Critérios de diagnóstico da depressão e de encaminhamento ao especialista

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O SUS apresenta 3 princípios fundamentais, a Universalidade (garantia de acesso a saúde independente das características pessoais do paciente), Integralidade (que garante o atendimento integral ao paciente) e a Equidade (garante o princípio da justiça social) (MENOZZI, 2013; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).
Para garantir que aja integralidade das diferentes redes de saúde é necessário um sistema que coordene esses serviços, sendo aí que entra o sistema de referência e contra-referência, que é um mecanismo de encaminhamento de pacientes entre os diferentes níveis de complexidade dos serviços (MENOZZI, 2013). A referência seria o encaminhamento de um serviço de menor complexidade para um de maior complexidade, acompanhando-o e marcando seu atendimento; enquanto que a contra-referência seria o oposto, uma vez que o problema do paciente seja resolvido este é encaminhado para o serviço de origem, que na maioria das vezes é a USF, para prosseguir com seu acompanhamento (MENOZZI, 2013; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).
Diante disso, o encaminhamento para o psiquiatra dependeria das condições apresentadas pelo paciente, sendo que 7 possíveis condições justificariam o encaminhamento:  Transtornos depressivos, Transtornos de ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), Transtorno bipolar, Psicoses (esquizofrenia e outros transtornos psicóticos), Transtornos por uso de substâncias, Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e Disforia de gênero (HARZHEIM et al, 2016).
Lembrando que na tutoria de abertura pensamos em depressão para explicar a fadiga apresentada pela paciente e esse ser o motivo de seu encaminhamento ao psiquiatra, trago abaixo as condições clínicas relacionadas aos transtornos depressivos que justificariam o encaminhamento (HARZHEIM et al, 2016):
Um dos motivos que também indicam necessidade de encaminhamento seria quando o médico se sente incapaz de lidar com o caso. 
Numa ficha de encaminhamento ao psiquiatra deve conter a descrição do quadro psiquiátrico, baseado na história do paciente que sugere essa condição (de acordo com o quadro abaixo):
Ainda deve ser relatada a existência de sintomas psicóticos, a vontade de querer se matar, se a doença está afetando suas atividades diárias, se há outros transtornos psiquiátricos e o histórico do transtorno atual, como: idade de início, número de episódios e se houve internações por causa disso, e por último se já realiza algum tratamento para o distúrbio. (HARZHEIM et al, 2016)
Podem ser utilizadas perguntas especificas para buscar a presença de sinais e sintomas que caracterizem a depressão como: 
Os critérios diagnósticos da depressão, são de acordo com o CID-10: 
Episódios leves de depressão, são necessários 2 fundamentais + 2 acessórios. Ep. Moderado, 2 fundamentais + 3-4 acessórios e grave, 3 fundamentais + >4 acessórios. (FLECK et al, 2009)
Referências:
HARZHEIM, E.; et al. Protocolos de encaminhamento para psiquiatria adulto. 1. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2016.
MENOZZI, K. A. B. S. O sistema de referência e contra-referência no contexto da equipe multiprofissional de saúde. Botucatu:2013. Dissertação. Faculdade de Medicina de Botucatu.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema Único de Saúde (SUS): princípios e conquistas. 1. ed. Brasília: MS, 2000.
FLECK, Marcelo P. et al . Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão (Versão integral). Rev. Bras. Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 31, supl. 1, 2009 .