 Fonte: Dados da pesquisa. O constructo Cultura de Inovação apresentou valores de confiabilidade composta (CC) acima de 0,7, e para AVE os resultados das dimensões estão dentro do recomendado, com exceção da Estratégia e Estrutura, respectivamente 0,43 e 0,44, que estão abaixo dos valores propostos por Hair Jr. et al. (2010). No entanto, os autores definem que há tolerância para as medidas em caso de estudos exploratórios, como também de constructo complexo com número reduzido de respondentes, sendo o caso desta pesquisa. Os valores dos demais índices estão dentro das recomendações. A seguir os índices da Ecoinovação (Tabela 03). Tabela 03: Análise de confiabilidade – Ecoinovação e Desempenho Organizacional. Dimensões Alfa de Cronbach (AF) Confiabilidade Composta (CC) Variância Média Extraída (AVE) Processo 0,917 0,92 0,69 Produto 0,923 0,92 0,63 Organizacional 0,942 0,94 0,73 Desempenho 0,875 0,88 0,64 Fonte: Dados da pesquisa. O constructo Ecoinovação apresentou valores de CC acima de 0,7, e para AVE acima de 0,5. Levando-se em conta o constructo de Ecoinovação, considerando a confiabilidade dos dados por meio de AC, CC e AVE, pode-se dizer que o modelo de mensuração está confirmado para a amostra. 11 4.2 Influência da Cultura de Inovação na Ecoinovação em empresas da Indústria Têxtil Este tópico busca analisar a influência da cultura de inovação na ecoinovação e no desempenho organizacional de empresas da indústria têxtil, bem como testar as hipóteses H1 e H2. A Tabela 04 apresenta os índices do modelo final de Cultura de Inovação, Ecoinovação e Desempenho Organizacional. Tabela 04: Índices de ajuste. Medidas de ajuste Nível sugerido Índices do Modelo GL - 1069 χ2 e p - (p<0,000) 2332,632 (p<0,000) χ2 /GL ≤ 5 2,182 GFI > 0,90 0,608 SRMR < 0,10 0,096 RMSEA 0,05 a 0,08 0,090 TLI > 0,90 0,765 CFI > 0,90 0,777 PNFI > 0 e < 1, próximo de 1 0,779 Fonte: Dados da pesquisa. No que tange ao ajustamento do modelo, o χ2 /GL apresentou índice de 2,182, e o índice de qualidade do ajuste (GFI) foi inferior a 0,9. Os indicadores Standardized Root Mean-Square Residual (SRMR, 0,096) atendem aos critérios recomendados inferiores a 0,10. No entanto, Root Mean Square Error of Aproximation (RMSEA, 0,090) não atende ao critério recomendado, por ser maior que 0,08. O índice de Tuker-Lewis (TLI) ficou abaixo do nível esperado, apresentando um valor de 0,765. O mesmo ocorreu com o índice de ajuste comparativo (CFI), que teve um valor de 0,777. Considerando o ineditismo de análise do modelo teórico proposto e a ausência de evidências empíricas antecedentes que possibilitem comparações efetivas, entende-se que o modelo, ainda que não tenha demonstrado valores satisfatórios em todas as medidas de ajuste, pode ser aperfeiçoado com novos estudos empíricos, por conseguinte, não o invalidando. A Figura 03 mostra a análise do modelo proposto. 12 Figura 03: Modelo proposto para análise final. Fonte: Dados da pesquisa. Com base na Figura 03, percebe-se que o coeficiente padronizado da relação Cultura de InovaçãoÆEcoinovação foi de λ = 0,65 (p=0,00), assim a Hipótese H1 é suportada. Os resultados sublinham que a introdução, a adoção e a difusão de inovações podem ser promovidas nas organizações por meio de comportamentos que estimulam e fomentam uma cultura de inovação (UZKURT et al., 2013). Verifica-se que há a cultura do trabalho em equipe, pois as metas e objetivos são passados aos grupos. Os membros da equipe desenvolvem um vínculo de interdependência. A política de benefícios financeiros está atrelada ao alcance de metas e reforça a unidade dos membros em prol do grupo. A indústria têxtil apresenta uma estrutura formal e hierárquica. No entanto, se evidenciou que a estrutura formal da indústria têxtil é um caminho menos efetivo, sendo que a formalidade da hierarquia perde espaço para a comunicação informal intraequipes, do relacionamento pessoal entre os membros. Este fato corrobora a afirmação de Könnölä, Carrillo-Hermosilla e Gonzalez (2008), que alegam que o sucesso da ecoinovação depende do engajamento dos stakeholders relacionados ao processo. Na indústria têxtil, a estrutura de trabalho em equipes, favorece o relacionamento pessoal e o aprendizado no cotidiano. As equipes multitarefas são formadas por membros dos mais variados conhecimentos, que buscam qualificação formal. Nas empresas, há também rotatividade de funcionários, que 13 trazem conhecimento e experiência de outras empresas e setores. Foi constatado que a comunicação informal intraequipe é eficiente como estimulo à inovação. A dinâmica efêmera da moda reforça que uma cultura de inovação, a qual incentiva a experimentação com novas alternativas para uma melhor gestão e desenvolvimento de produtos (IRELAND; KURATKO; MORRIS, 2006), faz com que as empresas absorvam essa forma de enxergar a realidade e sejam propensas à adoção de novas tecnologias e procedimentos. A indústria têxtil está em incessante mudança e adaptação ao mercado e às tendências. A relação entre EcoinovaçãoÆDesempenho Organizacional foi de λ = 0,60 (p=0,00), destarte, a Hipótese H2 é suportada. Quando existe cultura inovadora, a relação entre ecoinovação e o desempenho organizacional é promovida por meio de inovações em materiais, tecnologias, serviços, recursos, competências, procedimentos e outras práticas, o que aumenta a probabilidade de uma percepção positiva do empregado em relação ao desempenho da empresa (ZHOU et al., 2005). Existe a preocupação das empresas têxteis quanto à adequação às questões ambientais, principalmente as que geram alguma melhoria econômica, como a diminuição do gasto de energia. Uzkurt et al. (2013) encontraram que a cultura organizacional, bem como as inovações de uma organização, tem uma relação significativamente positiva com o desempenho da empresa. Observa-se também uma relação significativa e positiva entre cultura organizacional e inovações organizacionais. Além disso, os resultados mostram que as inovações organizacionais desempenham um papel de mediadoras na relação entre cultura organizacional e desempenho da empresa. Há na indústria têxtil a necessidade de economia, de rapidez e de adaptação ao novo panorama ambiental. A produção de algodão, a principal matéria prima têxtil, é insuficiente para a demanda, havendo a necessidade de novas alternativas de materiais, de design e de processos. A criatividade e a inovação são fundamentais para solucionar os desafios do mercado, confirmando que a inovação organizacional promove a renovação administrativa e estrutural, agindo como uma facilitadora para os outros tipos de inovação (DAMANPOUR et al., 2009). Entre as três dimensões da ecoinovação estudadas, os resultados apontaram mais influência em Inovação em ecoprodutos; no entanto,há o entendimento de que a Inovação em ecoprocesso é menos percebida pelos colaboradores. Já a Inovação em ecoproduto tangível é visual, portanto, mais facilmente percebido. 4.3 Influência da Cultura de Inovação na Ecoinovação e o Porte das Organizações Com o propósito de responder ao objetivo específico de analisar os resultados da influência da cultura de inovação na ecoinovação, quando moderado pelo porte das organizações, além de testar a hipótese H3: “Organizações de grande porte sofrem maior influência da cultura de inovação sobre a ecoinovação”, foram analisados os índices do modelo final de Cultura de Inovação e Eco novação moderado pelo porte da empresa (Tabela 05). Tabela 05: Resumo dos testes de hipóteses Relação Porte da organização Microempresa Pequeno Porte Médio Porte Grande Porte Significância (p) Cultura de Inovação – Ecoinovação 0,41 0,60 0,77 1,07 0,015 Ecoinovação – Desempenho organizacional 0,49 0,51 0,70 0,72 0,02 Fonte: Dados da pesquisa. Na Tabela 05 verifica-se que há aumento escalonado das medidas de carga fatorial padronizada quando se analisa a relação de cultura de inovação e ecoinovação, sendo 14 significantes as diferenças entre as médias das amostras dos grupos. Nesta relação, o aumento das cargas se dá de forma constante. As cargas fatoriais padronizadas mostram que em microempresas a relação de cultura de inovação e ecoinovação é menos consistente; em contrapartida, esta relação em empresas de grande porte a cultura de inovação e a ecoinovação se apresentam como sinônimos. Essa evidência contraria os achados de Vincenza Ciasullo e Troisi (2013) e Bocken et al. (2014), que apresentam pequenas empresas com resultados semelhantes às médias empresas. Com base nestes resultados, a Hipótese 3 é suportada. Os resultados corroboram os autores Cheng, Yang, Sheu (2014), os quais apresentam que a ecoinovação está relacionada com o comportamento social da configuração de uma cultura específica, ou seja, com os diferentes portes organizacionais, como também com Pujari (2006), que demonstra a relevância da inovação para o sucesso da ecoinovação e a sinergia entre a inovação e a ecoinovação dentro das organizações. Os resultados se alinham com Papadoupolos et al. (2014), os quais sugerem que empresas de grande porte apresentam maior amplitude de ações ecoinovadoras. No que tange à relação entre ecoinovação e desempenho organizacional, o aumento se dá de forma inconstante, sendo as diferenças entre as médias das amostras dos grupos significantes. Há proximidade entre micro e pequenas empresas, e proximidade entre médias e grandes empresas. No entanto, há um salto entre as pequenas e médias empresas. Klewitz, Zeyen e Hansen (2012), Bocken et al. (2014) e Alano e Figueiredo (2014) apontam que pequenas e médias empresas apresentam barreiras que dificultam a ecoinovação. Contudo, os resultados mostram diferença de desempenho entre as pequenas e médias empresas, contrariando os autores. Entende-se que a ecoinovação pode ser vista como capacidade verde, desenvolvida com recursos, incluindo apoio administrativo, as atividades de organização e estrutura, infraestrutura verde e a adoção de tecnologias ecológicas impulsionadas por estratégias em inovação. A acumulação desses recursos para atividades verdes desenvolve capacidades verdes originais na forma dos três tipos de ecoinovação, que por sua vez contribuem para a vantagem competitiva e o desempenho dos negócios. Os resultados apresentados reforçam o entendimento de que os comportamentos de estímulo à inovação que ocorrem na indústria têxtil, por meio da estrutura de equipes, recompensas e reconhecimento, estão mais presentes em grandes e médias empresas, e menos presentes em micro e pequenas empresas, refletindo na adoção da cultura inovadora e ecoinovadora, como também no desempenho organizacional. Micro e pequenas empresas não apresentam um processo de ecoinovação desenvolvido, devido à falta de experiência e conhecimento. Na Tabela 06 podem ser observados os resultados referentes às hipóteses construídas para este estudo. Tabela 06: Resumo dos testes de hipóteses Hipótese Caminho estrutural Coeficiente Padronizado R2 Sig. Resultado H1 Cultura de InovaçãoÆEcoinovação 0,65 0,43 0,000 Suportada H2 EcoinovaçãoÆDesempenho Organizacional 0,60 0,36 0,000 Suportada H3 Cultura de Inovação – Ecoinovação Porte 1,07 (1) - 0,015 Suportada (1) Valores iniciais fixados em 1,00 Fonte: Dados da pesquisa. Com base na Tabela 06, as hipóteses H1: “A Cultura de Inovação tem efeito positivo na ecoinovação em empresas da indústria têxtil”, H2: “A Ecoinovação tem efeito positivo no desempenho organizacional em empresas da indústria têxtil” e H3: “Organizações de grande porte na indústria têxtil sofrem maior influência da cultura de inovação sobre a ecoinovação” foram suportadas para esta amostra de pesquisa. 15 Percebe-se que há um aumento da carga fatorial padronizada entre o constructo ecoinovação isoladamente e em conjunto com a cultura de inovação. Reforçando a validade do constructo proposto, os resultados se alinham à afirmação de Uzkurt et al. (2013) de que é benéfico para as organizações nutrir uma cultura organizacional inovadora ao instituir mecanismos e estruturas em que a adoção de novas ideias, modo de pensar e operar melhoram o desempenho da empresa. Os resultados vão ao encontro de Doran e Ryan (2014), quando argumentam que quanto mais inovadora é a empresa, mais ecoinovadora ela é. Portanto, a afirmação de que a cultura de inovação tem impacto positivo sobre a ecoinovação foi confirmada na indústria têxtil. 5 CONCLUSÃO O estudo teve como objetivo analisar a influência da cultura de inovação na ecoinovação e desempenho organizacional em empresas da indústria têxtil. Contribui-se para literatura em Ecoinovação ao se identificar que a dimensão Comportamentos que Estimulam à Inovação foi a com maior percepção na Ecoinovação, seguido pelos Mecanismos de Suporte, Estrutura e Estratégia que apresentaram cargas fatoriais próximas. Foi verificado que o apoio ao aprendizado contínuo, respaldado pela estrutura de equipes focadas em uma visão clara de qualidade, quando recompensam os indivíduos, resultam positivamente na Cultura de Inovação da organização. A Comunicação apresentou menor influência no constructo, evidenciando que o contexto da pesquisa menos flexível não propicia a livre comunicação entre níveis hierárquicos. No caso das confecções, um dos maiores desafios é a obtenção da flexibilidade produtiva, com ganho de eficiência e produtividade, visto que operam com diversidade de produtos com ciclo de vida extremamente reduzido em função das tendências de moda. Averiguou-se que a dimensão Inovação em Ecoproduto tem maior influência no constructo. As inovações Eco-Organizacionais apresentaram influência sobre a ecoinovação, e que as ações introduzidas por políticas empresariais, esforços administrativos em relação à renovação organizacional de rotinas e procedimentos influencia positivamente a ecoinovação na indústria têxtil. Por fim, o ecoprocesso foi a menor inferência percebida na indústria têxtil, o que demonstra o alinhamento da amostra com a teoria, no que tange à redução do impacto ambiental e redução do uso de energia pela indústria têxtil. Conclui-se que há na indústria têxtil uma cultura de inovação influenciada pelos comportamentos que estimulam a inovação. Este cenário se confirma na relação com a ecoinovação, por meio da implantação de ecoprodutos, da gestão de práticas ecológicas organizacionais e melhorias de processos de produção com vistas à diminuição do impacto ambiental e direcionados à diminuição de custos e melhoria econômica e financeira das empresas. Com relação ao Desempenho Organizacional, o caminho (path) entre a Ecoinovaçãoe o desempenho se torna mais forte quando analisado em conjunto com o constructo de cultura de inovação. O constructo de ecoinovação é mais representativo quando aliado à cultura de inovação, o que demonstra que o modelo fica mais robusto quando são analisados os dois constructos em conjunto. Houve o entendimento de que a ecoinovação não é um fenômeno que acontece isoladamente na empresa, pois está intimamente interligada com a cultura de inovação que a empresa desenvolve. Percebe-se a tendência da indústria têxtil em adotar a ecoinovação voltado à redução de custos e ganho de competitividade direcionado à melhoria do desempenho organizacional. Ao analisar os resultados da influência da cultura de inovação na ecoinovação, quando moderados pela característica do porte das organizações, concluiu-se que, quanto maior o porte da empresa, mais forte é a relação entre a cultura de inovação e a ecoinovação. Em grandes empresas essa relação é sinônima. A formação de equipes de trabalho, presente em 16 organizações têxteis, serve como estímulo à inovação e à ecoinovação, que influenciam o desempenho organizacional. Quanto maior o porte da empresa têxtil, mais o trabalho é dividido, mais equipes são formadas, o que para a pesquisa demonstrou ser um fator que impulsiona a cultura de inovação e ecoinovação. O estudo apresentou limitações, mesmo ante ao rigor científico e metodológico utilizado. Há limitação na em função da escolha da população pesquisada ter sido por acessibilidade ou conveniência, como também os sujeitos escolhidos nas organizações não formarem uma amostra representativa. O número de respondentes reduzido da amostra, em relação ao tamanho do constructo, também representou uma limitação. Quanto às limitações metodológicas, a escala de desempenho organizacional é restrita à percepção dos respondentes. Quanto às limitações teóricas, percebeu-se escassez de estudos relacionados à mensuração de ecoinovação, como sua conceituação, principalmente no que tange à relação com a cultura de inovação nas organizações. Para trabalhos futuros, sugere-se a adoção de outras escalas de mensuração do desempenho organizacional. Estes pontos foram percebidos durante a pesquisa, no entanto, não foi o foco do estudo. REFERÊNCIAS AHMED, Pervaiz K. Benchmarking innovation best practice. Benchmarking for Quality Management & Technology, v.5, n.1, p.45-58, 1998. ALANO, Agda Bernardete; FIGUEIREDO, Luiz Fernando Gonçalves de. Design como inovação em sustentabilidade: uma revisão sistemática da literatura. Blucher Design Proceedings, v.1, n.4, nov. 2014. AMORES-SALVADÓ, Javier; CASTRO, Gregorio Martín-de; NAVAS-LÓPEZ José E. Green corporate image: moderating the connection between environmental product innovation and firm performance. Journal of Cleaner Production, v.83, p.356-65, 2014. AR, Ilker Murat. 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