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Aula 7 
 
Português para o TRT-23ª Região (Teoria e Exercícios) 
Compreensão e Interpretação de Texto 
Professor: Albert Iglésia 
Português para o TRT-23ª Região (Teoria e Exercícios) 
Aula 7 – Compreensão e Interpretação de Texto 
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Olá! 
Nesta aula de Língua Portuguesa, focalizarei aquilo que é 
importante você saber para compreender e interpretar um texto em 
relação à FCC, que é a banca examinadora do concurso. 
 
Leitura, Análise e Interpretação de Texto 
• Texto, textualidade e contexto 
Você sabe o que realmente é um texto? Bem, a noção de texto 
recobre sempre a de um instrumento transmissor de mensagens, isto é, uma 
forma de comunicar uma intenção qualquer, por meio de uma ou mais 
palavras em sequência. Qualquer usuário de uma língua sabe identificar o que 
é e o que não é um texto, mas defini-lo torna-se um problema, pois sua 
realização envolve fatores de vários campos: linguísticos, pragmáticos e 
comunicativos. E isso envolve o contexto e os usuários da linguagem. 
Podemos ter uma infinidade de textos, desde uma pequena 
sequência, na forma de um pedido de socorro, ou um bilhete, por exemplo, ou 
sequências maiores, como uma notícia jornalística, um relatório, uma ata, um 
sermão ou um romance de mais de seiscentas páginas, ou ainda uma novela, 
um conto, uma sentença proferida por um juiz etc. 
Façamos um pequeno exercício de leitura e resumo da ideia 
central de cada fragmento abaixo. 
1. “O guarda-noturno caminha com delicadeza, para não assustar, 
para não acordar ninguém. Lá vão seus passos vagarosos, cadenciados, 
cosendo sua própria sombra com a pedra da calçada [...].” 
(Crônica de Cecília Meireles intitulada O anjo da noite) 
2. “A Polícia militar entrou ontem em choque de manhã com os 
moradores do bairro de Realengo (zona norte do Rio) que obstruíam, das 9h às 
11h, duas pistas da Avenida Brasil, principal via de acesso ao Rio. Eles 
protestavam contra os atropelamentos perto do CIEP Thomas Jefferson, na 
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margem da Avenida e pediam a construção de uma passarela para pedestres 
[...].” 
(Folha de São Paulo) 
 
Então, será que você compreendeu a ideia principal do que 
acabou de ler? Embora incompletos, os fragmentos dão a noção dos textos 
como um todo significativo e de sua intencionalidade, característica principal 
de um texto como uma unidade de sentido. O fragmento de Cecília fala da 
passagem do guarda-noturno pelas ruas desertas; o segundo trata de uma 
notícia de um confronto entre polícia e a população de um bairro no Rio 
(Realengo) com protestos por causa de atropelamentos na Avenida Brasil. 
Pela leitura dos fragmentos anteriores, você observou que todos 
pertencem a textos, elaborados como partes de uma unidade de comunicação 
intencional. E para se tornarem uma unidade de sentido, possuem uma 
característica fundamental, que é a textualidade. 
Chama-se textualidade ao conjunto de propriedades que uma 
manifestação verbal deve possuir para construir um texto. Pode-se dizer que é 
a textualidade que transforma qualquer sequência linguística em uma unidade 
de sentido; é ela que lhe dá coerência. 
Que tal examinarmos, por exemplo, a sequência abaixo e vermos 
se ela constitui um texto? Vamos lá? 
João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são 
caríssimos. Também os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no 
espaço. Segundo a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria 
Rimaniana dá conta desse fenômeno. 
Percebeu como a sequência anterior não constitui um texto? E por 
quê? Porque, embora apareçam nela todos os elementos necessários à ligação 
entre os termos, não é possível estabelecer entre eles uma continuidade 
responsável pela unidade de sentido; dizemos, então, que a passagem não é 
um texto, por lhe faltar textualidade. 
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A textualidade atrela-se à noção de contexto ou situação. Qualquer 
falante sabe que a comunicação verbal não se realiza por meio de palavras ou 
frases isoladas, desligadas da situação em que são produzidas. Se alguém 
perguntar a um passante: 
– Você sabe onde fica a rua X? 
a pergunta feita naquela situação determinada deve indicar que o interpelante 
não quer apenas indagar se o outro sabe a localização da rua, mas que ele 
está lhe pedindo informação sobre como chegar até lá. Nessa situação, a 
pergunta torna-se um pedido de informação, ou auxílio. Se o inquiridor obtiver 
do transeunte simplesmente a resposta: 
– Sei. 
e este continuar o seu caminho, pode-se dizer que a sequência não constituiu 
o texto desejado, já que não comunicou a intenção específica. Dizemos que, 
nesse caso, não houve um texto interativo no sentido que estamos 
considerando aqui. 
 
Compreensão & Interpretação 
A compreensão (ou intelecção) de texto se realiza no nível do 
enunciado, isto é, tem a ver com o que está escrito no texto. A abordagem 
deve se limitar ao que está expresso nele. Não convém ao leitor fazer 
nenhuma extensão dele. É a forma mais simples e direta de lidar com o texto. 
Nas provas, a capacidade de compreender um texto é normalmente exigida do 
candidato por meio de questões que tratam de: 
– significação contextual de palavras e expressões; 
– sinônimos; 
– substituições de termos; 
– reescritura de frases sem alteração de sentido; 
– continuação lógica de um trecho; 
– ordenação da sequência correta dos trechos de um texto; 
– exame da referência de um termo. 
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Enfim, tem a ver com as relações internas. 
Já a interpretação requer do candidato capacidade de perceber a 
intencionalidade do texto. Nesse tipo de exercício, o concursando é levado a 
desenvolver e até a ultrapassar a mensagem literal contida em uma 
comunicação. Surge geralmente em questões que tratam do(a) 
– ideia central; 
– objetivo do texto; 
– “intenção do autor”; 
– “inferência” (cuidado com o verbo inferir, pois o que é afirmado 
não está explícito no texto; nele existem indícios, pistas). 
 
1. (FCC/2013/DPE-SP/Oficial de Defensoria Pública) Sucede que a busca do 
novo pode conduzir à desintegração da linguagem artística... 
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que nenhuma outra alteração seja 
feita na frase, o verbo grifado acima pode ser substituído APENAS por: 
a) prosseguir. 
b) dirimir. 
c) acompanhar. 
d) levar. 
e) ocasionar. 
Comentário – Esta questão trata da compreensão do que lemos. Observe que 
o examinador diz que a substituição deve ocorrer “sem que nenhuma outra 
alteração seja feita na frase”. Nesse caso, devemos considerar também a 
regência do verbo “conduzir”, que pediu um complemento introduzido pela 
preposição “a”. 
Apenas o verbo levar preserva o emprego da preposição “a”: 
Sucede que a busca do novo pode levar (algo/alguém) à desintegração da 
linguagem artística... 
Cuidado especial com o verbo ocasionar, pois outra alteração 
precisaria ser feita na frase: Sucede que a busca do novo pode ocasionar a 
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desintegração da linguagem artística... Note que agora a preposição 
desapareceu. O “a” é simplesmente artigo definido. 
Resposta – D 
 
Da utilidade dos prefácios 
 Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já 
que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso 
exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom 
elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, 
que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais 
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se 
trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os 
argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). 
Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. 
 Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e 
prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não 
justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em 
muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio – fosse pelo estilo do 
prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência 
das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto 
principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de 
uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a 
possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e 
inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final 
vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto 
principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser 
bem mais curto. 
 Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, 
dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos 
de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça 
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como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era 
também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era 
prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas 
ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o 
prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande 
gênio poético. 
(Aderbal Siqueira Justo, inédito) 
2. (FCC/2014/TRT-16ª Região (AM)/Analista Judiciário) O primeiro e o 
segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação de 
a) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro 
resultam, como consequência natural, as expostas no segundo. 
b) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a 
compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro. 
c) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no 
segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos. 
d) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é 
confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo. 
e) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos 
sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios. 
Comentário – No primeiro parágrafo, o autor apresenta argumentos alheios 
desfavoráveis aos prefácios de textos. Já no segundo, ele expõe sua opinião 
sobre o tema e contradiz a crítica mencionada no parágrafo inicial. 
Resposta – D 
 
3. (FCC/2014/TRT-16ª Região (AM)/Analista Judiciário) Considere as 
afirmações abaixo. 
I. No primeiro parágrafo, a assertiva “o prefácio seria um estraga-prazeres” 
traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva “os prefácios são 
textos inúteis”. 
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II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese 
defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a 
parte melhor de um livro. 
III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para 
demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia 
prefácios igualmente criativos. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
Comentário – Item I: errado. A relação estabelecida entre as sentenças 
destacadas não é de causa e efeito (ou consequência), mas sim de adição. Em 
outras palavras, a frase transmite a ideia de que os prefácios acumulam duas 
características: são inúteis e, além disso, estraga-prazeres. 
Item II: certo. Não há grandes dificuldades aqui. O cuidado 
que você deve tomar é com o significado da expressão “de encontro à”, que 
significa oposição, ressalva, choque, colisão. Não confunda com ao encontro 
de, que transmite noção de afinidade, posição favorável. 
Item III: errado. O autor alega que o gênio inventivo de 
grandes escritores (“um grande poeta, dos maiores do Brasil”) pode propiciar 
bons prefácios a obras inexpressivas (“um livrinho de poemas bem fraquinhos 
de uma jovem”). 
Resposta – B 
 
 Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de terras que vai do 
 Amapá ao norte do Pará possuem uma história comum de relações 
 comerciais, políticas, matrimoniais e rituais que remonta a pelo menos 
 três séculos. Essas relações até hoje não deixaram de existir nem se 
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 deixaram restringir aos limites das fronteiras nacionais, estendendo-se à 
 Guiana-Francesa e ao Suriname. 
 Essa amplitude das redes de relações regionais faz da história 
 desses povos uma história rica em ganhos e não em perdas culturais, 
 como muitas vezes divulgam os livros didáticos que retratam a história 
 dos índios no Brasil. No caso específico desta região do Amapá e norte do 
 Pará, são séculos de acúmulo de experiências de contato entre si que 
 redundaram em inúmeros processos, ora de separação, ora de fusão 
 grupal, ora de substituição, ora de aquisição de novos itens culturais. 
 Processos estes que se somam às diferentes experiências de contato 
 vividas pelos distintos grupos indígenas com cada um dos agentes e 
 agências que entre eles chegaram, dos quais existem registros a partir 
 do século XVII. 
 É assim que, enquanto pressupomos que nós descobrimos os índios 
 e achamos que, por esse motivo, eles dependem de nosso apoio para 
 sobreviver, com um pouco mais de conhecimento sobre a história da 
 região podemos constatar que os povos indígenas dessa parte da 
 Amazônia nunca viveram isolados entre si. E, também, que o avanço de 
 frentes de colonização em suas terras não resulta necessariamente num 
 processo de submissão crescente aos novos conhecimentos, tecnologias 
 e bens a que passaram a ter acesso, como à primeira vista pode nos 
 parecer. Ao contrário disso, tudo o que esses povos aprenderam e 
 adquiriram em suas novas experiências de relacionamento com os não-
 índios insere-se num processo de ampliação de suas redes de 
 intercâmbio, que não apaga - apenas redefine - a importância das 
 relações que esses povos mantêm entre si, há muitos séculos, “apesar” 
 de nossa interferência. 
(Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos indígenas no Amapáe Norte do 
Pará: quem são, onde estão, quantos são, como vivem e o que pensam? São Paulo: Iepé, 2003, p.8-9) 
4. (FCC/TJ-AP/Técnico Judiciário/2014) As culturas dos povos indígenas do 
Amapá e norte do Pará foram enriquecidas devido 
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a) ao processo de colonização, que permitiu que a civilização, trazida pelos 
brancos, substituísse as tradições locais. 
b) à chegada dos brancos na região, pois, até então, esses povos indígenas 
viviam afastados, sem interagir entre si. 
c) ao intenso contato entre esses povos, o que resultou em diferentes 
processos de adição ou substituição de itens culturais. 
d) aos acordos políticos e comerciais firmados entre o governo brasileiro e 
países com os quais faz fronteira. 
e) à interferência do branco nas relações entre esses povos, que se tornam 
pacíficas apenas a partir do século XVII. 
Comentário – O segundo parágrafo do texto é importante para a resposta 
correta. Nele consta que a imensa rede de relacionamentos desses povos 
trouxe enriquecimento cultural. 
Resposta – C 
 
5. (FCC/TJ-AP/Técnico Judiciário/2014) Os povos indígenas do Amapá e 
norte do Pará 
a) preservam sua cultura evitando relações comerciais com povos de outros 
países. 
b) receberam influência dos não-índios sem se tornar necessariamente 
submissos a eles. 
c) vêm se tornando cada vez mais dependentes da tecnologia dos brancos. 
d) permaneceram alheios à tecnologia que os colonizadores trouxeram 
consigo três séculos atrás. 
e) lutam para garantir que suas tradições permaneçam inalteradas ao longo 
do tempo. 
Comentário – Agora é o terceiro parágrafo que nos dá a resposta. Nele consta 
que “o avanço de frentes de colonização em suas terras não resulta 
necessariamente num processo de submissão crescente aos novos 
conhecimentos, tecnologias e bens a que passaram a ter acesso”. Além disso, 
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lemos que a ampliação dos seus relacionamentos “não apaga - apenas redefine 
- a importância das relações que esses povos mantêm entre si, há muitos 
séculos”. 
Resposta – B 
 
 Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum*, 
 depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por 
 isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de 
 maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo 
 dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus 
 dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido 
 por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar. 
 Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em 
 falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias 
 dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto 
 simbólico. 
 No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha 
 língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que 
 acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, 
 restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a 
 nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu 
 exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os 
 homens não podiam roubar sem pecado. 
 Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, 
 e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu 
 sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembleia que 
 correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro 
 dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e 
 entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as 
 lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, 
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 recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e 
 suponho que a óleo. 
 No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara 
 franqueza: 
 – Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já 
 conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... 
 – Oh! meu senhô! fico. 
 – ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce 
 neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um 
 pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és 
 mais alto quatro dedos... 
 – Artura não qué dizê nada, não, senhô... 
 – Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em 
 grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma 
 galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares 
 bem, conta com oito. Oito ou sete. 
 Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia 
 seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu 
 expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular 
 o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu 
 de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos. 
 Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá, tenho-lhe 
 despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe 
 besta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas todas que ele recebe 
 humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre. [...] 
*Literalmente, “depois do golpe", “depois do fato". (Adaptado de: ASSIS, Machado de. 
"Bons dias!", Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888) 
6. (FCC/2015/TRT-15ª Região/Analista Judiciário) O diálogo que se 
desenvolve a partir do 5º parágrafo 
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a) contrasta a altura do empregado com a pequenez inicial de seu salário, de 
maneira que se compreenda a prosperidade da nova condição de 
assalariado. 
b) evidencia, em frases como Tu vales muito mais que uma galinha, o valor 
humano que passam a ter os que eram antes considerados simples 
mercadoria. 
c) ilustra, em frases como Artura não qué dizê nada, não, senhô..., a 
mentalidade a que estava condicionado o escravo, que chega a falar em 
detrimento de si próprio. 
d) prevê o novo padrão das relações de trabalho, pautado por diálogo e 
negociação de direitos, persistente até a atualidade com empregados 
domésticos. 
e) demonstra a afeição que ligava senhor e escravo, rompida com o fim do 
regime de escravidão, como se pode ver nos parágrafos seguintes. 
Comentário – Alternativa A: errada. A nova condição do empregado não era 
próspera, pois um ex-escravo não tinha para onde ir logo após sua alforria. 
Além disso, essa comparação é ilógica, pois o salário de nenhum trabalhador 
(muito menos de um ex-escravo) costuma crescer proporcionalmente ao seu 
crescimento físico. Esse argumento é falacioso. 
Alternativa B: errada. Embora a liberdade do escravo já 
houvesse sido declarada formalmente, o patrão continuava a compará-lo com 
uma mercadoria, com um animal. 
Alternativa C: certa. A fala do empregado revela o seu 
condicionamento subserviente, capaz de levá-lo a menosprezar a si mesmo em 
detrimento do patrão. 
Alternativa D: errada. Não é bem assim. Na continuidade do 
próprio texto, fica evidenteque o patrão não perdeu velhos hábitos 
humilhantes de maus tratos. Isso evidencia que, na realidade, as relações de 
trabalho nunca foram harmônicas, a ponto de os assalariados terem seus 
direitos reconhecidos e mantidos facilmente por iniciativa da classe patronal. 
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Alternativa E: errada. Os parágrafos seguintes revelam, como 
já comentado, o tratamento humilhante dado pelo patrão ao seu empregado. 
Resposta – C 
 
Significação Contextual de Palavras e Expressões 
É prudente tratar aqui das relações lexicais que podem influenciar 
a análise de um texto. São elas: 
a) Sinonímia – Palavras que indicam o mesmo objeto/referente. 
Exemplo: Longo e comprido era o corredor. As palavras destacadas são 
termos sinônimos, pois têm o mesmo referente: a dimensão do corredor. É 
possível, portanto, haver um objeto (referente) com várias denominações: 
carro, veículo, meio de transporte etc. Ocorre que também é possível que 
palavras como cara, rosto e face designem, conforme o contexto, referentes 
distintos. Veja os exemplos abaixo: 
 Tem a cara de pau de sustentar a mentira. 
 Seu rosto se enrubesceu. 
 Cristo deu a outra face. 
 Isso se dá porque sinônimos perfeitos não existem. E Embora 
se fale em palavras sinônimas, também existem frases sinônimas. 
 Joana é a mulher de Marcelo. 
 Marcelo é o marido de Joana. 
b) Antonímia – Vocábulos de significados opostos: dizer e 
desdizer; amar e odiar. Nem sempre é fácil detectar o grau de antonímia. 
Veja o caso de quente e frio, eles são antônimos? Sim, em princípio, mas o 
significado depende do contexto. Veja os exemplos: 
 A coca-cola estava quente/fria. 
 A sopa estava quente/fria. 
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 Não se serve coca-cola como sopa; logo coca-cola quente (não 
gelada) não equivale necessariamente à quentura de uma sopa (a 70 graus, 
por exemplo). Há gradações entre as características que nem sempre 
recobrem os mesmos referentes, pois seu emprego depende de um contexto 
situacional. 
c) Homonímia – São palavras diferentes no sentido, tendo a 
mesma escrita ou a mesma pronúncia. É o caso dos: 
Homônimos perfeitos 
(mesma grafia e pronúncia) 
Manga (tecido) 
Manga (fruta) 
Banco (móvel para assento de pessoas) 
Banco (instituição financeira) 
Homônimos homógrafos 
(mesma grafia) 
Esse (pronome) 
Esse (nome da letra S) 
Ele (pronome pessoal) 
Ele (letra do alfabeto) 
Homônimos homófonos 
(mesma pronúncia) 
Cela (aposento; mesmo que cadeia) 
Sela (arreio acolchoado que se coloca no 
dorso da cavalgadura e sobre o qual 
monta o cavaleiro) 
 Os casos de homonímias não devem ser confundidos com os 
de polissemia semântica. No primeiro caso, há duas entradas distintas no 
dicionário. No segundo, trata-se de uma entrada apenas no dicionário e várias 
acepções derivadas, que vão se encaixando nos vários contextos, como os 
exemplos do uso de linha, a seguir: 
 A linha era azul 
 Dizem que a única mulher que andou na linha o trem matou. 
 Esse ônibus faz a linha Norte-Sul. 
Pela polissemia, um mesmo vocábulo pode ter seu sentido 
estendido, por conotação (sentido figurado). Exemplo: Lia o livro de cabo a 
rabo (expressão que significa do começo ao fim – “cabo” remete a cabeça, a 
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parte do alto; “rabo”, ao final do corpo). Essa noção ficou cristalizada na 
língua, como outras tantas: até aí morreu o Neves; Inês é morta. 
Novamente o contexto é responsável pela definição do significado, que é 
atualizado em diferentes situações de uso. 
d) Paronímia – É a relação entre palavras que têm formas 
parecidas, mas cujos significados diferem, pois têm origens diferentes, como 
por exemplo: descrição e discrição; eminente e iminente, tráfico e 
tráfego, emigrar e imigrar. 
Apresento-lhe uma singela relação de homônimos e parônimos. 
Vale a pena conferir. 
acender = atear fogo 
ascender = subir 
acerca de = a respeito de, sobre 
cerca de = aproximadamente 
há cerca de = faz aproximadamente 
afim = semelhante, com afinidade 
a fim de = com a finalidade de 
amoral = indiferente à moral 
imoral = contra a moral, libertino, 
devasso 
apreçar = marcar o preço 
apressar = acelerar 
arrear = pôr arreios 
arriar = abaixar 
bucho = estômago de ruminantes 
buxo = arbusto ornamental 
caçar = abater a caça 
cassar = anular 
cela = aposento 
sela = arreio 
censo = recenseamento 
senso = juízo 
cessão = ato de doar 
seção ou secção = corte, divisão 
sessão = reunião 
chá = bebida 
xá = título de soberano no Oriente 
chalé = casa campestre 
xale = cobertura para os ombros 
cheque = ordem de pagamento 
xeque = lance do jogo de xadrez 
coser = costurar 
cozer = cozinhar 
deferir = conceder 
diferir = adiar 
descrição = representação 
discrição = ato de ser discreto 
descriminar = inocentar 
discriminar = diferençar, distinguir 
despensa = compartimento 
dispensa = desobrigação 
despercebido = sem atenção, 
desatento 
desapercebido = desprevenido 
discente = relativo a alunos 
docente = relativo a professores 
emergir = vir à tona 
imergir = mergulhar 
emigrante = o que sai 
imigrante = o que entra 
eminente = nobre, alto, excelente 
iminente = prestes a acontecer 
esperto = ativo, inteligente, vivo 
experto = perito, entendido 
espiar = olhar sorrateiramente 
expiar = sofrer pena ou castigo 
estada = permanência de pessoa 
estadia = permanência de veículo 
flagrante = evidente 
fragrante = aromático 
fúsil = que se pode fundir 
fuzil = carabina 
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comprimento = extensão 
cumprimento = saudação 
concertar = harmonizar, combinar 
consertar = remendar, reparar 
conjetura = suposição, hipótese 
conjuntura = situação, circunstância 
infligir = aplicar pena ou castigo 
infringir = transgredir, violar, 
desrespeitar 
intemerato = puro, íntegro, incorrupto 
intimorato = destemido, valente, 
corajoso 
intercessão = súplica, rogo 
interse(c)ção = ponto de encontro de 
duas linhas 
laço = laçada 
lasso = cansado, frouxo 
ratificar = confirmar 
retificar = corrigir 
soar = produzir som 
fusível = resistência de fusibilidade 
calibrada 
incerto = duvidoso 
inserto = inserido, incluso 
incipiente = iniciante 
insipiente = ignorante 
indefesso = incansável 
indefeso = sem defesa 
suar = transpirar 
sortir = abastecer 
surtir = originar 
sustar = suspender 
suster = sustentar 
tacha = brocha, pequeno prego 
taxa = tributo 
tachar = censurar, notar defeito 
em 
taxar = estabelecer o preço 
vultoso = volumoso 
vultuoso = atacado de 
vultuosidade 
e) Hiperônimo e Hipônimo – Palavras como “computador”, 
“monitor”, “impressora” e “teclado” apresentam certa familiaridade de sentido 
pelo fato de pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo 
da informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que 
engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”, 
“impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez, 
“equipamento” é um hiperônimo das outras palavras. 
f) Denotação – Em semântica, a denotação de um termo é oobjeto ao qual o mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou 
denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele 
que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. 
Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável. 
Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal) 
A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não 
produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar. 
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É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um 
manual de instruções etc. 
g) Conotação – Além do sentido referencial, literal, cada palavra 
remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas 
sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva. 
Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um sentido 
incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. A 
linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras 
de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc. 
Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim 
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35) 
Vamos analisar um texto (um cartum do humorista Feifer) e 
perceber, por exemplo, como a noção de sinonímia das palavras nem sempre 
se recobre totalmente. 
“Eu pensava que era pobre. Aí, disseram que eu não era pobre, eu 
era necessitado. Aí, disseram que era autodefesa eu me considerar 
necessitado, eu era deficiente. Aí, disseram que deficiente era uma 
péssima imagem, eu era carente. Aí, disseram que carente era um 
termo inadequado. Eu era desprivilegiado. Até hoje eu não tenho 
um tostão, mas tenho já um grande vocabulário.” 
(In: SOARES, Magda. Linguagem e escola – 
uma perspectiva social. São Paulo, Ática, 1986. P. 52) 
No fragmento dado, podemos ver que o gênero textual já indica 
uma leitura político-ideológica para o texto. Trata-se de um texto humorístico, 
com uma finalidade de crítica social: enumerar os vários nomes (só 
aparentemente sinônimos) com que se costuma definir uma classe social 
(pobre, necessitado, carente, desprivilegiado etc.) não vai resolver o problema 
da pobreza no país. O único ganho para o pobre foi o aumento de seu 
vocabulário, o que não deixa de ser também uma crítica ao palavrório inútil 
daqueles que tentam resolver o problema das diferenças sociais no país, 
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apenas com denominações eufemísticas; utilizam apenas novos nomes para os 
processos, que são desacompanhados das ações sociais. O texto humorístico 
presta-se a uma crítica social sobre o fato de haver “muitas palavras e 
pouca ação”. 
 
7. (FCC/2013/TRT-18ª Região (GO)/Analista Judiciário) “Vive dentro de mim 
/ uma cabocla velha / de mau olhado, / acocorada ao pé do borralho, / 
olhando pra o fogo.” [...] “Vive dentro de mim / a mulher proletária. / 
Bem linguaruda, / desabusada, sem preconceitos.” “Vive dentro de mim / 
a mulher da vida. / Minha irmãzinha... / tão desprezada, / tão 
murmurada...” 
De acordo com o contexto, os elementos sublinhados no trecho acima 
têm, respectivamente, o sentido de: 
a) dobrada - malcriada - lastimosa 
b) encostada - acanhada - renomada 
c) agachada - avançada - mal amada 
d) agachada - atrevida - mal falada 
e) encostada - acanhada - mal falada 
Comentário – A questão é fácil, mas requer exige do candidato um 
conhecimento maior sobre os significados de palavras do nosso vocabulário. 
Esse conhecimento vem naturalmente à medida que você aumenta seu hábito 
de leitura. Observe: 
– acocorada: que está de cócoras, agachada; 
– desabusada: atrevida, confiada, petulante; 
– murmurada: difamada, desacreditada. 
Resposta – D 
 
Coesão & Coerência 
Agora, vamos diferenciar os dois conceitos. A coesão refere-se aos 
vínculos que se estabelecem entre as partes de um enunciado ou de uma 
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sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de coesão, diz 
respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade de um 
texto. Podemos nos valer do quadro abaixo para melhor entender esses 
conceitos: 
Coesão Coerência 
Articulação entre palavras e 
enunciados do texto. 
Manutenção da sequência lógica de 
argumentação. 
Elementos coesivos (advérbios, 
conjunções, preposições, pronomes 
etc.). 
Não deve haver contradições e 
mudanças bruscas no rumo do 
pensamento. 
Relação sintática. Relação semântica. 
Observe o exemplo abaixo. 
Comprei três laranjas e coloquei-as no freezer, pois tencionava 
fazer uma salada de frutas bem geladinha com elas; mas, como 
fui à rua e me demorei muito, não pude aproveitá-las na salada 
porque ficaram todas congeladas. 
Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem 
ligação entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações; 
enfim, são elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos. 
Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos 
sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto. 
Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de 
vida humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada. 
Como você pode perceber, o que permite dar um sentido ao 
texto é a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica 
(SENTIDO) ou pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da 
sequência. Assim sendo, é possível admitir que a coerência é mais relevante 
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do que a coesão para a construção de um texto, embora os dois fatores sejam 
características importantes de todo bom texto. 
 
• Processos de coesão textual 
Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser 
interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em 
função da referência que estabelecem com outros itens. Um item 
referencial tomado isoladamente é vazio e significa apenas: procure a 
informação em outro lugar. Observem o exemplo seguinte: 
João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há 
outro que o supere. 
Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome 
“o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância 
de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma 
anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora. 
Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por 
meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar 
a deturpação do sentido do texto. 
Que tal treinarmos o emprego dos mecanismos de coesão a partir 
do texto abaixo? Vamos lá? 
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois 
tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um 
avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de 
Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua 
Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por voltadas 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências. 
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que 
foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta 
página); o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo 
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Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur 
Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e 
Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de 
Andrade (7), de 53 anos. 
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores 
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era 
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). 
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander 
691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) 
Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um 
assalto e ser baleado na noite de sexta-feira. 
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de 
Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 
e, minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma 
espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das 
avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se 
conhecem as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a 
torre de controle também não tem informações. O laudo técnico demora no 
mínimo 60 dias para ser concluído. 
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em 
cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) 
atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos 
graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos, 
Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de 
Santa Cecília. 
1. REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. 
Observe que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido o 
veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é 
um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua 
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natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A 
repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão. 
2. REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição 
parcial é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, 
uma vez citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um 
acidente, como se observa com o elemento (7), na última linha do segundo 
parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) 
sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos, 
artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização 
por meio da qual são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o 
prefeito de Londrina, Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à 
prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. Nomes femininos 
costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que os 
sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem 
com mais propriedade. 
3. ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido 
pelo contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) 
o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito 
de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini (4), de 64 anos; o 
co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi 
necessário repetir-se a palavra “avião” logo após as palavras “piloto” e “co-
piloto”. Numa matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto 
será de aviões; o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de 
automóveis, por exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: 
Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) 
ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas 
escoriações e queimaduras. Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão 
de um elemento já citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o 
verbo: (As três pessoas sofreram) Apenas escoriações e queimaduras. 
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4. SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um 
elemento já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a 
substituição, que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de 
palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os 
principais elementos de substituição: 
4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou 
acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a 
idéia contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são 
nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4), 
Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro 
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), 
João Izidoro de Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma 
Name Júnior (os filhos de Name Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído 
com a preposição de na forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro (e o 
marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elas retoma as 
três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não 
sofreram ferimentos graves. 
Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes: 
a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para 
que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo isso retoma a ideia, 
expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à 
corrida); 
b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada 
recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome 
demonstrativo o retoma o fato de as pessoas receberem o 13º salário); 
c) [...] Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao 
reagir a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo 
que retoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu 
ao reagir a um assalto...); 
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d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa, 
ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal ele retoma Jonas 
Ricardo; o pronome pessoal a retoma sua esposa). 
4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em 
que se referem a um elemento do texto, o qualificam. Essa qualificação pode 
ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo 
que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado. 
a) [...] foram elogiadas por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, 
que voltou hádois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto 
presidente retoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como 
exemplo, sociólogo); 
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o 
ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos Esportes 
retoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as 
formas: jogador do século, número um do mundo). 
4.3 Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou 
muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi 
demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para 
conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos são sinônimos). 
4.4 Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa 
por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. 
Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida 
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento dos impostos. A 
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de 
paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da 
Avenida Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o 
nome impacto retoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-
exemplo). 
4.5 Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um 
elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de 
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uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas 
de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a 
maneira encontrada... (protesto retoma toda a idéia anterior - da paralisação 
-, categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao 
lado do corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos 
animais (animais retoma cães, indicando uma das possíveis classificações 
que se podem atribuir a eles). 
4.6 Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de 
lugar. Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram... 
(o advérbio de lugar lá retoma São Paulo). Exemplos de advérbios que 
comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos 
que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. 
 
Paráfrase & Paródia 
E por falar em “reescrever o texto”, esclareço que toda vez que 
uma obra faz alusão à outra, ocorre a intertextualidade. Isso se concretiza 
de várias formas. Aqui, abordarei aquela que costuma aparecer em provas e 
que pode ser cobrada no concurso que você fará, só que com uma outra 
“roupagem”: a paráfrase. Também farei distinção entre ela e a paródia 
(outra forma de intertextualidade). Inicialmente, exemplificarei cada uma 
dessas manifestações. Depois, comentarei as características que as 
distinguem. 
 
Texto Original 
Minha terra tem palmeiras 
Onde canta o sabiá, 
As aves que aqui gorjeiam 
Não gorjeiam como lá. 
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). 
 
 
 
 
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Paráfrase 
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos 
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. 
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? 
Eu tão esquecido de minha terra... 
Ai terra que tem palmeiras 
Onde canta o sabiá! 
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). 
Paródia 
Minha terra tem palmares 
onde gorjeia o mar 
os passarinhos daqui 
não cantam como os de lá. 
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”). 
 
Na paráfrase, as palavras são mudadas, porém a ideia do 
texto original é confirmada pelo novo texto; a alusão ocorre para 
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer 
com outras palavras o que já foi dito. E não apenas com outras palavras, 
mas também com outra estruturação sintática. 
Normalmente, as bancas indagam se, nesse processo, a coesão 
(correção gramatical) e a coerência (significado original do texto) foram 
mantidas. É muito importante que esses dois aspectos sejam respeitados 
na hora de parafrasear o texto original. 
Na primeira reescritura (paráfrase) acima, note que não há 
mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal. Mas, 
em relação à paródia, há uma mudança no significado da informação. O 
nome “palmares”, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras. 
Há um contexto histórico, social e racial neste texto. Palmares é o quilombo 
liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695. Há uma inversão do sentido do 
texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil. 
 
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8. (FCC/TJ-AP/Técnico Judiciário/2014) A alternativa que apresenta uma 
passagem do texto corretamente reescrita, sem alteração de sentido, é: 
a) ... até hoje não deixaram de existir... (1º parágrafo) = ... permaneceram 
até os dias atuais... 
b) ... nem se deixaram restringir... (1º parágrafo) = ... não se permitiram 
difundir... 
c) ... dependem de nosso apoio... (3º parágrafo) = ... acatam nossa 
sugestão... 
d) ... podemos constatar que os povos... (3º parágrafo) = ... devemos 
questionar que os povos... 
e) ... nunca viveram isolados... (3º parágrafo) = ... sempre se esquivaram 
do convívio... 
Comentário – Alternativa A: certa. A expressão “até hoje” foi substituída por 
“até os dias atuais”, que expressa o mesmo sentido. E a expressão “não 
deixaram de existir” foi reescrita como “permaneceram”. Tudo está correto e 
preserva o sentido original. 
Alternativa B: errada. Os vocábulos “restringir” e “difundir” 
podem ser entendidos como antônimos. Enquanto o primeiro nos comunica a 
ideia de limitação, o segundo nos transmite a noção de expansão. 
Alternativa C: errada. Acatar ou admitir algo não significa 
depender dele. Nem um apoio é necessariamente uma sugestão. 
Alternativa D: errada. Em “podemos constatar”, emerge certa 
possibilidade de comprovação. Mas, em “devemos questionar”, o sentido é 
diverso. Agora, há uma obrigatoriedade de pedir explicações, esclarecimentos. 
Alternativa E: errada. Mais duas frases antônimas. Quem não 
vive isolado naturalmente procura conviver com outras pessoas. Porém o 
trecho reescrito sugere o contrário. 
Resposta – A 
 
 
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Observe outros exemplos: 
“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por 
qualquer um, no mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo) 
a) No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a 
internet. (PARÁFRASE) 
b) Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, 
no mundo todo, por qualquer um. (PARÁFRASE) 
c) A mente de Deus pode acessar, como qualquer um, no mundo 
todo, a internet. (NÃO É PARÁFRASE) 
Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à 
obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração da linguagem 
 Nosso grande escritor Graciliano Ramos foi, como se sabe, prefeito 
 da cidade alagoana de Palmeira dos Índios.Sua gestão ficou marcada 
 não exatamente por atos administrativos ou decisões políticas, mas pelo 
 relatório que o prefeito deixou, terminado o mandato. A redação desse 
 relatório é primorosa, pela concisão, objetividade e clareza (hoje 
 diríamos: transparência), qualidades que vêm coerentemente 
 combinadas com a honestidade absoluta dos dados e da autoavaliação – 
 rigorosíssima, sem qualquer complacência – que faz o prefeito. Com toda 
 justiça, esse relatório costuma integrar sucessivas edições da obra de 
 Graciliano. É uma peça de estilo raro e de espírito público incomum. 
 
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 Tudo isso faz pensar na relação que se costuma promover entre 
 linguagens e ofícios. Diz-se que há o “economês”, jargão misterioso dos 
 economistas, o “politiquês”, estilo evasivo dos políticos, o “acadêmico”, 
 com o cheiro de mofo dos baús da velha retórica etc. etc. E há, por 
 vezes, a linguagem processual, vazada em arcaísmos, latinismos e 
 tecnicalidades que a tornam indevassável para um leigo. Há mesmo 
 casos em que se pode suspeitar de estarem os litigantes praticando – 
 data venia – um vernáculo estrito, reservado aos iniciados, espécie de 
 senha para especialistas. 
 Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos 
 específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo 
 técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o 
 vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das 
 linguagens opacas, cifradas, que pedem “tradução” para a própria língua 
 a que presumivelmente pertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: 
 quando o propósito da comunicação é honesto, quando se quer clareza e 
 objetividade no que se escreve, as palavras devem expor à luz, e não 
 mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito 
 alagoano, a ética rigorosa do escritor e a ética irrepreensível do 
 administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios da 
 honestidade e do respeito para com o outro. 
(Tarcísio Viegas, inédito) 
9. (FCC/DPE-SP/Agente de Defensoria/2010) Há mesmo casos em que se 
pode suspeitar de estarem os litigantes praticando – data venia – um 
vernáculo estrito [...] 
Nessa passagem do texto, o autor 
a) vale-se de uma linguagem que em si mesma ilustra o caso que está 
condenando. 
b) mostra-se plenamente eficaz na demonstração do que seja estilo conciso. 
c) parodia a linguagem dos leigos, quando comentam a dos especialistas. 
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d) vale-se de um estilo que contradiz a prática habitual dos registros 
públicos. 
e) mostra-se contundente na apreciação das vantagens da retórica. 
Comentário – Ironicamente, o autor se vale de uma linguagem que condena 
para exemplificar um tipo de comunicação obscura, ineficaz. 
Resposta – A 
10. (FCC/DPE-SP/Agente de Defensoria/2010) Considerando-se o contexto, 
traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: 
a) sem qualquer complacência (1º parágrafo) = destituído de intolerância. 
b) jargão misterioso (2º parágrafo) = regionalismo infuso. 
c) vazada em arcaísmos (2º parágrafo) = rompida por modismos. 
d) a que presumivelmente pertencem (3º parágrafo) = que se imagina 
integrarem. 
e) assentada sobre os princípios (3º parágrafo) = reprimida com base nos 
fundamentos. 
Comentário – Não tente resolver esse tipo de questão, muito comum nas 
provas da FCC, diretamente nas alternativas. Vá ao texto e veja se a nova 
expressão é coerente. 
Alternativa A: são expressões antônimas. Ausência 
complacência caracteriza um ser intolerante, e não um ser destituído dela. 
Item errado. 
Alternativa B: no texto, “jargão misterioso” refere-se 
ironicamente, pejorativamente à linguagem de uma categoria profissional: 
economista; nada tem a ver com certa região e muito menos com as 
qualidades, virtudes ou capacidades adquiridas sem que haja qualquer esforço 
intencional, geralmente infundidas no ser humano pela graça de Deus (ciência 
infusa, virtude infusa). 
Alternativa C: a palavra arcaísmo indica estilo antiquado, 
antigo, forma em desuso de falar ou de escrever; modismo, ao contrário, serve 
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para indicar aquilo que está na moda, modo de falar típico de um grupo, lugar 
que em dado momento passa a ter grande uso. 
Alternativa E: o uso do verbo assentar indica que a ética 
estava firmada, fundamentada, significado bem diferente é o do verbo 
reprimir: conter, refrear, sujeitar. 
Resposta – D 
 
 
 
 
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11. (FCC/Banco do Brasil/Escriturário/2011) A afirmativa INCORRETA, 
considerando-se o que dizem os versos, é: 
a) As cabras e os peixes são considerados animais benfazejos, por 
constituírem a base da alimentação dos moradores. 
b) A velhinha e o pescador oferecem seus produtos ainda bastante cedo aos 
moradores, recém-acordados. 
c) O silêncio que impera durante a madrugada pode ser visto como guardião 
do sono das pessoas aconchegadas em suas camas. 
d) O último verso deixa evidente o fato de que o pescador trazia peixes que 
havia acabado de pescar. 
e) A repetição da palavra orvalho acentua a sensação de frio e de umidade 
característicos de uma madrugada de inverno. 
Comentário – Alternativa A: não está clara no texto essa relação de causa e 
consequência entre as cabras e os peixes, de um lado, e, de outro, a base da 
alimentação dos moradores da aldeia. 
Alternativa B: sim, a velhinha e o pescador começam a 
trabalhar muito cedo. Na última estrofe, os trechos “Antes que um sol luarento 
dissolva as vidraças” e “recém-acordados” sustentam a ideia contida nesta 
opção. 
Alternativa C: sim, na segunda estrofe o “silêncio está...de 
sentinela”. 
Alternativa D: sim, no último verso o enunciador diz sobre os 
peixes: “ainda se movem, procurando o rio”. 
Alternativa E: sim, a repetição da palavra “orvalho” é 
intencional e dá-nos uma noção de frio intenso. É comum haver orvalho em 
noites de muito frio. Observe também a expressão “frias vidraças” na última 
estrofe. 
Resposta – A 
 
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12. (FCC/Banco do Brasil/Escriturário/2011) O verso com lembrança das 
árvores ardendo remete 
a) ao ambiente natural existente em toda a aldeia. 
b) à queima da lenha no fogão da casa. 
c) ao costumeiro hábito de atear fogo às florestas. 
d) ao nascer do sol, que aquece as frias vidraças. 
e) à colheita de frutas, no quintal da casa. 
Comentário – O texto associa a lembrança das árvores ardendo ao calor da 
cozinha que perfuma a casa. Desconsiderar isso é arriscado e pode facilmente 
nos fazer extrapolar as ideias contidas no texto. Sustentar, por exemplo, que a 
referência é feita “ao costumeiro hábito de atear fogo às florestas” (letra C) é 
inadmissível. De acordo com o texto, a referência é “à queima da lenha no 
fogão da casa”, facilmente depreendida a partir das expressões “cozinha”e 
“ardendo” (uma metáfora para queimando). 
Resposta – B 
 
13. (FCC/Banco do Brasil/Escriturário/2011) Considere as afirmativas 
seguintes: 
I. O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o 
título. 
II. Predominam nos versos elementos descritivos da realidade. 
III. Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol 
que surge e traz o calor do dia. 
Está correto o que consta em 
a) I, II e III. 
b) I, apenas. 
c) III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I e II, apenas. 
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Comentário – O único problema que podemos apontar é o item III, pois não 
existe essa “clara oposição”. Não há elementos suficientes no texto que 
sustentem essa ideia. Ao contrário, há uma noção de continuidade das singelas 
e rotineiras ações das personagens e uma certa combinação temporal entre dia 
e noite, sol e lua, que se expressa, por exemplo, por meio da expressão “sol 
luarento”. 
Resposta – E 
 
1 As indústrias culturais, e mais especificamente a do 
 cinema, criaram uma nova figura, “mágica”, absolutamente 
 moderna: a estrela. Depressa ela desempenhou 
 um papel importante no sucesso de massa que o cinema 
5 alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito 
 tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se 
 progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias 
 culturais, a outros domínios, ligados primeiro aos setores 
 do espetáculo, da televisão, do show business. Mas 
 [...] 
 
14. (FCC/TRE-AP/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2011) Mas o 
sistema, por muito tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se 
progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias culturais, a 
outros domínios, ligados primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, 
do show business. 
Na frase acima, o segmento destacado equivale a: 
a) por conta de ter ficado muito tempo restrito. 
b) ainda que tenha ficado muito tempo restrito. 
c) em vez de ter ficado muito tempo restrito. 
d) ficando há muito tempo restrito. 
e) conforme tendo ficado muito tempo restrito. 
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Comentário – O trecho expressa uma ideia de ressalva à expansão 
progressiva do sistema. Portanto a reescritura adequada encontra-se na 
segunda opção, já que ela traz uma locução conjuntiva (“ainda que”) que 
ajuda a preservar o mesmo sentido. 
Resposta – B 
 
15. (FCC/TRE-AP/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2011) A correlação 
entre as indústrias culturais e o cinema, tal como instaurada nas linhas 1 
e 2, respeita a mesma relação de sentido que se estabelece, na mesma 
ordem, entre os termos destacados em: 
a) Esse hospital fica no centro, e é a instituição de saúde mais conceituada 
da região. 
b) Ele adora gato, aliás, todos os felinos. 
c) Sempre cultivou flores, sendo a orquídea uma das suas prediletas. 
d) Enxugue os pratos, mas seque bem. 
e) Não se importa de ser chamado de obeso, mas de gordo... 
Comentário – A grande dica está na expressão “na mesma ordem”. Ela nos 
obriga a analisar a questão partindo do alcance semântico da expressão “as 
indústrias culturais”, conforme a seguinte representação: 
as indústrias culturais � o cinema 
Assim sendo, temos que o significado da expressão “as 
indústrias culturais” contém o significado do termo “o cinema”. Em outras 
palavras, a primeira expressão é mais abrangente; a segunda é um exemplo 
dela. Essa relação é conhecida na Semântica como hiperonímia. O contrário é 
a hiponímia: 
o cinema � as indústrias culturais 
A abrangência da primeira do primeiro termo é menor e está 
contido na segunda expressão. Veja outro exemplo. 
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Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma 
impressora para o escritório; pois, sem esse equipamento, 
não conseguiria dar conta do trabalho. 
 
Nas alternativas A e B, a relação é de hiponímia (do menor 
para o maior). 
Nas alternativas D e E, a relação é de sinonímia. 
Resposta – C 
 
 A multiplicação de desastres naturais vitimando populações inteiras é 
inquietante: tsunamis, terremotos, secas e inundações devastadoras, 
destruição da camada de ozônio, degelo das calotas polares, aumento dos 
oceanos, aquecimento do planeta, envenenamento de mananciais, 
desmatamentos, ocupação irresponsável do solo, impermeabilização abusiva 
nas grandes cidades. Alguns desses fenômenos não estão diretamente 
vinculados à conduta humana. Outros, porém, são uma consequência direta de 
nossas maneiras de sentir, pensar e agir. 
 É aqui que avulta o exemplo de Hans Jonas. 
 Em 1979 ele publicou O Princípio Responsabilidade. A obra mostra 
que as éticas tradicionais – antropocêntricas e baseadas numa concepção 
instrumental da tecnologia – não estavam à altura das consequências danosas 
informática
computador
monitor
teclado
impressora
Campo 
Semânt
ico 
equipamento
computador, 
monitor, 
teclado, 
impressora 
Hipôni
mos 
Hiperô
nimo 
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do progresso tecnológico sobre as condições de vida humana na Terra e o 
futuro das novas gerações. Jonas propõe uma ética para a civilização 
tecnológica, capaz de reconhecer para a natureza um direito próprio. O filósofo 
detectou a propensão de nossa civilização para degenerar de maneira 
desmesurada, em virtude das forças econômicas e de outra índole que 
aceleram o curso do desenvolvimento tecnológico, subtraindo o processo de 
nosso controle. 
 Tudo se passa como se a aquisição de novas competências tecnológicas 
gerasse uma compulsão a seu aproveitamento industrial, de modo que a 
sobrevivência de nossas sociedades depende da atualização do potencial 
tecnológico, sendo as tecnociências suas principais forças produtivas. 
Funcionando de modo autônomo, essa dinâmica tende a se reproduzir 
coercitivamente e a se impor como único meio de resolução dos problemas 
sociais surgidos na esteira do desenvolvimento. O paradoxo consiste em que o 
progresso converte o sonho de felicidade em pesadelo apocalíptico – profecia 
macabra que tem hoje a figura da catástrofe ecológica. [...] 
 Jonas percebeu o simples: para que um "basta" derradeiro não seja 
imposto pela catástrofe, é preciso uma nova conscientização, que não advém 
do saber oficial nem da conduta privada, mas de um novo sentimento coletivo 
de responsabilidade e temor. Tornar-se inventivo no medo, não só reagir com 
a esperteza de "poupar a galinha dos ovos de ouro", mas ensaiar novos estilos 
de vida, comprometidos com o futuro das próximas gerações. 
(Adaptado de Oswaldo Giacoia Junior. O Estado de S. Paulo, A2 Espaço Aberto, 3 de abril de 2010) 
16. (FCC/BB/Escriturário/2010) A conclusão do texto propõe, em outras 
palavras, 
a) o respeito aos inúmeros benefícios oferecidos às condições de vida 
moderna pelos avançados recursos decorrentes da tecnologia. 
b) uma atitude comunitária voltada para a prevenção e disposta a alterações 
no modo de vida na Terra para evitar a ocorrência de catástrofes 
ecológicas. 
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c) procedimentos conjuntos entre órgãos oficiais e a sociedade civil como 
solução para a correta aplicação dos avanços tecnológicos. 
d) uma preocupação mais ampla com o emprego da tecnologia em algumas 
áreas do conhecimento humano, para evitar os atuais abusos. 
e) uma visão otimista centrada na resolução dos problemas oriundos do 
progresso tecnológico, por serem eles relativamente simples. 
Comentário – A conclusão do texto encontra-se no último parágrafo. Nele, 
não se fala nada sobre o emprego da tecnologia ou os avanços dela. Portanto 
devemos descartar as opções A, C, D e E. 
Resposta – B 
 
17. (FCC/BB/Escriturário/2010) O paradoxo assinalado no 4º parágrafo se 
estabelece entre 
a) o desenvolvimento pleno da tecnologia e as infinitas possibilidades de seu 
uso na melhoria das condições de vida no planeta. 
b) o destemor diante do progresso tecnológico e a valorização de suas 
aplicações na vida humana. 
c) a ocorrência natural dos fenômenos climáticos habituais e a 
responsabilidade humana determinante para seu agravamento. 
d) os direitos humanos apoiados no uso benéfico da tecnologia e as 
exigências impostas pela natureza, como seu próprio direito. 
e) a confiança irrestrita nos avanços tecnológicos como solução dos 
problemas do homem e a tendência para a destruição do ambiente 
natural. 
Comentário – Releia este trecho: “O paradoxo consiste em que o progresso 
converte o sonho de felicidade em pesadelo apocalíptico – profecia macabra 
que tem hoje a figura da catástrofe ecológica”. O progresso referido está 
baseado na “aquisição de novas competências tecnológicas”. Porém a 
compulsão pelo aproveitamento delas desencadeia um desequilíbrio ecológico. 
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Dessa forma, o que seria um benefício acaba se transformando num grande 
problema para o homem. 
Resposta – E 
18. (FCC/BB/Escriturário/2010) – antropocêntricas e baseadas numa 
concepção instrumental da tecnologia – (3º parágrafo) 
O sentido da afirmativa acima está corretamente reproduzido, com outras 
palavras, em: 
a) voltadas para o homem e fundamentadas na tecnologia como meio de 
atingir determinados fins. 
b) preocupadas com a relação entre homem e natureza, atualmente imposta 
pela tecnologia. 
c) determinadas pelo homem e expostas às comodidades trazidas a todos 
pelo progresso tecnológico. 
d) direcionadas para o bem-estar da humanidade e determinadas pelos 
avanços tecnológicos. 
e) centralizadas nos avanços tecnológicos, mas preocupadas com a vida 
humana na Terra. 
Comentário – O significado da palavra antropocêntricas nos ajuda bastante 
a entender o sentido expresso por meio do trecho destacado: o homem 
(antropo-) como o centro (-cêntricas) de todas as coisas, ou todas coisas 
voltado para o homem, ou todas as coisas ocorrendo em função do homem. 
Uma concepção instrumental da tecnologia indica que a 
tecnologia é admitida como meio (ou instrumento) para a busca de um 
propósito. 
Resposta – A 
 
19. (FCC/BB/Escriturário/2010) Considerando-se a organização do texto, a 
afirmativa INCORRETA é: 
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a) O autor toma como base os diversos desastres naturais que vêm 
ocorrendo em todo o planeta para discutir aspectos ligados à questão 
ambiental. 
b) A retomada das ideias do filósofo Hans Jonas constitui a base da 
argumentação necessária para que o autor do texto fundamente suas 
próprias ideias. 
c) O título da obra O Princípio Responsabilidade remete à necessária 
tomada de consciência dos homens sobre os abusos que vêm cometendo 
contra o meio ambiente. 
d) A relação de catástrofes ambientais apresentada no 1º parágrafo tem por 
objetivo demonstrar a impossibilidade de deter o progresso tecnológico, 
cujos avanços são os principais causadores desses desastres. 
e) Todo o texto se desenvolve a partir da constatação de que o modo de vida 
atual, voltado para o uso abusivo da tecnologia, leva o planeta a uma 
catástrofe ecológica. 
Comentário – É possível indicar a letra D como resposta a esta questão com 
fundamento já na primeira alternativa. 
Resposta – D 
 
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20. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) No texto, o autor 
a) propõe a reformulação de dois conceitos importantes no pensamento 
brasileiro – o “centro” e a “periferia” –, tecendo reflexão que admite 
recuperar as apresentadas nas últimas décadas por teorias sociais, 
econômicas e políticas. 
b) reconhece o pioneirismo da teoria do imperialismo no que se refere à 
análise do diálogo entre “centro” e “periferia”, identificando nela a 
desejável equanimidade no valor atribuído a cada um dos polos. 
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c) correlaciona a temática do “centro” à da “periferia”, e, construindo relação 
homóloga, obriga-se a estabelecer também correlação entre o 
pensamento brasileiro e o latino-americano. 
d) está interessado em caracterizar o pensamento brasileiro no que se refere 
ao exame das relações entre “centro” e “periferia”, o que não o dispensou 
de citar linhas interpretativas do tema que se aproximam desse 
pensamento e as restrições que faz a elas. 
e) historia cronologicamente o caminho percorrido pelo pensamento latino-
americano desde o início das discussões sobre “centro” e “periferia” até o 
momento em que se fixa na determinação das diferenças entre os dois 
conceitos. 
Comentário – Alternativa A: errada. Não é proposta uma reformulação desses 
conceitos; mas, sim, a vinculação deles a um “âmbito mais amplo, latino 
americano” de pensar, como se depreende logo das primeiras linhas do texto. 
Alternativa B: errada. O “x” da questão está no sentido da 
palavra “equanimidade”: imparcialidade, retidão no julgamento e nas ações; 
neutralidade; equidade. Isso não era desejado: “...preocupava-se 
principalmente com os países capitalistas avançados...” (l. 10 e 11). 
Alternativa C: errada. As correlações ocorrem; mas a 
construção delas (e entre elas) não é “homóloga”. Lendo o segundo, o terceiro 
e o último parágrafo, percebemos isso. 
Alternativa D: certa. Vamos por parte: 
– a banca diz: “...interessado em caracterizar o pensamento 
brasileiro no que se refere ao exame das relações entre ‘centro’ e 
‘periferia’...”; o texto diz: “A discussão sobre centro e periferia no pensamento 
brasileiro...” (l.1 e 2); 
– a banca diz: “...o que não o dispensou de citar linhas 
interpretativas do tema que se aproximam desse pensamento...”; o texto diz: 
“O primeiro locus importante onde se procura interpretar a relação entre esses 
dois polos...” (l. 3-5). 
– a banca diz: “...e as restrições que faz a elas.”; o texto diz: 
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“No entanto, a elaboração anterior à CEPALpreocupava-se 
principalmente...” (l. 9 e 10); 
“Não chegaram, contudo, a desenvolver...” (l. 19 e 20); 
“Na verdade, a maior parte das teorias sociais, econômicas e 
políticas, apesar de...” (l. 24 e 25). 
Alternativa E: errada. O caminho percorrido não obedece à 
cronologia. Perceba que o autor começa, no primeiro parágrafo, num ponto 
adiante (“...depois da Segunda Guerra Mundial, em 1947”) e, no segundo 
parágrafo, volta a um ponto anterior (“...imperialismo.”). 
Resposta – D 
21. (FCC/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O par grifado 
que constitui exemplo de parônimos está em: 
a) No espaço de uma noite, o rio havia transbordado e inundado o quintal da 
casa. Pela manhã, foi possível constatar a força destrutiva das águas. 
b) O rio se convertera em um caudaloso fluxo de águas sujas. O menino se 
assustou com a violência barrenta das águas. 
c) Famílias eminentes podiam ir para o campo, fugindo do bulício da cidade. 
Eram iminentes os riscos causados pela inundação das águas barrentas do 
rio. 
d) Era urgente a necessidade de obras para a contenção do rio. Havia 
heroísmo na concentração dos homens que lutavam contra a corrente. 
e) No pomar atrás da casa havia frutas, entre elas, mangas e cajus. Em 
mangas de camisa, homens tentavam salvar o que as águas levavam. 
Comentário – O par de parônimos é formado pelas palavras “eminentes” (= 
nobres) e “iminentes” (= prestes a acontecer), na letra C. 
Alguns detalhes merecem ser comentados. Na letra B, as 
expressões destacadas são equivalentes (ou sinônimas). Na letra E, temos 
exemplo de homônimos perfeitos. 
Resposta – C 
 
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22. (FCC/TRE-TO/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) ...capaz de fornecer 
as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes. (último 
parágrafo) 
Considerando-se o par de palavras eminentes / iminentes, é correto 
afirmar que se trata de exemplo de 
a) antonímia. 
b) sinonímia. 
c) paronímia. 
d) homonímia. 
e) homofonia. 
Comentário – Então, achou fácil? Pois é, esse assunto surge também em 
provas de nível superior. E parece que a FCC gosta de explorar a relação de 
sentidos desse par de palavras. Fique atento! 
Resposta – C 
 
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23. (FCC/TRT-11ª Região (AM)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A 
afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates 
confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar 
a) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras 
controvérsias entre os usuários. 
b) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que 
não é reconhecido por todos. 
c) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a 
esse vocábulo. 
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d) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a 
origem de um vocábulo. 
e) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções 
incompatíveis. 
Comentário – Alternativa A: errada. Embora permita sentidos diferentes, eles 
são precisos e no contexto em que são empregados. 
Alternativa B: errada. Não há entre os diferentes sentidos dessa 
palavra uma hierarquia entre eles. 
Alternativa C: errada. Também não há que se falar em 
legitimidade ou ilegitimidade. Todos os sentidos são igualmente válidos e têm 
aplicação específica dentro de cada contexto. 
Alternativa D: errada. Origem de um vocábulo? De onde o 
examinador tirou essa ideia? As variações de sentido da palavra discriminar 
não servem para avaliar a dificuldade (ou a facilidade) de determinação da 
origem de um vocábulo. 
Resposta – E 
 
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[...] 
 
24. (FCC/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário/2013) No contexto, as frases 
Meu cabelo está pendoando e pode alcançar-me uma côdea desse 
pão constituem casos de 
a) usos opostos de linguagem, já que a completa informalidade da primeira 
contrasta com a formalidade da segunda. 
b) usos similares de linguagem, pois em ambas o intento é valorizar o 
emprego de vocabulário pouco usual. 
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c) intenção didática, já que ambas são utilizadas para exemplificar o que 
seja uma má construção gramatical. 
d) usos similares de linguagem, pois predomina em ambas o interesse pela 
exatidão e objetividade da comunicação. 
e) usos opostos de linguagem, pois a perfeita correção gramatical de uma 
contrasta com os deslizes da outra. 
Comentário – No contexto, percebemos a intencionalidade dos enunciadores 
de empregar palavras pouco usuais, ou desconhecidas por grande parte das 
pessoas atualmente. 
Podemos entender pelo contexto que o cabelo de Solange está 
“quebrando” nas pontas e que D. Glorinha solicita um pedaço de pão. 
Resposta – B 
 
Confiar e desconfiar 
 Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o 
 senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas 
 eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A 
 desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da 
 aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem 
 e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial. 
 [...] 
(Ascendino Salles, inédito) 
25. (FCC/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário/2013) Quanto ao sentimento 
da desconfiança, o texto manifesta clara divergência do senso comum, 
pois, para o autor, esse sentimento 
a) leva, como é sabido, à prática da prudência, que é a chave das grandes 
criações humanas. 
b) traz, como poucos sabem, a consequência de esperar que tudo acabe se 
resolvendo por si mesmo. 
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c) acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas 
audazes e criativas. 
d) traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada 
passo das experiências essenciais. 
e) importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve 
acompanhar a prudência conservadora. 
Comentário – O enunciador divorcia-se do senso comum porque entende que 
a desconfiança atrapalha a aquisição de experiências importantes para a vida. 
Resposta – C 
 
26. (FCC/TRT-9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/2013) ... estudou para ser 
monge beneditino no Colégio São Bento, em São Paulo, onde chegou a 
escrever um livro sobre a ordem. No entanto, acabou seguindo o caminho 
da poesia – em meio à agitação cultural e política dos anos 1960 e 1970. 
(1º parágrafo) 
Considerado o contexto, o sentido dos elementos grifados acima pode ser 
adequadamente reproduzido, na ordem dada, por: 
a) disposição - tumulto 
b) escola - confronto 
c) equilíbrio - burburinho 
d) congregação - efervescência 
e) prudência - radicalismo 
Comentário– No contexto, o substantivo ordem significa congregação 
religiosa que segue certo regulamento comportamental e disciplinar, ao qual 
seus membros se obrigam em seus votos solenes (ordem dos franciscanos, por 
exemplo). Já a palavra agitação significa estado de comoção (cultural, política 
social), espontâneo ou provocado, devido a insatisfação, reivindicação, 
tentativa de mudanças etc., podendo ser adequadamente substituída por 
efervescência: estado de excitação, agitação, comoção (efervescência 
cultural, política etc.) 
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Resposta – D 
 
Os direitos “nossos” e os “deles” 
 Não é incomum que julguemos o que chamamos “nossos” direitos 
superiores aos direitos do “outro”. Tanto no nível mais pessoal das relações 
como nos fatos sociais costuma ocorrer essa discrepância, com as 
consequências de sempre: soluções injustas. 
 Durante um júri, em que defendia um escravo que havia matado o seu 
senhor, Luís Gama (1830 - 1882), advogado, jornalista e escritor mestiço, 
abolicionista que chegou a ser escravo por alguns anos, proferiu uma frase que 
se tornou célebre, numa sessão de julgamento: "O escravo que mata o senhor, 
seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa". A frase 
causou tumulto e acabou por suspender a sessão do júri, despertando 
tremenda polêmica à época. Na verdade, continua provocando. 
 Dissesse alguém isso hoje, em alguma circunstância análoga, seria 
aplaudido por uns e acusado por outros de demonizar o “proprietário”. Como 
se vê, também a demonização tem duas mãos: os partidários de quem 
subjuga acabam por demonizar a reação do subjugado. Tais fatos e tais 
polêmicas, sobre tais direitos, nem deveriam existir, mas existem; será que 
terão fim? 
 O grande pensador e militante italiano Antonio Gramsci (1891-1937), que 
passou muitos anos na prisão por conta de suas ideias socialistas, propunha, 
em algum lugar de sua obra, que diante do dilema de uma escolha nossa 
conduta subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias 
para então responder à seguinte pergunta: “Quem sofre?” Para Gramsci, o 
sofrimento humano é um parâmetro que não se pode perder de vista na 
avaliação das decisões pessoais ou políticas. 
(Abelardo Trancoso, inédito) 
 
27. (FCC/2014/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário) Deve-se considerar 
que, na estruturação desse texto, 
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I. o primeiro parágrafo apresenta uma tese com base numa discrepância de 
valores, que será ilustrada com o fato polêmico exposto no parágrafo 
seguinte. 
II. as controvérsias despertadas pela frase proferida por Luís Gama podem 
ser explicadas pela contundência de um argumento radicalmente 
abolicionista acionado em pleno regime escravocrata. 
III. a referência ao militante Antonio Gramsci, no parágrafo final, propicia um 
argumento poderoso a favor de quem se pauta pelo cumprimento rigoroso 
da lei, não importando as circunstâncias. 
Em relação ao texto, é correto o que se considera em 
a) II e III, apenas. 
b) I e III, apenas. 
c) II, apenas. 
d) I, II e III. 
e) I e II, apenas. 
Comentário – Item I: certo. A tese diz respeito ao fato, comum para o 
enunciador, de considerarmos nossos direitos superiores aos dos outros. O fato 
polêmico gira em torno da frase proferida pelo advogado Luís Gama durante a 
defesa de um escravo que assassinou seu senhor. 
Item II: certo. Nosso conhecimento de mundo deve nos fazer 
relacionar o período de vida do ilustre advogado ao período escravocrata no 
Brasil (meados do século XVI a 13 maio de 1888, com a promulgação da Lei 
Áurea, feita pela Princesa Isabel). Sem dúvida, o argumento do tal advogado 
de defesa foi um grande golpe no regime escravocrata da época. 
Item III: errado. O que o examinador afirma é justamente o 
contrário do que lemos no texto. De acordo com Antonio Gramsci, nossa 
conduta deve levar em conta as circunstâncias que fazem o ser humano sofrer. 
Resposta – E 
 
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28. (FCC/2014/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário) A afirmação de que “a 
demonização tem duas mãos”, no 3º parágrafo, justifica-se quando 
a) tanto o subjugado como quem subjuga são censurados por ações dadas 
como indefensáveis. 
b) ambos os envolvidos num delito se acusam mutuamente, ainda que não 
tenham razão para fazê-lo. 
c) a reação do subjugado é desproporcional em relação ao ato de quem o 
subjugou. 
d) a violência de quem subjuga aproveita-se da extrema fragilidade de quem 
é subjugado. 
e) nem quem subjuga, nem quem é subjugado é inteiramente culpado pelos 
excessos de seus atos. 
Comentário – O terceiro parágrafo exprime a ideia de que há partidários 
tanto de quem é subjugado quanto de quem subjuga. Os dois grupos, opostos 
entre si, acabam censurando as ações de quem lhes é contrário. O mais 
interessante é que mesmo as ações consideradas normalmente sem defesa 
acabam recebendo justificativas ou atenuações por parte daqueles que são 
favoráveis a uma das partes envolvidas no litígio. 
Resposta – A 
 
29. (FCC/2014/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário) No último parágrafo, 
deve-se entender que a preocupação de Antonio Gramsci implica, na 
iminência de uma decisão difícil, 
a) considerar inocente aquele que fez sofrer motivado por uma intenção 
politicamente justa. 
b) absolver quem se arrepende de seus atos, tendo já passado pelo 
sofrimento da culpa e da penitência. 
c) promover uma análise objetiva que leve em conta o padecimento de quem 
será afetado pela decisão. 
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d) aceitar a existência de um fator emocional, mas ainda assim adotar o 
critério mais pragmático possível. 
e) suspender a análise objetiva da ocorrência e levar em conta tão somente 
os impulsos pessoais. 
Comentário – O pensador italiano não faz alusão à inocência ou absolvição de 
alguém. Ele muito menos sugere a suspensão de uma análise objetiva dos 
fatos; isso é exatamente o contrário do que propõe. Para matar a questão, 
você tem que notar, no texto, os seguintes dizeres: “nossa conduta 
subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias”; “o 
sofrimento humano é um parâmetro”. Agora, compare essas sentenças com a 
terceira opção. 
Resposta – C 
 
 Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em 
 gravuras ou empalhados nos museus - o que é perfeitamente natural, 
 dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com 
 mais abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. 
 Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora não tive (nem 
 creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, 
 entender sua linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há 
 muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: “Dizem que 
 o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...” 
 Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso 
 no sultão e nessa linguagem que ele entendia. Fico atenta, mas não 
 consigotraduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão 
 conversando. 
 O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam 
 como doutores. E há o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas 
 infelizmente só diz o próprio nome, decerto sem saber que assim se 
 chama. [...] 
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 Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes 
 muitas coisas: a discernir um homem de uma sombra, as sementes e 
 frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos - ah! principalmente os 
 gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase 
 sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é 
 mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, 
 outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego 
 para as três sílabas. 
MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96 
30. (FCC/2015/TRE-RR/Técnico Judiciário) De acordo com o texto, a 
afirmativa correta é: 
a) A autora confessa, no 1° parágrafo, que não tem interesse nem tempo 
suficiente para observar os pássaros que eventualmente aparecem em sua 
casa, nem saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua 
linguagem. 
b) O último parágrafo aborda uma instrução toda prática e silenciosa, de 
modo semelhante ao que ocorre costumeiramente, ou seja, as gerações 
mais velhas são incumbidas de transmitir conhecimentos úteis aos mais 
novos. 
c) No 3° parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, que falam como 
doutores, vem reforçar a noção de que essas duas espécies, como 
representantes da fauna brasileira, são superiores aos simples bem-te-vis, 
pássaros bastante comuns nas cidades. 
d) A forma como a autora reproduz, no 1° parágrafo, o que constava do livro 
de inglês - Dizem que o sultão Mamude -, não deixa dúvida de que, 
segundo a narrativa, esse sultão realmente conseguia entender a 
linguagem dos pássaros. 
e) No 2° parágrafo, é possível perceber que a autora também consegue, com 
atenção e algum esforço, comunicar-se com os pássaros que costuma 
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observar, principalmente com os bem-te-vis, porque falam português de 
nascença. 
Comentário – Alternativa A: errada. A autora declara que não tem tempo. Ela 
não diz nada sobre a suposta falta de interesse que o examinador mencionou. 
Alternativa C: errada. O texto não transite a ideia de que o 
papagaio e a arara sejam de fato os representantes da fauna brasileira. 
Também não reforça nenhuma noção de superioridade deles. 
Alternativa D: errada. A citação feita pela autora não garante 
que o “sultão realmente conseguia entender a linguagem dos pássaros”. Isso 
era o que diziam a respeito dele. Não é possível garantir que isso de fato 
acontecia apenas por meio da reprodução desse trecho. 
Alternativa E: errada. A própria autora confessa sua 
incapacidade de entender a conversa. 
Resposta – B 
 
Chegamos ao final da aula de hoje e deste curso também. 
Que Deus o abençoe e que você tenha êxito no concurso! 
 
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Lista das Questões Comentadas 
 
1. (FCC/2013/DPE-SP/Oficial de Defensoria Pública) Sucede que a busca do 
novo pode conduzir à desintegração da linguagem artística... 
Mantendo-se a correção e a lógica, sem que nenhuma outra alteração seja 
feita na frase, o verbo grifado acima pode ser substituído APENAS por: 
a) prosseguir. 
b) dirimir. 
c) acompanhar. 
d) levar. 
e) ocasionar. 
 
Da utilidade dos prefácios 
 Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já 
que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso 
exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom 
elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, 
que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais 
graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se 
trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os 
argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). 
Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres. 
 Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e 
prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não 
justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em 
muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio – fosse pelo estilo do 
prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência 
das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto 
principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de 
uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a 
Lista das Questões Comentadas 
 
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possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e 
inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final 
vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto 
principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser 
bem mais curto. 
 Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, 
dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos 
de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça 
como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era 
também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era 
prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas 
ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o 
prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande 
gênio poético. 
(Aderbal Siqueira Justo, inédito) 
2. (FCC/2014/TRT-16ª Região (AM)/Analista Judiciário) O primeiro e o 
segundo parágrafos estabelecem entre si uma relação de 
a) causa e efeito, uma vez que das convicções expressas no primeiro 
resultam, como consequência natural, as expostas no segundo. 
b) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a 
compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro. 
c) inteira independência, pois o tema do primeiro não se espelha no 
segundo, já que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos. 
d) contraposição, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro é 
confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo. 
e) similitude, pois são ligeiras as variações do argumento central que ambos 
sustentam em relação à utilidade e à necessidade dos prefácios. 
 
3. (FCC/2014/TRT-16ª Região (AM)/Analista Judiciário) Considere as 
afirmações abaixo. 
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I. No primeiro parágrafo, a assertiva “o prefácio seria um estraga-prazeres” 
traduz o efeito imediatoda causa indicada na assertiva “os prefácios são 
textos inúteis”. 
II. No segundo parágrafo, o autor afirma que vai de encontro à tese 
defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefácio represente a 
parte melhor de um livro. 
III. No terceiro parágrafo, o autor se vale de uma ocorrência real para 
demonstrar que o gênio inventivo de escritores iniciantes propicia 
prefácios igualmente criativos. 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em 
a) I. 
b) II. 
c) III. 
d) I e II. 
e) II e III. 
 
 Os povos indígenas que hoje habitam a faixa de terras que vai do 
 Amapá ao norte do Pará possuem uma história comum de relações 
 comerciais, políticas, matrimoniais e rituais que remonta a pelo menos 
 três séculos. Essas relações até hoje não deixaram de existir nem se 
 deixaram restringir aos limites das fronteiras nacionais, estendendo-se à 
 Guiana-Francesa e ao Suriname. 
 Essa amplitude das redes de relações regionais faz da história 
 desses povos uma história rica em ganhos e não em perdas culturais, 
 como muitas vezes divulgam os livros didáticos que retratam a história 
 dos índios no Brasil. No caso específico desta região do Amapá e norte do 
 Pará, são séculos de acúmulo de experiências de contato entre si que 
 redundaram em inúmeros processos, ora de separação, ora de fusão 
 grupal, ora de substituição, ora de aquisição de novos itens culturais. 
 Processos estes que se somam às diferentes experiências de contato 
 vividas pelos distintos grupos indígenas com cada um dos agentes e 
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 agências que entre eles chegaram, dos quais existem registros a partir 
 do século XVII. 
 É assim que, enquanto pressupomos que nós descobrimos os índios 
 e achamos que, por esse motivo, eles dependem de nosso apoio para 
 sobreviver, com um pouco mais de conhecimento sobre a história da 
 região podemos constatar que os povos indígenas dessa parte da 
 Amazônia nunca viveram isolados entre si. E, também, que o avanço de 
 frentes de colonização em suas terras não resulta necessariamente num 
 processo de submissão crescente aos novos conhecimentos, tecnologias 
 e bens a que passaram a ter acesso, como à primeira vista pode nos 
 parecer. Ao contrário disso, tudo o que esses povos aprenderam e 
 adquiriram em suas novas experiências de relacionamento com os não-
 índios insere-se num processo de ampliação de suas redes de 
 intercâmbio, que não apaga - apenas redefine - a importância das 
 relações que esses povos mantêm entre si, há muitos séculos, “apesar” 
 de nossa interferência. 
(Adaptado de: GALLOIS, Dominique Tilkin; GRUPIONI, Denise Fajardo. Povos indígenas no Amapá e Norte do 
Pará: quem são, onde estão, quantos são, como vivem e o que pensam? São Paulo: Iepé, 2003, p.8-9) 
4. (FCC/TJ-AP/Técnico Judiciário/2014) As culturas dos povos indígenas do 
Amapá e norte do Pará foram enriquecidas devido 
a) ao processo de colonização, que permitiu que a civilização, trazida pelos 
brancos, substituísse as tradições locais. 
b) à chegada dos brancos na região, pois, até então, esses povos indígenas 
viviam afastados, sem interagir entre si. 
c) ao intenso contato entre esses povos, o que resultou em diferentes 
processos de adição ou substituição de itens culturais. 
d) aos acordos políticos e comerciais firmados entre o governo brasileiro e 
países com os quais faz fronteira. 
e) à interferência do branco nas relações entre esses povos, que se tornam 
pacíficas apenas a partir do século XVII. 
 
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5. (FCC/TJ-AP/Técnico Judiciário/2014) Os povos indígenas do Amapá e 
norte do Pará 
a) preservam sua cultura evitando relações comerciais com povos de outros 
países. 
b) receberam influência dos não-índios sem se tornar necessariamente 
submissos a eles. 
c) vêm se tornando cada vez mais dependentes da tecnologia dos brancos. 
d) permaneceram alheios à tecnologia que os colonizadores trouxeram 
consigo três séculos atrás. 
e) lutam para garantir que suas tradições permaneçam inalteradas ao longo 
do tempo. 
 
 Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum*, 
 depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por 
 isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de 
 maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo 
 dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus 
 dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido 
 por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar. 
 Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em 
 falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias 
 dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto 
 simbólico. 
 No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha 
 língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que 
 acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, 
 restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a 
 nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu 
 exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os 
 homens não podiam roubar sem pecado. 
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 Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, 
 e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu 
 sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembleia que 
 correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro 
 dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e 
 entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as 
 lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, 
 recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e 
 suponho que a óleo. 
 No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara 
 franqueza: 
 – Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já 
 conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... 
 – Oh! meu senhô! fico. 
 – ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce 
 neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um 
 pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és 
 mais alto quatro dedos... 
 – Artura não qué dizê nada, não, senhô... 
 – Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em 
 grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma 
 galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares 
 bem, conta com oito. Oito ou sete. 
 Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia 
 seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu 
 expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular 
 o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu 
 de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos. 
 Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá, tenho-lhe 
 despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe 
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 besta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas todas que ele recebe 
 humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre. [...] 
*Literalmente, “depois do golpe", “depois do fato". (Adaptado de: ASSIS, Machado de. 
"Bons dias!", Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888) 
6. (FCC/2015/TRT-15ª Região/Analista Judiciário) O diálogo que se 
desenvolve a partir do 5º parágrafo 
a) contrasta a altura do empregado com a pequenez inicial de seu salário, de 
maneira que se compreenda a prosperidade da nova condição de 
assalariado. 
b) evidencia, em frases como Tu vales muito mais que uma galinha, o valor 
humano que passam a ter os que eram antes considerados simples 
mercadoria. 
c) ilustra, em frases como Artura não qué dizê nada, não, senhô..., a 
mentalidade a que estava condicionado o escravo, que chega a falar em 
detrimento de si próprio. 
d) prevê o novo padrão das relações de trabalho, pautado por diálogo e 
negociação de direitos, persistente até a atualidade com empregados 
domésticos. 
e) demonstra a afeição que ligava senhor e escravo, rompida com o fim do 
regime de escravidão, como se pode ver nos parágrafos seguintes. 
 
7. (FCC/2013/TRT-18ª Região (GO)/Analista Judiciário) “Vive dentro de mim 
/ uma cabocla velha / de mau olhado, / acocorada ao pé do borralho, / 
olhando pra o fogo.” [...] “Vive dentro de mim / a mulher proletária. / 
Bem linguaruda, / desabusada, sem preconceitos.” “Vive dentro de mim / 
a mulher da vida. / Minha irmãzinha... / tão desprezada, / tão 
murmurada...” 
De acordo com o contexto, os elementos sublinhados no trecho acima 
têm, respectivamente, o sentido de: 
a) dobrada - malcriada - lastimosa 
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b) encostada - acanhada - renomada 
c) agachada - avançada - mal amada 
d) agachada - atrevida - mal falada 
e) encostada - acanhada - mal falada 
 
8. (FCC/TJ-AP/Técnico Judiciário/2014) A alternativa que apresenta uma 
passagem do texto corretamente reescrita, sem alteração de sentido, é: 
a) ... até hoje não deixaram de existir... (1º parágrafo) = ... permaneceram 
até os dias atuais... 
b) ... nem se deixaram restringir... (1º parágrafo) = ... não se permitiram 
difundir... 
c) ... dependem de nosso apoio... (3º parágrafo) = ... acatam nossa 
sugestão... 
d) ... podemos constatar que os povos... (3º parágrafo) = ... devemos 
questionar que os povos... 
e) ... nunca viveram isolados... (3º parágrafo) = ... sempre se esquivaram 
do convívio... 
 
Administração da linguagem 
 Nosso grande escritor Graciliano Ramos foi, como se sabe, prefeito 
 da cidade alagoana de Palmeira dos Índios. Sua gestão ficou marcada 
 não exatamente por atos administrativos ou decisões políticas, mas pelo 
 relatório que o prefeito deixou, terminado o mandato. A redação desse 
 relatório é primorosa, pela concisão, objetividade e clareza (hoje 
 diríamos: transparência), qualidades que vêm coerentemente 
 combinadas com a honestidade absoluta dos dados e da autoavaliação – 
 rigorosíssima, sem qualquer complacência – que faz o prefeito. Com toda 
 justiça, esse relatório costuma integrar sucessivas edições da obra de 
 Graciliano. É uma peça de estilo raro e de espírito público incomum. 
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 Tudo isso faz pensar na relação que se costuma promover entre 
 linguagens e ofícios. Diz-se que há o “economês”, jargão misterioso dos 
 economistas, o “politiquês”, estilo evasivo dos políticos, o “acadêmico”, 
 com o cheiro de mofo dos baús da velha retórica etc. etc. E há, por 
 vezes, a linguagem processual, vazada em arcaísmos, latinismos e 
 tecnicalidades que a tornam indevassável para um leigo. Há mesmo 
 casos em que se pode suspeitar de estarem os litigantes praticando – 
 data venia – um vernáculo estrito, reservado aos iniciados, espécie de 
 senha para especialistas. 
 Não se trata de ir contra a necessidade do uso de conceitos 
 específicos, de não reconhecer a vantagem de se empregar um termo 
 técnico em vez de um termo impreciso, de abolir, em suma, o 
 vocabulário especializado; trata-se, sim, de evitar o exagero das 
 linguagens opacas, cifradas, que pedem “tradução” para a própria língua 
 a que presumivelmente pertencem. O exemplo de Graciliano diz tudo: 
 quando o propósito da comunicação é honesto, quando se quer clareza e 
 objetividade no que se escreve, as palavras devem expor à luz, e não 
 mascarar, a mensagem produzida. No caso desse honrado prefeito 
 alagoano, a ética rigorosa do escritor e a ética irrepreensível do 
 administrador eram a mesma ética, assentada sobre os princípios da 
 honestidade e do respeito para com o outro. 
(Tarcísio Viegas, inédito) 
9. (FCC/DPE-SP/Agente de Defensoria/2010) Há mesmo casos em que se 
pode suspeitar de estarem os litigantes praticando – data venia – um 
vernáculo estrito [...] 
Nessa passagem do texto, o autor 
a) vale-se de uma linguagem que em si mesma ilustra o caso que está 
condenando. 
b) mostra-se plenamente eficaz na demonstração do que seja estilo conciso. 
c) parodia a linguagem dos leigos, quando comentam a dos especialistas. 
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d) vale-se de um estilo que contradiz a prática habitual dos registros 
públicos. 
e) mostra-se contundente na apreciação das vantagens da retórica. 
 
10. (FCC/DPE-SP/Agente de Defensoria/2010) Considerando-se o contexto, 
traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em: 
a) sem qualquer complacência (1º parágrafo) = destituído de intolerância. 
b) jargão misterioso (2º parágrafo) = regionalismo infuso. 
c) vazada em arcaísmos (2º parágrafo) = rompida por modismos. 
d) a que presumivelmente pertencem (3º parágrafo) = que se imagina 
integrarem. 
e) assentada sobre os princípios (3º parágrafo) = reprimida com base nos 
fundamentos. 
 
 
 
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11. (FCC/Banco do Brasil/Escriturário/2011) A afirmativa INCORRETA, 
considerando-se o que dizem os versos, é: 
a) As cabras e os peixes são considerados animais benfazejos, por 
constituírem a base da alimentação dos moradores. 
b) A velhinha e o pescador oferecem seus produtos ainda bastante cedo aos 
moradores, recém-acordados. 
c) O silêncio que impera durante a madrugada pode ser visto como guardião 
do sono das pessoas aconchegadas em suas camas. 
d) O último verso deixa evidente o fato de que o pescador trazia peixes que 
havia acabado de pescar. 
e) A repetição da palavra orvalho acentua a sensação de frio e de umidade 
característicos de uma madrugada de inverno. 
 
12. (FCC/Banco do Brasil/Escriturário/2011) O verso com lembrança das 
árvores ardendo remete 
a) ao ambiente natural existente em toda a aldeia. 
b) à queima da lenha no fogão da casa. 
c) ao costumeiro hábito de atear fogo às florestas. 
d) ao nascer do sol, que aquece as frias vidraças. 
e) à colheita de frutas, no quintal da casa. 
 
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13. (FCC/Banco do Brasil/Escriturário/2011) Considere as afirmativas 
seguintes: 
I. O assunto do poema reflete simplicidade de vida, coerentemente com o 
título. 
II. Predominam nos versos elementos descritivos da realidade. 
III. Há no poema clara oposição entre o frio silencioso da madrugada e o sol 
que surge e traz o calor do dia. 
Está correto o que consta em 
a) I, II e III. 
b) I, apenas. 
c) III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I e II, apenas. 
 
1 As indústrias culturais, e mais especificamente a do 
 cinema, criaram uma nova figura, “mágica”, absolutamente 
 moderna: a estrela. Depressa ela desempenhou 
 um papel importante no sucesso de massa que o cinema 
5 alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito 
 tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se 
 progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias 
 culturais, a outros domínios, ligados primeiro aos setores 
 do espetáculo, da televisão, do show business. Mas 
 [...] 
 
14. (FCC/TRE-AP/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2011) Mas o 
sistema, por muito tempo restrito apenas à tela grande, estendeu-se 
progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias culturais, a 
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outros domínios, liga- dos primeiro aos setores do espetáculo, da 
televisão, do show business. 
Na frase acima, o segmento destacado equivale a: 
a) por conta de ter ficado muito tempo restrito. 
b) ainda que tenha ficado muito tempo restrito. 
c) em vez de ter ficado muito tempo restrito. 
d) ficando há muito tempo restrito. 
e) conforme tendo ficado muito tempo restrito. 
 
15. (FCC/TRE-AP/Analista Judiciário/Análise de Sistemas/2011) A correlação 
entre as indústrias culturais e o cinema, tal como instaurada nas linhas 1 
e 2, respeita a mesma relação de sentido que se estabelece, na mesma 
ordem, entre os termos destacados em: 
a) Esse hospital fica no centro, e é a instituição de saúde mais conceituada 
da região. 
b) Ele adora gato, aliás, todos os felinos. 
c) Sempre cultivou flores, sendo a orquídea uma das suas prediletas. 
d) Enxugue os pratos, mas seque bem. 
e) Não se importa de ser chamado de obeso, mas de gordo... 
 
 A multiplicação de desastres naturais vitimando populações inteiras é 
inquietante: tsunamis, terremotos, secas e inundações devastadoras, 
destruição da camada de ozônio, degelo das calotas polares, aumento dos 
oceanos, aquecimento do planeta, envenenamento de mananciais, 
desmatamentos, ocupação irresponsável do solo, impermeabilização abusiva 
nas grandes cidades. Alguns desses fenômenos não estão diretamente 
vinculados à conduta humana. Outros, porém, são uma consequência direta de 
nossas maneiras de sentir, pensar e agir. 
 É aqui que avulta o exemplo de Hans Jonas. 
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 Em 1979 ele publicou O Princípio Responsabilidade. A obra mostra 
que as éticas tradicionais – antropocêntricas e baseadas numa concepção 
instrumental da tecnologia – não estavam à altura das consequências danosas 
do progresso tecnológico sobre as condições de vida humana na Terra e o 
futuro das novas gerações. Jonas propõe uma ética para a civilização 
tecnológica, capaz de reconhecer para a natureza um direito próprio. O filósofo 
detectou a propensão de nossa civilização para degenerar de maneira 
desmesurada, em virtude das forças econômicas e de outra índole que 
aceleram o curso do desenvolvimento tecnológico, subtraindo o processo de 
nosso controle. 
 Tudo se passa como se a aquisição de novas competências tecnológicas 
gerasse uma compulsão a seu aproveitamento industrial, de modo que a 
sobrevivência de nossas sociedades depende da atualização do potencial 
tecnológico, sendo as tecnociências suas principais forças produtivas. 
Funcionando de modo autônomo, essa dinâmica tende a se reproduzir 
coercitivamente e a se impor como único meio de resolução dos problemas 
sociais surgidos na esteira do desenvolvimento. O paradoxo consiste em que o 
progresso converte o sonho de felicidade em pesadelo apocalíptico – profecia 
macabra que tem hoje a figura da catástrofe ecológica. [...] 
 Jonas percebeu o simples: para que um "basta" derradeiro não seja 
imposto pela catástrofe, é preciso uma nova conscientização, que não advém 
do saber oficial nem da conduta privada, mas de um novo sentimento coletivo 
de responsabilidade e temor. Tornar-se inventivo no medo, não só reagir com 
a esperteza de "poupar a galinha dos ovos de ouro", mas ensaiar novos estilos 
de vida, comprometidos com o futuro das próximas gerações. 
(Adaptado de Oswaldo Giacoia Junior. O Estado de S. Paulo, A2 Espaço Aberto, 3 de abril de 2010) 
16. (FCC/BB/Escriturário/2010) A conclusão do texto propõe, em outras 
palavras, 
a) o respeito aos inúmeros benefícios oferecidos às condições de vida 
moderna pelos avançados recursos decorrentes da tecnologia. 
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b) uma atitude comunitária voltada para a prevenção e disposta a alterações 
no modo de vida na Terra para evitar a ocorrência de catástrofes 
ecológicas. 
c) procedimentos conjuntos entre órgãos oficiais e a sociedade civil como 
solução para a correta aplicação dos avanços tecnológicos. 
d) uma preocupação mais ampla com o emprego da tecnologia em algumas 
áreas do conhecimento humano, para evitar os atuais abusos. 
e) uma visão otimista centrada na resolução dos problemas oriundos do 
progresso tecnológico, por serem eles relativamente simples. 
 
17. (FCC/BB/Escriturário/2010) O paradoxo assinalado no 4º parágrafo se 
estabelece entre 
a) o desenvolvimento pleno da tecnologia e as infinitas possibilidades de seu 
uso na melhoria das condições de vida no planeta. 
b) o destemor diante do progresso tecnológico e a valorização de suas 
aplicações na vida humana. 
c) a ocorrência natural dos fenômenos climáticos habituais e a 
responsabilidade humana determinante para seu agravamento. 
d) os direitos humanos apoiados no uso benéfico da tecnologia e as 
exigências impostas pela natureza, como seu próprio direito. 
e) a confiança irrestrita nos avanços tecnológicos como solução dos 
problemas do homem e a tendência para a destruição do ambiente 
natural. 
 
18. (FCC/BB/Escriturário/2010) – antropocêntricas e baseadas numa 
concepção instrumental da tecnologia – (3º parágrafo) 
O sentido da afirmativa acima está corretamente reproduzido, com outras 
palavras, em: 
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a) voltadas para o homem e fundamentadas na tecnologia como meio de 
atingir determinados fins. 
b) preocupadas com a relação entre homem e natureza, atualmente imposta 
pela tecnologia. 
c) determinadas pelo homem e expostas às comodidades trazidas a todos 
pelo progresso tecnológico. 
d) direcionadas para o bem-estar da humanidade e determinadas pelos 
avanços tecnológicos. 
e) centralizadas nos avanços tecnológicos, mas preocupadas com a vida 
humana na Terra. 
 
19. (FCC/BB/Escriturário/2010)Considerando-se a organização do texto, a 
afirmativa INCORRETA é: 
a) O autor toma como base os diversos desastres naturais que vêm 
ocorrendo em todo o planeta para discutir aspectos ligados à questão 
ambiental. 
b) A retomada das ideias do filósofo Hans Jonas constitui a base da 
argumentação necessária para que o autor do texto fundamente suas 
próprias ideias. 
c) O título da obra O Princípio Responsabilidade remete à necessária 
tomada de consciência dos homens sobre os abusos que vêm cometendo 
contra o meio ambiente. 
d) A relação de catástrofes ambientais apresentada no 1º parágrafo tem por 
objetivo demonstrar a impossibilidade de deter o progresso tecnológico, 
cujos avanços são os principais causadores desses desastres. 
e) Todo o texto se desenvolve a partir da constatação de que o modo de vida 
atual, voltado para o uso abusivo da tecnologia, leva o planeta a uma 
catástrofe ecológica. 
 
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20. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) No texto, o autor 
a) propõe a reformulação de dois conceitos importantes no pensamento 
brasileiro – o “centro” e a “periferia” –, tecendo reflexão que admite 
recuperar as apresentadas nas últimas décadas por teorias sociais, 
econômicas e políticas. 
b) reconhece o pioneirismo da teoria do imperialismo no que se refere à 
análise do diálogo entre “centro” e “periferia”, identificando nela a 
desejável equanimidade no valor atribuído a cada um dos polos. 
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c) correlaciona a temática do “centro” à da “periferia”, e, construindo relação 
homóloga, obriga-se a estabelecer também correlação entre o 
pensamento brasileiro e o latino-americano. 
d) está interessado em caracterizar o pensamento brasileiro no que se refere 
ao exame das relações entre “centro” e “periferia”, o que não o dispensou 
de citar linhas interpretativas do tema que se aproximam desse 
pensamento e as restrições que faz a elas. 
e) historia cronologicamente o caminho percorrido pelo pensamento latino-
americano desde o início das discussões sobre “centro” e “periferia” até o 
momento em que se fixa na determinação das diferenças entre os dois 
conceitos. 
 
21. (FCC/TRE-PE/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) O par grifado 
que constitui exemplo de parônimos está em: 
a) No espaço de uma noite, o rio havia transbordado e inundado o quintal da 
casa. Pela manhã, foi possível constatar a força destrutiva das águas. 
b) O rio se convertera em um caudaloso fluxo de águas sujas. O menino se 
assustou com a violência barrenta das águas. 
c) Famílias eminentes podiam ir para o campo, fugindo do bulício da cidade. 
Eram iminentes os riscos causados pela inundação das águas barrentas do 
rio. 
d) Era urgente a necessidade de obras para a contenção do rio. Havia 
heroísmo na concentração dos homens que lutavam contra a corrente. 
e) No pomar atrás da casa havia frutas, entre elas, mangas e cajus. Em 
mangas de camisa, homens tentavam salvar o que as águas levavam. 
 
22. (FCC/TRE-TO/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) ...capaz de fornecer 
as mais diferentes soluções para questões humanas eminentes. (último 
parágrafo) 
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Considerando-se o par de palavras eminentes / iminentes, é correto 
afirmar que se trata de exemplo de 
a) antonímia. 
b) sinonímia. 
c) paronímia. 
d) homonímia. 
e) homofonia. 
 
 
23. (FCC/TRT-11ª Região (AM)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2012) A 
afirmação de que os dicionários podem ajudar a incendiar debates 
confirma-se, no texto, pelo fato de que o verbete discriminar 
a) padece de um sentido vago e impreciso, gerando por isso inúmeras 
controvérsias entre os usuários. 
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b) apresenta um sentido secundário, variante de seu sentido principal, que 
não é reconhecido por todos. 
c) abona tanto o sentido legítimo como o ilegítimo que se costuma atribuir a 
esse vocábulo. 
d) faz pensar nas dificuldades que existem quando se trata de determinar a 
origem de um vocábulo. 
e) desdobra-se em acepções contraditórias que correspondem a convicções 
incompatíveis. 
 
 
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[...] 
 
24. (FCC/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário/2013) No contexto, as frases 
Meu cabelo está pendoando e pode alcançar-me uma côdea desse 
pão constituem casos de 
a) usos opostos de linguagem, já que a completa informalidade da primeira 
contrasta com a formalidade da segunda. 
b) usos similares de linguagem, pois em ambas o intento é valorizar o 
emprego de vocabulário pouco usual. 
c) intenção didática, já que ambas são utilizadas para exemplificar o que 
seja uma má construção gramatical. 
d) usos similares de linguagem, pois predomina em ambas o interesse pela 
exatidão e objetividade da comunicação. 
e) usos opostos de linguagem, pois a perfeita correção gramatical de uma 
contrasta com os deslizes da outra. 
 
Confiar e desconfiar 
 Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o 
 senso comum, valorizando tanto a cautela como a usura. Mas 
 eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A 
 desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da 
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 aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem 
 e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial. 
 [...] 
(Ascendino Salles, inédito) 
25. (FCC/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário/2013) Quanto ao sentimento 
da desconfiança, o texto manifesta clara divergência do senso comum, 
pois, para o autor, esse sentimento 
a) leva, como é sabido, à prática da prudência, que é a chave das grandes 
criações humanas. 
b) traz, como poucos sabem, a consequência de esperar que tudo acabe se 
resolvendo por si mesmo. 
c) acaba, como poucos reconhecem, por impedir que se tomem iniciativas 
audazes e criativas. 
d) traduz, como poucos sabem, a vantagem de se calcular muito bem cada 
passo das experiências essenciais. 
e) importa, como é sabido, em eliminar a dose de irracionalidade que deve 
acompanhar a prudência conservadora. 
 
26. (FCC/TRT-9ª Região (PR)/Técnico Judiciário/2013) ... estudou para ser 
monge beneditino no Colégio São Bento, em São Paulo, onde chegou a 
escrever um livro sobre a ordem. No entanto, acabou seguindo o caminho 
da poesia – em meio à agitação cultural e política dos anos 1960 e 1970. 
(1º parágrafo) 
Considerado o contexto, o sentido dos elementos grifados acima pode ser 
adequadamente reproduzido, na ordem dada, por: 
a) disposição - tumulto 
b) escola - confronto 
c) equilíbrio - burburinho 
d) congregação - efervescência 
e) prudência - radicalismo 
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Os direitos “nossos” e os “deles” 
 Não é incomum que julguemos o que chamamos “nossos” direitos 
superiores aos direitos do “outro”. Tanto no nível mais pessoal das relações 
como nos fatos sociais costuma ocorrer essa discrepância, com as 
consequências de sempre: soluções injustas. 
 Durante um júri, em que defendia um escravo que havia matado o seu 
senhor, Luís Gama (1830 - 1882), advogado, jornalista e escritor mestiço, 
abolicionista que chegou a ser escravo por alguns anos, proferiu uma frase que 
se tornou célebre, numa sessão de julgamento: "O escravo que mata o senhor, 
seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa". A frase 
causou tumulto e acabou por suspender a sessão do júri, despertando 
tremenda polêmica à época. Na verdade, continua provocando. 
 Dissesse alguém isso hoje, em alguma circunstância análoga, seria 
aplaudido por uns e acusado por outros de demonizar o “proprietário”. Como 
se vê, também a demonização tem duas mãos: os partidários de quem 
subjuga acabam por demonizar a reação do subjugado. Tais fatos e tais 
polêmicas, sobre tais direitos, nem deveriam existir, mas existem; será que 
terão fim? 
 O grande pensador e militante italiano Antonio Gramsci (1891-1937), que 
passou muitos anos na prisão por conta de suas ideias socialistas, propunha, 
em algum lugar de sua obra, que diante do dilema de uma escolha nossa 
conduta subsequente deve se reger pela avaliação objetiva das circunstâncias 
para então responder à seguinte pergunta: “Quem sofre?” Para Gramsci, o 
sofrimento humano é um parâmetro que não se pode perder de vista na 
avaliação das decisões pessoais ou políticas. 
(Abelardo Trancoso, inédito) 
27. (FCC/2014/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário) Deve-se considerar 
que, na estruturação desse texto, 
I. o primeiro parágrafo apresenta uma tese com base numa discrepância de 
valores, que será ilustrada com o fato polêmico exposto no parágrafo 
seguinte. 
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II. as controvérsias despertadas pela frase proferida por Luís Gama podem 
ser explicadas pela contundência de um argumento radicalmente 
abolicionista acionado em pleno regime escravocrata. 
III. a referência ao militante Antonio Gramsci, no parágrafo final, propicia um 
argumento poderoso a favor de quem se pauta pelo cumprimento rigoroso 
da lei, não importando as circunstâncias. 
Em relação ao texto, é correto o que se considera em 
a) II e III, apenas. 
b) I e III, apenas. 
c) II, apenas. 
d) I, II e III. 
e) I e II, apenas. 
 
28. (FCC/2014/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário) A afirmação de que “a 
demonização tem duas mãos”, no 3º parágrafo, justifica-se quando 
a) tanto o subjugado como quem subjuga são censurados por ações dadas 
como indefensáveis. 
b) ambos os envolvidos num delito se acusam mutuamente, ainda que não 
tenham razão para fazê-lo. 
c) a reação do subjugado é desproporcional em relação ao ato de quem o 
subjugou. 
d) a violência de quem subjuga aproveita-se da extrema fragilidade de quem 
é subjugado. 
e) nem quem subjuga, nem quem é subjugado é inteiramente culpado pelos 
excessos de seus atos. 
 
29. (FCC/2014/TRT-1ª Região (RJ)/Analista Judiciário) No último parágrafo, 
deve-se entender que a preocupação de Antonio Gramsci implica, na 
iminência de uma decisão difícil, 
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a) considerar inocente aquele que fez sofrer motivado por uma intenção 
politicamente justa. 
b) absolver quem se arrepende de seus atos, tendo já passado pelo 
sofrimento da culpa e da penitência. 
c) promover uma análise objetiva que leve em conta o padecimento de quem 
será afetado pela decisão. 
d) aceitar a existência de um fator emocional, mas ainda assim adotar o 
critério mais pragmático possível. 
e) suspender a análise objetiva da ocorrência e levar em conta tão somente 
os impulsos pessoais. 
 
 Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em 
 gravuras ou empalhados nos museus - o que é perfeitamente natural, 
 dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com 
 mais abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. 
 Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora não tive (nem 
 creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, 
 entender sua linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há 
 muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: “Dizem que 
 o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...” 
 Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso 
 no sultão e nessa linguagem que ele entendia. Fico atenta, mas não 
 consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão 
 conversando. 
 O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam 
 como doutores. E há o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas 
 infelizmente só diz o próprio nome, decerto sem saber que assim se 
 chama. [...] 
 Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes 
 muitas coisas: a discernir um homem de uma sombra, as sementes e 
 frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos - ah! principalmente os 
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 gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase 
 sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é 
 mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, 
 outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego 
 para as três sílabas. 
MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96 
30. (FCC/2015/TRE-RR/Técnico Judiciário) De acordo com o texto, a 
afirmativa correta é: 
a) A autora confessa, no 1° parágrafo, que não tem interesse nem tempo 
suficiente para observar os pássaros que eventualmente aparecem em sua 
casa, nem saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua 
linguagem. 
b) O último parágrafo aborda uma instrução toda prática e silenciosa, de 
modo semelhante ao que ocorre costumeiramente, ou seja, as gerações 
mais velhas são incumbidas de transmitir conhecimentos úteis aos mais 
novos. 
c) No 3° parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, que falam como 
doutores, vem reforçar a noção de que essas duas espécies, como 
representantes da fauna brasileira, são superiores aos simples bem-te-vis, 
pássaros bastante comuns nas cidades. 
d) A forma como a autora reproduz, no 1° parágrafo, o que constava do livro 
de inglês - Dizem que o sultão Mamude -, não deixa dúvida de que, 
segundo a narrativa, esse sultão realmente conseguia entender a 
linguagem dos pássaros. 
e) No 2° parágrafo, é possível perceber que a autora também consegue, com 
atenção e algum esforço, comunicar-se com os pássaros que costuma 
observar, principalmente com os bem-te-vis, porque falam português de 
nascença. 
 
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26. D 
27. E 
28. A 
29. C 
30. B 
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