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Lei 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998

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Lei 9.605 de 12 de Fevereiro de 1998
A preocupação com o meio ambiente vem se tornando cada vez mais acentuada à medida que se constata a gravidade dos danos ambientais causados pela ação indiscriminada do homem, bem como de outros entes dotados de personalidade jurídica. 
Ademais, a sociedade global vem passando por uma gradual conscientização acerca da necessidade de desenvolvimento econômico e não apenas de crescimento, buscando-se um desenvolvimento sustentável, alicerçado na proteção ao meio ambiente, o que propiciou a elevação do meio ambiente à categoria de bem jurídico constitucionalmente tutelado, a criação dos crimes ambientais, bem como extensão da responsabilidade penal às pessoas jurídicas.
 	A Lei 9605/98 é a primeira lei que criminalizou, de forma efetiva, as condutas nocivas ao meio ambiente. Antes, tais condutas eram tratadas como contravenções penais e punidas na forma do artigo 26 do antigo Código Florestal (Lei 4771/65) – com exceção da venda de motosserra sem licença (art. 45, § 3º). 
Em matéria ambiental, a reprovação social da conduta da pessoa jurídica fica comprometida em prol do desenvolvimento econômico da sociedade, dos benefícios imediatos alcançados por um suposto avanço tecnológico e garantia de uma vida mais cômoda aos usuários. 
Em contrapartida, a sociedade não foi educada a perceber os efeitos da degradação do meio ambiente ao longo do tempo, muito menos dos impactos ambientas imediatos à conduta lesiva ao bem jurídico mais importante da atualidade, o patrimônio ambiental.
Nos crimes ambientais, o bem jurídico protegido é o meio ambiente em sua dimensão global, constituindo-se, nos ensinamentos do ambientalista. Meio ambiente natural (constituído pelo solo, a água, o ar atmosférico, a flora, a fauna, enfim, a biosfera); meio ambiente cultural (integrado pelo patrimônio artístico, histórico, turístico, paisagístico, arqueológico, espeleológico.); e meio ambiente artificial (formado pelo espaço urbano construído, consubstanciado no conjunto de edificações e nos equipamentos públicos: ruas, praças, áreas verdes, ou seja, todos os logradouros, assentamentos e reflexos urbanísticos, caracterizados como tal).
A Magna Carta em seu Art. 225 prevê a tríplice responsabilidade da pessoa física ou jurídica pelo dano ambiental, estabelecendo sanções penais, administrativas e civis, podendo ser aplicadas cumulativamente. A primeira condenação de uma pessoa jurídica penalmente foi dada no ano de 2002, quer dizer, a responsabilidade penal da pessoa jurídica só se concretizou 14 anos após a sua criação.
A Lei de Crimes Ambientais trouxe em seu art. 3° e parágrafo único a possibilidade de penalizar as pessoas jurídicas que cometem crimes ambientais. O instituto da responsabilidade penal da pessoa jurídica é relativamente novo, existem muitas divergências doutrinárias quanto à sua aplicação, quanto à sua determinação constitucional e legal, e quanto à sua eficácia. 
No entanto, tem que ser reconhecida a atitude do constituinte e do legislador de punir quem de fato mais prejudica o meio ambiente, a ação inovadora dos magistrados na aplicação da pena, visto que a primeira sentença condenatória no Brasil também foi a primeira na América Latina, e as atualizações jurisprudenciais com novos entendimentos a cerca do tema.
A responsabilização da pessoa jurídica é válida visto que sua potencialidade lesiva é muito superior à das pessoas físicas. A sua concretização pode ser um efetivo instrumento de proteção ao meio ambiente, já que possui diversas formas de repreender e desestimular os danos ambientais como, por exemplo: com o caráter pedagógico da multa para que não haja reincidência. Por outro lado um malefício seria o desemprego causado no caso da liquidação forçada.
Os artigos 21 a 24 da Lei nº 9.605/98 estabelecem as penas aplicáveis às pessoas jurídicas pela prática de crime ambiental que podem ser aplicadas de forma isolada, cumulativa ou alternadamente. São elas a pena de multa, as penas restritivas de direito e a prestação de serviços à comunidade.
Nesta lei, dentro da parte dedicada ao processo penal, o legislador especializou duas medidas despenalizadoras instituídas pela Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais): a transação penal e a suspensão condicional do processo, também denominado “sursis” processual.
Ao instituto da transação penal – acordo de natureza penal que implica na não propositura da ação penal em troca do cumprimento imediato de pena não privativa de liberdade – foi acrescida a exigência de prévia composição do dano ambiental.
Isso quer dizer que se o suposto autor do crime ambiental não assumir a obrigação de reparar os prejuízos causados ao meio ambiente, ao Ministério Público será vedada a negociação. Vale ressaltar que tal condição não é imposta para as demais infrações de menor potencial ofensivo, podendo haver transação penal sem anterior composição civil.
Nesse aspecto, nenhuma crítica recai sobre a inovação, considerando que a sociedade tem muito mais interesse na regeneração do meio ambiente do que na punição dos seus malfeitores. Por outro lado, as normas referentes ao instituto da suspensão condicional do processo carecem de melhor redação.
Em se tratando da ação penal, a referida lei foi bem objetiva, haja dispôs tal matéria em tão somente três artigos, sendo eles o 25, 26 e 27 da Lei 9.605/98. Conforme o art. 26 da Lei dos Crimes Ambientais trata-se de ação penal pública incondicionada, portanto, é aquela promovida pelo Ministério Público sem que haja a necessidade de manifestação de vontade de terceira pessoa para a sua propositura.
Dispõe o art. 25 que nas infrações penais previstas nesta lei a ação penal é pública e incondicionada. Assim sendo, têm-se como exclusivamente competente para propor a ação o Ministério Público, não cabendo de forma alguma a ação penal privada. Salienta-se ainda que a referida ação independe de qualquer representação ou requisição.
A matéria de proteção do meio ambiente é de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e inexistindo, quanto aos crimes ambientais, dispositivo constitucional ou legal expresso sobre qual a Justiça competente para o seu julgamento, tem-se que, em regra, o processo e o julgamento dos crimes contra o meio ambiente é de competência da Justiça Comum Estadual.
O meio ambiente é um bem fundamental à existência humana e, como tal, deve ser assegurado e protegido para uso de todos. Este é princípio expresso no texto da Constituição Federal, que no seu art. 225, caput, dispõe sobre o reconhecimento do direito a um meio ambiente sadio como uma extensão ao direito à vida, seja pelo aspecto da própria existência física e saúde dos seres humanos, seja quanto à dignidade desta existência, medida pela qualidade de vida. Este reconhecimento impõe ao Poder Público e à coletividade a responsabilidade pela proteção ambiental. 	
O Brasil é o possuidor da maior floresta tropica do mundo. Logo, é nítida a necessidade de uma legislação que busque sem dúvidas coibir os abusos e permitir um uso sustentável dos recursos provenientes da natureza.

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