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Princípios do Direito ambiental

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Faculdade Pitágoras – FAMA
Lara Rita Albuquerque Camara
Engenharia Ambiental e Sanitária
Introdução ao Direito Ambiental: Princípios do Direito ambiental
São Luís – Ma
2015 
Faculdade Pitágoras – FAMA
Lara Rita Albuquerque Camara
Engenharia Ambiental e Sanitária
Introdução ao Direito Ambiental: Princípios do Direito ambiental
Trabalho realizado para obtenção da nota referente à avaliação parcial 1, da disciplina de Direito Ambiental pelo professor: Paulo Neto.
São Luís – Ma
2015
Introdução
 
O presente trabalho faz uma breve  análise dos principais princípios do Direito Ambiental, priorizando as mudanças climáticas como problema que envolve o planeta e de difícil.  
Abrange-se assim, os princípios da precaução, da prevenção, do poluidor pagador e da solidariedade para com as futuras gerações serão vistos em função dos debates sobre a necessidade de um novo acordo para substituir o Protocolo de Quioto (1997) e da edição de uma Política Nacional de Mudanças Climáticas no Brasil.
Na primeira parte do trabalho estão os princípios do Direito Ambiental, para logo em seguida fazer uma analise do problema do clima. O clima é visto como fonte de vida da terra. E a sua preservação necessária para a existência e sobrevivência do homem, para quem o direito é direcionado.
O estudo foi realizado através da leitura de artigos e doutrinadores e não possui por meta esgotar todas as profícuas discussões existentes na doutrina acerca de tais princípios.
O objetivo do trabalho consiste em trazer à baia importantes reflexões com base em tais princípios e capazes de contribuir para informar de maneira qualificada os debates em curso.
A preocupação maior foi trazer o debate para o curso de Engenharia Ambiental (Pitágoras, 5º período) da educação ambiental para preservação das futuras gerações.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Os princípios norteadores do Direito Ambiental
 
 
A Segunda Guerra Mundial traz o esgotamento dos recursos naturais, além da percepção do homem como um ser natural, por conta da aceleração desordenada da produção agrícola e principalmente da produção industrial, de maneira que se tornou perceptível a necessidade de se encontrar um modelo de desenvolvimento que não ameaçasse à sustentabilidade planetária.  
A evolução da sociedade e o aparecimento de novas tecnologias fazem com que a cada dia surjam novas situações capazes de interferir na qualidade do meio ambiente e que por isso não podem deixar de ser reguladas pelo Direito Ambiental.  
O homem mais consciente de seus direitos como ser humano e da necessidade de preservação do meio ambiente, em julho de 1972, a Organização das Nações Unidas organizou em Estocolmo, na Suécia, a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, grande marco internacional do surgimento de um ramo da Ciência Jurídica,  aprovando ao final a Declaração Universal do Meio Ambiente que declarava que os recursos naturais, como a água, o ar, o solo, a flora e a fauna, devem ser conservados em benefício das gerações futuras, cabendo a cada país regulamentar esse princípio em sua legislação de modo que esses bens sejam devidamente tutelados.   
As fontes do Direito são todas as circunstâncias ou instituições que exercem influência sobre o entendimento dos valores tutelados por um sistema jurídico.  Entre as fontes do Direito estão a lei, os costumes, a jurisprudência, a doutrina, os tratados e convenções internacionais e os princípios jurídicos.   
A palavra princípio significa o alicerce, a base ou o fundamento de alguma coisa. Trata-se de um vocábulo de origem latina e tem o sentido de aquilo que se torna primeiro. Na ideia de princípio está a acepção de início ou de ponto de partida.   
Os princípios exercem uma função especialmente importante frente às outras fontes do Direito porque, além de incidir como regra de aplicação do Direito no caso prático, eles também influenciam na produção das demais fontes do Direito. 
Dentro do Direito Ambiental os princípios também desempenham essas mesmas funções de interpretação das normas legais, de integração e harmonização do sistema jurídico e de aplicação ao caso concreto.    
Os princípios permitem compreender a autonomia do Direito Ambiental em face dos outros ramos do Direito, auxiliam no entendimento e na identificação da unidade e coerência existentes entre todas as normas jurídicas que compõem o sistema legislativo ambienta, extraem as diretrizes básicas que permitem compreender a forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na sociedade, e ademais,  servem de critério básico e inafastável para a exata inteligência e interpretação de todas as normas que compõem o sistema jurídico ambiental, condição indispensável para a boa aplicação do Direito nessa área. 
É preciso destacar também que a afirmação dos princípios do Direito Ambiental desempenhou um papel fundamental no reconhecimento desse Direito enquanto ramo autônomo da Ciência Jurídica.   
Os princípios gerais do Direito Ambiental são: do Direito Humano Fundamental; Democrático;  da Precaução,  da Prevenção, da Responsabilidade, do Usuário Pagador e do Poluidor Pagador, do Equilíbrio, do Limite. 
O Principio do Direito Humano Fundamental é o  direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a todos e é um direito humano fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estocolmo e reafirmado na Declaração do Rio. 
O Princípio Democrático tem por finalidade assegura ao cidadão o direito à informação e a participação na elaboração das políticas públicas ambientais, de modo que a ele deve ser assegurado os mecanismos judiciais, legislativos e administrativos que efetivam o princípio. Esse Princípio é encontrado não só no capítulo destinado ao meio ambiente, como também no capítulo que trata os direitos e deveres individuais e coletivos. 
O Princípio da Precaução é o que estabelece a vedação de   intervenções no meio ambiente, salvo se houver a certeza que as alterações não causaram reações adversas, já que nem sempre a ciência pode oferecer à sociedade respostas conclusivas sobre a inocuidade de determinados procedimentos. 
O principio da Prevenção, possui semelhanças como o acima citado, tem por aplicação nos casos onde os impactos ambientais já são conhecidos, restando certo a obrigatoriedade do licenciamento ambiental e do estudo de impacto ambiental (EIA), estes uns dos principais instrumentos de proteção ao meio ambiente. 
O principio da Responsabilidade está disposto no artigo 225, § 3º da Constituição Federal de 1988, e traz ao poluidor, pessoa física ou jurídica, sanções   cíveis, penais ou administrativas. Logo, a responsabilidade por danos ambientais é objetiva. 
O principio do Usuário Pagador e do Poluidor Pagador está no artigo 4º, VIII da Lei 6.938/81, leva em conta os recursos ambientais e sua escassez, através de da degradação. 
Esse princípio prever que a utilização gratuita de um recurso ambiental está  gerando um enriquecimento ilícito, pois como o meio ambiente é um bem que pertence a todos, boa parte da comunidade nem utiliza um determinado recurso ou se utiliza, o faz em menor escala. 
O Princípio do Usuário Pagador estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve suportar seus custos, sem que essa cobrança resulte na imposição taxas abusivas. Então, não há que se falar em Poder Público ou terceiros suportando esses custos, mas somente naqueles que dele se beneficiaram. O Princípio do Poluidor Pagador obriga quem poluiu a pagar pela poluição causada ou que pode ser causada. 
 Princípio do Equilíbrio é voltado para a Administração Pública, a qual deve pensar em todas as implicações que podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente, devendo adotar a solução que busque alcançar o desenvolvimento sustentável. 
Princípio do Limite é  voltado à Administração Pública, cujo dever é fixar parâmetros mínimos a serem observados em casos como emissões de partículas,ruídos, sons, destinação final de resíduos sólidos, hospitalares e líquidos, dentre outros, visando sempre promover o desenvolvimento sustentável. 
Os princípios são norteadores para julgamentos de caso concretos  dentro do Direito Ambiental. Ultimamente, as mudanças climáticas são temas constantes em debates e mídias nacionais e internacionais. 
O  clima é a base da existência do homem na terra e, portanto, de suma importância a sua preservação. A variação climática, ou a mudança de temperatura, traz consequências irreparáveis ao planeta,  à existência do biossistema.              
O clima é a variação de temperaturas, e o seu significado através de medidas relevantes do sistema atmosférico-oceânico ao longo de períodos de tempo que variam de semanas a milhares ou milhões dos anos. 
A mudança do clima é definida como uma variação significativa no estado médio do clima ou em sua variação, persistindo por um período prolongado (tipicamente décadas ou mais longo). 
A mudança do clima afetará a ecologia do planeta impactando a biodiversidade, causando extinções de espécies, alterando padrões migratórios, e perturbando ecossistemas em maneiras incontáveis. 
As mudanças climáticas impactarão as sociedades humanas afetando a agricultura, as fontes de água e sua a qualidade, padrões do estabelecimento, e a saúde. 
O estudo dos cientistas sobre o clima está relacionado como aumento dos gases e da temperatura media da terra, em razão de atividades humanas. pode-se citar como exemplo as observações de Grubb, Christian Vrolijk e Duncan Brack: “O Efeito Estufa não é uma preocupação nova. Em 1827, o cientista francês Fourier sugeriu que a atmosfera terrestre aquece a superfície, deixando passar a radiação solar de alta energia e armazenando parte das longas ondas de radiação que voltam da superfície. Isto é causado por uma série de ‘gases de efeito estufa’, notavelmente dióxido de carbono e vapor d’água".  
No Brasil, a corrente refratária à tese de que presenciamos mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global de origem antrópica é defendida, dentre outros e, especialmente, pelo cientista Luiz Carlos Molion. 
Alguns cientistas como Carlos Molion, estamos numa fase cíclica de aquecimento que em breve dará lugar a um período de resfriamento.  Afirma, ainda,  que o aquecimento global é um terrorismo climático e que a tese seria manipulada por países desenvolvidos. 
Para outros estudiosos como Alberto Setzer, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em entrevista ao Jornal O Globo (08/03/2007, Caderno Ciência, p. 50), disse ser cedo para afirmar que as mudanças climáticas são induzidas pelo homem e alega que existe uma tendência de resfriamento do planeta após 2005. Para ele, as mudanças climáticas somente podem ser observadas na Península Antártica, não havendo grandes alterações na parte interior do continente antártico. 
Entender o clima como fator principal para a sobrevivência do planeta e existência dos seres vivos é fundamental para preservar e conscientizar o homem. Preservar o planeta para futuras gerações é primordial dentro do Direito Ambiental. No Brasil a discussão é recente e ainda precisa de muitos estudos e políticas públicas que supram as necessidades do país.                                                                                                                                                   
Conclusão
Conclui-se que os estudiosos do assunto, mudanças climáticas, não possuem o mesmo consenso científico, quer seja sobre a sua ocorrência, quer seja sobre a sua intensidade.
As congregações de grandes cientistas afirmam que existem e modificam o meio ambiente, opinião mais equilibrada e que possibilita discussões a respeito das variações climáticas recentes ocorridas em nosso planeta.
Assim, o aquecimento global, tão debatido pelas mídias e esquecido pelas grandes organizações governamentais, é o causador de diversas mudanças climáticas de forma gradual e acelerada o incremento da temperatura média da superfície terrestre, o que intensifica o efeito estufa.
Referencial
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