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UNIDADE II OS AGREGADOS MACROECONÔMICOS DO BRASIL Aula 7 Deflator do PIB e taxa de inflação Números Índice Modelo Keynesiano para determinação da renda nacional de equilíbrio Bibliografia - FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Vasconcellos & Garcia, Cap.10 Modelo Keynesiano = Determinação do equilíbrio da renda nacional pela teoria macroeconômica • Contabilidade Social x Macroeconomia • Contabilidade Social trabalha com informações efetivas, reais, que já se realizara >>> valores ex post (após ocorrerem) • Valores do produto nacional, do consumo, do investimento ou dos demais agregados macroeconômicos são calculados após terem ocorridos • Teoria Macroeconômica preocupa-se em formular proposições de política econômica para atuar sobre os valores previstos ou planejados >>> valores ex ante (antes de ocorrerem) • Quando se fala em consumo, poupança, investimento, etc, refere-se aos valores planejados Modelo Keynesiano = Modelo Macroeconômico Básico • Suposições do modelo: 1. Existência de desemprego: economia não opera a pleno emprego 2. Nível Geral de preços constante: se economia está operando com capacidade ociosa, não há razão para empresas elevarem os preços de seus produtos. Supõe-se que aumentos de demanda serão satisfeitos por aumentos na quantidade produzida sem alteração no preço. 3. Analisa a teoria de determinação da renda no curto prazo: estoque de fatores de produção (mão de obra, capital e tecnologia) não se altera; o que se modifica é o grau de utilização desse estoque. Formalização do modelo • A Renda Nacional de equilíbrio (RN) é determinada pelo encontro da Oferta Agregada (OA) com a Demanda Agregada (DA) de bens e serviços: OA = DA A Oferta Agregada é o próprio produto ou renda nacional OA = RN Formalização do modelo • A Demanda Agregada de bens e serviços é dada por: DA = C + I + G + (X-M) Sendo, C = despesa com bens de consumo I = gastos das empresas com investimentos G = gastos do governo X = exportações agregadas M = importações agregadas Formalização do modelo • O consumo agregado é definido como uma função da renda nacional disponível: C = f (RND) Sendo, C = consumo agregado RND = renda nacional disponível, que é a renda nacional deduzidos os impostos Formalização do modelo • A Renda Nacional disponível é a parcela da renda que os consumidores podem gastar (ou poupar) livremente • Há uma relação diretamente proporcional entre a rena disponível e o consumo da coletividade • A variação esperada no consumo decorrente de uma variação na renda disponível, é chamada Propensão Marginal a Consumir (PMC) Formalização do modelo • A Propensão Marginal a Consumir é a propensão que a coletividade tem ao consumo, dada uma variação na renda PMC = 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑜 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = ∆𝐶 ∆𝑅𝑁𝐷 Ex: Se PMC= 0,8; um aumento na renda disponível de $100 milhões, o consumo agregado tende a em 0,8 de $100 milhões, ou seja, em 80 milhões. Formalização do modelo • A função do Consumo agregado pode então ser escrita por: C = Co + cRND Sendo, C = Consumo agregado Co = consumo autônomo C = PMC (propensão marginal a consumir) RND = Renda Nacional disponível ( RND = renda nacional – total dos tributos) Formalização Matemática • A parcela da renda nacional que não é gasta em bens de consumo é a poupança agregada (S) S= f (RND) sendo, S= Poupança Agregada RND = Renda Nacional Disponível Assim como no consumo, existe uma relação direta e proporcional entre a variação da renda disponível e a variação da poupança definida pela Propensão Marginal a Poupar (PMP) Formalização Matemática • Se a renda disponível se reparte entre consumo e poupança, e a PMC assume valores de 0 a 1 (de 0 a 100%), então a PMP é a parte residual PMP = 1 - PMC • No exemplo anterior, a PMC = 0,8 logo a PMP = 0,2 • Ou seja, de cada acréscimo na renda, as famílias destinam 20% à poupança e 80% ao consumo A partir de séries de estatísticas de consumo, poupança e renda nacional disponível calcular essas relações que são de grande utilidade para a política e programação econômica Formalização do modelo • Estudos revelam que: • os países mais pobres apresentam PMP menor (e PMC maior) que os países desenvolvidos • Ou seja, a população de países mais pobres tendem a gastar, no conjunto, a quase totalidade da renda gerada na economia em bens de consumo, com pequena margem para poupança Formalização do modelo • Como o modelo considera apenas o curto prazo, o Investimento é visto pelo lado dos gastos necessários para a ampliação da capacidade produtiva • O aumento da produção (oferta agregada) ocorre, no entanto, no longo prazo. Pois existe uma defasagem de tempo entre os gastos para a ampliação da capacidade produtiva e o aumento efetivo da quantidade produzida • Assim, no curto prazo, o investimento afeta apenas a DEMANDA AGREGADA • O Investimento (a decisão de investir) é a principal variável para explicar o crescimento da renda nacional na perspectiva keynesiana Formalização do modelo • Considerando o fluxo básico de renda entre famílias (proprietárias dos fatores de produção) e as empresas (unidades produtoras), o nível de renda nacional dependerá de vazamentos e injeções nesse fluxo. • Ocorrem VAZAMENTOS de renda quando a parcela da renda recebida pelas famílias (salários, juros, aluguéis, e lucros) não é gasta com empresas nacionais. • É o que ocorre com a poupança agregada, os impostos pagos ao governo e as importações Formalização do modelo VAZAMENTOS = Poupança Agregada + Total de Impostos + Importações • As INJEÇÕES de renda são todos os recursos que são injetados no fluxo básico, e que não é originado da venda pelas empresas (nacionais) de bens de consumo às famílias no período. • É o caso dos novos investimentos, gastos públicos e exportações INJEÇÕES = Investimento Agregado + Gastos Públicos + Exportações Condição de Equilíbrio • Condição de Equilíbrio é o valor da RN que equilibra a oferta e a demanda agregada OA = DA RN = OA DA = C + I + G + (X-M) Condição de equilíbrio: RN = C + I + G + (X - M) Condição de Equilíbrio • A Renda Nacional de Equilíbrio não necessariamente corresponde à renda ou produção de pleno emprego • A característica principal do modelo é supor que a economia opera abaixo do pleno emprego • A renda de equilíbrio é determinada quando a oferta agregada se iguala a demanda agregada de bens e serviços. Isso pode ocorrer abaixo do pleno emprego, significando que a produção agregada, apesar de abaixo de sua capacidade potencial, atende às necessidades de demanda. • Tem-se uma situação tipicamente keynesiana: equilíbrio macroeconômico (OA=DA) com desemprego Política Econômica • O Objetivo da política econômica, no modelo keynesiano, é encontrar o equilíbrio a pleno emprego. • ou seja, fazer com que os níveis de OA e DA coincidam com a renda ou produto de pleno emprego • Políticas econômicas (fiscais, monetárias, cambiais) são usadas para afetar a demanda agregada DA = C + I + G + (X- M) • Umavez que a oferta agregada não se altera no curto prazo, as alterações nos níveis de renda e do produto nacional devem-se exclusivamente às variações na demanda agregada de bens e serviços • Princípio da Demanda Efetiva: as flutuações da demanda agregada são as responsáveis pelas variações do produto e da renda nacional Multiplicador Keynesiano • Multiplicador de Despesas ou de Gastos: mostra que se uma economia estiver com recursos desempregados, um aumento na demanda agregada provocará um aumento da renda nacional mais que proporcional ao aumento da demanda • Isso ocorre porque numa economia em desemprego, abaixo de seu produto potencial, qualquer injeção de despesas, seja gastos com consumo, seja por investimentos ou por exportações, mas principalmente pelas despesas do governo, provoca um efeito multiplicador nos vários setores da economia • O aumento da renda de um setor significará que os assalariados e os empresários desse setor gastarão sua renda em outros setores, que por sua vez, gastarão com outros bens e serviços, e assim, continuamente Multiplicador Keynesiano • Suponhamos que o governo resolva gastar, por exemplo, $100 milhões em estradas, hospitais e escolas • Ele contratará construtoras, que aumentarão a produção civil nesse valor • Isso se transformará em renda dos trabalhadores e capitalistas do setor da construção civil, que, por sua vez, gastarão com, digamos, alimentos e vestuário • Esses gastos dependerão das PMC e PMP. Supondo PMC = 0,8 e PMP = 0,2; os trabalhadores e capitalistas da construção civil gastarão $80mi com alimentos e vestuário, poupando $20mi Multiplicador Keynesiano • A produção de alimentos e vestuário aumentará em $80mi e será transformada em renda (salários, lucros) dos trabalhadores e empresários do setor de alimentos. Esses irão gastar $64mi (0,8 x $80mi), digamos, com lazer. • O setor de receberá um incremento de renda de $64mi, e o processo continuará. • Ao final, ocorrerá um acréscimo da renda e produtos nacionais muito superior ao gasto inicial de $100 mi Multiplicador Keynesiano • Quanto maior a PMC da coletividade, maiores os gastos com bens e serviços em cada etapa, e maior o efeito multiplicador • O multiplicador keynesiano (k) costuma ser expresso de forma genérica como: k= ∆𝑅𝑁 ∆𝐷𝐴 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎𝐴𝑔𝑟𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎 Multiplicador Keynesiano • Mas podem ser especificados. Os mais conehcidos são: • multiplicador dos gastos do investimento (kI): kI= ∆𝑅𝑁 ∆𝐼 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 • multiplicador dos gastos do governo (kG): kG= ∆𝑅𝑁 ∆𝐺 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠𝐺𝑜𝑣𝑒𝑟𝑛𝑜 Multiplicador Keynesiano • Se no exemplo anterior kG=5, o aumento inicial de gastos do governo em $100mi levaria a um aumento na renda nacional de $500mi (5x$100mi) • Entretanto, deve observar que: 1. O multiplicador também tem efeito perverso: se os gastos caírem em $100mi, a renda cairá num múltiplo de $100mi • Multiplicadores de tributos e importações são negativos, pois representam vazamentos do fluxo de renda 2. O multiplicador opera porque economia está operando abaixo do pleno emprego, se estivesse operando à plena capacidade uma injeção de renda só levaria ao aumento de preços, podendo detonar um processo inflacionário. Exercício • Suponhamos uma economia a dois setores (sem governo e setor externo) e que a estimativa da relação entre consumo e renda seja dada pela equação: C = 10 + 0,8RND • Suponhamos ainda que o investimento seja igual a 5 e, apenas para simplificar, não dependa de variações na renda nacional. I = 5 • Determine: a) RN de equilíbrio b) Consumo agregado e c) Poupança agregada Exercício • Sabemos que a condição de equilíbrio é igual a: OA = DA ou RN = C + I + G + (X-M) Sabemos ainda que: C = 10 + 0,8 RND I = 5 G = 0 (economia sem governo) X-M =0 (economia fechada, sem setor externo) Exercício • Substituindo: RN = 10 + 0,8 RND + 5 + 0 + 0 Como a economia não tem governo, a RND = RN, então, reescrevendo temos: RN = 10 + 0,8RN + 5 Exercício a) Calculando Renda Nacional: RN = 15 + 0,8 RN RN – 0,8RN = 15 0,2RN = 15 RN = 75 A renda nacional de equilíbrio, ou seja, a renda efeitiva da economia que equilibra oferta e demanda agregadas de bens e serviços é $75 Exercício b) Calculando Consumo agregado: C = 10 + 0,8RND Como RND = RN = 75, temos C = 10 + 0,8 (75) C = 10 + 60 = $70 Exercício c) Calculando Poupança agregada: sabemos que RND = C + S Como RND = RN = 75, e C = 70 S = RND - C S = 75 - 70 = $5 Exercício • Suponhamos ainda nesse exemplo que ocorreu um aumento de $2 nos gastos de investimentos, fazendo com que o nível de investimento total saltasse de $5 para $7 ∆I = 2; I=7 Determine novamente a renda nacional de equilíbrio. Exercício • Condição de equilíbrio: OA=DA RN = C+I+G+(X-M) Dado que o exemplo supõe uma economia fechada e sem governo, temos: RN = C+I RN = 10 + 0,8 RN + 7 RN = 17 + 0,8 RN RN = 85 Observe que um acréscimo dos gastos de investimentos de 2 elevou a renda nacional de 75 para 85, ou seja, houve um efeito multiplicador igual a 5 Exercício • Multiplicador: kI= ∆𝑅𝑁 ∆𝐼 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 kI = 85−75 7−5 = 10 2 = 5 Exercício kI= ∆𝑅𝑁 ∆𝐼 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎𝑁𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 Matematicamente, o multiplicador keynesiano de gastos é o inverso da propensão marginal a poupar kI = 1 𝑃𝑀𝑃 ou kI = 1 1−𝑃𝑀𝐶 Exercício • Cálculo do multiplicador pela PMP ou PMC: kI = 1 𝑃𝑀𝑃 ou kI = 1 1−𝑃𝑀𝐶 kI = 1 1−0,8 = 1 0,2 = 5 • fim
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