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RELAXANTES MUSCULARES / FÁRMACOS ESPASMOLÍTICOS Profa. Eline Matheus A ESPASTICIDADE é caracterizada por um aumento nos reflexos tônicos e nos espasmos musculares (i.e. tônus muscular basal aumentado) junto com fraqueza muscular. Está frequentemente associado com injúria espinhal, paralisia cerebral, esclerose múltipla e derrame. Os mecanismos que envolvem a espasticidade clínica parecem envolver não somente o arco-reflexo mas também os centros superiores no SNC com danos na via descendente resultando em hiperexcitabilidade dos motoneurônios alfa na medula. O tratamento farmacológico pode aliviar alguns sintomas por modificar o arco reflexo ou por interferir diretamente com a musculatura esquelética. Os fármacos que modificam o arco reflexo podem modular as sinapses excitatórias e inibitórias. Assim, para reduzir o reflexo de estiramento hiperativo é desejável que reduza a atividade das fibras Ia que excitam os motoneurônios primários ou que aumente a atividade dos neurônios inibitórios. TRATAMENTO BACLOFEN É o p-clorofenil-GABA Atua como agonista nos receptores GABA-B cerebrais e medulares. Deprime o sistema nervoso central por meio de uma diminuição dos neurotransmissores glutamato e aspartato, inibindo a ação reflexa mono e polissináptica em nível espinhal. Também inibe a liberação de substância P. Sua administração é por via intratecal ou via oral. Dose = 15mg para iniciar, 2x/dia, podendo chegar a dose de 100mg/dia. Tem uma baixa taxa de ligação a proteínas séricas e uma meia-vida de 3 à 4h. Atravessa a barreira hematoencefálica. Causa menos sedação do que o Diazepam. Produz náuseas, vômitos, confusão mental, vertigem, hipotonia, tremores. A suspensão deve ser feita lentamente. Apresentações: Oral – comprimidos de 10 e 20mg IT – 0,05, 0,5, 2mg/mL. DANTROLENE Derivado da hidantoína. Atua como espasmolítico por inibição do canal da cálcio (receptor de Ryanodina – RyR1) do retículo sarcoplasmático. O músculo cardíaco e o músculo liso são pouco deprimidos – canal RyR2. Tratamento iniciado na dose única de 25mg/dia, aumentando para até 100mg administradas 4x/dia. Colaterais: fraqueza muscular e hepatite, ocasionalmente. Usado para a hipertermia maligna, após uso de anestésicos gerais inalatórios ou por BNM. Administração venosa iniciando com a dose de 1mg/kg e repetindo dependendo da necessidade até a dose máxima de 10mg/kg. Apresentações: Oral – cápsulas de 25, 50 e 100 mg Parenteral – 20mg para reconstituição. DIAZEPAM Atua como agonista alostérico nos receptores GABA-A e a ação principal é parcialmente mediada na medula espinhal. Produz sedação nas doses indicadas para redução do tônus muscular. A dose inicial é de 4mg/dia e pode ser gradualmente aumentada até 60mg/dia. Profa. Eline Matheus GABAPENTINA PREGABALINA: análogo da gabapentina PROGABIDA: agonista GABA-A e GABA-B; Produz metabólitos ativos, incluindo o GABA GLICINA: administrado via oral e atravessa a BHE Profa. Eline Matheus TIZANIDINA Derivado tioimidazolínico. Agonista alfa2 adrenérgico. Reduz a espasticidade em doses que causam menos efeitos cardiovasculares do que a clonidina (agonista parcial) ou dexemedetomidina (agonista seletivo alfa2). Ensaios clínicos mostram eficácia comparável ao diazepam, baclofen e dantrolene em aliviar os espasmos musculares. Colaterais: sonolência, hipotensão, boca seca, astenia. Apresentações: Oral – comprimidos de 2 e 4mg; cápsulas de 6mg FÁRMACOS PARA TRATAMENTO AGUDO Ciclobenzaprina Carisoprodol Orfenadrina Atuam primariamente no tronco cerebral. CICLOBENZAPRINA Apresentações: Oral – comprimidos de 5, 7.5 e 10mg cápsulas de 15 e 30mg Estruturalmente relacionada aos antidepressivos tricíclicos e produz efeitos anticolinérgicos. Para tratamento agudo a dose pode variar de 20-40 mg/dia. Biodisponibilidade = 90% t ½ = 2,4h e o metabólito = 10h Ligação a proteína = 93% Biotransformação = hepática Excreção = renal e fecal CARISOPRODOL Apresentações: Oral – comprimidos de 350mg. As doses podem variar de 350-1400 mg/dia Biodisponibilidade = 90% t ½ = 2,4h e o metabólito = 10h Ligação a proteína = 60% Biotransformação = hepática Excreção = renal É um dicarbamato derivado do propanodiol. Atua centralmente bloqueando a atividade na formação reticular descendente e na medula espinhal. ORFENADRINA Apresentações: Oral – comprimidos de 100mg Parenteral – 30 mg/mL para IM, IV. Anticolinérgico com baixa atividade antihistamínica. Biodisponibilidade = 90% t ½ = 13-20h Ligação a proteína = 95% Biotransformação = hepática Excreção = renal e biliar Dose tóxica aguda = 2-3g
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