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Primeiro Cinema

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Primeiro Cinema
 Origem popular: exibido nas feiras, em meio aos espetáculos de showman com várias habilidades, no circo, nos teatros de vaudeville. 
 O cinema não era considerado arte. Os pequenos filmes eram uma técnica auxiliar para vender novas tecnologias, como o cinematógrafo dos Irmãos Lumière. 
 Havia o Mutoscópio, Mareorama, Stereorama, kinestocópios bioscópio - formas individualizadas de exibição de imagens.
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cinematógrafo
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Mutoscópio
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Praxinoscópio (1877)
Taumotrópio
 (1826)
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Black Maria
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Sala de Kinetoscópio
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Teatro de Vaudeville/
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O cinema das origens divide-se em dois períodos :
Primeiro período: 1894 a 1906/7. Conhecido como “cinema das atrações”.
Filmes curtos de apenas um plano. Gags (breves piadas visuais, com preparação e desfecho inesperado), cenas da vida cotidiana, cenários naturais, paisagens de terras distantes, desfiles e multidões na rua, além de atualidades - registradas na hora ou reconstituídas
Segundo período: 1908 a 1912. Narração passa a dominar. Cinema que tem Griffith como seu maior nome.
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Atração: Forma dominante de apresentação dos filmes até 1900. O que estimula a curiosidade visual, desperta ou cria excitação, assombro, espanto, fascinação. As primeiras técnicas de propaganda tem uma relação muito forte com essa estética das atrações. A pergunta é “como funciona?” e não o contexto fictício da ação. 
As atrações são voltadas para fora da tela, para o espectador, com quem esses pequenos filmes tem uma relação mais direta. 
A frontalidade da câmera em relação à cena, a distância da câmera para que se pudesse ver todo o cenário, impediam que se visualizasse com nitidez os rostos e expressões dos personagens. Daí a interpretação exagerada dos atores.
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Nomes mais importantes do cinema das atrações, primeira fase do cinema das origens: 	
Irmãos Lumière: dupla de inventores com um esquema de marketing muito interessante: forneciam projetores, filmes, operadores e se encaixavam seus produtos nas programações locais. Seus operadores eram também cinegrafistas e multiplicavam as imagens do mundo para o catálogo dos Lumière. 
Georges Meliès: mágico e encenador e dono da Star Film. Produziu centenas de filmes entre 1896 e 1912. Faliu em 1913, quando o cinema encontrou uma forma narrativa própria. Diretor de Viagem à lua (1902)
Edwin Porter: projecionista e técnico de fotografia, que foi trabalhar como operador de câmera para a Cia Edison em 1900. Os cinegrafistas eram nessa época o diretor do filme. Diretor de Vida de um bombeiro americano (1903). 
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Irmãos Lumière: Chegada do trem na estacão, Saída da fábrica, Café da manhã do bebê, O jardineiro molhado, Demolição de um muro, Deixando Jerusalém de trem, Niágara.
Georges Meliès: Viagem à lua (1902), O diabo negro, Mágicas etc
E. S. Porter: 
Assalto ao trem
The dog factory (1904)
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Pioneiros do cinema inglês:
R. W. Paul: 
The countryman and the cinematograph (1901)
Cecil Hepworth
Rescued by rover (1904)
G. A. Smith: um dos inventores do plano subjetivo
The kiss in the tunnel (1899) (continuidade)
Let me dream again (1900) (sonho/realidade)
Grandma’s reading glass (1900)
As seen through a telescope (1900)
Mary Janes’s Mishap (1903) 
Williamson’s Kinematograph.co
The big swallow (1901)
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The big swallow - 1901
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Segundo período: 1908 a 1914
O cinema se generaliza, se “domestica” e se massifica no período dos Nickelodeons (1905/1906), que sucede o período dos Vaudevilles, marcando o fim do cinema das atrações. 
O cinema deixa de ser uma atividade marginal e passa a ser exibido como atração exclusiva em grandes armazéns transformados em cinema do dia para a noite. Fazem sucesso instantâneo, enriquecem pequenos e grandes exibidores e se espalham pelos EUA marcando o início de uma atividade industrial. Inicialmente não controlados pelos poderes institucionais (lugares nada familiares, freqüentados por pobres, marginais, operários, prostitutas), o cinema ganha em 1908 um órgão de auto-regulamentação. 
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Nickelodeon
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Transição entre atração e narração:
Filmes de perseguição: as primeiras formas de narrativa freqüentes entre os anos de 1903 e 1906. Porém, essa forma só se tornou importante em 1904 pois o gênero dominante era filmes de um só plano.
A narração e a transformação do cinema em entretenimento familiar e de classe média vem junto com a montagem e a narração. 
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1908: qualquer história se conta com menos de 20 planos. Em 1909, 12 minutos de duração já correspondem a mais de 50 planos. Um único rolo: 10/15 minutos. 
Em 1912/1913 chega-se a 100 planos. 
O período de 1906 a 1914 representa a narrativização do cinema culminando com o filme de longa-metragem. Essa transição se completa em 1914. O filme torna-se uma narrativa compreensível sem ajuda externa às imagens que desfilam na tela. 
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 Grande mudança no cinema dos primeiros tempos:
O espaço da ficção não tem mais relação com o espaço da platéia. Um espaço do qual o espectador só pode observar através da fantasia e da visão. Não temos mais a sensação de um fora da lei atirando em nós. A partir daí, os atores não devem mais olhar para a câmera. Trata-se de uma nova idéia, a de que nós, públicos, olhamos tudo como voyeurs.
Novas regras: proibição do olhar para a câmera, definição dos padrões estéticos para heróis e heroínas, de finais felizes e do fracasso das opções pela marginalidade ou pelo crime. Não há mais ambigüidade. Moralização das trajetórias. Cinema pedagógico para a sensibilidade de classe média e para “domesticar” a massa. 
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Os primeiros exemplos de montagem paralela surgem em 1907. 
Em 1909, tinha se tornada dominante nas cenas de salvamento no último minuto. 
1909: Lonely Villa, clássico da montagem paralela, de 12 minutos, já correspondendo a mais de 50 planos.
1912: For his son (Griffith)
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Griffith: 450 curtas realizados entre 1908/1913. 
No período da Biograph, Griffith privilegia a fluência, a sucessão lógica e o ritmo acelerado que hipnotiza a platéia, mas o movimento de câmera ainda é raro. Redefine o papel do diretor de cinema como coordenador de fotógrafo, atores, montagem. Consolida a figura do narrador, “mão invisível” que expõe um ponto de vista, modula a emoção, argumenta, coloca o espectador na posição de observador ideal de fatos. Seus filmes eram os enlatados da época. 
Entre 1908/1913 torna-se o grande mestre da continuidade, tomando-se cuidado na passagem de um plano a outro para não haver saltos. 
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Griffith lista, em 1913, as inovações que trouxe para o cinema, que ficou conhecida como decupagem clássica:
Continuidade narrativa: ligações dos planos simulando uma continuidade. 
 Montagem invisível e montagem paralela. 
 Close up, planos americanos, grandes planos gerais. 
 A decomposição de uma única cena em vários planos, procedimento mais difícil. O corte no interior de cada cena parece simples mas exige muito.
Filmes mais longos começam a aparecer na Europa e EUA a partir de 1912. Griffith sai da Biograph, onde produziu cerca de 450 curtas, para desenvolver enredos mais longos. Em 1915 longas metragens de 75 minutos tornam-se a norma.
 
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