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Aula 09 FREDERICO DIAS

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA O STJ – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
Prof. Frederico Dias www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 9 – Controle de Constitucionalidade – Parte 2 
Olá! 
Pronto para continuar o estudo do controle de constitucionalidade? 
Vejamos o conteúdo da Aula de hoje. 
1 – Ação Declaratória de Constitucionalidade 
1.1 – Requisitos e objeto 
1.2 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da 
União 
1.3 – Medida cautelar 
2 – Ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
2.1 – Objeto 
2.2 – Medida cautelar 
2.3 – Efeitos da decisão 
2.4 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral da 
União 
3 – Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
4 – Representação de Inconstitucionalidade 
Ao final, comentaremos diversas questões sobre controle de 
constitucionalidade. 
Boa aula! 
 
1 – Ação Declaratória de Constitucionalidade 
Na aula passada, vimos a ADI. A Constituição prevê também a ação 
declaratória de constitucionalidade – ADC, criada pela Emenda Constitucional 
nº 3, de 1993 para o reconhecimento da constitucionalidade de uma norma 
federal (estadual não). 
Trata-se de ação de mesma natureza da ADI, uma vez que: 
I) também é ação do controle abstrato (de natureza objetiva e de competência 
do STF); 
II) tem os mesmos legitimados da ADI; 
III) seus efeitos têm o mesmo alcance dos efeitos da ADI (erga omnes, ex 
tunc, efeito vinculante e repristinatório). 
É também cabível a manipulação desses efeitos pelo STF, caso a ação resulte 
na inconstitucionalidade da lei. 
O que as diferencia essencialmente é que na ADC o que se pede é a 
pronúncia de constitucionalidade da norma (e não de 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA O STJ – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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inconstitucionalidade). Interessante observar que, por isso, a ADC é 
considerada a ADI de sinal trocado. Ou seja, no caso da ADC: 
- se a ADC é julgada procedente, estará sendo declarada a 
constitucionalidade da norma impugnada; 
- se a ADC é julgada improcedente, estará sendo declarada a 
inconstitucionalidade da norma impugnada. 
Daí seu caráter dúplice ou ambivalente (como o da ADI), uma vez que 
surte efeitos num e noutro sentido (tanto na procedência, quanto na 
improcedência). 
A ADC tem cabimento em situações nas quais esteja ocorrendo controvérsia 
judicial sobre a validade de determinadas normas, resultando em decisões 
antagônicas. Nesse caso, um dos legitimados pela Constituição poderá propor 
uma ação declaratória de constitucionalidade perante o STF, para que o 
Tribunal decida sobre a constitucionalidade da norma, terminando, 
definitivamente, com a controvérsia entre os juízos inferiores. 
De se destacar que, devido à semelhança entre as ações, quase tudo que foi 
mencionado em relação à ADI aplica-se à ADC. Tratarei dos aspectos em que 
elas se diferenciam. 
Assim, no que se refere à decadência, amicus curiae, desistência e ação 
rescisória, são plenamente aplicáveis à ADC as regras estudadas em relação à 
ADI. 
 
1.1 – Requisitos e objeto 
Para a propositura da ação declaratória de constitucionalidade é imprescindível 
que o autor comprove a existência de controvérsia judicial relevante 
sobre a aplicação da disposição objeto da ação, conforme previsto na Lei nº 
9.868/99, art. 14, III. 
Isso significa que só será legítima a propositura da ADC se o autor comprovar 
esse requisito. Assim, se o STF entender que o autor não comprovou a 
existência de controvérsia judicial relevante, a ação não será conhecida. 
Observe que se trata de controvérsia judicial relevante. Segundo o STF a 
mera divergência doutrinária não é suficiente para autorizar a propositura de 
ADC. 
No que tange ao objeto, é interessante observar que as mesmas considerações 
feitas para a ADI aplicam-se aqui. Mas há uma diferença substancial entre o 
objeto dessas ações. 
Alíás, trata-se de assunto bastante cobrado em concursos. Veja como é fácil... 
Em ADI, o STF aprecia leis e atos normativos federais e estaduais. Já a ADC 
não admite lei ou ato normativo estadual como seu objeto, mas somente 
leis ou atos normativos federais (CF, art. 102, I, a). 
Assim, de acordo com o art. 102, I, “a”: 
I – é cabível ADI para leis e atos normativos federais ou estaduais; e 
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II – é cabível ADC apenas para leis ou atos normativos federais. 
Então vai uma pergunta sobre o DF, continuando aquele exemplo que utilizei 
ao estudarmos a ADI, em que a Câmara Legislativa do DF aprove duas leis: 
uma sobre IPTU (imposto de competência municipal) e outra sobre ICMS 
(imposto de competência estadual). 
Qual dessas leis poderia ser impugnada no Supremo em sede de ADC? Você 
acertou se respondeu: “nenhuma das duas”, tendo em vista que o STF só julga 
ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos federais. 
 
1.2 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral 
da União 
A manifestação do Procurador-Geral da República é obrigatória, pois a 
Constituição Federal determina que ele será ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF (CF, art. 
103, § 1º). 
Entretanto, o STF afastou a obrigatoriedade de citação do Advogado-Geral da 
União no processo de ADC, pois o seu papel, no controle em abstrato, é 
defender a norma impugnada, e nessa ação não há norma legal impugnada a 
ser defendida. 
Você deve lembrar que nessa ação o autor requer a declaração de 
constitucionalidade da norma. 
 
1.3 – Medida Cautelar 
O STF poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de 
constitucionalidade, da mesma forma que na ADI, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros. 
Como você sabe, os pedidos em ADI e ADC são distintos. Enquanto na 
primeira objetiva-se a declaração de inconstitucionalidade da lei, na segunda 
visa-se à confirmação de sua constitucionalidade. 
O mesmo raciocínio deve ser utilizado para se distinguir os efeitos da cautelar 
em ADI e ADC. Em sede de ADI, a concessão de cautelar acarreta: (i) a 
suspensão da eficácia da norma; (ii) a suspensão do julgamento de processos 
envolvendo sua aplicação; e (iii) a repristinação (ou o retorno da eficácia) da 
legislação anterior, que tinha sido revogada. 
Por outro lado, se na ADC o pedido é pelo reconhecimento da validade da 
norma, não faz sentido que a cautelar resulte na suspensão de sua eficácia. 
Assim, o efeito da cautelar em ADC será o de suspensão dos processos 
judiciais e julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo 
objeto da ação. 
Concedida a medida cautelar, deverá o STF proceder ao julgamento da ação no 
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de perda de sua eficácia. 
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Assim como na ação direta, a concessão da medida cautelar em ação 
declaratória de constitucionalidade produzirá eficácia erga omnes e efeito 
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração 
Pública Federal, nas esferas federal, estadual e municipal. Ademais, como na 
ação direta, a medida cautelar em ação declaratória produzirá efeitos ex nunc, 
mas o STF poderá conceder-lhe efeitos retroativos (ex tunc), desde que o faça 
expressamente. 
Vamos dar uma olhada em alguns exercícios. 
1) (CESPE/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL SUBSTITUTO/PCRN/2008) As decisões 
definitivas de mérito proferidas pelo STF, nas ações declaratórias de 
constitucionalidade, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante 
relativamenteaos demais órgãos do Poder Judiciário, Poder Legislativo e à 
administração pública direta e indireta, em todas as esferas. 
De acordo com o art. 102, § 2º da CF/88, as decisões de mérito do STF na 
Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC produzirão: 
I) eficácia contra todos ou erga omnes (na medida em que alcança a 
todos, não apenas as partes de um determinado processo); e 
II) efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual, 
distrital e municipal (pois nenhum outro órgão do Poder Judiciário ou da 
Administração Pública poderá desrespeitar a decisão). 
O mesmo ocorre com as decisões em ADI e ADPF proferidas pelo STF. 
Item errado. 
2) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) 
Podem propor ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de 
constitucionalidade, entre outros legitimados, o presidente da República, o 
procurador-geral da República e o advogado-geral da União. 
A lista dos legitimados à interposição de ADI está expressa no art. 103 da 
CF/88: 
“Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
I - o Presidente da República; 
II - a Mesa do Senado Federal; 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal; 
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República; 
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; 
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IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.” 
De se observar que o Advogado Geral da União não dispõe de competência 
para a proposição de ADI. Daí o erro da questão. 
Item errado. 
3) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Segundo entendimento do STF, no 
controle abstrato de constitucionalidade de lei ou ato normativo, a eficácia 
vinculante da ação declaratória de constitucionalidade se distingue, em 
sua essência, dos efeitos das decisões de mérito proferidas nas ADIs. 
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, 
nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de 
constitucionalidade produzirão efeito vinculante, relativamente aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas 
esferas federal, estadual e municipal (CF, art. 102, § 2º). 
Segundo o STF, a eficácia vinculante da ação declaratória de 
constitucionalidade, fixada pelo § 2º do artigo 102 da Carta da República, não 
se distingue, em essência, dos efeitos das decisões de mérito proferidas nas 
ações diretas de inconstitucionalidade (Rcl 1880, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
julgamento em 07/11/02). 
Aliás, observe que, enquanto a ADI é proposta a fim de se declarar a 
inconstitucionalidade da lei, a ADC tem por finalidade a declaração de 
constitucionalidade da lei. 
Apesar de várias semelhanças entre as duas ações, vale relembrarmos 
algumas distinções entre elas. 
I – Só podem ser objeto de ADC leis e atos normativos federais (no caso da 
ADI, podem ser federais ou estaduais). 
II – Constitui pressuposto para a impetração da ADC a demonstração inicial de 
relevante controvérsia judicial. 
III – Os efeitos da concessão de medida cautelar em ADC restringem-se à 
suspensão dos julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou ato em 
discussão. 
IV – Não há atuação do AGU em sede de ADC, pois a própria ação já objetiva a 
defesa da lei. 
V - É de se destacar ainda que em sede de ADI, o relator pedirá informações 
aos órgãos e entidades dos quais emanou a lei ou ato questionado. Como na 
ADC não há ato ou lei sendo atacado, não se faz necessário esse pedido de 
informações. 
Item errado. 
 
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2 – Ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) tem aplicação nas 
omissões inconstitucionais (situações nas quais não se cumpre o dever de 
elaboração de norma que regulamente determinado dispositivo constitucional) 
Ou seja, é medida que visa a tornar efetiva norma constitucional, por meio do 
reconhecimento da inconstitucionalidade da inércia do legislador 
infraconstitucional quanto ao dever de regulamentar a norma. 
Assim, em situações de omissão do legislador (ou de um órgão administrativo) 
em editar norma tratando de determinado assunto, poderá um dos legitimados 
pela Constituição Federal (CF, art. 103, I ao IX) propor ADI por omissão 
perante o STF, para que seja reconhecida a inconstitucionalidade da mora. 
Diversos detalhes já apresentados para a ADI são aplicáveis à ADO, uma vez 
que esta é apenas uma variante daquela. De se destacar que, recentemente, 
foi editada a nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009), que estabelece toda a 
disciplina processual dessa ação. 
 
2.1 – Objeto 
A omissão inconstitucional que pode acarretar a impetração de ADO é aquela 
que efetivamente desrespeita a Constituição: ou seja, situações nas quais 
havia a obrigação (e não a mera faculdade) de ser regulamentado 
determinado dispositivo constitucional. 
Em suma, as hipóteses de ajuizamento desta ação não decorrem de toda e 
qualquer espécie de omissão do Poder Público, mas sim daquelas omissões 
relacionadas com as normas constitucionais de eficácia limitada de caráter 
obrigatório. 
Considerando a classificação do prof. José Afonso da Silva, só dará ensejo à 
propositura da ação direta de inconstitucionalidade por omissão a falta de 
norma regulamentadora: 
I) de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios 
programáticos (normas programáticas propriamente ditas); ou 
II) de normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios 
institutivos ou organizativos de natureza impositiva. 
É dizer que as normas de princípio institutivo ou organizativo que sejam 
meramente facultativas não darão ensejo à omissão inconstitucional 
(trata-se de simples faculdade, não de obrigação). 
 
2.2 – Medida Cautelar 
Inicialmente, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que não cabe 
concessão de medida cautelar em ADI por omissão. Entretanto, esse 
entendimento foi superado pela edição da Lei nº 12.063/09, que recentemente 
regulamentou o processo de ADI por omissão perante o STF. Essa norma 
passou a prever expressamente a concessão de medida cautelar em ADO. 
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Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, 
por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida 
cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela 
omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
A medida cautelar poderá consistir na: (i) suspensão da aplicação da lei ou do 
ato normativo questionado, no caso de omissão parcial; bem como (ii) na 
suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos; ou 
ainda (iii) em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 
Portanto, atenção! A legislação atual prevê a possibilidade de concessão de 
medida cautelar em sede de ADI por omissão. 
 
2.3 – Efeitos da Decisão 
Declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao Poder 
competente para a adoção das providências necessárias e em caso de 
omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão seradotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado 
excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas 
do caso e o interesse público envolvido. 
Observe como o efeito da ADO é distinto para Poderes ou para órgãos 
administrativos: 
I) omissão de um dos Poderes → será dada mera ciência; 
II) omissão de órgãos → será fixado prazo de 30 dias para a edição dos atos 
necessários ao saneamento da omissão. 
 
2.4 – Atuação do Procurador-Geral da República e do Advogado-Geral 
da União 
Segundo a tradicional jurisprudência do STF, a função do Advogado-Geral da 
União como defensor da norma impugnada não ocorreria em ADI por omissão 
(ADO). 
Entretanto, a nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009) estabelece que o relator 
poderá solicitar manifestação do AGU, a ser encaminhada no prazo de 15 
dias. 
Já a manifestação do Procurador-Geral da República ocorre normalmente, 
pois a Constituição Federal determina que ele será ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do STF (CF, art. 
103, § 1º). Em ADO, ressalvam-se exclusivamente os casos em que ele seja o 
próprio autor, nos termos do § 3° do art. 12-E da Lei da 9868/99. 
“O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista 
do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações.” 
Veja como o Cespe não deixa nada pra trás... 
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4) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) A legislação em vigor não admite 
a concessão de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade 
por omissão. 
Questão recentíssima! E já cobrando essa alteração na nossa matéria. 
A jurisprudência do STF foi superada pela edição da Lei nº 12.063/09, que 
passou a prever expressamente a concessão de medida cautelar em ADO. 
Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, 
por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá conceder medida 
cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela 
omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) 
dias. 
Item errado. 
5) (CESPE/AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEFAZ/ES/2008) 
Segundo o entendimento do STF, o advogado-geral da União deve, 
obrigatoriamente, ser citado no processo de ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão. 
Segundo a tradicional jurisprudência do STF, a função do Advogado-Geral da 
União como defensor da norma impugnada não ocorreria em ADI por omissão 
(ADO). Portanto, a questão foi considerada errada à época. 
Hoje, com a edição da nova lei da ADO (Lei nº 12.063/2009), o relator poderá 
solicitar manifestação do AGU, a ser encaminhada no prazo de 15 dias. 
Então, entendo que, apesar da nova regulamentação sobre o tema, a assertiva 
permanece incorreta, concorda? Afinal, compete ao relator a decisão de ouvi-lo 
ou não (não existindo a obrigatoriedade mencionada na assertiva). 
Item errado. 
 
3 – Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
A arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) decorrente da 
Constituição será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, § 
1º). 
A Lei nº 9.882/99, regulamentando esse dispositivo, estabeleceu o processo e 
o julgamento dessa ação. Aliás, cabe destacar que o STF tinha se posicionado 
no sentido de que o art. 102, § 1º da CF/88 era norma constitucional de 
eficácia limitada, portanto dependente de regulamentação. 
A ADPF tem por objeto evitar (preventiva) ou reparar (repressiva) lesão a 
preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público, e quando for 
relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato 
normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à 
Constituição. 
Ou seja, após a criação da ADPF tanto as normas municipais quanto as pré-
constitucionais passaram a ser objeto do controle abstrato perante o STF. 
DIREITO CONSTITUCIONAL PARA O STJ – TEORIA E EXERCÍCIOS 
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Os legitimados são os mesmos legitimados para propositura de ADI (CF, 
art. 103, I ao IX). 
Observe, assim, que será cabível a arguição de descumprimento de preceito 
fundamental: 
I) para evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do 
Poder Público; e 
II) diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo. 
Nesta última situação, o autor da ação tem o ônus de comprovar a existência 
de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental 
que se considera violado. 
Quanto ao conceito de preceito fundamental, não está estabelecido o que 
seria isso propriamente. Para a doutrina, tudo o que diga respeito às questões 
vitais do Estado enquadrar-se-iam nesse conceito (direitos individuais, forma 
federativa de Estado, fundamentos da República etc.). 
Segundo o STF, compete a ele próprio o juízo acerca do que se há de 
compreender como preceito fundamental. 
Cabe comentar sobre a subsidiariedade da ADPF. Com efeito, é incabível a 
argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver outro 
meio eficaz de sanar a lesividade. 
Isso significa que não se admite a ADPF se for cabível alguma das demais 
ações do controle abstrato de constitucionalidade que tenham finalidade 
semelhante (ADI e ADC). 
De se registrar que essa natureza subsidiária permite que uma ADPF 
impetrada no STF venha a ser conhecida como outra ação do controle 
abstrato (ADI, por exemplo), caso seja admitida esta ação. 
Assim, de acordo com a Suprema Corte, é possível a conversão da ADPF em 
ADI diante da perfeita satisfação dos requisitos exigidos à propositura desta 
(legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido) e em observância ao 
princípio da fungibilidade. 
Quanto à possibilidade de medida cautelar, o STF, por decisão da maioria 
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na 
argüição de descumprimento de preceito fundamental. Em caso de extrema 
urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o 
relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. 
A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais 
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de 
qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da 
argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da 
coisa julgada. 
A força da decisão definitiva de mérito do STF proferida em ADPF é a mesma 
estudada para a decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade 
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A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental 
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos 
Ministros (oito Ministros). Se houver necessidade de declaração da 
inconstitucionalidade do ato do Poder Público que tenha lesionado preceito 
fundamental, a decisão deverá ser tomada por maioria absoluta (CF/88, art. 
97). 
Em razão da força vinculante desta ação, caberá reclamação contra o 
descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em ADPF. 
A lei estabelece que a decisão proferida em ADPF terá eficácia contra todos e 
efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público (Lei nº 
9.882/1999, art. 10, § 3º). 
6) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) Quem 
não tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade não 
a tem para ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), 
razão pela qual prefeitomunicipal é parte ilegítima para propor ADPF. 
Isso mesmo! O rol de legitimados da ADI é o mesmo do rol de legitimados da 
ADPF. Não há legitimidade ativa em ADI para o prefeito municipal. 
Item certo. 
7) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) De acordo com o entendimento do 
STF, a arguição de descumprimento de preceito fundamental não pode ser 
conhecida como ADI, em face de sua especificidade, ainda que o objeto do 
pedido principal da arguição seja a declaração de inconstitucionalidade de 
preceito autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, e que estejam 
presentes os demais requisitos da ADI. 
Deixe-me utilizar essa questão para abordar a chamada fungibilidade entre 
as ações do controle abstrato de constitucionalidade. Para o Supremo Tribunal 
Federal, as ações do controle de constitucionalidade (ADI, ADC e ADPF) são 
fungíveis: ou seja, uma pode ser substituída pela outra, sem prejuízo ao 
pedido e à apreciação da ação. 
Assim, nos termos da jurisprudência da Corte, é possível a conversão da 
argüição de descumprimento de preceito fundamental em ação direta de 
inconstitucionalidade, diante da perfeita satisfação dos requisitos exigidos à 
propositura desta (legitimidade ativa, objeto, fundamentação e pedido) e em 
observância ao princípio da fungibilidade. 
Nesse sentido, com base no princípio da fungibilidade, conheceu-se de 
argüição proposta como ação direta de inconstitucionalidade, ante a perfeita 
satisfação dos requisitos exigidos à sua propositura - legitimidade ativa, 
objeto, fundamentação e pedido (ADI 4.180/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, 
julgamento em 10/03/2010). 
Item errado. 
8) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF reconhece a prefeito municipal 
legitimidade ativa para o ajuizamento de arguição de descumprimento de 
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preceito fundamental, não obstante a ausência de sua legitimação para a 
ação direta de inconstitucionalidade. 
A assertiva está errada porque a argüição de descumprimento de preceito 
fundamental – ADPF só pode ser proposta por um dos legitimados pela 
Constituição para a proposição de ADI. Todas as ações do controle abstrato 
perante o STF têm os mesmos legitimados, que são os apontados no art. 103, 
I a IX, da Constituição. 
Item errado. 
 
4 – Representação de Inconstitucionalidade 
Quando estudamos a Organização do Estado, aprendemos uma hipótese 
excepcional de afastamento temporário da autonomia de um ente federado 
para forçá-lo ao cumprimento da Constituição. Trata-se do processo de 
intervenção (CF, arts. 34 a 36). 
Assim, podemos considerar que também o processo de intervenção funciona 
como procedimento de controle de constitucionalidade. 
Interessa-nos neste momento a chamada representação interventiva – em 
que o Poder Judiciário provê ação impetrada pelo Procurador-Geral da 
República (ou Procurador-Geral de Justiça) em duas hipóteses de intervenção 
provocada: ofensa aos princípios constitucionais sensíveis e recusa à execução 
de lei federal (CF, art. 36, III). 
Assim, você deve se lembrar de que, nessas duas situações (princípios 
sensíveis e aplicação de lei federal), a intervenção federal dependerá de 
provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação interventiva do 
Procurador-Geral da República. 
Os princípios sensíveis estão enumerados no art. 34, VII, da Constituição 
Federal: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta; 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
Para a doutrina, essa hipótese de intervenção configura autêntica ação direta, 
motivo pelo qual, é conhecida como ação direta de inconstitucionalidade 
interventiva – ADI Interventiva. 
A recusa à execução de lei federal é outra das hipóteses autorizadoras da 
intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal (CF, art. 34, VI). Por 
sua vez, essa última hipótese de intervenção é conhecida como ação de 
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executoriedade de lei, uma vez que objetiva compelir a observância de uma 
lei federal (e não diretamente da Constituição). 
De se observar que a ADI Interventiva consubstancia controle concentrado (no 
STF) diante de casos concretos cuja iniciativa é privativa do Procurador-Geral 
da República. 
No âmbito dos Estados-membros, a representação interventiva será proposta 
perante o Tribunal de Justiça para assegurar a observância de princípios 
indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem 
ou de decisão judicial (CF, art. 35, IV). 
A legitimação para propor a ação direta interventiva no Estado pertence 
exclusivamente ao Procurador-Geral de Justiça, Chefe do Ministério Público do 
Estado. 
Vamos finalizar o estudo do controle de constitucionalidade com algumas 
questões? 
Vou iniciar com uma questão interessante, referente ao conceito de 
inconstitucionalidade por arrastamento. 
9) (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Em atenção ao princípio da adstrição, o 
ordenamento jurídico brasileiro não admite a inconstitucionalidade por 
arrastamento, que consistiria na possibilidade de o STF declarar a 
inconstitucionalidade de uma norma objeto de pedido e também de outro 
ato normativo que não tenha sido objeto do pedido, em virtude de 
correlação, conexão ou interdependência entre uma e outro. 
Já sabemos que, em controle de constitucionalidade abstrato, o STF é 
vinculado ao pedido, devendo se ater à análise daqueles dispositivos 
impugnados, sem a possibilidade de declarar inconstitucionais outros 
dispositivos. 
Exemplo: Os arts. 3° e 9° da Lei “A” estão sendo impugnados em sede de ADI. 
Como o STF está vinculado ao pedido, não pode decidir declarar 
inconstitucional toda a Lei “A”, mesmo que haja outras inconstitucionalidades 
flagrantes nos dispositivos não impugnados. 
Ok. Está tudo muito bom, está tudo muito bem. Todavia, há uma hipótese 
excepcional em que se admite certa flexibilização dessa regra geral. Isso 
ocorre quando a declaração de inconstitucionalidade estende-se a outros 
dispositivos pelo fato de haver uma estreita relação entre eles e a norma 
impugnada. 
Significa que, se dois dispositivos legais (estejam ou não no mesmo diploma 
legal) mantêm, entre si, um vínculo de dependência jurídica que resulta na 
impossibilidade de que uma norma permaneça no ordenamento jurídico sem a 
outra, poderemos ter a chamada inconstitucionalidade por arrastamento. 
Ou seja, a declaração de inconstitucionalidade alcançaria não apenas a norma 
legal impugnada (se estenderia aos outros dispositivos com ela relacionados), 
uma vez que as normas remanescentes perderiam todo o sentido com a 
declaração de invalidade da primeira. 
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Vejamos um exemplo. 
Suponhamos que a Lei “B” crie uma nova licença para os servidores de um 
ente da Federação. 
(...) 
Art. 4°. O servidor poderá se afastar das suas atividades por trinta dias ao 
ano, sem prejuízo da remuneração, para usufruir de licença... 
Art. 5°. A licença prevista no artigo anterior poderá ser parcelada em até duas 
vezes. 
Agora, digamos que o art. 4° da Lei “B” seja impugnado em ADI perante o STF 
e a tal licença seja declarada inconstitucional. Faz algum sentido manter válido 
o art. 5° daquela lei? 
Não, não faz. Diantedisso, mesmo não tendo sido impugnado especificamente 
o art. 5°, o STF declara a inconstitucionalidade do art. 4° da Lei “B” e, por 
arrastamento, a do art. 5°. 
A questão está incorreta, uma vez que, nessas hipóteses excepcionais, tem o 
STF admitido a declaração de inconstitucionalidade por arrastamento ou por 
atração. 
Item errado. 
10) (CESPE/JUIZ/TJ/AC/2012) Mesmo nos tribunais judiciais que dispõem de 
órgão especial ou órgão fracionário, a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo só pode ser declarada pelo tribunal pleno, mediante o voto da 
maioria absoluta de seus membros. 
A cláusula de reserva de plenário estabelece que somente pelo voto da maioria 
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial 
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
do Poder Público (CF, art. 97). 
Em suma, a reserva de plenário não impede a declaração de 
inconstitucionalidade pela maioria absoluta do órgão especial. 
Item errado. 
11) (CESPE/JUIZ/TJ/AC/2012) O STF pode conceder medida cautelar em ação 
direta de inconstitucionalidade por omissão, em caso de excepcional 
urgência e relevância da matéria, por decisão da maioria absoluta de seus 
membros, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela 
omissão inconstitucional. 
A Lei nº 12.063/09, que regulamentou o processo de ADI por omissão (ADO) 
perante o STF, prevê expressamente possibilidade de concessão de medida 
cautelar em ADO. 
Assim, em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o 
Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá 
conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades 
responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se 
no prazo de 5 (cinco) dias. 
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A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato 
normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão 
de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra 
providência a ser fixada pelo Tribunal. 
Item certo. 
12) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/ES/2011) A ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão pode ser proposta pelos mesmos 
legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade genérica 
e da ação declaratória de constitucionalidade. 
A ADI por omissão tem os mesmos legitimados das demais ações do controle 
abstrato (ADI, ADC e ADPF). Trata-se do rol do art. 103 da CF/88. 
Item certo. 
13) (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) O controle judicial preventivo de 
constitucionalidade, que envolve vício no processo legislativo, deve ser 
exercido pelo STF via mandado de segurança, caracterizando-se como 
controle in concreto e efetivando-se de modo incidental. 
A única hipótese de controle preventivo exercido pelo Poder Judiciário é 
a possibilidade de Mandado de Segurança impetrado no STF por parlamentar. 
Observe não é o caso de uma ação específica do controle abstrato (ADI, ADC, 
ADO e ADPF) impetrada por um dos legitimados previstos no art. 103. Não, 
não. É uma ação impetrada por parlamentar diante de um caso concreto: ou 
seja, ele teve ofendido seu direito líquido e certo a participar de um processo 
legislativo adequado. E, por isso, incidentalmente irá pedir a declaração de 
inconstitucionalidade da lei. 
Item certo. 
14) (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) Conforme entendimento do STF, não cabe 
controle de constitucionalidade contra leis ou atos normativos anteriores à 
CF, seja por via de controle concentrado, seja por controle difuso. 
É possível o controle de constitucionalidade contra normas anteriores à CF/88. 
Seja por meio do controle difuso, diante de casos concretos em que o 
interessado se sinta prejudicado pelos efeitos de uma lei que ele considera 
inválida; seja por meio de ADPF (controle abstrato), em que um dos 
legitimados irá provocar o STF a respeito da incompatibilidade daquela norma 
com a Constituição de 1988. 
Um detalhe interessante. Na via incidental, diante de casos concretos, o 
interessado poderá impugnar a norma não só frente à Constituição de 1988, 
mas também em face da Constituição da anterior, que regeu aquela lei. 
Em ADPF não. A lei estará sendo impugnada em face da CF/88. 
Item errado. 
15) (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) A inconstitucionalidade formal relaciona-se, 
sempre, com a inconstitucionalidade total, visto que o ato editado em 
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desconformidade com as normas previstas constitucionalmente deve todo 
ele ser declarado inconstitucional. 
Vimos que a inconstitucionalidade formal relaciona-se a vícios de forma (e não 
no conteúdo), no processo de formação da lei. 
Temos ainda a inconstitucionalidade parcial e total. Parcial quando apenas 
parte da lei é declarada inconstitucional (apenas dois artigos, por exemplo, ou 
apenas uma expressão final em um dispositivo). A inconstitucionalidade total 
ocorre quando toda a lei é declarada inválida. 
Pois bem, a questão afirma que se a inconstitucionalidade é formal (decorrente 
da forma, do processo) só haverá inconstitucionalidade total. Ou seja, não há 
que se declarar inconstitucional apenas um ou dois artigos por questões 
processuais, de forma. 
E aí, certo ou errado? 
Vamos tentar responder com um exemplo. Imagine uma lei ordinária que 
tenha vinte artigos, regulamentando diversos aspectos de determinado 
assunto. 
Ok. Agora, suponha que nessa lei haja dois artigos que tratem de tema 
reservado à lei complementar. Ou seja, dentro daquela lei ordinária há dois 
artigos que versam sobre um assunto que, segundo a Constituição, deve ser 
regulamentado por lei complementar. 
Sabemos que uma lei ordinária não pode tratar de assuntos reservados à lei 
complementar. Então, se essa lei for impugnada, ela deverá ser declarada 
inconstitucional em sua totalidade? 
É evidente que não, afinal são válidos todos os demais dezoito artigos. Nesse 
caso, somente os dois artigos (que versam sobre tema de lei complementar) é 
que devem ser declarados inconstitucionais. 
Nessa hipótese, teremos uma lei declarada parcialmente inconstitucional por 
inconstitucionalidade formal. 
Item errado. 
16) (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) A revogação de lei ou ato normativo 
objeto de ação direta de inconstitucionalidade não implica perda de objeto 
da ação. 
Não se discute em sede de ADI a validade de normas revogadas, ainda que 
flagrantemente contrárias à Constituição. Afinal, o objetivo da ADI é 
justamente a retirada da norma inconstitucional do ordenamento jurídico. 
Diante disso, a revogação da norma torna a ação sem objeto. 
Desse modo, se a ADI for proposta após a revogação da lei, a ação não será 
conhecida pelo STF por ausência de objeto; se, por outro lado, a revogação 
ocorrer após a propositura da ação, a ADI perde seu objeto na data em que a 
lei foi revogada. 
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Em suma, a ADI não é conhecida por ausência de objeto se a lei foi 
revogada antes da propositura; e por perda de objeto se a lei foi revogada 
após a propositura. 
Item errado. 
17) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/PC/ES/2011) Considere que o tribunal de 
justiça do estado tenha julgado procedente ação direta de 
inconstitucionalidade que teve por objeto lei municipal, sob o fundamento 
de afronta a dispositivo inserto na Constituição Estadual, o qual se limitou 
a reproduzir preceito da CF de observância obrigatória pelos estados. 
Nessa hipótese, segundo entendimento do STF, não é viável a utilizaçãode qualquer espécie recursal contra a referida decisão para fins de 
submissão do tema à jurisdição da corte suprema, por tratar-se de 
decisão proferida no âmbito do controle abstrato de normas e por ter tido 
como objeto lei municipal. 
Em regra, não caberia recurso contra decisão do TJ local no âmbito de ADI 
impetrada em face da Constituição estadual. Todavia, excepcionalmente no 
caso de o dispositivo parâmetro ser reprodução obrigatória de dispositivo da 
Constituição Federal, é cabível recurso extraordinário perante o STF. 
Ou seja, se a norma municipal afronta dispositivo da Constituição Estadual que 
é mera cópia de dispositivo da CF/88 de reprodução obrigatória pelos estados-
membros, será cabível recurso extraordinário contra a decisão do TJ local. 
Nessa hipótese, a decisão do STF nesse recurso extraordinário irá dispor de 
eficácia erga omnes. 
Item errado. 
18) (CESPE/JUIZ/TJ/PB/2011) No controle difuso de constitucionalidade, os 
efeitos da decisão são, no aspecto temporal, ex tunc e, quanto aos 
atingidos, inter partes, não se admitindo exceções. 
Em regra, o controle difuso tem efeitos inter partes e ex tunc. 
Todavia, excepcionalmente, a decisão do STF no âmbito do controle difuso 
poderá alcançar a todos (eficácia erga omnes) caso o Senado Federal suspenda 
a execução da lei declarada inconstitucional (CF, art. 52, X). 
Ademais, mesmo no controle difuso é cabível a chamada modulação dos 
efeitos temporais, em que poderão ser atribuídos efeitos ex nunc 
(prospectivos ou pro futuro) à decisão que declara a inconstitucionalidade. 
Item errado. 
19) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/ES/2010) Segundo 
jurisprudência majoritária do STF, a decisão proferida em sede de recurso 
extraordinário interposto contra decisão de mérito proferida em controle 
abstrato de norma estadual de reprodução obrigatória da CF possui 
eficácia erga omnes. 
Exato! Como comentado anteriormente, dispõe de eficácia erga omnes a 
decisão do STF em um recurso extraordinário interposto contra decisão de 
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mérito em controle abstrato estadual cujo parâmetro escolhido seja dispositivo 
da Constituição estadual de reprodução obrigatória de norma da CF/88. 
Item certo. 
20) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2011) No sistema constitucional 
brasileiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode exercer o controle de 
constitucionalidade apenas via recurso extraordinário e em processos 
objetivos, nos quais se veiculem as ações diretas. 
A assertiva está incorreta, pois o STF pode exercer o controle de 
constitucionalidade incidental também diante de casos concretos que sejam 
submetidos a seu julgamento por outras ações distintas do recurso 
extraordinário. 
O exemplo mais notório é o do mandado de segurança impetrado por 
parlamentar para combater vício no processo legislativo durante o período de 
aprovação da lei. 
Item errado. 
21) (CESPE/JUIZ/TRF-5REGIÃO/2011) Não se admite a concessão de medida 
cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão, em razão da 
natureza e da finalidade desse tipo de ação. 
A princípio, a jurisprudência do STF entendia que não caberia concessão de 
medida cautelar em ADI por omissão. Esse entendimento foi superado pela 
edição da Lei nº 12.063/09, que passou a prever expressamente a concessão 
de medida cautelar em ADO. 
Diante disso, o STF poderá conceder medida cautelar consubstanciada: (i) na 
suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de 
omissão parcial; (ii) na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos 
administrativos; ou (iii) em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 
Item errado. 
22) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/ES/2011) Os efeitos da decisão 
procedente de uma ação direta de inconstitucionalidade são ex tunc e 
erga omnes, não se admitindo exceções à regra legalmente instituída. 
A possibilidade de modulação de efeitos temporais em ADI torna a questão 
errada, uma vez que, excepcionalmente, poderá a decisão não retroagir, 
alcançando efeitos ex nunc. 
Item errado. 
23) (CESPE/ANALISTA/ADVOCACIA/SERPRO/2010) De acordo com a 
jurisprudência do STF, os tribunais de contas, no exercício de suas 
atribuições, não podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos 
do poder público, em razão de suas decisões serem de caráter 
eminentemente administrativo. 
Vimos exaustivamente que o STF admite o controle de constitucionalidade 
exercido pelos tribunais de contas diante de casos concretos submetidos a sua 
apreciação (Súmula 347). 
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Item errado. 
24) (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) Decisão proferida pelo STF em 
sede de arguição de descumprimento de preceito fundamental pode ser 
objeto de ação rescisória, considerando-se as peculiaridades do instituto. 
As decisões do STF no âmbito do controle abstrato (seja em ADI, ADC ou 
ADPF) são irrecorríveis, salvo a possibilidade de interposição de embargos de 
declaração no caso de omissão, contradição ou obscuridade. 
Da decisão em ADI, ADC ou ADPF não é admitida nem mesmo a interposição 
de ação rescisória. 
Item errado. 
25) (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) O controle difuso de 
constitucionalidade, que é exercido somente perante caso concreto, pode 
ocorrer por meio das ações constitucionais do habeas corpus e do 
mandado de segurança. 
De fato, o controle difuso incidental é exercido diante de casos concretos, 
como questão acessória (e não como pedido principal da ação). Esse controle é 
exercido em ações judiciais quaisquer (habeas corpus, mandado de segurança, 
ação civil pública, ação popular, ações ordinárias etc.), não havendo ação 
específica para tal. 
Item certo. 
26) (CESPE/ANALISTA/JUDICIÁRIO/TRE/ES/2011) Segundo o STF, na ação 
direta de inconstitucionalidade genérica, é cabível a concessão de medida 
cautelar que suspenda a vigência da lei ou do ato normativo arguido como 
inconstitucional, assim como é viável a concessão de medida liminar na 
ação declaratória de constitucionalidade; em ambas as ações, tal 
concessão tem efeito vinculante. 
De fato, a medida cautelar concedida pelo STF no âmbito das ações do controle 
abstrato, como a ADI e a ADC, é dotada de eficácia erga omnes e efeito 
vinculante. 
Em sede de ADI, a concessão de cautelar acarreta: (i) a suspensão da eficácia 
da norma; (ii) a suspensão do julgamento de processos envolvendo sua 
aplicação; e (iii) a repristinação (ou o retorno da eficácia) da legislação 
anterior que tinha sido revogada. 
Por outro lado, se na ADC o pedido é pelo reconhecimento da validade da 
norma, não faz sentido que a cautelar resulte na suspensão de sua eficácia. 
Assim, o efeito da cautelar em ADC será o de suspensão dos processos 
judiciais e julgamentos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo 
objeto da ação. 
Item certo. 
27) (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) Em regra, decisão proferida pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF) que defere a medida cautelar em ação 
direta de inconstitucionalidade tem efeitos ex nunc. 
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Em regra, a decisão de mérito proferida em ADI tem efeitos retroativos (ou ex 
tunc); ao contrário, os efeitos da medida cautelar ou liminar em ADI são ex 
nunc ou prospectivos. 
Cabe destacar que o STF poderá modular temporalmente esses efeitos, 
outorgando, por exemplo, efeitos retroativos (ex tunc) a essa decisão liminar, 
que passará a alcançar relações passadas. 
Veja a regra estabelecida pelo art. 11, § 1° da Lei 9.868/99:“A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com 
efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe 
eficácia retroativa.” 
Item certo. 
28) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) Quando uma 
lei municipal afronta simultaneamente dispositivos previstos na CF e na 
constituição estadual, mesmo em se tratando de preceitos de repetição 
obrigatória, compete ao tribunal de justiça do estado processar e julgar 
originariamente eventual ação direta de inconstitucionalidade. 
Em primeiro lugar, cabe destacar que, se a lei é municipal, não cabe ADI no 
STF por ofensa à Constituição Federal. 
Portanto, caberá ADI no TJ do estado para que seja garantida a supremacia 
da Constituição estadual. Portanto, correta a questão. 
Especificamente no caso de o dispositivo parâmetro da Constituição 
estadual ser norma de reprodução obrigatória da Constituição Federal, 
será cabível a interposição de recurso extraordinário perante o Supremo 
Tribunal Federal. 
Item certo. 
29) (CESPE/PROCURADOR/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ES/2011) No controle 
difuso concreto, o magistrado de primeira instância, bem como as turmas 
ou as câmaras dos tribunais locais, pode declarar a inconstitucionalidade 
de uma norma incidentalmente em um caso concreto, ainda que não haja 
pronunciamento dos tribunais ou do STF sobre a questão. 
O magistrado de primeira instância, de fato, pode declarar a 
inconstitucionalidade de uma norma no âmbito do controle difuso, 
independentemente de pronunciamento anterior sobre a matéria. 
Todavia, as turmas ou câmaras dos tribunais (que são órgãos fracionários) não 
podem. Se o fizerem estarão afrontando a chamada cláusula de reserva de 
plenário (CF, art. 97): 
“Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos 
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público”. 
Item errado. 
30) (CESPE/PROCURADOR/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ES/2011) O STF admite 
a modulação de efeitos da decisão que declare a inconstitucionalidade no 
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controle difuso concreto e da decisão que exerça juízo de não recepção de 
normas anteriores à CF. 
Segundo o STF, o juízo de não-recepção de ato estatal pré-constitucional, 
por não implicar a declaração de sua inconstitucionalidade (e sim o 
reconhecimento de sua revogação), não é compatível com a técnica da 
modulação temporal. Afinal, falta-lhe um dos pressupostos indispensáveis a 
essa técnica: a necessária existência de um juízo de inconstitucionalidade. 
Item errado. 
31) (CESPE/PROCURADOR/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ES/2011) As leis 
municipais não podem ser objeto de controle concentrado de 
constitucionalidade perante o STF. 
As leis municipais poderão ser objeto de controle concentrado de 
constitucionalidade perante o STF por meio de ADPF. 
Item errado. 
32) (CESPE/PROCURADOR/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ES/2011) O STF admite 
a alegação de prescrição ou decadência para o ajuizamento de ação direta 
de inconstitucionalidade em relação a lei ou ato normativo. 
Segundo o STF, a propositura de ADI não se sujeita a prazo prescricional 
ou decadencial e a qualquer tempo poderá ser ajuizada a ação direta, pois a 
inconstitucionalidade não se convalida com o tempo. 
Item errado. 
33) (CESPE/PROCURADOR/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ES/2011) No 
denominado controle abstrato de constitucionalidade, o STF não pode 
declarar a inconstitucionalidade de uma norma ou de ato normativo que 
não tenha sido objeto do pedido. 
No âmbito do controle de constitucionalidade abstrato, é certo que o Supremo 
Tribunal Federal vincula-se ao pedido. Portanto, em regra, não pode declarar 
inconstitucional uma norma não impugnada na inicial (norma que não tenha 
sido objeto do pedido). 
Todavia, com a possibilidade da declaração de inconstitucionalidade por 
arrastamento, abre-se a possibilidade de que, excepcionalmente, uma norma 
venha a ser declarada inconstitucional sem ter sido impugnada no pedido 
inicial. 
Ou seja, admite-se que a declaração de inconstitucionalidade alcance também 
os dispositivos que guardem vínculo de dependência jurídica com a norma 
legal impugnada. Seria, por exemplo, o caso de duas normas que se 
completem e que uma delas perca completamente o seu sentido se não houver 
a outra. 
Diante disso, o Cespe considerou a questão errada. 
Item errado. 
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34) (CESPE/PROCURADOR/ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/ES/2011) Segundo 
entendimento do STF, a cláusula de reserva de plenário não se aplica às 
turmas recursais dos juizados especiais. 
De fato, segundo o Supremo Tribunal Federal, a regra da chamada reserva do 
plenário para declaração de inconstitucionalidade (CF, art. 97) não se aplica 
às turmas recursais de Juizado Especial. 
Item certo. 
35) (CESPE/JUIZ/TJ/AC/2012) Como as ações diretas de inconstitucionalidade 
têm como objeto leis ou atos normativos federais e estaduais, não é 
possível, no sistema jurídico brasileiro, a realização do controle de 
constitucionalidade de lei ou ato normativo municipal em face da CF. 
É possível controle de constitucionalidade de normas municipais face à 
Constituição Federal, seja por meio de ADPF, seja no âmbito do controle 
incidental, diante de casos concretos. 
Item errado. 
36) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Compete originariamente ao STF 
julgar a ADI ajuizada em face de lei ou ato normativo do DF, praticado no 
exercício de sua competência estadual ou municipal. 
Assunto bastante cobrado em concursos. Veja como é fácil... Em ADI, o STF 
aprecia leis e atos normativos federais e estaduais. Já a ADC não admite 
lei ou ato normativo estadual como seu objeto, mas somente leis ou atos 
normativos federais (CF, art. 102, I, a). 
O DF acumula as competências estaduais e municipais. Pois bem, sendo assim, 
será cabível ADI de leis ou atos normativos distritais apenas no exercício da 
sua competência estadual. 
Item errado. 
37) (CESPE / ANALISTA ADMINISTRATIVO / TRE/ES / 2011) Somente pelo 
voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo 
órgão especial podem os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei 
ou de ato normativo do poder público. 
Trata-se da reserva de plenário, prevista no art. 97 da CF/88 e já estudada 
aula passada. 
Item certo. 
38) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/DIREITO/TCE/AC/2009) O 
STF, por decisão de dois terços de seus membros, poderá deferir pedido 
de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, 
consistente na determinação de que os juízes e os tribunais suspendam o 
julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato 
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
A medida cautelar ou liminar será concedida mediante voto da maioria 
absoluta dos ministros do Supremo, havendo necessidade da presença de 
pelo menos oito ministros na seção. 
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Pois é, a questão foi considerada errada pelo Cespe, já que menciona quorum 
de dois terços quando a lei exige maioria absoluta. O estranho é que se é 
possível conceder-se cautelar com voto da maioria absoluta, é também 
possível que essa medida seja concedida com quorum de dois terços, que é 
superior, você não acha? 
Item errado. 
39) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/AC/2008) Acerca do 
controle de constitucionalidade, assinale a opção correta. 
a) O advogado-geral da União não pode atuar na ação diretade 
inconstitucionalidade. 
b) A decisão que declarar a inconstitucionalidade de uma lei estadual, no 
controle concentrado, não vincula a assembléia legislativa que a aprovou, 
que pode, por isso, editar nova lei com idêntico teor. 
c) A decisão de declaração de inconstitucionalidade no controle concentrado 
vincula, inclusive, o STF. 
d) Os efeitos da decisão de declaração de inconstitucionalidade, no controle 
concentrado, em geral, não retroagem. 
e) A decisão de declaração de inconstitucionalidade, no controle 
concentrado, não vincula o estado-membro, que pode continuar a aplicar a 
lei. 
A alternativa “a” está errada, pois o Advogado-Geral da União atua sim na 
ADI, segundo sua função de defensor da norma impugnada, em nome do 
princípio de presunção da constitucionalidade das leis. 
Ao contrário do procedimento em sede de ADI, essa manifestação do 
Advogado-Geral da União não ocorre na ADC, uma vez que, nessa ação, o 
autor busca a declaração de constitucionalidade, não havendo necessidade 
de defesa da norma em questão. 
A alternativa “b” está correta, pois o efeito vinculante da decisão em controle 
concentrado não se estende ao poder legislativo, que poderá editar nova lei 
com o mesmo teor daquela declarada inconstitucional pelo Judiciário. 
A alternativa “c” está errada, pois o efeito vinculante também não alcança o 
STF. 
A alternativa “d” está errada, pois, em regra, as decisões de mérito no âmbito 
do controle de constitucionalidade retroagem (ex tunc), alcançando fatos 
passados. 
A alternativa “e” está errada, pois a decisão de declaração de 
inconstitucionalidade no controle concentrado vincula também o estado-
membro, que não pode continuar aplicando a lei. 
Gabarito: “b” 
40) (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/NATAL/2008) Segundo a 
jurisprudência do STF, é cabível, em ação direta de constitucionalidade, o 
controle judicial preventivo de constitucionalidade. 
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Na realidade, é admitida a fiscalização preventiva de constitucionalidade. 
Entretanto, esse controle deve se dar na via incidental. Isso porque não se 
admite ADI de projetos de lei ou de projetos de emenda. 
Para ser cabível a ADI, a lei deve estar vigente. 
Item errado. 
41) (CESPE/PROCURADOR MUNICIPAL/PGM/NATAL/2008) O STF admite o 
controle de constitucionalidade preventivo em sede de controle incidental. 
O controle preventivo visa a evitar a edição de normas inconstitucionais. De 
fato, esse controle prévio não ocorre em sede de ADI, mas apenas no controle 
incidental. 
Item certo. 
42) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) As decisões 
definitivas de mérito, proferidas nas ações diretas de inconstitucionalidade 
e na ação declaratória de constitucionalidade, produzem eficácia erga 
omnes e efeitos vinculantes aos três poderes. 
Questão batida... A decisão não vincula nem o STF nem o poder legislativo em 
suas funções típicas. 
Item errado. 
43) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO/DPU/2007) Decisão que declara a 
constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de norma pode ser atacada 
por embargos de declaração, mas não poderá ser desconstituída em ação 
rescisória. 
A decisão de mérito que declara a constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade em sede de ADI é irrecorrível mediante a interposição de 
ação rescisória. A única exceção feita é a referente à interposição de embargos 
declaratórios, visando sanar omissões, obscuridade ou contradição contida no 
acórdão. 
Assim, são admitidos embargos de declaração, mas não ação rescisória contra 
acórdão proferido em ação direta de inconstitucionalidade no STF. 
Item certo. 
44) (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) A decisão que concede medida 
cautelar em ação declaratória de constitucionalidade não se reveste da 
mesma eficácia contra todos nem de efeito vinculante que a decisão de 
mérito. 
Expressamente, a Constituição só outorga efeito vinculante às decisões 
definitivas de mérito em ADI e ADC (“As sentenças definitivas de mérito” - 
art. 102, § 2º, da CF/88). Todavia, o STF firmou entendimento de que também 
a decisão que concede medida cautelar nas ações do controle abstrato é 
dotada de efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à Administração Pública direta e indireta nas esferas federal, 
estadual, distrital e municipal. 
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Guarde o seguinte: ao contrário das decisões de mérito, as medidas cautelares 
têm efeito ex nunc; entretanto, assim como as decisões de mérito, as 
cautelares têm efeito vinculante e eficácia erga omnes. 
Item errado. 
45) (CESPE/JUIZ/TRF 5.a REGIÃO/2009) Os tribunais de justiça dos estados, 
por decisão da maioria relativa de seus membros, podem deferir pedido de 
medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade consistente na 
determinação de que os juízes e os tribunais suspendam o julgamento dos 
processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da 
ação até seu julgamento definitivo. 
A medida cautelar será concedida mediante voto da maioria absoluta dos 
membros do tribunal. 
Item errado. 
46) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) A arguição de 
descumprimento de preceito fundamental tem precedência sobre qualquer 
outro meio de controle de constitucionalidade cabível e apto a sanar a 
lesão a preceito fundamental. 
Pelo contrário. Dada sua característica de ação subsidiária, só será cabível a 
ADPF se não houver outro meio de controle de constitucionalidade objetivo 
cabível e apto a sanar a lesão a preceito fundamental. 
Essa é a regra do art. 4°, § 1° da Lei 9.882/99: 
“Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental 
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” 
Item errado. 
47) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MS/2008) O autor de ação direta de 
constitucionalidade deve demonstrar a existência de controvérsia, quanto 
à constitucionalidade da norma, entre os órgãos competentes para a sua 
aplicação ou entre os julgadores de sua validade no ordenamento jurídico. 
Para que uma ADC seja conhecida pelo STF é imprescindível que o seu autor 
demonstre na inicial a existência de relevante controvérsia judicial sobre a 
validade da lei. 
Ora, se a lei foi publicada e não há nenhuma controvérsia sobre a sua 
validade, prevalece o princípio da presunção de constitucionalidade das leis. 
Para quê então provocar o STF (a mais alta Corte) do país a fim de fazê-lo 
declarar o óbvio, isto é, que a lei é constitucional? 
Daí é que vem a necessidade de demonstração dessa relevante controvérsia 
judicial sobre a validade da lei. Ou seja, demonstrar que há decisões 
divergentes entre juízes e tribunais pelo país. 
Atenção! A controvérsia para legitimar a propositura da ADC deve ser judicial 
(perante os órgãos do Poder Judiciário, em casos concretos, na via difusa). A 
comprovação da existência de controvérsia doutrinária sobre a validade da lei 
não é suficiente. 
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Item certo. 
48) (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) A intervenção de terceiros é 
admitida no controle concentrado de constitucionalidade, por meio do 
instituto do amicus curiae. 
Como vimos, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos 
postulantes, o relator poderá admitir a manifestação de outros órgãos ou 
entidades. Essa figura é denominada de amicus curiae. 
Atenção! Não é caso de intervenção de terceiros. Portanto, errada a questão. 
Aliás, o próprio art. 7° da Lein.° 9.868/99 não admite intervenção de 
terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. 
Item errado. 
49) (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/MS/2008) O governador do DF não 
detém pertinência temática para propor ação direta de 
inconstitucionalidade contra lei estadual paulista que conceda isenção de 
imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS) a empresa 
instalada no DF. 
Primeiramente, cabe comentar que o Governador do DF é um dos legitimados 
para a propositura das ações do controle abstrato perante o STF (CF, art. 103, 
V). 
Todavia, os governadores classificam-se como legitimados especiais: aqueles 
que devem cumprir o requisito da pertinência temática para o cabimento da 
ação. 
É dizer: para o Governador do DF ter interesse de agir nessa ação, ele deve 
demonstrar que a lei afeta de algum modo os interesses do Distrito Federal. 
Assim, pode ser até uma lei editada em São Paulo, desde que a referida lei 
esteja afetando os interesses do DF. No caso da questão, está bem clara essa 
hipótese, tendo em vista que a lei afeta comerciantes instalados no DF. 
Item errado. 
50) (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) Considere que o art.Y da 
Constituição do estado X estabeleça a legitimidade de deputado estadual 
para propor ação de inconstitucionalidade de lei municipal ou estadual em 
face da Constituição estadual. Nesse caso, conforme entendimento do 
STF, o referido art. Y poderá ser considerado constitucional. 
De acordo com o art. 125, § 2º da CF/88, cabe aos Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou 
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão. 
Ou seja, está claro que, ao estabelecer os legitimados para a impetração de 
ADI perante o TJ, não poderá o estado-membro atribuir a legitimação para agir 
a apenas um único órgão. 
A questão está correta, portanto, pois é cabível a atribuição de competência 
para o deputado estadual. 
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A dúvida que fica é se a Constituição Estadual deveria seguir simetricamente a 
legitimação estabelecida no art. 103 da CF/88. Poderia o estado-membro 
ampliar aquele rol? Poderia reduzi-lo? 
O STF já se posicionou no sentido de que a ampliação daquele rol seria 
possível. Assim, considerou válida a legitimação ativa de deputado estadual 
para propor ação direta de inconstitucionalidade de normas locais em face da 
Constituição do Estado, à vista do art. 125, § 2º, da Constituição Federal (RE 
261.677, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 6-4-06). Portanto, item 
correto. 
Quanto à redução, ainda não temos um entendimento pacífico (e não há 
decisão do STF firmando entendimento); entretanto a doutrina considera que 
deveria o estado-membro seguir a regra do art. 103 para a legitimação ativa 
em sede de ADI perante o TJ local. 
Item certo. 
51) (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/DPU/2010) O controle de 
constitucionalidade preventivo é realizado durante a etapa de formação do 
ato normativo, com o objetivo de resguardar o processo legislativo hígido. 
Caso haja proposta de emenda constitucional tendente a abolir direito 
fundamental, qualquer dos legitimados poderá ajuizar, ainda durante o 
processo legislativo, ação direta de inconstitucionalidade para impedir o 
trâmite dessa emenda. 
Não cabe ADI de proposta de emenda constitucional. Como comentado, esse 
controle preventivo só pode ser realizado por meio de mandado de segurança 
impetrado por parlamentar, no âmbito do controle incidental. 
Item errado. 
52) (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Se 
determinado legitimado constitucional ajuizar, perante o STF, ação direta 
de inconstitucionalidade, tendo por objeto emenda constitucional pendente 
de publicação oficial, então, nesse caso, de acordo com entendimento do 
STF, mesmo que a publicação venha a ocorrer antes do julgamento da 
ação, a hipótese será de não conhecimento da ação direta de 
inconstitucionalidade, uma vez ausente o interesse processual. 
Segundo jurisprudência do STF, não configura carência da ação o fato de 
uma emenda ter sido questionada por ADI antes de sua publicação, desde que 
esta (a publicação da emenda constitucional atacada) tenha ocorrido antes do 
julgamento da causa (ADI 3.367/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 
13/04/2005). 
Assim, se as condições da ação coexistirem à data da sentença, considera-se 
presente o interesse processual em ADI de emenda constitucional publicada, 
oficialmente, no curso do processo, mas antes da sentença. 
Item errado. 
53) (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 1ª REGIÃO/2010) Sabe-se que o 
STF tem reconhecido, excepcionalmente, a possibilidade de modulação ou 
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limitação temporal dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, 
mesmo quando proferida em sede de controle difuso. Nesse sentido, 
revela-se aplicável, segundo entendimento da Suprema Corte, a mesma 
teoria da limitação temporal dos efeitos, se e quando o colegiado, ao 
julgar determinada causa, nela formular juízo negativo de recepção, por 
entender que certa lei pré-constitucional se mostra materialmente 
incompatível com normas constitucionais a ela supervenientes. 
Como comentado, não é cabível a modulação temporal dos efeitos em juízo de 
recepção/revogação do direito pré-constitucional pela Constituição vigente. 
Segundo o STF, a não-recepção de ato estatal pré-constitucional, por não 
implicar a declaração de sua inconstitucionalidade – mas o reconhecimento de 
sua pura e simples revogação –, descaracteriza um dos pressupostos 
indispensáveis à utilização da técnica da modulação temporal: a necessária 
existência de um juízo de inconstitucionalidade (RE 353508 AgR/RJ, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgamento em 15/05/2007). 
Item errado. 
54) (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF 1ª REGIÃO/2010) A decisão que 
concede medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade é 
investida da mesma eficácia contra todos e efeito vinculante presentes na 
decisão de mérito, razão pela qual é cabível o ajuizamento de reclamação 
em face de decisão judicial que, após a concessão da cautelar, contrarie o 
entendimento firmado pelo STF, desde que a decisão tenha sido exarada 
em processo sem trânsito em julgado, ou seja, com recurso pendente. A 
reclamação, segundo entendimento da Suprema Corte, tem natureza de 
remédio processual de função corregedora. 
De fato, devido ao efeito vinculante, é cabível reclamação contra decisão 
judicial que contrarie medida cautelar concedida em ADC (lembrando que a 
decisão do STF indeferindo a cautelar não dispõe de efeito vinculante). 
Entretanto, como comentado em questão anterior, a reclamação não é cabível 
contra decisão que transitou em julgado. Assim, guarde isso: o STF somente 
admite a reclamação nos casos de processos sem trânsito em julgado, ou 
seja, com recurso ainda pendente. 
Item certo. 
 
Em controle de constitucionalidade é isso! 
Pode ter certeza de que se você conseguiu captar os assuntos discutidos na 
aula de hoje e na última aula, você está muito bem preparado para seu 
concurso. Afinal tratamos de aspectos bastante avançados do estudo do Direito 
Constitucional. 
Um abraço – e bons estudos! 
Fred Dias 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional Descomplicado, 2009. 
HOLTHE, Leo Van. Direito Constitucional,2010. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado, 2009. 
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo 
Gonet. Curso de Direito Constitucional, 2009. 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 2007. 
MORAES, Alexandre. Direito Constitucional, 2010. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2010. 
http://www.stf.jus.br 
http://www.cespe.unb.br

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