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1 Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Equações Diferenciais - Exercícios Programados 03 Soluções Exercício 1 Explique o que há de errado na solução do seguinte problema de valor inicial: { xy′ − 2y = 0, x ∈ R y(0) = 1 (1) Solução proposta: Vemos que a equação dada é uma equação separável. Sua “solução ” é xy′ − 2y = 0 ⇐⇒ xy′ = 2y ⇐⇒ y′ y = 2 x ⇐⇒ ln|y| = 2 ln |x|+ c˜ (fazendo c˜ = ln c) ⇐⇒ ln|y| = ln|x|2 + ln c = ln cx2 ⇐⇒ |y| = cx2· e como y(0) = 1 então |1| = |y(0)| = c 02 = 0 Logo 1 = 0; o que é uma contradição. Solução: O problema é que a equação xy′ − 2y = 0 não é separável em todo o conjunto R. Realmente, podemos reescrevê-la na forma y′ = 2/x 1/y , que está a forma geral de uma equação separável ( y′ = f(x) g(y) ) , desde que f e g sejam funções contínuas definidas em intervalos. A funcão x 7→ 1/x não é contínua no ponto x0 = 0. Então não faz sentido atribuir um valor inicial justamente no ponto x0 = 0. Foi até possível resolver a equação formalmente, mas obtivemos uma contradição ao especificar um valor inicial justamente em x = 0. Moral: Não devemos “resolver” uma equação, ou um PVI, automaticamente. É importante fazer uma análise e verificar se as condições da teoria relativa àquela equação estão sendo satisfeitas. Questão: A equação xy′ − 2y = 0 também pode ser resolvida como equação diferencil linear de primeira ordem, homogênea. Será que muda alguma coisa com relação à conclusão a que chegamos ao resolvê-la como equação separável? Exercício 2 Considere agora Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2010/2 2 { xy′ − 2y = 0, x ∈ R y(0) = 0 (2) Mostre que cada uma das funções abaixo é solução do PVI ( 2), em todo R. ϕ0(x) ≡ 0 ϕ1(x) = x 2 ϕ2(x) = −x 2 ϕ3(x) = { x2, se x ≥ 0 −x2, se x < 0 . Você pode produzir outras soluções de (2)? Exercício 3 Determine a solução do problema de valor inicial (PVI) abaixo: a) { y′ = (1− 2x) y2 y(0) = − 1 6 Solução: Temos, y′ = (1− 2x)y2 ⇒ dy dx = (1− 2x)y2 ⇒ dy y2 = (1− 2x)dx ⇒ ∫ dy y2 = ∫ (1− 2x)dx ⇒ ∫ dy y2 = ∫ dx− 2 ∫ xdx ⇒ − 1 y = x− x2 + C ⇒ y(x) = − 1 C + x− x2 . Aplicando a condição inicial y(0) = − 1 6 , temos y(0) = − 1 C = − 1 6 ⇒ C = 6. Assim, a solução do problema é y(x) = − 1 6 + x− x2 . Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2010/2 3 Note que o maior intervalo que contém o ponto x = 0, no qual a função y(x) = 1 (x − 3)(x + 2) está definida é −2 < x < 3. Uitlizando um programa de computação algébrica, podemos visualizar o gráfico da solução no intervalo considerado: -20 0 -5 -15 -10 x 210-1 Observação: Se não dispusermos de um software computacional, podemos utilizar os méto- dos usuais do Cálculo para desenhar o gráfico da função y(x) = 1/(x2 − x − 6). Entretanto devemos tomar cuidado porque, em geral, o traçado de gráficos que aprendemos a fazer (usando limites, derivadas, calculando assíntotas, intervalos de crescimento e decrescimento, etc. ) nos induz a fazer um esboço do gráfico em todo o seu domínio (que é R− {−2, 3}) 10 5 0 -5 -10 x 43210-1-2-3 Não devemos considerar o último desenho como sendo o gráfico da solução procurada, pois a solução de uma equação diferencial é sempre uma função derivável em um intervalo, e portanto contínua em todo aque intervalo intervalo. Isso não acontece com a última figura acima. Para determinar a qual dos subintervalos devemos nos restringir, utilizamos o dado inicial y(0) = −1/6. Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2010/2 4 Exercício 4 Resolva a equação dy dx = x2 + xy + y2 x2 Sugestão: use a mudança de variáveis v = y/x Solução: Fazendo a mudança de variáveis v = y/x, i.é, y(x) = xv(x) “ ⇒ dy dx = v + x dv dx ” , temos: dy dx = x2 + xy + y2 x2 ⇒ dy dx = 1 + y x + “ y x ” 2 ⇒ v + x dv dx = 1 + v + v2 ⇒ x dv dx = 1 + v2 ⇒ dv 1 + v2 = dx x ⇒ Z dv 1 + v2 = Z dx x ⇒ arctan v = ln |x|+ C (fazendo C = ln c) ⇒ arctan v = ln c|x| ⇒ v(x) = tan (ln c|x|) ⇒ y x = tan (ln c|x|) ⇒ y(x) = x tan (ln c|x|) . Exercício 5 Calcule a família de trajetórias ortogonais à curva x2 + y2 − 2x + 4y + 1 = 0 Solução: Usando derivação implícita, calculamos a equação diferencial satisfeita pelos pontos da curva: 2x + 2yy′ − 2 + 4y′ = 0. De onde, y′ = − x− 1 y + 2 . Consequentemente as inclinações das retas tangentes às trajetórias ortogonais são dadas por y′ = y + 2 x− 1 . Temos: y′ = y + 2 x− 1 =⇒ 1 y + 2 dy = 1 x− 1 dx =⇒ ln |y + 2| = ln |x− 1|+ k (k = ln c) =⇒ ln |y + 2| = ln c|x− 1| =⇒ |y + 2| = c|x− 1| =⇒ y + 2 = ±c(x− 1). As trajetórias são semi-retas passando pelo ponto (1, 2). Consórcio CEDERJ - Fundação CECIERJ 2010/2
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