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Ética na era digital: propriedade intelectual, direito autoral e plágio

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Ética na era digital: propriedade 
intelectual, direito autoral e plágio 
Niedjha Abdalla-Santos
Introdução
Você sabe o que é propriedade intelectual? Já parou para pensar como nossas ações diárias 
podem ter implicações éticas relacionadas aos direitos autorais de terceiros? Tem conhecimento 
de algum episódio recente que envolva o plágio da produção intelectual de alguém? Pois bem, 
todos estes assuntos fazem parte desta aula. Ficou curioso? Então, vamos começar.
Objetivos de aprendizagem:
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender as diferenças dos conceitos de propriedade intelectual e direito autoral;
 • entender o que é plágio, seus tipos e consequências. 
1 Os conceitos de propriedade 
intelectual e direito autoral
De acordo com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI; em inglês, World 
Intellectual Property Organization, WIPO), a propriedade intelectual corresponde ao direito sobre as 
criações do intelecto, tais como invenções; obras literárias, artísticas, tecnológicas e científicas; 
projetos; símbolos, nomes e imagens (WIPO, 2016). 
Trata-se de um direito patrimonial temporário sobre bens cuja natureza é incorpórea. Entre-
tanto, os direitos morais são perpétuos. Conforme a legislação que protege as criações da inteli-
gência e o resultado do trabalho intelectual, é reservado ao autor, e a seus herdeiros, um período 
de tempo pelo qual eles poderão tirar proveito exclusivo dos ganhos econômicos resultantes de 
sua criação (GAMA, 2011).
FIQUE ATENTO!
Os direitos de propriedade intelectual têm natureza imaterial ou incorpórea porque 
protegem as criações do intelecto, apesar destas criações poderem se materializar 
em objetos físicos para facilitar a comercialização, como no caso dos livros, DVDs, 
jogos e programas de computador. 
A OMPI é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 
1967, com sede em Genebra, na Suíça, que se dedica à atualização e proposição de padrões inter-
nacionais para proteção às criações intelectuais (ONUBR, 2016).
EXEMPLO
Os exemplos de maior destaque da atuação da OMPI são o Tratado de Cooperação 
em Matéria de Patentes (PCT), o apoio ao Convênio Internacional para a Proteção 
de Obtenções Vegetais (UPOV), as negociações relativas à harmonização no cam-
po de patentes e marcas e direito de autor, e o Protocolo de Madrid, para o registro 
internacional de marcas. (ONUBR, 2016).
De acordo com Araújo (2010), a propriedade intelectual envolve os direitos relativos a: obras 
literárias, artísticas e científicas; emissões de radiodifusão; interpretações artísticas e execuções 
dos instrumentistas; invenções de toda a natureza; descobertas científicas, desenhos e mode-
los industriais; marcas industriais, comerciais e de serviço; firmas e nomes comerciais; proteção 
contra a concorrência desleal e demais direitos inerentes à atividade intelectual nos universos 
artístico, literário, industrial e científico.
Figura 1 – A propriedade intelectual protege as criações de natureza imaterial.
Fonte: 3D Vector/Shutterstock.com
No Brasil, a legislação de proteção à propriedade intelectual está de acordo com o sistema 
internacional de propriedade intelectual, como a Convenção da União de Paris CUP (1883), a Con-
venção da União de Berna - CUB (1886), o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Inte-
lectual Relacionados ao Comércio - Acordo TRIPS (1994) e os Tratados de Livre-Comércio - TLCs 
regionais e bilaterais (WIPO, 2016). 
É importante perceber que são estes os instrumentos jurídicos que protegem a criatividade 
humana. É por este motivo que a propriedade intelectual é dividida em direito do autor (estética, ou 
seja, literária, científica, artística) e propriedade industrial (técnica). (GAMA, 2011). 
Figura 2 – Ética e direito preservam as relações de autoria.
Fonte: Africa Studio/Shutterstock.com
De acordo com Gama (2011 apud Branco Jr., 2007) os direitos autorais se dividem em morais 
e patrimoniais. Confira a seguir a distinção:
 • direitos autorais morais: são relativos à personalidade do autor e não podem ser trans-
feridos a terceiros.
 • direitos autorais patrimoniais: dizem respeito à forma pela qual o criador é remune-
rado e, por isso, podem ser negociados.
FIQUE ATENTO!
O controle do conhecimento na era digital traz muitos desafios éticos, como o pa-
radoxo entre a importância de socializar o conhecimento e a inovação, além da 
possível exigência de privacidade em relação a certos conteúdos versus a neces-
sidade de conter o oportunismo da apropriação de ideias alheias, privatizando-as 
com propósitos econômicos.
No Brasil, adotamos a subdivisão didática do direito autoral em direitos de autor, direitos 
conexos e programas de computador. A Lei nº 9.610 (BRASIL,1998) trata dos direitos autorais, que 
são ligados ao autor em consequência de sua obra, bem como dos direitos conexos. Ela protege 
obras intelectuais como “as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qual-
quer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”. (BRASIL, 1998). 
Perceba que a proteção dos direitos não depende de registro, mas é o registro que garante a com-
provação da autoria. No Brasil, as obras intelectuais são registradas na Fundação Biblioteca Nacional.
Os direitos conexos protegem os interesses jurídicos das pessoas que ajudam a tornar as 
obras acessíveis, como intérpretes e empresas de radiodifusão. É importante destacar que os 
direitos de autor e conexos são protegidos durante 70 anos, a partir do dia primeiro de janeiro do 
ano subsequente à fixação da obra, sendo transferíveis por herança.
SAIBA MAIS!
O Instituto Brasileiro de Propriedade Intelectual (IBPI) foi fundado em 1983 para 
estudo e divulgação da propriedade intelectual, por meio de eventos, estudos e 
artigos. Confira em: <http://www.ibpi.org.br/>.
A Lei n° 9.610 (BRASIL, 1998) também estabelece que os direitos de autor podem ser trans-
feridos de forma total ou parcial. Entretanto, o autor pode mudar apenas os direitos patrimoniais, 
pois a transmissão total dos direitos morais é proibida.
Maggiolini (2014) registra que a difusão das tecnologias de informação e comunicação (TIC) 
aumentou a preocupação com a privacidade. Note que o mesmo ocorreu com os problemas relati-
vos a direitos autorais. Você sabe o motivo? Isso ocorre porque a evolução das TIC facilita e barateia 
a violação da propriedade intelectual (cópias, gravações), levando o problema ético também às 
universidades, onde o plágio tornou-se uma questão de grandes proporções.
FIQUE ATENTO!
Atualmente, ciência e tecnologia envolvem uma complexa rede de interesses, que 
gera uma questão ética de considerar tecnologia e informação científica como ca-
pital ou mercadoria. Principalmente quando consideramos que no mundo globali-
zado as estratégias corporativas tendem a cooptar interesses políticos, econômi-
cos e comerciais (SABBATINI, 2013).
O direito de autoria sob o aspecto moral tem sido respeitado desde a Grécia e Roma antigas. Os 
romanos tinham consciência dos direitos sobre suas realizações e chegaram a usufruir benefícios 
monetários. Cópia não autorizada e plágio eram desonrosos e desleais. À época os delitos eram 
de fácil controle e punidos com a sanção moral social. O mesmo acontecia durante a Idade Média. 
(FRAGOSO, 2009)
2 Plágio, seus tipos e suas consequências
As formas mais frequentes de infração aos direitos de autoria são a contrafação e o plágio. 
Contrafação é o aproveitamento econômico ilícito pela reprodução não autorizada de obra alheia. 
Já o plágio ocorre quando o infrator apresenta o trabalho alheio como próprio, disfarçando frases, 
personagens, situações, ideias, roteiros e outros elementos (FRAGOSO, 2009) 
Quando indicamos o nome do autor e a origem da obra a reprodução não autorizada não 
constitui infração,mesmo que ocorra em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comu-
nicação, desde que seja feita para fins de estudo, crítica ou polêmica. (BRASIL, 1998).
Figura 3 – Cópia não autorizada constitui contrafação. 
Fonte: Ralf Kleemann/Shutterstock.com
EXEMPLO
Um estudante pode elaborar um trabalho com base em livros, artigos e sites dos 
quais retira trechos que considera interessantes para sua abordagem. Neste caso, 
cada uma das obras utilizadas deverá ser citada, assim como o nome do autores, 
a origem e a data da obra. Caso contrário, o mesmo trabalho será considerado um 
plágio. Isso porque, ao omitir aquelas informações, o estudante pode passar a falsa 
impressão de que todas as ideias do texto são de sua própria autoria.
Vamos conhecer agora os diferentes tipos de plágio: intencional, ideias e autoplágio. Observe 
(SABBATINI, 2013):
 • plágio intencional: resulta de uma ação consciente na apropriação de um texto de 
autoria já estabelecida;
 • plágio de ideias: mais comum na área das ciências sociais e humanas; se dá pela usur-
pação de conceitos e de argumentações de outro autor, sendo de difícil comprovação.
SAIBA MAIS!
No website institucional do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) é 
possível encontrar diversas informações oficiais sobre o tema plágio, como o 
estudo que discute modalidades de proteção e de infração em PI na indústria da 
moda. Disponível em: <http://www.inpi.gov.br/noticias/defesa-de-dissertacao>. 
Sabbatini (2013) ainda aponta o autoplágio como uma conduta antiética na comunidade aca-
dêmica. O autor afirma que, apesar da aparente contradição (pois se o plágio é o uso de ideias 
alheias, seria impossível plagiar-se a si mesmo), o autoplágio é possível e representa a (re)utiliza-
ção de textos de autoria própria em contextos diferentes, como se fossem originais. Ocorrem por 
meio do chamado “requentamento” de artigos. 
Figura 4 – Direitos morais de autoria são inalienáveis.
Fonte: Andrey_Kuzmin/Shutterstock.com
A era digital facilita a disseminação do plágio, que produz consequências práticas (prejuízos 
gerados aos autores, meio acadêmico, produção do conhecimento) e jurídicas nas esferas cível 
e penal. Até mesmo o plagiador tem prejuízo profissional, como perda de bolsas de pesquisas, 
reprovação e jubilamento. 
Fechamento
Nesta aula, você teve oportunidade de:
 • conhecer os conceitos de propriedade intelectual, direito autoral, plágio e contrafação;
 • entender a diferença entre direito moral e direito patrimonial de autoria;
 • perceber a importância da ética na produção e na divulgação de criações intelectuais 
das mais variadas origens.
Referências
ARAUJO, Elza Fernandes et al. Propriedade Intelectual: proteção e gestão estratégica do conheci-
mento. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 39, p. 1-10, Jul. 2010.   Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982010001300001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em:  
29 jul 2016.  
BRASIL. Lei no. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre 
direitos autorais e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L9610.htm>. Acesso em: 21 jul 2016. 
FRAGOSO, João Henrique da Rocha. Direito autoral: da antiguidade à internet. São Paulo: Quartier 
Latin do Brasil, 2009.
GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. Propriedade intelectual. Rev. SJRJ. Rio de Janeiro, v. 18, n. 
30, p. 69-94, abr. 2011. Disponível em: <http://www4.jfrj.jus.br/seer/index.php/revista_sjrj/article/
viewFile/240/226>. Acesso em: 29 jul 2016.  
INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL (INPI). Defesa de dissertação. Disponível 
em: <http://www.inpi.gov.br/noticias/defesa-de-dissertacao>. Acesso em: 14 set 2016.
MAGGIOLINI, Piercarlo. Um aprofundamento para o conceito de ética digital. Rev. adm. empresa, 
São Paulo, v. 54, n. 5, p. 585-591, Out.  2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?scrip-
t=sci_arttext&pid=S0034-75902014000500585&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 set 2016.  
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL (ONUBR). OMPI - Organização Mundial da 
Propriedade Intelectual. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/agencia/ompi/>. Acesso em:  
29 jul 2016. 
SABBATINI, Marcelo. Do plágio à publicidade disfarçada: brechas da fraude e do antiético na 
comunicação científica. Com Ciência. Campinas, n. 147, abr. 2013. Disponível em <http://comcien-
cia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542013000300009&lng=pt&nrm=iso>. 
Acesso em:  29 jul 2016. 
WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION (WIPO). What is Intellectual Property? Dispo-
nível em: <http://www.wipo.int/about-ip/en/index.html#ip>. Acesso em: 29 jul 2016.