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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Fundamentos de Gestão Aula 3 Prof. Aline Eberspacher CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Seja bem-vindo, prezado aluno! Vamos juntos conhecer as importantes escolas que apresentam o lado humano e comportamental na empresa! Estamos no nosso terceiro encontro e iremos estudar o papel do gestor, as oportunidades, a comunicação nas organizações e a tomada de decisão da empresa. Em um primeiro momento estudaremos a Escola de Relações Humanas, baseada nas ideias do médico e sociólogo australiano Elton Mayo. Essa escola questiona as teorias mecanicistas de Taylor e Fayol (que nós estudamos na aula 2); a pesquisa realizada por Elton Mayo e sua equipe mostram que a produtividade dentro da empresa está relacionada também à parte comportamental e à coesão e integração da equipe. O segundo tema do nosso encontro é sobre a Abordagem Comportamental, também conhecida como Escola Comportamentalista ou Escola Behaviorista da Administração. E dentro deste contexto iremos estudar sobre a motivação, sobre a liderança e sobre as teorias do processo decisório e do trabalho em equipe. Observaram que toda a nossa temática é referente a pessoas e ao comportamento delas dentro da organização? Independentemente da escola administrativa e do nome que ela recebe, a aula de hoje é direcionada para compreender o que podemos chamar de “lado humano” da organização. Aproveitem esse encontro e bons estudos! Contextualizando Na videoaula a seguir, a professora Aline irá fazer uma introdução dos assuntos que estudaremos nesta aula e dará a explicação dos conceitos iniciais. Acompanhe no material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Problematização Todos os dias você sai da sua casa, deixa sua família e vai para o trabalho. É dele que vem a sua fonte de renda para sustentar a sua família. No seu trabalho você deve ter uma produção mínima, para garantir o seu emprego e o seu salário. Embora seu salário seja muito importante para a sua produtividade, existem outros fatores que te motivam a ir trabalhar. Dê uma olhada no seu ambiente social de trabalho e reflita: você é respeitado pelos seus colegas? Existe reconhecimento pelo seu trabalho? Há espaço, na empresa, para o lado humano? Por exemplo: é permitido trazer um bolo no aniversário, a gestante pode realizar um chá de fraldas, você consegue conversar com seu chefe sobre algum problema no processo de produção? Se você observou que existe um lado humano na empresa que você trabalha, existe influência da Escola das Relações Humanas, de Elton Mayo. Ao longo desta aula você descobrirá a importância das Relações Humanas no processo produtivo! Pesquise Tema 1: Escola das relações humanas Você já imaginou que nem toda motivação para o trabalho está relacionada ao salário, e que o homem não é somente um ser econômico? Ambas as teorias pioneiras de gestão (teoria científica e teoria clássica), que estudamos na aula anterior, baseavam-se nesta visão de Homo economicus. Para elas, o homem seria motivado exclusivamente pela busca de dinheiro e pelas recompensas materiais e salariais do trabalho. Contudo, em 1927, Elton Mayo, um sociólogo australiano, coordenou uma pesquisa para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, pesquisa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 esta conhecida por “Experiência de Hawthorne” e cujo objetivo era verificar a correlação entre a produtividade dos funcionários e a iluminação no local de trabalho, pois se atribuía a isso o alto índice de turn over (rotatividade), fadiga, acidentes de trabalho e a baixa produtividade nas organizações (MONFORT, 2015). Os estudos coordenados por Elton Mayo iniciaram em 1927 e se prolongaram até 1932. Esses estudos foram realizados na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company, uma companhia norte americana situada em Chicago que fabricava equipamentos para empresas telefônicas. Primeira fase da experiência de Hawthorne Na primeira fase, um fator curioso e inesperado apareceu: o psicológico. Em condições de alta iluminação, era esperado que os trabalhadores produzissem mais, o que foi comprovado pelo experimento. Entretanto, quando se diminuiu as luzes, o que era esperado não aconteceu, pois, mesmo com menor acuidade visual, os trabalhadores se sentiam na obrigação de produzir mais. Assim, comprovou-se a preponderância do fator psicológico frente aos fatores fisiológicos. Acreditando que este seria inoportuno para as organizações, Elton Mayo continuou os estudos, com o objetivo de isolar esse novo fator de produtividade da organização (MONFORT, 2015). Segunda fase da experiência de Hawthorne Na segunda fase da experiência de Hawthorne, foi criado um grupo experimental com seis moças: cinco montavam os relés de telefone e uma fornecia as peças para abastecer o trabalho. A sala da experiência era separada do departamento por uma divisão de madeira. O equipamento de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um plano inclinado com um contador de peças que marcava a produção em fita perfurada. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 A produção foi o índice de comparação entre o grupo experimental e o grupo de controle (um grupo real de trabalhadores com mesmas condições de trabalho escolhido para que se pudesse ter uma referência de comparação). O grupo experimental tinha um supervisor, assim como no grupo de controle e um observador que permanecia na sala e observava o trabalho, assegurando o espírito de cooperação das moças. As moças do grupo experimental foram convidadas para participar da pesquisa e esclarecidas quanto aos seus objetivos: determinar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho. Eram informadas a respeito dos resultados e as modificações eram antes submetidas a sua aprovação. Insistia- se para que trabalhassem dentro do normal e que ficassem à vontade no trabalho. A pesquisa entre o grupo experimental foi dividida em 12 etapas, para observar sua produção. Vamos conferir o que aconteceu em cada uma das 12 etapas da experiência de Hawthorne? Primeira Etapa: durante duas semanas, foi estabelecida a capacidade produtiva em condições normais de trabalho: 2400 unidades por semana, por funcionária. Esse valor foi utilizado como base de produtividade para os demais períodos. Segunda Etapa: durante cinco semanas, o grupo experimental foi isolado na sala de provas, mantendo as condições e o horário de trabalho normal e medindo o ritmo de produção. A mudança serviu para verificar o efeito da mudança de local de trabalho. Terceira Etapa: por oito semanas; neste período Hawthorne modificou o sistema de pagamento. O grupo de produção possuía muitas funcionárias, então, era difícil remunerar conforme a produção. No pequeno grupo experimental, era possível identificar o esforço de cada uma, o que interferia diretamente na remuneração financeira. Verificou-se aumento na produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Quarta Etapa: este período marca o início da introdução de mudanças no trabalho: foi oferecido um intervalo de cinco minutos de descanso no período da manhã e outro no período da tarde. Assim, houve novo aumento de produção. Quinta Etapa: os intervalos de descanso aumentaram para dez minutos. Observou-se, então, novo aumento de produção! Sexta Etapa:introduziu-se três intervalos de cinco minutos no período da manhã e no período da tarde. As moças reclamaram da quebra no ritmo de produção. A produção não aumentou. Sétima Etapa: voltaram os dois intervalos de dez minutos, no período da manhã e da tarde, servindo um lanche leve. Aumentou a produção novamente. Oitava Etapa: foram mantidas as mesmas condições do período anterior, o grupo experimental passou a trabalhar até as 16:30h e não até as 17:00h como o grupo de controle. Aumento acentuado de produção. Nona Etapa: o grupo experimental passou a trabalhar até às 16:00h. A produção permaneceu igual. Décima Etapa: o grupo experimental voltou a trabalhar até as 17:00h, com lanche e intervalo. A produção aumentou bastante. Décima primeira Etapa: estabeleceu-se a semana de cinco dias de trabalho, o sábado livre. A produção aumentou. Décima segunda Etapa: neste último período de doze semanas, voltou a condição da 3 etapa, sem nenhum benefício e a produção aumentou sensivelmente, foi alcançado o inesperado índice jamais alcançado: 3000 unidades semanais por moça. Concluiu-se que uma supervisão mais branda motivava a produtividade; um ambiente mais amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida, aumentava a satisfação no trabalho; amizades eram criadas, fazendo com que os funcionários se tornassem uma equipe. O grupo, então, desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora isso não fosse solicitado. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Terceira fase da experiência de Hawthorne Preocupados com as alterações que ocorreram no grupo experimental durante a 2ª fase do estudo, os pesquisadores de Hawthorne decidiram deixar de lado a preocupação com as condições físicas do trabalho (lembrem-se que o objetivo inicial era verificar o impacto da iluminação sobre a produtividade!), e passaram a se preocupar com as relações humanas no trabalho. Assim, criaram o Programa de Entrevistas – terceira fase da experiência – com o objetivo de ouvir as opiniões dos trabalhadores acerca do tratamento que recebiam e ouvir sugestões a respeito da empresa. Para a época, foi uma pesquisa muito ousada. Considerando que a empresa tinha mais de 40.000 funcionários, foram entrevistados, entre 1928 e 1930, cerca de 21.126 empregados (CHIAVENATO, 2004). O programa de entrevistas revelou a existência da organização informal dos trabalhadores. A ideia de grupo informal indica que os trabalhadores se mantêm unidos e leais ao grupo; por exemplo: o grupo cria padrões de produção que julgam normais e que não devem ser ultrapassados por nenhum indivíduo, para que nenhuma meta mais ousada seja solicitada pela gerência (MONFORT, 2015). Características da organização informal Padrões de produção que os operários julgam ser a produção normal que deveriam ter e que não eram ultrapassados por nenhum deles. Práticas não-formalizadas de punição social que o grupo aplica aos operários que excedem aos padrões e são considerados sabotadores. Expressões que fazem transparecer a insatisfação quanto ao resultado do sistema de pagamento de incentivos por produção. Liderança informal de alguns operários que mantém o grupo unido e asseguram o respeito pelas regras de conduta. Contentamentos e descontentamentos em relação às atitudes dos superiores a respeito do comportamento dos operários. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Fonte: Chiavenato, 2004, p. 105. Quarta fase da experiência de Hawthorne Com os resultados da terceira fase da experiência, uma quarta fase foi necessária, para que pudesse ser analisado o papel da organização informal para os funcionários. Inseriu-se uma condição: os salários dos funcionários seriam maiores, caso a produção aumentasse. Contudo, observou-se que, ao atingir um determinado nível de produção que o grupo julgasse normal e suficiente, eles reduziram o ritmo de trabalho para que novas metas não fossem sugeridas. Ainda percebeu-se que o grupo pressionava os mais rápidos a “estabilizarem” sua produção por meio de punições simbólicas. Infelizmente, a experiência de Hawthorne foi suspensa por motivos financeiros em 1932. Porém, ela foi um marco de transformação no pensamento gerencial. O mundo corporativo nunca mais seria o mesmo, ao se provar que os funcionários não poderiam ser tratados como peças de uma engrenagem apenas, e sim que são dotados de necessidades, não apenas as de ordem fisiológica, mas principalmente as de ordem social e psicológica. Leitura obrigatória Acesse a biblioteca digital do Portal ÚNICO e leia o livro: CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. Barueri: Manole, 2014. http://unico.facinter.br/index.php Saiba Mais Para conhecer um pouco mais sobre a pesquisa realizada por Elton Mayo, também conhecida como Pesquisa de Hawthorne, acesse o site a seguir: http://www.sobreadministracao.com/teoria-das-relacoes-humanas- humanizando-a-empresa/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 E agora, confira o que a professora Aline tem a comentar sobre o estudo de Mayo acessando o material on-line! Tema 2: Abordagem comportamental A abordagem comportamental, também conhecida como Escola Comportamentalista ou Escola Behaviorista da Administração, surgiu no final da década de 1940. No que concerne a abordagem comportamental, podemos dizer que ela amplia e diversifica os conhecimentos apresentados pelas escolas mecanicistas (Taylor e Fayol) e pela Escola de Relações Humanas. Na abordagem comportamental as pessoas são o foco do estudo, o objetivo do estudo é a ciência do comportamento, desligando-se das posições normativas e prescritivas das teorias anteriores. (ANDRADE e AMBONI, 2011) Forças propulsoras para o surgimento da Escola Comportamentalista As principais forças propulsoras para a Escola Comportamentalista foram: Oposição às escolas anteriores. Está preocupada com o fator humano na óptica da organização formal. Os clássicos falharam ao se descuidarem da análise das decisões e dos limites da racionalidade impostos por qualificações, hábitos, valores e conhecimentos, bem como ao tentarem impor princípios rígidos à administração. Os comportamentalistas não aceitam a visão romântica dos estudiosos da Escola de Relações Humanas. A escola é mais crítica no que se refere ao “modelo de máquina” adotado pela burocracia para representar a organização. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 A abordagem comportamental é marcada por grandes pensadores que deram ênfase, sob diversos ângulos, ao comportamento dos indivíduos dentro da organização e o modo como eles se organizam para a produtividade. Em um primeiro momento, estudaremos os pressupostos da teoria X e Y, do Psicólogo Douglas McGregor. Ele classifica o trabalhador em X e Y, apresenta características do comportamento de cada perfil, e identifica o tipo de líder necessário conforme o perfil do trabalhador. Na sequência, estudaremos a teoria da motivação de Abraham Maslow, por meio da pirâmide das necessidades de Maslow. Na continuidade falaremos sobre a liderança e o papel do líder junto à equipe. A Escola Comportamental traz à tona essas temáticas que, até então, eram negligenciadas. Para finalizar, será abordada as teorias de Mary Parker Follett, pela análise do trabalho em equipe e Chester Barnard pelo viés do processo de decisão. Pressupostos da Teoria X e da Teoria Y, de Douglas McGregor Doutor em Psicologia em 1935, pela Universidadede Harvard, Douglas McGregor foi professor de Psicologia Industrial no MIT, Massachussets Institute of Technology de 1937 a 1964. Paralelamente, durante esse período, atuou como conselheiro de inúmeras empresas no que concerne a questões de relações humanas. Para McGregor há diferentes tipos de motivação, que comprometem o desempenho do trabalhador. Ele também questiona os diferentes pressupostos sobre a natureza humana e o que motiva as pessoas. A partir desta teoria, McGregor identifica os diferentes estilos de liderança. É interessante observar que a teoria gerencial convencional é inspirada na Escola da Administração Científica, (a que aprendemos na aula 2) na qual o homem trabalha somente pela recompensa financeira – o Homo economicus de Taylor. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Entretanto, McGregor aborda dois modelos de líder e liderados. Ele classifica coma “teoria X” a ideia de que “o ser humano é avesso ao trabalho e o evitará sempre que puder e, por conseguinte, a administração precisa incrementar a produtividade, os esquemas de incentivo e denunciar a restrição voluntária (HAHRLIC apud. MOTTA, 2006, p. 67). Teoria X A Teoria X poderia ser resumida em uma frase: “O trabalho é em si mesmo desagradável para a maioria das pessoas”. Partindo deste princípio, cabe ao gestor o controle da produção, pois o trabalhador é preguiçoso e indolente. Considerando essas características individuais, para o gestor conseguir resultado na produção, é importante observar alguns pontos (HAMPTON, 1983): 1. É responsabilidade dos gerentes e dos administradores a organização dos fatores de produção. 2. Para conseguir resultados, os gerentes e administradores devem estabelecer normas e padrões de comportamento, de modo que seja possível monitorá-los, controlando burocraticamente, apoiada em regras. É um modelo de gestão centralizador e autoritário. 3. Para garantir a eficiência na produtividade, é responsabilidade do gestor interferir e realizar um controle gerencial, pois, sem pressão e sem controle, o homem não trabalha para contribuir com o alcance dos objetivos da empresa. Teoria Y Contrapondo-se à Teoria X, a Teoria Y poderia ser resumida em uma frase “O trabalho é tão natural como o lazer, se as condições forem favoráveis”. Nessa CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 teoria, McGregor analisa o trabalhador como alguém altamente competente, responsável e criativo e, sobretudo, que gosta de trabalhar e o faz com diversão. Entretanto, cabe ao gestor proporcionar meios para que as pessoas possam dar o melhor de si, com participação, desafios e influência na tomada de decisão. Os princípios básicos da Teoria Y são (HAMPTON, 1983): O esforço físico e mental aplicado no trabalho é tão natural quanto aquele aplicado em momentos de lazer. O atingimento dos objetivos da organização está ligado às recompensas associadas e não ao controle rígido e às punições. O indivíduo comum não apenas aceita a responsabilidade do trabalho como também procura essa responsabilidade. Os indivíduos são criativos e inventivos, buscam sempre a solução para os problemas da empresa. Os trabalhadores têm a capacidade de se autogerirem nas tarefas que visam atingir objetivos pessoais e estratégicos da organização – sem a necessidade de ameaças ou punições. O trabalhador normalmente não faz aquilo em que não acredita. Por isso, exige cada vez mais benefícios para compensar o incômodo de desempenhar uma função desagradável. Podemos observar, pela Teoria X e Y de McGregor, dois estilos de trabalhadores totalmente diferentes: de um lado, um trabalhador preguiçoso, indolente, que precisa ser controlado para produzir; de outro, um trabalhador motivado, que gosta do que faz, é responsável e tem iniciativa. Quadro comparativo da Teoria X e Y de Mc Gregor TEORIA X TEORIA Y As pessoas são preguiçosas e indolentes As pessoas gostam do trabalho que exercem e são esforçadas e dedicadas CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 As pessoas tendem a evitar o trabalho As pessoas consideram o trabalho como algo natural a ser realizado As pessoas evitam a responsabilidade para se sentir seguras As pessoas podem se controlar e assumir responsabilidades As pessoas são ingênuas e sem iniciativas As pessoas são criativas e competentes (MOTTA, 2006, p. 69) O grande desafio para o administrador é identificar o perfil de cada trabalhador de sua equipe, de modo que possa motivá-lo para obter o máximo empenho e competência do mesmo. Leitura obrigatória Acesse a biblioteca digital do Portal ÚNICO e leia o capítulo correspondente aos assuntos que acabamos de estudar! CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 9. ed. Barueri: Manole, 2014. http://unico.facinter.br/index.php Assista o vídeo a seguir e aprenda um pouco mais sobre a Teoria X e Teoria Y! https://www.youtube.com/watch?v=loDU8hZQjBY E para se assegurar de que compreendeu o conteúdo, não deixe de conferir o material on-line! Tema 3: Motivação Muitas questões sobre o comportamento humano estão relacionadas à motivação. Por que acessamos as mídias sociais frequentemente? Por que há pessoas que passam a maior parte de suas vidas em atividades que não são CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 tão bem remuneradas? O que leva tantas pessoas a abandonar uma carreira de sucesso em troca da felicidade? Os psicólogos acreditam que grande parte das razões de conduta de comportamento decorre de um processo chamado de motivação. Por que, para algumas pessoas, ler um livro didático de 200 páginas parece entediante? Mas ler um romance de 200 páginas é divertido? Tudo depende da motivação da pessoa, essa mudança de motivação varia tanto entre os indivíduos quanto no mesmo indivíduo, dependendo da situação a que está exposto. Vamos abordar e compreender um pouco dos conceitos de motivação? Para ROBBINS (2005, p. 132), “a motivação é o resultado da interação do indivíduo com a situação”. Ao encontro de ROBBINS, MAXIMIANO (2000) define motivação como o processo no qual há um conjunto de motivos ou razões que induz, explica, estimula ou provoca uma ação ou comportamento. Ainda, outro conceito é o de SILVA (2008), para quem a motivação está relacionada com a escolha, com a persistência e com o direcionamento da ação. Para CHIAVENATO (1999), é o desejo de desempenhar dado esforço para determinados objetivos organizacionais, condicionados pela satisfação dos objetivos individuais. Poderíamos entender, então, que é a motivação que leva as pessoas a agirem na direção de seus objetivos e se manterem persistentes para alcançá- los. Por que escolhemos esse curso? Por que optamos por determinada carreira profissional? Por que, no final do ano, decidimos ir à praia e não ao campo? O que nos mantêm focados nessas respostas é o que se pode chamar de motivação. Motivação é um assunto complexo e sofre influência de diversas variáveis, pois as pessoas têm diversas necessidades que podem ser conflitantes e acompanhadas de expectativas com várias maneiras de satisfazê-las. Mas, vamos pensar juntos: existe alguma forma de classificar a motivação? Ou mesmo, quais são os fatores que caracterizam a motivação de CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 um indivíduo? Em uma primeira análise as motivações podem ser classificadas como intrínsecas e extrínsecas: Intrínseca Com relaçãoàs recompensas psicológicas, como: reconhecimento positivo, apreciação, respeito, realização de um desafio. Extrínseca São recompensas tangíveis ou materiais, como: seguro de vida, promoção, salário, benefícios. Essas duas vertentes sobre a motivação humana apresentam dois pilares: um acredita que é possível motivar o ser humano por meio de técnicas e ferramentas (extrínsecas), e o outro acredita que ninguém pode motivar ninguém, ou seja, as pessoas são auto motivadas – ou não (intrínsecas). Qual dessas teorias está correta? Ou melhor, será que tem alguma que esteja correta? Ou ambas estão corretas? Vamos analisá-las juntos? É polêmico dizer que “ninguém motiva ninguém”, não? Para BERGAMINI, (2003, p. 64) a motivação é “um tipo de ação que vem dos próprios indivíduos [...] de uma fonte autônoma de energia cuja origem se situa no mundo interior de cada um e que não responde a qualquer tipo de controle do mundo exterior”. Para a autora, as pessoas são automotivadas, assim, o papel do líder é apenas despertar a motivação latente do indivíduo (aquela que os indivíduos já trazem dentro de si). Note-se que nem sempre as pessoas estão conscientes de suas necessidades e de seus desejos. Ainda, é interessante observar, por exemplo, que a mesma pessoa que está envolvida com a organização daquela festa de aniversário surpresa para o amigo é a mesma que está desinteressada por atividades referentes ao seu dia a dia profissional. Por isso, cabe ao líder estimular as pessoas à ação e a conquistar uma tarefa desejada (TELLA; AYENI; POPOOLA, 2007). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Teoria da Hierarquia das Necessidades, de Abraham Maslow Uma das teorias da motivação mais conhecidas é, provavelmente, a Teoria da Hierarquia das Necessidades, desenvolvida em 1943 por Abraham Maslow, conhecido como “o pai da teoria das necessidades”. Mas, o que seriam essas necessidades? Segundo Maslow, poderíamos dividir em 5 níveis de necessidades individuais, conhecida como a “Pirâmide de Maslow”, que considera que os níveis mais altos da pirâmide só podem ser atendidos a partir do momento que as necessidades básicas forem satisfeitas. Mas, quais são os níveis de necessidades? Vamos dar uma olhada nelas, segundo KNAPIK (2012): Necessidades fisiológicas: também conhecida como a teoria da sobrevivência, pois é o nível básico da hierarquia e envolve necessidades básicas como: comida, sexo, sono. Pensem em todos os elementos que permitem a satisfação do indivíduo, como intuito de sobrevivência, natural ao ser humano desde o nascimento. Necessidades de segurança: surgem a partir do momento que as necessidades fisiológicas podem ser atendidas, são comportamentos que levam as pessoas a buscarem proteção, estabilidade e segurança, envolve situação como: corpo, emprego, moral, recursos, bens materiais. Necessidades sociais: surge a partir do momento que as necessidades primarias e secundárias foram atendidas. É a necessidade que o indivíduo tem de ser aceito socialmente, da inserção em grupos, de fazer parte, de ter afeto e amor. Quando as necessidades sociais não são atendidas, o indivíduo pode apresentar transtorno de comportamento, como hostilidade e solidão. Necessidades de estima: a satisfação das necessidades proporciona sentimento de autoconfiança, valor, poder capacidade e utilidade. A partir do momento que o indivíduo foi aceito socialmente, ele precisa ser admirado e reconhecido socialmente. No âmbito do trabalho, ele deve demonstrar suas competências profissionais e ascender na carreira, em troca de reconhecimento. Necessidades de autorrealização: são as necessidades mais elaboradas, mais pessoais, que só podem ser atendidas a partir da realização CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 das quatro primeiras. São as recompensas dada a pessoa por si mesma, como sentimento de realização. No trabalho, exige uma certa autonomia, vontade, oportunidade de correr riscos além da liberdade para experimentar. Leitura Obrigatória Para complementar seus estudos deste tema você deverá fazer a leitura do conteúdo compreendido no capítulo 7 da obra: ROBBINS, S. Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. http://unico.facinter.br/index.php Mais informações a respeito da motivação você encontrará com a leitura do artigo: “Motivação: uma viagem ao centro do conceito”. Vamos à leitura! http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/1716.pdf E agora, vamos ao material on-line! Tema 4: Liderança A liderança sempre foi um assunto pesquisado e discutido por muitos estudiosos. Sun Tzu, por exemplo, já tratava desse assunto há mais de 2500 anos em seu livro “A arte da guerra”. Para FIEDLER (apud. BERGAMINI, 1994), a preocupação com a liderança vem desde que a história passou a ser escrita, pois Platão (427 a. C. – 347 a. C.), como outros filósofos de sua época, já discutia sobre treinamento e educação de líderes. CASTIGLIA e MALSCHITZKY (2005) definem liderança como a manutenção da motivação dos funcionários, de modo a alcançar os objetivos predefinidos pela organização. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Para HERSEY e BLANCHARD (1986), liderança é influenciar as ações de alguém ou de um grupo para atingir um objetivo. Já para TANNENBAUM, WESCHLER e MASSARIK (1970), é a influência interpessoal por meio de comunicação para que se atinja uma ou várias metas em dada situação. MOTTA (1991) completa ao afirmar que líder é aquela pessoa que tem consciência de seus pontos fortes e fracos, e consegue tirar vantagem dos pontos positivos compensando seus pontos negativos; manifesta-se verdadeiramente e tem autenticidade. Para GOLDSMITH (1996) líder realiza indagações objetivando novas ideias e feedback, solicitando aos subordinados novas opiniões e ideias. LIKERT (1975) classificou dois diferentes tipos de líderes: os democráticos e os autocráticos. Líderes autocráticos são aquelas pessoas que se ocupam com o planejamento, elaboração dos procedimentos e estabelecimento de padrões enquanto os democráticos buscam apoiar seus funcionários. BERGAMINI (1994) relata duas características comuns à liderança: é ligada a um fenômeno grupal, envolvendo duas ou mais pessoas e é um procedimento de influência intencional. GOLDSMITH (1996) ainda relata que o líder é o responsável por acompanhar o trabalho de sua equipe de forma eficiente e eficaz para produzir mudanças positivas. IRELAND e HITT (1999) define liderança estratégica como a habilidade de previsão, imaginação e flexibilidade para, de forma estratégica, fazer com que outras pessoas realizem mudanças que criarão um futuro para a empresa. ROWE (2002) classifica a liderança, como sendo muito mais que estratégica – é gerencial e visionária também. Para o autor, a liderança estratégica influencia os subordinados a tomar decisões favoráveis à organização, de forma voluntária e rotineira; a liderança visionária foca no futuro e corre riscos e a gerencial envolve a estabilidade e a ordem, lidando com atividades rotineiras e em curto prazo. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Liderança é a influência interpessoal exercida em um determinado contexto. Trata-se de um fenômeno social, uma capacidade de influenciar as pessoas por meio de ideias, exemplos e ações e fazer com que atinjam metas propostas ou passem a acreditar em crenças ou conceitos. (KNAPIK, 2012, p. 83) Por fim, para CHIAVENATO (1999), em todas as organizações a liderançaé um processo-chave e o administrador deve ser um líder para seus subordinados, deve influenciá-lo para que a pessoa aja de uma maneira intencional. Contudo, há diferenças claras entre o papel do líder e do chefe. Qual a diferença de Líder e Chefe? Veja a matéria da Revista Exame que apresentará 13 atitudes que diferenciam bons líderes de simples chefes! http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/13-atitudes-que- diferenciam-bons-lideres-de-chefes Todos os conceitos elencados são para demonstrar a importância do papel do líder nos processos organizacionais. Este papel de liderança apareceu em destaque nos Experimentos de Hawthorne, realizados por Elton Mayo. É justamente o líder o responsável pela promoção das características psicológicas dos indivíduos, características estas que serão tratadas a seguir! Características de um Líder Um líder consegue influenciar um grupo, passando um sentimento de segurança e diminuindo a incerteza, orientando e educando a equipe na busca de resultado. Independentemente se a liderança é nata ou adquirida, o que importa é a capacidade de influenciar pessoas. Estilo de Liderança A liderança depende diretamente do comportamento e do estilo do líder, que interfere diretamente na dinâmica e na interação da equipe de trabalho. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Destacam-se três tipos básicos de liderança: a autocrática, a democrática e a liberal. Vamos conhecer suas características: Liderança Autocrática: nesse modelo de liderança podemos observar um chefe mais presente, controlador e centralizador. Ele exige obediência do grupo, e decide como e quando as tarefas devem ser feitas. O ponto negativo deste modelo de gestão é que gera frustração nas equipes de trabalho. Esse modelo de liderança nos remete ao modelo gerencial de Taylor e Fayol. Liderança Democrática: nesse modelo de liderança a chefia tenta ouvir as ideias da equipe, aceita sugestão, estimula, encoraja a participação de todos. Naturalmente a equipe sente-se mais motivada, comprometida e apresenta maior qualidade no trabalho. Esse modelo de liderança nos remete à escola de Relações Humanas, de Elton Mayo. Liderança Liberal (Laissez-Faire): nesse modelo de liderança o chefe atua mais como um agente de informação, através de estímulos e de iniciativa ao grupo. Ele quase não exerce controle sobre a atividade desenvolvida, e a responsabilidade recai sobre os colaboradores. Observamos a predominância desses três tipos de liderança. Mas você acha que qualquer modelo de liderança se adapta a qualquer processo produtivo? Pense nisso! Provavelmente, você observará que algumas funções exigem uma liderança mais atuante e controladora enquanto outras precisam de mais liberdade de criação. Na verdade, tudo depende do momento da empresa, da maturidade da equipe e da qualificação dos profissionais, entre outros fatores. O quadro a seguir nos permitirá entender qual perfil de liderança se adapta melhor a cada equipe de trabalho. Confira! Estilo de liderança Quando utilizar Liderança Autocrática Com funcionários novos; Com pessoas que não conhecem o trabalho; Com funcionários que não querem colaborar; Com pessoas que não assumem responsabilidades; Com pessoas que são muito dependentes; Em situações de perigo ou acidente. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Liderança Democrática Com pessoas participativas, que gostam de colaborar; Com funcionários treinados e que conhecem bem o trabalho; Com pessoas responsáveis; Com pessoas adaptadas ao grupo e comprometidas com os resultados; Com situações que não exijam intervenção e decisão imediata. Liderança Liberal Com funcionários bem capacitados, competentes e que não precisam de muitas orientações, como cientistas, engenheiros, especialistas etc.; Com pessoas que realizam trabalhos que exigem iniciativa e criatividade; Com pessoas que gostam de realizar seu trabalho individualmente e que fazem bem o seu trabalho. Fonte: KNAPIK, 2012, p. 87 O papel social do líder Não podemos negligenciar que o líder possui um papel muito importante na sociedade. Ele é um agente educador, que motiva as pessoas na busca de resultado e de transformação no mundo do trabalho. Por isso ele não pode fugir a sua responsabilidade, mesmo que essa seja desgastante e traga sentimento de frustração. Outro papel muito importante do líder é o de estimular e permitir o desenvolvimento dos seus liderados. O líder deve ter uma percepção ampla, precisa e clara dos objetivos a serem atingidos, com os recursos necessários e disponíveis. Por isso devem inspirar seus liderados a estabelecer uma visão compartilhada. FIORELLI (apud. KNAPIK 2012, p. 94) elenca três habilidades que o líder deve desenvolver: Demonstrar a visão pelo exemplo; Ter perseverança nos momentos difíceis; Manter compromisso com as causas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 Ainda segundo FIORELLI (apud. KNAPIK 2012, p. 94), outros atributos são necessários, por possibilitarem um maior sucesso ao papel do líder: Habilidade interpessoal; Autoconhecimento; Convicção; Autoconfiança; Comportamento de líder. Este tema nos permitiu compreender melhor a importância do papel do líder. Afinal, um dos grandes desafios da atualidade é preparar e encontrar líderes que se adaptem as mudanças, sejam flexíveis, suportem bem as pressões e estejam dispostos a participar de um processo de aprendizagem constante, sem esquecer que eles precisam preparar e motivadas equipes de alto desempenho, para alcanças ótimos resultados. E você, está preparado para ser um bom líder? Leitura Obrigatória Sua leitura obrigatória deste tema é o capítulo 3 da obra: KNAPIK, J. Gestão de Pessoas e Talentos. Curitiba: Intersaberes, 2012. http://ava.grupouninter.com.br/tead/hyperibook/IBPEX/609.php Vamos aprender mais um pouco! Assista a um trecho do desenho “Vida de Inseto”, e observe os tipos de liderança: https://www.youtube.com/watch?v=Ds5HD74uzlQ Finalmente, vejamos o que a professora Aline tem a dizer sobre o assunto desta aula no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 23 Tema 5: Teorias transitivas: Mary Parker Follett e Chestier Barnard Você aprendeu que Elton Mayo é considerado o “pai” da Escola das Relações Humanas. Entretanto, é importante destacar que esse conjunto de conhecimentos e informações não partiram somente dele. Um grupo de estudiosos e pesquisadores na parte comportamental também contribuíram para o fortalecimento desta escola. Dentre os pensadores que permitiram o fortalecimento desta escola, destacam-se Mary Parker Follett e Chester Barnard, que estudaremos a seguir. Mary Parker Follett Uma mulher à frente do seu tempo, conhecida por “profetisa do gerenciamento”, Mary Parker Follett nasceu em 1868, nos EUA, e morreu em 1933 no Reino Unido. Considerada uma das principais antecessoras da Escola das Relações Humanas, os escritos de Follett antecedem as pesquisas de Hawthorne. A força do seu estudo está na importância do trabalho em equipe como forma de descentralização das instituições. Follett trabalhou como educadora e organizadora de serviços sociais e assistenciais por um longo período. Essa experiência proporcionou o interesse por problemas da administração industrial. É importante ressaltar que na virada do século XIX, com a Revolução Industrial, foi muito perceptível a crise socialprovocada pela industrialização. Follett também foi uma estudiosa do conflito nas organizações. Segundo ela, os conflitos podem ser construtivos, e há três métodos de solucionar o conflito empresarial: Método da Força Como o próprio nome já dá a entender, é utilizada a dominação, a força, a coerção, ameaças e violências para se conseguir o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 24 resultado desejado. Somente um dos lados terá suas exigências atendidas. Método da Barganha Envolve uma negociação, uma conciliação entre as partes, de forma que se chegue a um meio termo, até se chegar a um acordo satisfatório para ambos. Método da Integração É utilizada a integração de outras ferramentas administrativas, partindo do pressuposto de que o conflito existe porque demandas não são atendidas, e estas não devem ser suprimidas, mas, sim, supridas. Segundo Follett, a unidade da sociedade não está no indivíduo, mas nos grupos sociais. E, sobretudo, o indivíduo forma sua identidade e desenvolve seu potencial humano conforme o grupo a que pertence (MOTTA, 2009). Na verdade, a teoria de Follett confirma que o sucesso do administrador depende da sua capacidade de construir um grupo, saber se relacionar e, principalmente, criar e coordenar equipes interdisciplinares. Saiba mais! Acesse o site e aprenda um pouco mais sobre Mary Parker Follett! http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-fantastica-mary- parker-Follett/569/ Chester Barnard Barnard nasceu em 1886 e faleceu em 1961. Trabalhou durante 40 anos como gestor da empresa de telefones, a ATT (American Telephone & Telegraph), tornando-se, aos 41 anos, o presidente da empresa. Essa experiência o permitiu analisar três pontos fundamentais para a administração: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 25 Observou o processo de tomada de decisão; Analisou as relações entre as organizações formais e informais na organização; Refletiu sobre o papel e a função do executivo. Segundo Barnard, a empresa é o instrumento mais eficaz para o desenvolvimento da sociedade. A relação social nas empresas se dá com base na cooperação entre os indivíduos que estão ligados por objetivos comuns. Segundo ele, o grande problema para a sobrevivência das empresas é não estarem de acordo com a efetividade e a eficiência. A eficiência da organização está ligada à capacidade de satisfazer as necessidades dos indivíduos, pois se a organização consegue atender às necessidades dos indivíduos enquanto consegue atender seus próprios objetivos, a cooperação entre os membros tende a perdurar. O trabalho e a pesquisa realizada por Barnard foi relatado em seu livro “A função do executivo”, no qual ele discute questões como liderança, cultura e concepções de sistemas cooperativos. Duas teorias se destacam, uma sobre autoridade e outra sobre incentivos; e são regidas por sete regras essenciais: 1. Os canais de comunicação devem ser definidos; 2. Todos devem conhecer os canais de comunicação; 3. Todos devem ter acesso aos canais formais de comunicação; 4. Linhas de comunicação devem ser mais curtas e diretas possível; 5. A competência de pessoas que servem como centros de comunicação deve ser adequada; 6. A linha de comunicação não deve ser interrompida enquanto a organização estiver funcionando; CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 26 7. Toda comunicação deve ser autenticada. Para ele, o gestor deve obter a autoridade, tratando os subordinados com muito respeito e competência. E para se incentivar o trabalhador, é necessário convencê-los por meio de incentivos tangíveis como: Dinheiro e outras formas de indução material; Oportunidades pessoais não-materiais de distinção; Condições físicas ideais para o trabalho; Benfeitorias, ideias (como o orgulho de ser trabalhador) etc. A partir dos estudos de Barnard, podemos observar a importância do trabalho do gestor como um ponto de ligação entre a empresa e o trabalhador. Leitura Obrigatória Façamos, então, a leitura do artigo “A influência da motivação no desempenho organizacional no contexto contemporâneo” para enriquecer nosso aprendizado. http://www.fatecgarca.edu.br/revista/volume4/artigos/2.pdf Agora, que tal conhecermos um pouco sobre quem foi Chester Barnard? http://www5.fgv.br/ctae/publicacoes/Ning/Publicacoes/00- Artigos/JogoDeEmpresas/Karoshi/glossario/BARNARD.html Finalizemos este tema com a videoaula da professora Aline. Acesse o material on-line! Na prática Agora é com você! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 27 Maria, 21 anos, recém-casada, morava em Porto Alegre quando foi aprovada no concurso público da Receita Federal, ganhando um bom salário. Seu esposo foi transferido para trabalhar em Curitiba. Um tempo depois, ela também conseguiu transferência para trabalhar na Receita Federal da cidade de seu marido! Em Curitiba, Maria trabalhava diariamente com muita tristeza e ao final do dia chorava, dizia que ninguém falava com e que ela não tinha amigos no setor onde trabalhava. Após nove meses trabalhando em Curitiba, Maria pediu demissão. Preferiu ficar desempregada a ir trabalhar. Analise: por que Maria pediu para sair do emprego se ela ganhava um bom salário? Confira os comentários da professora Aline sobre o problema proposto acessando o material on-line! Síntese Chegamos ao final de mais um encontro! Nele, pudemos observar a importância do ser humano dentro da organização e do processo produtivo. E a partir do momento que as escolas administrativas perceberam a importância do ser humano no processo produtivo, podemos observar que alguns fatores externos motivam o indivíduo a trabalhar mais, como a liderança, o salário, a coesão da equipe entre outros fatores. Ao mesmo tempo, observa-se que a equipe não precisa de um chefe, mas, sim, de líderes que reconheçam e fortaleçam as competências do ser humano no processo produtivo. Para finalizar, assista à síntese da professora Aline Eberspacher a respeito dos temas abordados nesta rota. Basta acessar o material on-line! Até a próxima aula! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 28 Referências ANDRADE, R. O. B.; AMBONI, N. Teoria Geral da Administração. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. BARROS, E.; BONAFINI, F. (Org.) Ferramentas da qualidade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 15. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à teoria das organizações. Barueri: Manole, 2014. FAYOL, Henry. Administração Industrial e Geral. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 1976. FERREIRA, A. 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