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Apostila Desenho arquitetônico Cássia

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
CENTRO TECNOLÓGICO 
ESCOLA DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE DESENHO TÉCNICO 
PROJETO DE MONITORIA 
 
 
 
 
DESENHO DE OBRAS DE CONCRETO ARMADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
NITERÓI 
2016 
 
 
2 
 
 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
 CENTRO TECNOLÓGICO 
 ESCOLA DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE DESENHO TÉCNICO 
 
 
 
 
 
DESENHO DE PROJETO 
DE ENGENHARIA CIVIL
 
 
 
 
Módulo: Desenho De Obras De Concreto Armado 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENHO DE PROJETO DE ENGENHARIA CIVIL 
Módulo: Desenho De Obras De Concreto Armado 
 
 
 
 
 
 
ABREU, Cássia da Silva 
Desenho de Projeto de Engenharia Civil – Módulo: Desenho de Obras de Concreto 
Armado / Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2016. 
 
21 p.:il. 
 
 
 
4 
 
APRESENTAÇÃO 
 
As obras de concreto armado fazem parte de grande parte das edificações. 
Para a realização de um projeto estrutural de edificações devem-se obedecer 
algumas etapas, como por exemplo: 
 Concepção: Conceber o sistema estrutural juntamente com o pré-
dimensionamento dos elementos; 
 Análise: determinar e analisar dos deslocamentos e esforços 
solicitantes das estruturas, considerando a ação dos ventos, as cargas temporárias 
e o peso próprio dos componentes estruturais e; 
 Dimensionamento: com base nas análises estruturais realizar a 
definição das dimensões finais das estruturas; 
 Desenhos: detalhar as armaduras de concreto e executar os desenhos 
finais. 
Esta apostila tem como objetivo lhe apresentar os tipos de componentes 
estruturais, suas representações e um roteiro de execução, ainda lhe capacitará a 
executar a última etapa do projeto estrutural citado acima, o desenho de obras de 
concreto armado. 
No decorrer dos últimos anos houve um grande avanço no desenvolvimento 
de softwares para desenho de projetos arquitetônicos, e a maioria dos projetos 
desenvolvidos nas grandes firmas de engenharia e arquitetura são confeccionados 
através desses programas computacionais. No entanto, acreditamos que para ser 
um bom projetista é necessário desenvolver os conhecimentos normativos através 
da execução dos croquis à mão livre, o que torna o trabalho mais pessoal e o 
exercício de desenho assistido por computador muito mais simples. 
Críticas e sugestões serão muito bem-vindas, pois assim esta apostila poderá 
ser aprimorada. 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 
2. DESENHO DE OBRAS DE CONCRETO ............................................................ 6 
2.1. DESENHO PARA EXECUÇÃO DE FORMAS ........................................................... 6 
3. TIPOS DE ESTRUTURAS ................................................................................... 7 
4. LAJES ................................................................................................................. 8 
5. VIGAS .................................................................................................................. 9 
6. PILARES ........................................................................................................... 12 
7. ROTEIRO PARA EXECUÇÃO DE PLANTA DE FORMAS. ............................. 15 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 21 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 - ESQUEMA ESTRUTURAL ................................................................................ 7 
FIGURA 2 – LAJE ........................................................................................................... 8 
FIGURA 3 - REPRESENTAÇÃO DE REBAIXAMENTO E SUPERELEVAÇÃO ............................... 8 
FIGURA 4 - CORTE LONGITUDINAL – AA .......................................................................... 9 
FIGURA 5 - VIGA ........................................................................................................... 9 
FIGURA 6 - ESQUEMA LAJE E VIGA ............................................................................... 10 
FIGURA 7 - ESQUEMA LAJE, VIGA E PILAR ..................................................................... 10 
FIGURA 8 - VIGA CONTÍNUA ......................................................................................... 10 
FIGURA 9 - REPRESENTAÇÃO DE VIGA VARIÁVEL OU MÍSULA .......................................... 11 
FIGURA 10 – PILAR ..................................................................................................... 12 
FIGURA 11 - PILAR RETÂNGULAR ................................................................................. 13 
FIGURA 12 - PILAR QUADRADO .................................................................................... 13 
FIGURA 13 - PILAR EM T .............................................................................................. 14 
FIGURA 14 - PILAR EM L .............................................................................................. 14 
FIGURA 15 - PILAR QUE PASSA PELA LAJE ..................................................................... 14 
FIGURA 16 - PILAR QUE MORRE NA LAJE ........................................................................ 14 
FIGURA 17 - PILAR QUE MORRE E PASSA PELA LAJE. ...................................................... 15 
FIGURA 18 - PILAR QUE NASCE NA LAJE ........................................................................ 15 
 
 
 
6 
 
1. Introdução 
Como base normativa utilizou-se a Norma Brasileira 7191:1982 - Execução de 
Desenhos para Obras de Concreto Simples ou Armado da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas. 
2. Desenho de Obras de Concreto 
O concreto armado nada mais é do que uma mistura estrutural composta de 
concreto e aço. Essa mistura foi adotada devido às características dos dois 
materiais, a do aço pela capacidade de absorver esforços de tração e do concreto 
de absorver os de compressão. 
Os desenhos técnicos para obras de concreto armado ou simples podem 
ser: desenhos de conjunto, desenho para execução de formas, desenho para 
execução de escoramentos e desenhos de detalhe. Nesta apostila nos atearemos 
ao segundo tipo: Desenho Para Execução de Formas. 
2.1. Desenho para Execução de Formas 
Segundo a Norma Brasileira 7191:1982 - Execução de Desenhos para Obras 
de Concreto Simples ou Armado da Associação Brasileira de Normas Técnicas, 
estes tipos de desenhos devem conter plantas, cortes e elevações de todas as 
peças da estrutura, necessários ao perfeito conhecimento de sua forma e de suas 
dimensões. A escala adotada deve ser 1:50 ou, quando houver algum prejuízo na 
clareza do desenho, deve-se adotar a escala 1:100. São desenhados apenas os 
elementos estruturais. 
O desenho é obtido a partir de uma vista inferior, espelhada da estrutura. Esta 
vista equivale a um corte obtido por meio de um plano secante horizontal cortando a 
estrutura à aproximadamente 1,5 metros de altura. Ou seja, a planta é a projeção do 
teto, em um plano paralelo, situada na parte inferior. As arestas visíveis serão 
aquelas que estiverem voltadas para o plano de projeção e serão representadas por 
linha contínua. As arestas invisíveis deverão ser representadas por linha traçejada. 
A unidade utilizada no desenho deve ser centímetros (cm). 
 
 
7 
 
Convenciona-se a utilização de traços sendo traço grosso para elementos 
estruturais seccionados, traço médio para elementos estruturais não seccionados e 
traço fino para os demais elementos dos desenhos. 
3. Tipos de Estruturas 
Denomina-se estrutura um conjuntode componentes estruturais destinadas a 
proteger, sustentar e compor um espaço arquitetônico. Os elementos estruturais são 
as peças que transmitem e recebem esforços. As estruturas de edifícios 
apresentam 03 (três dimensões), podendo uma ou duas destas apresentar 
dimensões que lhe destaquem das demais. Podem ser dividas em: 
 Superestruturas: são lajes, vigas e pilares e; 
 Infraestrutura: Sapatas, blocos de fundação ou de contenção, muros de 
arrimo, fundações especiais, entre outros. 
Na figura abaixo podemos observar algumas destas estruturas:
 
Figura 1 - Esquema Estrutural 
 
 
 
 
8 
 
4. Lajes 
Lajes são elementos estruturais planos onde as dimensões em duas direções 
prevalecem sobre uma terceira. Geralmente apresentam-se na posição horizontal, 
recebem as cargas que agirão sobre a estrutura. 
Ex.: Tetos e pisos de edifícios e casas. 
 
Figura 2 – Laje 
As lajes podem estar no mesmo nível de referência ou em níveis diferentes, 
estas podem ser superelevadas ou rebaixadas. Em ambos os casos devem-se 
representar o valor do desnível. 
Os rebaixos ou superelevações deverão ser indicados pelo valor em 
centímetros, precedido de sinal positivo (+) ou negativo (-), inscrito dentro de um 
pequeno círculo. 
Deve-se adotar uma convenção que permita visualizar as diferenças de nível, 
deve-se adotar hachuras em direções diferentes. 
 
Figura 3 - Representação de Rebaixamento e Superelevação 
 
 
9 
 
 
Figura 4 - Corte Longitudinal – AA 
- Designação: As espessuras das lajes devem ser indicadas em cada laje ou em 
nota a parte. 
ࡸ ࢏ 
ࢎ = ࢞ 
Onde: 
i – número de laje 
h – espessura da laje 
Ex.: 
ࡸ ૚ 
ࢎ = ૚૙ 
- Numeração: A numeração das lajes deverá ser feita, tanto quanto possível a 
começar do canto esquerdo superior do desenho, prosseguindo para a direita, 
sempre em linhas sucessivas a fim de facilitar a localização das lajes. 
5. Vigas 
As vigas são elementos longitudinais da estrutura onde existe 01 (uma) 
direção predominante, o comprimento. 
 
Figura 5 - Viga 
 
 
10 
 
Apresentam-se normalmente na posição horizontal e sua principal função é 
receber as cargas transmitidas pelas lajes. 
 
Figura 6 - Esquema Laje e Viga 
Podem ainda transmitir esforços para outras vigas, mas a transmissão final 
das cargas das vigas se dará sobre o terceiro elemento básico estrutural, o pilar. 
 
Figura 7 - Esquema Laje, Viga e Pilar 
As vigas podem apresentar dimensões constantes ou variáveis. 
 
Figura 8 - Viga Contínua 
As mísulas ou vigas variáveis devem ser representadas traçando uma 
diagonal no retângulo representativo da mísula e hachurando um dos triângulos 
resultantes, assinalando-se a variação numérica das dimensões. 
 
 
11 
 
 
Figura 9 - Representação de Viga Variável ou Mísula 
 
- Designação: Cada vão das vigas contínuas deve ser designado pelo número 
comum a viga, seguido de letra maiúscula. Dentro do mesmo vão, quando houver 
necessidade, deve-se indicar a variação da seção por índices. Junto a designação 
de cada viga deve-se indicar suas dimensões b x d. 
ࢂ ࢏࢐ − ࢇ ࢞ ࢈ 
 
Onde: 
i - número da viga 
j – número da subdivisão 
a – largura 
b – altura 
Ex.: 
ࢂ ૚࡭ − ૚૙ ࢞ ૞૙ 
 
- Numeração: A numeração das vigas deve ser feita para as vigas horizontais, 
partindo do canto superior esquerdo e prosseguindo por alinhamentos até o canto 
inferior direito. 
Para as vigas verticais, parte-se do canto inferior esquerdo, para cima, por fileiras 
sucessivas, até o canto superior direito. 
 
 
12 
 
Considera-se como vigas horizontais, aquelas cuja inclinação com a horizontal variar 
de 0 à 45º. 
 
6. Pilares 
Pilares são elementos estruturais que têm uma dimensão predominante sobre 
as outras, mas na direção vertical, podendo ainda está em um plano inclinado, no 
caso das vigas V. 
 
Figura 10 – Pilar 
Os pilares recebem as cargas das vigas e as transmitem verticalmente para 
os outros elementos que comporão a infraestrutura. Como destacamos no começo, 
os elementos infraestruturais: sapatas, blocos de fundação, fundações especiais, 
entre outros, transmitirão aquelas cargas ao solo, compondo assim todo o apoio da 
estrutura. 
-Designação: 
ࡼ ࢏ − ࢇ ࢞ ࢈ (࢞ࢉ) 
Onde: 
i – número do pilar 
a – dimensão horizontal 
b – dimensão vertical 
c – espessura 
 
 
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- Numeração: A numeração dos pilares é feita partindo do canto superior esquerdo 
do desenho para a direita, em linhas sucessivas. As dimensões poderão ser 
simplesmente inscritas ao lado de cada pilar. 
O projetista tem a liberdade de escolher qual tipo de pilar é o ideal para seu 
projeto, o que melhor se adequará ao ambiente arquitetônico. Os pilares podem ser 
classificados quanto à forma: 
 ࡼ ૚ − ૝૙࢞ ૛૙ 
 
ࡼ ૛ − ૛૙࢞ ૝૙ 
Figura 11 - Pilar Retângular 
ࡼ ૜ − ૝૙࢞ ૝૙ 
Figura 12 - Pilar Quadrado 
 
 
14 
 
ࡼ ૝ − ૜૙ ࢞ ૜૞ ࢞ ૛૙ 
Figura 13 - Pilar em T 
 ࡼ ૞ − ૝૙࢞ ૜૙࢞ ૛૙ 
Figura 14 - Pilar em L 
 
Os pilares são representados no desenho de forma “em corte”, apenas a 
seção transversal do pilar com as devidas dimensões, naquele pavimento. Como as 
dimensões dos pilares podem variar de um pavimento a outro, ou até mesmo, 
podem existir pilares que nascem ou morrem no pavimento estrutural em 
representação, convencionou-se uma notação para representar estas situações. 
 
 
Figura 15 - Pilar que passa pela laje 
 
Figura 16 - Pilar que morre na laje 
 
 
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Figura 17 - Pilar que morre e passa pela laje. 
 
Figura 18 - Pilar que nasce na laje 
 
7. Roteiro para execução de planta de formas. 
 
Planta de forma 
I. Escolher o tamanho de folha da série A apropriada, desenhar margens, 
carimbo e escala gráfica de acordo com as Normas Brasileiras 6492:1994 – 
Representação do Projeto de Arquitetura e 10068:1987 – Folha de Desenho Leiaute 
e Dimensões. 
II. Centralizar o desenho. 
III. Executar um desenho esquemático em linha fina. 
IV. Desenhar o contorno externo da planta baixa. 
V. Desenhar as paredes internas, respeitando as espessuras dos 
dimensionamentos das vigas e as divisões internas. 
VI. Desenhar os pilares. 
VII. Apagar os excessos. 
VIII. Diferenciar os elementos da planta de forma de acordo com as convenções 
de espessura. 
IX. Cotar os dimensionamentos, inserir os eixos de locação e as nomenclaturas 
de lajes, vigas e pilares. 
X. Desenhar as linhas de corte. 
 
 
16 
 
Cortes 
I. Traçar as linhas de chamada. 
II. Marcar espessuras de laje, vigas, pilares e o pé direito estrutural. 
III. Diferenciar os elementos de acordo com as espessuras convencionadas. 
IV. Hachurar os elementos seccionados. 
V. Cotar apenas as dimensões verticais. 
VI. Empregar as nomenclaturas. 
Dobrar a folha de acordo com a Norma Brasileira 13142:1999 – Desenho Técnico 
Dobramento de Cópia. 
 
 
 
 
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8. Exercícios Complementares: 
Com base nas anotações desta apostila, dimensione os croquis das plantas de 
forma abaixo, depois nomeie cada um dos componentes estruturais e execute os 
cortes. Os elementos obrigatórios em cada exercício serão listados abaixo. 
Exercício 01 
 
 
 
 
 
18 
 
Exercício 02 – Uma laje deve ser superelevada. 
 
 
 
 
 
19 
 
Exercício 03 – Pelo menos um pilar deve nascer na laje. Uma laje deve ser 
rebaixada. 
 
 
 
 
 
20 
 
Exercício 04 – Pelo menos um pilar deve nascer / morrer na laje, e um deve 
morrer e passar pela laje. Uma das lajes deve ser rebaixada/superelevada. Pelo 
menos uma viga deve ser invertida. 
 
 
 
 
21 
 
 
9. Referências Bibliográficas 
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 7191: Execução 
de Desenhos para Obras de Concreto Simples ou Armado. 1987. 
Disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=9300> 
 ADÃO, Francisco Xavier. Desenho de Concreto Armado. 
Editora Tecnoprint S.A.,1980. 
 
 MORENO JR., Armando Lopes e COSTA. Flávio de Oliveira – Execução de 
Desenhos de Obras de Concreto Armado – Universidade Estadual de Campinas – 
Departamento de Estruturas – Campinas/SP 
Disponível em <http://www.fec.unicamp.br/~almeida/cv714/forma.pdf> 
Acesso em 15 de setembro de 2016. 
 
 
 
 
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=9300

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