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Cabo Frio - Parque da Boca da Barra e Ilha dos Papagaios
O Parque da Boca da Barra e a Ilha dos Papagaios, em Cabo Frio, são exemplos de preservação ambiental resguardando um patrimônio geológico de extrema importância para o Brasil (Figura 1). São formados por uma seqüência de camadas rochosas raras que registra uma história de mais de dois bilhões de anos sobre o continente Sul-americano e sua correlação com a África Ocidental (Figuras 2 e 3). 
Os dados científicos obtidos pelos pesquisadores que estudam a região permitem concluir que essas rochas, magnificamente preservadas, têm mais similaridade com o continente africano do que com o território brasileiro, sugerindo que é uma herança da África que ficou preso à América do Sul após a separação dos continentes, durante a quebra do Gondwana (Figura 3). 
A história do oceano Atlântico também está muito bem registrada. Sua origem e evolução estão espelhadas nos diques de diabásio, que são faixas de rochas escuras muito comuns nos costões. O mais intrigante é que estes diques de 130 milhões de anos cortam rochas mais antigas que também possuem origem oceânica. Ou seja, estas rochas nos contam a história de um oceano mais antigo, de 600 milhões de anos, que existia antes do Gondwana. 
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	Figura 1 - Imagem de Satélite - Google Earth - mostrando o Parque da Boca da Barra e a Ilha dos Papagaios.
	Clique na imagem para ampliar 
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	Figura 3 - O antigo continente Gondwana, formado há 500 milhões de anos e quebrado há 130 milhões de anos.
O Oceano Atlântico hoje
A região costeira entre o Cabo Frio e o Cabo Búzios encontra-se sob clima quente e semi-árido, que se reflete na ausência de rios capazes de transportar os sedimentos até o mar. Assim, nos últimos milhares de anos, suas praias arenosas têm sido alimentadas de areia somente pelo transporte de sedimentos vindos da plataforma continental e pela lenta destruição dos costões rochosos principalmente pela ação das ondas e do impacto de fragmentos rochosos sobre eles.
Nesta região a dinâmica do mar varia ao longo do ano. A Praia Brava (Foto 1) é um exemplo clássico disto, pois sua larga faixa de areia pode desaparecer totalmente em algumas épocas do ano. Outro aspecto interessante é a presença de correntes que renovam a água junto à praia e levam os sedimentos para maiores profundidades (correntes de retorno - veja na Foto 1).
Nas ilhas existem poucos ambientes de acumulação de sedimentos. Na Ilha dos Papagaios há apenas a pequena Praia do Mimi (Fotos 2 e 3), formada pelos sedimentos transportados durante as escassas chuvas. 
	
	Foto 1 - Vista da Praia Brava nos meses em que a faixa de areia está exposta. 
Notar a área mais escura na água mostrando as correntes de retorno
	
	Foto 2 - Vista da Ilha dos Papagaios, face noroeste. Seu topo tem 130 metros. Veja a única praia da ilha, a Praia do Mimi.
	
	Foto 3 - detalhe da Praia do Mimi. Notar o costão rochoso com os blocos angulosos. Notar na parte da praia os blocos arredondados pela ação das ondas.
O Oceano Atlântico há 130 milhões de anos 
Como pode ser visto nos esquemas à esquerda, há 130 milhões de anos iniciou-se a abertura do oceano Atlântico, através da subida de magma (rocha fundida em alta temperatura) do manto da Terra, associada à quebra do antigo continente Gondwana (Figura 3). Vulcões expeliram este magma formando o assoalho do oceano Atlântico que então se formava, separando a América do Sul da África.
Os diques de diabásio, que aparecem esplendidamente no costão rochoso do Parque da Boca da Barra e na Ilha dos Papagaios, são evidências desta separação continental (Fotos 4 e 5). Durante a quebra do Gondwana, a crosta continental se fraturou e, através destas fraturas, o magma do manto subiu. Em muitos locais o magma esfriou e formou os diques de diabásio, que são rochas que não chegaram à superfície.
O diabásio tem cor verde escura e geralmente tem fraturas (veja nas fotos), que são geradas durante o esfriamento do magma. Nesta região (de Búzios a Cabo Frio) os diques têm idade de 130 milhões de anos. Esta idade coincide com a abertura do oceano Atlântico Sul. No modelo à esquerda, notar os diques de diabásio, mostrando o registro do magma que preenche as fraturas da abertura do oceano.
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	Foto 4 - Dique de diabásio na Ilha dos Papagaios. Notar a orientação do dique e suas fraturas internas (perpendiculares).
	
	Foto 5 - Dique de diabásio no costão da Praia Brava. Notar à direita a rocha encaixante, cortada pelo dique. Ao fundo observar a ponta do Farol da Lajinha.
A história de um oceano mais antigo do que o Oceano Atlântico 
Caminhando pelos costões do parque e da Ilha dos Papagaios pode-se observar que os diques de diabásio cortam (atravessam) vários tipos de rochas. Isto é uma evidência de que elas são mais antigas que os diques. 
Estas rochas, encaixantes dos diques, foram formadas há 600 milhões de anos num oceano mais antigo do que o Atlântico, que existiu antes do continente Gondwana. Na área, foram encontrados dois tipos principais de rochas (Figura 2) que os geólogos chamam de paragnaisses e gnaisses máficos (Fotos 6 e 7). Os paragnaisses são derivados de depósitos de sedimentos (areias, argilas) no fundo de um oceano. 
Já os gnaisses máficos representam rochas que formavam a base crustal do antigo oceano. São rochas escuras, típicas de regiões profundas (manto) da Terra. Provavelmente eram semelhantes aos diques mais novos do Atlântico. A única diferença é que estas rochas hoje aparecem como gnaisses máficos, sofreram efeitos de pressão e temperatura que modificaram sua estrutura e seus minerais originais. Isto aconteceu porque o antigo oceano que as gerou foi fechado durante a colisão continental que formou o Gondwana. Note a foliação tectônica subhorizontal nestes gnaisses máficos, esta estrutura planar na rocha foi gerada durante esta colisão (Foto 7).
	
	Foto 6 - Contato entre duas unidades geológicas. Na parte inferior estão os paragnaisses. Na parte superior estão gnaisses máficos.
	
	Foto 7 - Pacote dos gnaisses máficos. Notar a foliação tectônica subhorizontal e a grande fratura vertical, onde está o estudante.
O Parque Municipal da Boca da Barra
O Parque Municipal da Boca da Barra foi criado pela Lei Orgânica Municipal de 05/04/1990 (Título 6, Capítulo I, artigo 180). Inclui toda a área que vai desde o início da salina na Pousada Porto Veleiro, passando pela Ilha do Japonês, até a ponta do farol da Lajinha, Praia Brava e todo o costão além da Ponta do Chapéu. 
Os afloramentos rochosos do Parque da Boca da Barra têm um valor científico inestimável. Sua preservação é primordial e deve ser planejada cuidadosamente, com vistas a proteger este monumento geológico mundial. A região é um exemplo raro de preservação do patrimônio natural. Trata-se de um museu a céu aberto que precisa ser visitado pelas futuras gerações. Cabe ao homem evitar a destruição deste patrimônio. Que sejam apenas as forças da natureza, com seus processos milenares de intemperismo e erosão, que destruam o que ela mesma construiu.
	
	
	
	
“A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os minerais, as montanhas e os oceanos.
Proteja esta obra-prima!”
Elaboração: Profa. Renata da Silva Schmitt (Faculdade de Geologia - UERJ/Projeto de Extensão SR3/UERJ - Cadastro no 685) e Profa. Josefa Varela Guerra (Depto. de Oceanografia - UERJ). Esta placa foi confeccionada através do PROEXT 2005 n. 219/2005 - MEC/SESu e inaugurada em 05 de julho de 2007 durante o 2o. Simpósio Municipal de Geologia de Cabo Frio. 
Co-autores: Clarissa C. Skrepnek, Alex Ramos, João H. Marques e Leonardo Góes.
Coordenação: Kátia Mansur, Vitor Nascimento e Flavio Erthal (DRM-RJ) - Tel.:(21) 2620-2525

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