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Func¸o˜es impl´ıcitas MO´DULO 1 – AULA 12 Aula 12 – Func¸o˜es impl´ıcitas Objetivo • Derivar func¸o˜es definidas implicitamente. Introduc¸a˜o As func¸o˜es sa˜o o principal objeto de estudo nos cursos de Ca´lculo. Queremos saber se uma dada func¸a˜o e´ cont´ınua, se e´ diferencia´vel, se admite um valor ma´ximo numa determinada regia˜o de seu domı´nio etc. Estamos habituados a nos referir a uma certa func¸a˜o e citar, apenas, a sua lei de definic¸a˜o, como, por exemplo, a func¸a˜o f(x, y) = √ 4− x2 − y2 . Isto e´, mencionar uma equac¸a˜o que determina, explicitamente, como calcular os diferentes valores da func¸a˜o. No entanto, e´ bom lembrar: uma func¸a˜o consiste de mais coisas ale´m de sua lei de definic¸a˜o. E´ necessa´rio estabelecer seu domı´nio e seu contra- domı´nio. A pra´tica de citar a lei de definic¸a˜o como se fosse a pro´pria func¸a˜o esta´ respaldada na convenc¸a˜o de que, nessas circunstaˆncias, o domı´nio e´ o maior subconjunto do correspondente espac¸o euclidiano no qual tal lei fac¸a sentido. Assim, retomando o exemplo citado, quando nos referimos a` func¸a˜o z = f(x, y) = √ 4− x2 − y2 , estamos deixando subentendido que seu domı´nio e´ o disco fechado B = { (x, y) ; x2 + y2 ≤ 4 }, com centro na origem e raio 2. Ale´m das func¸o˜es definidas explicitamente, temos uma grande fonte de exemplos de func¸o˜es nas chamadas func¸o˜es impl´ıcitas. Esse tema ja´ foi abordado anteriormente, no estudo das func¸o˜es reais, de uma varia´vel real. Agora que dispomos de novas ferramentas, tais como as derivadas parciais, vamos retoma´-lo e aprofunda´-lo um pouco mais. Contudo, como voceˆ vera´, ele na˜o sera´ esgotado ainda desta vez. Alguns exemplos Voceˆ ja´ sabe que, de um modo geral, uma equac¸a˜o da forma f(x, y) = c define uma curva no plano lR 2 e que uma equac¸a˜o da forma G(x, y, z) = d define uma superf´ıcie em lR 3. 131 CEDERJ Func¸o˜es impl´ıcitas No contexto das func¸o˜es reais de va´rias varia´veis, tais equac¸o˜es definem os chamados conjuntos de n´ıvel. Exemplo 12.1 Aqui esta˜o alguns conjuntos de n´ıvel com suas correspondentes equac¸o˜es. F (x, y) = 16x2 + 36y2 = 576 G(x, y, z) = 9x2 + 4y2 + 9z2 = 36 F (x, y) = x4 − 49(x2 − y2) = 0 G(x, y, z) = 9x2 + 4y2 − 9z2 = 36 F (x, y) = x2y + y 3 3 − 4y + ex = 6.08 G(x, y, z) = z2 + ( √ x2 + y2 − 2)2 = 1 F (x, y) = x2y + y3 3 − 4y + ex = 1 G(x, yz) = (x2 + y2)2 − x2y2z2 = 0 CEDERJ 132 Func¸o˜es impl´ıcitas MO´DULO 1 – AULA 12 Em cada um dos casos citados no exemplo, voceˆ pode perceber que, se considerado globalmente, o conjunto definido pela correspondente equac¸a˜o na˜o e´ o gra´fico de uma func¸a˜o (y de x, no caso de duas varia´veis, z de x e y, no caso de treˆs varia´veis). O problema esta´ na multiplicidade da definic¸a˜o. Lembre-se de que os gra´ficos de func¸o˜es sa˜o intersectados uma u´nica vez por retas verticais. Uma elipse, por exemplo, na˜o e´ o gra´fico de uma func¸a˜o. Func¸o˜es impl´ıcitas Dizemos que uma func¸a˜o f : D ⊂ lR −→ lR e´ definida implicitamente pela equac¸a˜o F (x, y) = c se F (x, f(x)) = c, para todo x ∈ D. Do ponto de vista geome´trico, isso significa que um trecho do conjunto definido por F (x, y) = c, que se projeta sobre D segundo o eixo Oy, e´ o gra´fico da func¸a˜o f . D Gf F (x, y) = c Analogamente, dizemos que a func¸a˜o g : D ⊂ lR 2 −→ lR e´ definida implicitamente pela equac¸a˜o G(x, y, z) = d se G(x, y, g(x, y)) = d, 133 CEDERJ Func¸o˜es impl´ıcitas para todo (x, y) ∈ D. Novamente, uma parte da superf´ıcie definida por G(x, y, z) = d, que se projeta em D segundo o eixo Oz, e´ o gra´fico da func¸a˜o g. D Gg G(x, y, z) = d Ehrenfried Walter von Tschirnhaus (1651–1708) foi um aristocrata que nasceu em Kieslingswalde, Saxoˆnia (atual Alemanha), e morreu em Dresden. Mas, ao longo de sua vida, viveu em diferentes pa´ıses da Europa. Estudou Matema´tica, Filosofia e Medicina em Leiden, na Holanda, e conviveu com va´rios expoentes das cieˆncias de seu tempo, como Wallis e Collins, em Londres, e Leibniz e Huygens, em Paris. O estudo das equac¸o˜es de terceiro e quarto graus (as cu´bicas e qua´rticas) era uma a´rea de pesquisa de grande interesse na sua e´poca. Alguns nomes que deram contribuic¸o˜es nesse campo sa˜o Vie`te, Euler e Descartes, entre outros. Em 1683, Tschirnhaus publicou o Me´todo para eliminar todos os termos intermedia´rios de uma dada equac¸a˜o. Apesar do exagero do t´ıtulo, esse trabalho foi a ide´ia mais importante para a soluc¸a˜o de equac¸o˜es alge´bricas por um bom tempo. Tschirnhaus tambe´m e´ famoso pela descoberta do processo de produc¸a˜o de porcelana. Exemplo 12.2 A equac¸a˜o 9y2 = x (x− 3)2 define uma curva no plano conhecida como Cu´bica de Tschirnhaus. Veja um esboc¸o dessa curva: 3 Vamos mostrar que as func¸o˜es f, g : [0, ∞) −→ lR , definidas por f(x) = √ x (x− 3)2 3 e g(x) = √ x (x− 3)2 3 , se 0 ≤ x ≤ 3 − √ x (x− 3)2 3 , se x > 3, sa˜o func¸o˜es definidas implicitamente por F (x, y) = 9y2 − x (x− 3)2 = 0. CEDERJ 134 Func¸o˜es impl´ıcitas MO´DULO 1 – AULA 12 Para fazer isso, basta constatar que as equac¸o˜es F (x, f(x)) = 0 e F (x, g(x)) = 0 sa˜o satisfeitas para todo x ≥ 0. Mas, isso e´ imediato, pois, se x ≥ 0, enta˜o 9 ( ± √ x (x− 3)2 3 )2 − x (x− 3)2 = x (x− 3)2 − x (x− 3)2 = 0. Veja os gra´ficos das func¸o˜es f e g: Gra´fico de f Gra´fico de g Atividade 12.1. Considere a equac¸a˜o G(x, y, z) = xy2 − z2 = 0 e as func¸o˜es f e g, definidas em D = { (x, y) ∈ lR 2 ; x ≥ 0 }, pelas seguintes leis de definic¸a˜o: f(x, y) = √ x y2 e g(x, y) = − √ x y2 , se y ≤ 0 √ x y2 , se y > 0. (a) Mostre que f e g sa˜o func¸o˜es definidas implicitamente por G(x, y, z) = xy2 − z2 = 0. (b) Voceˆ poderia dar mais um exemplo de uma func¸a˜o h : D −→ lR , tambe´m definida implicitamente por G(x, y, z) = 0? 135 CEDERJ Func¸o˜es impl´ıcitas A diferenciabilidade entra em ac¸a˜o Agora que voceˆ viu va´rios exemplos, esta´ na hora de considerar a se- guinte questa˜o, importante do ponto de vista matema´tico. Sob quais circunstaˆncias podemos afirmar que uma equac¸a˜o F (x, y) = 0 (ou G(x, y, z) = 0) define func¸o˜es implicitamente? Caso a resposta desta questa˜o seja positiva, podemos perguntar: Quais caracter´ısticas teriam essas func¸o˜es? Essas questo˜es sa˜o t´ıpicas de matema´ticos. Veja, toda a nossa discussa˜o, ate´ agora, tem sido descritiva, ilustrativa, mas bem pouco precisa. Note que, nos exemplos dados ate´ agora, era poss´ıvel “resolver” as equac¸o˜es para encontrar as func¸o˜es definidas implicitamente por elas. No entanto, ha´ casos em que e´ dif´ıcil, ou imposs´ıvel, resolver a equac¸a˜o por algum me´todo alge´brico, seja porque a equac¸a˜o na˜o e´ do tipo alge´brico, seja por ser de grau mais alto. Exemplo 12.3 Considere G(x, y, z) = zx2 + y2 − yz3 = 6 a equac¸a˜o que define o conjunto esboc¸ado a seguir. O ponto (1, 0, 6) satisfaz a equac¸a˜o e, portanto, pertence ao conjunto. Gostar´ıamos de saber se existe uma func¸a˜o z = g(x, y), definida implicita- mente em alguma vizinhanc¸a D do ponto (1, 0) em lR 2, tal que G(x, y, g(x, y)) = 6, qualquer que seja (x, y) ∈ D. Em particular, ter´ıamos g(1, 0) = 6. Uma maneira de responder positivamente a essa pergunta seria resolver a equac¸a˜o zx2 +y2−yz3 = 6 em z e exibir, explicitamente, a lei de definic¸a˜o da func¸a˜o. Isso, no entanto, e´ dif´ıcil (se bem que poss´ıvel), pois ter´ıamos de resolver uma equac¸a˜o cu´bica. CEDERJ 136 Func¸o˜es impl´ıcitas MO´DULO 1 – AULA 12 Os dois teoremas que enunciaremos a seguir nos permitira˜o responder a questo˜es dessetipo. Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita Estamos prestes a enunciar um teorema. Isso, para no´s, matema´ticos, e´ uma coisa muito importante. Cada detalhe conta muito, ainda mais sendo um dos teoremas basilares da Matema´tica. Muito bem, vamos la´! Teorema (da func¸a˜o impl´ıcita, caso F (x, y) = c) Seja F (x, y) uma func¸a˜o de classe C1, definida em um subconjunto aberto A de lR 2, e seja (a, b) ∈ A, tal que F (a, b) = c. Se ∂F ∂y (a, b) �= 0, enta˜o existem intervalos I (a ∈ I) e J (b ∈ J), com I × J ⊂ A, e uma func¸a˜o f : I −→ J , diferencia´vel, tal que F (x, f(x)) = c, qualquer que seja x ∈ I. Ale´m disso, f ′(x) = dy dx (x) = − ∂F ∂x (x, f(x)) ∂F ∂y (x, f(x)) . Veja como podemos usar o teorema no exemplo a seguir. Exemplo 12.4 Vamos mostrar que a equac¸a˜o x2 +xy+ y2 +sen (x2−2y) = 12 define uma func¸a˜o y = f(x) em alguma vizinhanc¸a do ponto (2, 2). Para isso, vamos colocar F (x, y) = x2 + xy + y2 + sen (x2 − 2y), que e´ uma func¸a˜o de classe C1, e calcular ∂F ∂y (2, 2). ∂F ∂y (x, y) = 2y + x− 2 cos(x2 − 2y); ∂F ∂y (2, 2) = 4. Como ∂F ∂y (2, 2) = 4 �= 0, o Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita nos garante a existeˆncia de intervalos I e J , tais que 2 ∈ I e 2 ∈ J , e uma func¸a˜o 137 CEDERJ Func¸o˜es impl´ıcitas diferencia´vel f : I −→ J , tal que x2 + x f(x) + ( f(x) )2 + sen ( x2 − 2 f(x)) = 12 para todo x ∈ I. Ale´m disso, podemos expressar a derivada de f em termos de x e de y: f ′(x) = − ∂F ∂x (x, y) ∂F ∂y (x, y) = −y + 2x(1 + cos(x 2 − 2y)) 2y + x− 2 cos(x2 − 2y) , para todo x ∈ I. Veja o esboc¸o do conjunto definido por F (x, y) = 12. (2, 2) Podemos ver, na figura, que em torno do ponto (2, 2) este conjunto e´ o gra´fico de uma func¸a˜o y de x. Uma observac¸a˜o antes de prosseguirmos. O teorema garante a existeˆncia do intervalo I, o domı´nio da func¸a˜o definida implicitamente f , caso suas hipo´teses sejam satisfeitas, mas na˜o nos oferece qualquer estimativa de seu comprimento. Nesse exemplo, podemos perceber que esse domı´nio na˜o pode ser muito grande. Esta´ na hora de voceˆ se exercitar! Atividade 12.2. Enuncie uma versa˜o do teorema colocando condic¸o˜es para que a equac¸a˜o F (x, y) = c defina implicitamente uma func¸a˜o x = h(y). Use essa versa˜o do teorema para mostrar que x4 + xy + y2 = 16 define x como uma func¸a˜o de y em alguma vizinhanc¸a do ponto (2, 0). Ex- presse a derivada dessa func¸a˜o em termos de x e de y. Veja, agora, uma versa˜o do teorema que envolve treˆs varia´veis. CEDERJ 138 Func¸o˜es impl´ıcitas MO´DULO 1 – AULA 12 Teorema (da func¸a˜o impl´ıcita, caso G(x, y, z) = d) Seja G(x, y, z) uma func¸a˜o de classe C1, definida em um subconjunto aberto B de lR 3, e seja (a, b, c) ∈ B tal que G(a, b, c) = d. Se ∂G ∂z (a, b, c) �= 0, enta˜o existe um aberto D de lR 2 tal que (a, b) ∈ D, e um intervalo J tal que c ∈ J , com D × J ⊂ B, e uma func¸a˜o g : A −→ J , diferencia´vel, tal que G(x, y, g(x, y)) = d, qualquer que seja (x, y) ∈ D. Ale´m disso, ∂g ∂x (x, y) = − ∂G ∂x (x, y, g(x, y)) ∂G ∂z (x, y, g(x, y)) e ∂g ∂y (x, y) = − ∂G ∂y (x, y, g(x, y)) ∂G ∂z (x, y, g(x, y)) , para todo (x, y) ∈ D. Exemplo 12.3 (revisitado) Vamos usar o Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita para mostrar que G(x, y, z) = zx2 + y2 − yz3 = 6 define uma func¸a˜o z = g(x, y), implicitamente, em alguma vizinhanc¸a D do ponto (1, 0) em lR 2, tal que G(x, y, g(x, y)) = 6, qualquer que seja (x, y) ∈ D. Como a func¸a˜o G(x, y, z) = zx2 + y2 − yz3 e´ de classe C1, basta calcularmos ∂G ∂z (1, 0, 6). ∂G ∂z (x, y, z) = x2 − 3yz2, ∂G ∂z (1, 0, 6) = 1 �= 0. 139 CEDERJ Func¸o˜es impl´ıcitas Assim, as hipo´teses do teorema sa˜o satisfeitas e a existeˆncia da func¸a˜o g esta´ garantida. Ale´m disso, vamos, por exemplo, calcular o seu gradiente. Para isso, precisamos de ∂g ∂x e ∂g ∂y . Assim, temos de usar as fo´rmulas apresentadas no enunciado do teorema. Veja: ∂g ∂x = − ∂G ∂x ∂G ∂z = − 2xz x2 − 3yz2 ; ∂g ∂y = − ∂G ∂y ∂G ∂z = − 2y − z 3 x2 − 3yz2 . Portanto, o gradiente da func¸a˜o g pode ser expresso em termos das varia´veis x, y e z: ∇g(x, y) = ( 2xz x2 − 3yz2 , 2y − z3 x2 − 3yz2 ) . Comenta´rios finais Nesta aula, voceˆ aprendeu a usar as derivadas parciais de F (x, y) para expressar a derivada da func¸a˜o y de x, definida implicitamente por F (x, y) = c, em torno de algum ponto (a, b), desde que ∂f ∂y (a, b) �= 0. Essa e´ uma maneira alternativa a`quela que voceˆ aprendeu em Ca´lculo I. Exemplo 12.4 (revisitado) Admitindo que a equac¸a˜o x2 + xy + y2 + sen (x2− 2y) = 12 define uma func¸a˜o y = f(x) em alguma vizinhanc¸a do ponto (2, 2), vamos usar a Regra da Cadeia das func¸o˜es de uma varia´vel para calcular dy dx . Basta derivar a equac¸a˜o implicitamente: 2x + y + x dy dx + 2y dy dx + (cos(x2 − 2y)) ( 2x− 2dy dx ) = 0. Resolvendo essa equac¸a˜o em dy dx , obtemos ( x + 2y − 2 cos(x2 − 2y) ) dy dx + 2x + y + 2x cos(x2 − 2y) = 0 dy dx = −2x ( 1 + cos(x2 − 2y))+ y x + 2y − 2 cos(x2 − 2y) . CEDERJ 140 Func¸o˜es impl´ıcitas MO´DULO 1 – AULA 12 Apesar de mencionar Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita, apresentamos duas “verso˜es”, uma no caso F (x, y) = c e outra no caso G(x, y, z) = d. Na verdade, e´ poss´ıvel apresentar uma u´nica formulac¸a˜o do teorema, que engloba as duas verso˜es aqui apresentadas. Voltaremos a isso no futuro. Nessa formulac¸a˜o geral, esse teorema costuma ser demonstrado nos cursos de ana´lise ao lado da apresentac¸a˜o do chamado Teorema da Func¸a˜o Inversa. E´ poss´ıvel apresentar uma argumentac¸a˜o para demonstrar essas formulac¸o˜es do Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita que apresentamos aqui, mas optamos por na˜o fazeˆ-lo, dando espac¸o para um nu´mero maior de exemplos, especialmente com suas apresentac¸o˜es geome´tricas. Se voceˆ estiver interes- sado, podera´ consultar os exemplos 7, 8 e 9 da sec¸a˜o 27.2 do livro Um Curso de Ca´lculo, Volume 2, de Hamilton Luiz Guidorizzi. Como as func¸o˜es F (x, y) e G(x, y, z) sa˜o de classe C1, suas derivadas parciais sa˜o cont´ınuas. Assim, a hipo´tese ∂F ∂y (a, b) �= 0, por exemplo, garante que ∂F ∂y (x, y) �= 0 para (x, y) suficientemente pro´ximos de (a, b). Isso permite, por exemplo, estabelecer df dx (x) = − ∂F ∂x (x, y) ∂F ∂y (x, y) . Puxa! Isso foi mais comenta´rio do que voceˆ esperava, na˜o e´? Bem, enta˜o, aos exerc´ıcios! Exerc´ıcios Exerc´ıcio 1 Verifique as hipo´teses do Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita no ponto (1, 1), mostrando que a equac¸a˜o ln (xy)− 2xy + 2 = 0 define uma func¸a˜o y = f(x) implicitamente, e calcule f ′(x). Exerc´ıcio 2 Verifique que os pontos (1, 1) e (0, 0) satisfazem a equac¸a˜o (x− 2)3y + x ey−1 = 0. Em torno de qual deles a equac¸a˜o define y como func¸a˜o diferencia´vel de x? O que se pode dizer caso consideremos x uma func¸a˜o de y? 141 CEDERJ Func¸o˜es impl´ıcitas Exerc´ıcio 3 A equac¸a˜o 2x3 + 2y3 − 9xy = 0 define uma curva alge´brica chamada Folium de Descartes. Veja um esboc¸o: Mostre que essa equac¸a˜o define implicitamente uma func¸a˜o diferencia´vel y = f(x) em torno do ponto (1, 2). Determine o maior intervalo (a, b) ⊂ lR tal que f : (a, b) −→ lR , com f(1) = 2, e´ diferencia´vel e definida implicitamente pela equac¸a˜o 2x3 + 2y3 − 9xy = 0. Exerc´ıcio 4 Verifique as hipo´teses do Teorema da Func¸a˜o Inversa no ponto (2,−3,−1) e calcule ∂z ∂x e ∂z ∂y para 2x2 + 4y2 + z2 = 45. Exerc´ıcio 5 Mostre que a equac¸a˜o sen (xy) + sen (yz) + sen (xz) = 1 define uma func¸a˜o z = g(x, y) implicitamente em torno do ponto (1, π/2, 0) e calculeo gradiente ∇g dessa func¸a˜o. Exerc´ıcio 6 Calcule ∇f , o gradiente da func¸a˜o z = f(x, y), definida implicitamente pela equac¸a˜o a seguir. (a) ln (x2 + y2 + 1) + exz = 1; (b) xz2 − 3yz + cos(x + y + z) = 0. Exerc´ıcio 7 Suponha que o ponto (3, b, c) seja soluc¸a˜o da equac¸a˜o z3 − xz − y2 = 1. Determine condic¸o˜es sobre b e c para que a equac¸a˜o defina z como func¸a˜o de x e de y em torno do ponto dado. CEDERJ 142
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