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inventário e partilha

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UNIVERSIDADE FUMEC
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E DA SAÚDE
CURSO DE DIREITO
INVENTÁRIO E PARTILHA
ALUNA: ISABELLA TEIXEIRA
Inventário
Introdução
Após a morte da pessoa natural, ocorre a abertura da sucessão a fim de transmitir os bens e as dívidas deixadas pelo falecido para os herdeiros legítimos e testamentários (art. 1.784, Código Civil Brasileiro de 2002). Havendo a multiplicidade de herdeiros, forma-se um condomínio onde cada um dos herdeiros terá uma fração do total de bens. Para que a transmissão seja possível, é indispensável haver inventário e partilha. 
O processo de inventário relacionam os bens pertencentes à herança e a quota parte de cada herdeiro e é através dele que há a enumeração e descrição dos bens –ativo - e das obrigações – passivo - do de cujus. Importante ressaltar que a herança consta tanto o ativo quanto o passivo. Após a enumeração e descrição, separar-se-á os bens que serão distribuídos aos herdeiros dos bens pertencentes ao cônjuge supérstite. Em suma, é um procedimento de jurisdição contenciosa que discriminará os bens e indica os herdeiros e legatários e o quinhão de cada. 
	De acordo com o artigo 610 do CPC, há a dualidade do inventário e da partilha, que podem ser judicial ou extrajudicial. O §1º do mesmo artigo dispõe que o inventário é indispensável quando houver testamento, interesse de incapazes ou quando inexistir acordo entre os herdeiros. Então, a escritura será lavrada quando todas as partes interessadas estiverem sendo assistidas por advogados e os mesmos deverão assinar o ato notarial. 
	Existem certos bens que não precisam ser inventariados, bastando que os herdeiros requeiram o alvará de levantamento ao juiz, que será autorizado pela Justiça Estadual (súmula 161 do STF). 
Etapas do inventário
A abertura do inventário, 
A nomeação do inventariante
O oferecimento das primeiras declarações
A citação dos interessados
A avaliação dos bens
O cálculo e o pagamento dos impostos
As últimas declarações
A partilha e sua homologação.
Inventário negativo
	Existem situações em que a pessoa natural falece sem deixar nenhum bem, devendo os herdeiros obter uma declaração judicial acerca da situação. Apesar de não ser legalmente previsto, é um mecanismo aceito pela doutrina e jurisprudência brasileira. 
	Nos casos em que o passivo deixado pelo de cujus é maior que o ativo, o inventário negativo é de significante importância, pois é através dele que os herdeiros comprovarão aos credores que não lhes foram deixados nenhum bem e, por isto, as dívidas não poderão ser pagas. Como os herdeiros só respondem pelas dívidas no limite da herança, eles não terão de pagar as dívidas. 
Inventariante
	Aberto o inventário, deve-se nomear um inventariante, que tem o papel de listar/descrever os bens do de cujus, declarar quais são os herdeiros e legatários, proteger judicialmente os bens do espólio, pagar as dívidas do espólio, dentre outras. Como exige uma relação de confiança, o papel desempenhado pelo inventariante está sujeito à fiscalização judicial.
	O papel do inventariante é similar ao do depositário, porém, as penas aplicadas nos casos de transgressões são diferentes. Enquanto a sanção aplicada ao depositário é estar sujeito à punibilidade, a sanção aplicada ao inventariante é ser deposto do cargo e reparar possíveis bens causados aos bens.
	O Novo Código de Processo Civil brasileiro, em seu artigo 617, dispõe a ordem preferencial de nomeação do inventariante e trouxe duas inovações em relação ao CPC/73 nos seguintes incisos:
“IV – o herdeiro menor, por seu representante legal”
“VI – o cessionário do herdeiro ou do legatário”
Através da análise do dispositivo supracitado, é perceptível que o cônjuge ou companheiro possui prioridade na nomeação de inventariante, contando que estivesse morando com o de cujus ao tempo de sua morte. A justificativa dessa preferência é que, devido à convivência, o cônjuge/companheiro supérstite poderá prover informações mais precisas para o prosseguimento do inventário.
É importante salientar que o cônjuge/companheiro supérstite que tenha alvará de separação de corpo – mesmo que estivessem morando juntos – não poderá ser nomeado inventariante.
PARTILHA
Feito o inventário, ocorre a partilha, que definirá o quanto dos bens caberá a cada herdeiro. Nos casos em que há bem indivisível, a partilha não o divide, apenas define a porcentagem do bem pertencente a cada herdeiro. 
A partilha será legítima quando o de cujus não deixou nenhum testamento ou quando este for nulo ou caduco. Caso o de cujus deixou um testamento válido, a partilha será testamentária. 
Ainda, a partilha deverá obedecer a regras de sucessão por cabeça – todos os herdeiros herdam por direito próprio, tendo o mesmo grau de parentesco – e por estirpe – quando o(s) herdeiro(s) não tem(têm) mesmo grau de parentesco. Um exemplo de estirpe ocorre quando os netos do falecido representam o filho pré-morto, dividindo igualmente entre eles a quantia que seria devida ao filho.
Quando todos os herdeiros são maiores de idade, capazes e acordarem com a divisão de bens, a partilha poderá ser feita por escritura pública. Em contrapartida, a partilha deverá ser judicial quando houver algum herdeiro menor, incapaz ou que não concorde com a divisão de bens. O artigo 2.018 do CC dispõe: “é válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários”.
De acordo com o artigo 23, II do CPC: "compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional". O artigo 48, P.U. do CPC também dispõe: "Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: I - o foro de situação dos bens imóveis; II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio."
O artigo 615 do CPC dispõe sobre a legitimidade para requerer o inventário, que pode ser da pessoa que estiver na posse e administração do espólio, do cônjuge supérstite, herdeiro, legatário, testamenteiro, cessionário do herdeiro ou legatário, dentre outros.
O prazo para que o inventário e partilha sejam requeridos é de até 60 dias após a abertura da sucessão e, caso seja intempestivo, a ordem de preferência de nomeação do inventariante pode ser alterada e também poderá ser fixada multa sobre o imposto a recolher. O prazo final é de 12 meses após a abertura da sucessão, podendo ambos os prazos serem dilatados pelo juiz, de ofício ou por requerimento das partes.

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