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Características gerais grupo do Cobre (Grupo 11): Elementos do Grupo 11 apresentam um elétron s mais externo, além de um nível d completo (d10s1), tendo como exceção o Roentgênio que apresenta dois elétrons s externos com o nível d incompleto (d9s2). A fraca blindagem propiciada pelos elétrons d faz com que o tamanho do raio dos átomos dos elementos do grupo do cobre (Cu), sejam menores que os raios dos elementos pertencentes aos metais alcalinos, com os quais apresentam semelhança pela camada mais externa apresentar um elétron s, e consequentemente mais densos e duros. Suas energias de ionização são maiores e seus compostos são mais covalentes. Devido a participação dos elétrons d na ligação metálica seus pontos de fusão e as entalpias de sublimação são muito maiores que o grupo dos metais Alcalinos. As maiores entalpias de sublimação e maiores energias de ionização são responsáveis pela baixa reatividade do Cu, Ag e Au, adquirindo um caráter de metal “nobre”, não reagem com água, nem com ácidos. Os metais desse grupo (Cu, Ag e Au) apresentam as maiores condutividades elétricas e térmicas conhecidas, são mais maleáveis e mais dúcteis entre os metais estruturais, isso ocorre devido a sua estrutura de empacotamento cúbico compacto que mesmo que ocorra um deslizamento de um plano sobre o outro causado por uma força a estrutura é preservada. Os estados de oxidação mais comuns são Cu (+I), Ag(+I) e Au (+II), o estado de oxidação para o Rg é desconhecido, mas espera-se que este apresente estado de oxidação comum (+I). Contudo, os únicos íons hidratados simples estáveis em solução aquosa são os íons Cu2+ e Ag+. Os íons monovalentes Cu+ e Au+ se desproporcionam em água e, por isso, só podem existir na forma de compostos insolúveis ou complexos. Cu(+I), Ag(+I) e Ag(+I) são oxidantes tão fortes que conseguem oxidar a água. Assim, só ocorrem quando estabilizados na forma de complexos ou como compostos insolúveis. As propriedades químicas dos três elementos (Cu, Ag e Au) diferem muito uns dos outros, em contrapartida apresentam forte tendências de formarem compostos de coordenação e seus compostos geralmente são coloridos. Cobre: Símbolo: Cu Características gerais: Número atômico: 29 Configuração electrónica: [Ar] 3d10 4s1 Peso atômico: 63,546u Ponto de fusão: 1357,77 K Ponto de ebulição: 2835 K Densidade: 8 890 Kg/m3 Estado de oxidação: (+I), (+II) e (+III) História: O cobre ganhou maior destaque a cerca de 7000 anos atrás, por volta de 3000 a.C. na era do bronze, quando se descobriu que com ele era possível formar ligas metálicas. O acréscimo de estanho ao cobre forma uma liga de maior resistência frente à corrosão pela água e pelo ar, essa liga é o Bronze. O cobre, junto com o ouro e a prata, era a base das moedas de circulação no mundo antigo. Obviamente, ele era o menos valioso destes três. Atualmente, ele ainda é usado na fabricação de moedas, mas geralmente na forma de liga monetária (liga metálica formada por 75% de cobre e 25% de níquel). Disponibilidade: O cobre pode ocorrer na forma de pepitas (minério de metal puro), porém atualmente essa fonte está praticamente esgotada. O minério mais comum é a calcoprita (CuFeS2), além da calcocita (Cu2S), Carbonato Básico de Cobre (Cu2(OH)2CO3 malaquita, verde), óxido cuproso (Cu2O cuprita, vermelho-rubi), a bornita (Cu5FeS4) e a turquesa (CuAl6(PO4)4(OH)8·4H2O). Obtenção: Geralmente o minério, depois de extraído, britado e moído, passa por um processo para obter cobre metálico. A calcocita (Cu2S), que tem sulfetos em sua composição, sofre flotação à espuma formando um concentrado de até 15% de cobre, em seguida passa por calcinação na presença de oxigênio. Areia é adicionada para remover o ferro formando silicato de ferro (Fe2(SiO3)3), que flutua na superfície. Ar é passado através da mistura líquida de Cu2S, contendo um pouco de FeS e sílica. Ocasionando sua oxidação parcial. O fluxo de ar é interrompido e ocorre a auto redução do óxido e do sulfeto. Cu2S + 2Cu2O2 → 6Cu + SO2 O cobre produzido nessa etapa é o cobre Blister com 98,5% de pureza, após essa etapa ele é fundido em blocos concentrados e em seguida o produto é colocado em células eletrolíticas, com eletrodos de Cu e a solução de H2SO4 que produzem um cobre 99,9% puro. Aplicações: O cobre é utilizado na indústria elétrica, por conta de sua elevada condutividade elétrica e em tubulações de água, e sua inércia química. Existem mais de 1000 ligas diferentes de cobre. Podemos citar o bronze (Cu / Zn com 20-50% de Zn), a liga conhecida como “prata alemã” (55-60% de Cu, 10-18% de Ni e 17-27% de Zn) e várias outras ligas que são usadas também na fabricação de moedas. Diversos compostos de cobre são usados na agricultura, por exemplo, a “mistura de Bordeaux” é o hidróxido de cobre, obtido a partir de CuSO4 e Ca(OH)2. Ele é um importante fungicida pulverizado nas plantações. Importância biológica do cobre: Uma pessoa adulta tem no organismo cerca de 100 mg de cobre. Embora em pequenas quantidades o cobre seja um elemento de essencial, em quantidades maiores é tóxico. Cerca de 4 a 5 mg de cobre são necessárias na dieta diária. Em animais, a deficiência desse metal resulta na incapacidade de aproveitar o ferro armazenado no fígado, e o animal passa a sofre de anemia. São conhecidas diversas “proteínas azuis” contendo cobre. Eles atuam como transportadores de elétrons, ao mudar seu estado de oxidação de Cu2+ para Cu+ e vice-versa. Alguns exemplos de oxidases são: Amino oxidases (oxidação de aminas), Citocromo oxidase (atua com os grupos heme na etapa final da oxidação), Lisina oxidase (controla a elasticidade das paredes da aorta), entre outras. O cobre no organismo também está envolvido com a doença de Wilson que é uma deficiência hereditária que provoca acumulo de Cu no fígado. Prata: Símbolo: Ag Características gerais: Número atômico: 47 Configuração electrónica: [Kr] 4d105s1 Peso atômico: 107,87u Ponto de fusão: 1234,93 Ponto de ebulição: 2435 K Densidade: 10490 kg/m3 Estados de oxidação: (+I), (II), (+III) História: A prata era um dos sete metais conhecidos na antiguidade, esses metais são: ouro, prata, cobre, estanho, chumbo, ferro e mercúrio. Por conta disso sua descoberta não pode ser datada com precisão. Assim como o ouro e o cobre, ocorre de forma elementar na natureza. A prata foi muito utilizada de forma ornamental, como joias e objetos de decoração. Como a prata é mais reativa que o ouro, o suprimento de prata pura, encontrada na natureza, era muito mais limitado que o ouro, e por conta disso, a prata era mais cara do que o ouro no Egito até por volta do século XV a.C. A situação mudou com a descoberta da copelação, uma técnica que permitia que o metal prateado fosse extraído de seus minérios. Pilhas de escórias, que podiam ser encontrados na Ásia Menor e nas ilhas do Mar Egeu, foram mencionadas no livro de Génesis, o que indica que a prata tem sido separada do Chumbo desde pelo menos o quarto milênio a.C. usando a mineração de superfície. Na época das civilizações grega e romana, as moedas de prata eram um elemento básico da economia. Atingindo um pico de produção de 200 toneladas por ano, um estoque estimado de 10000 toneladas de prata circulou na economia romana em meados do século II d.C., cinco a dez vezes maior que a quantidade combinada de prata disponível para a Europa medieval e o Califado Abássida por volta do ano 800 d.C. A Europa Central tornou-se o centro da produção de prata durante a Idade Média, à medida que os depósitos mediterrânicos explorados pelas antigascivilizações haviam se esgotado. Com a descoberta da América e a pilhagem, da prata pelos conquistadores espanhóis, as Américas Central e do Sul tornaram-se os produtores dominantes de prata até o início do século XVIII, particularmente Peru, Bolívia, Chile e Argentina. No século 19, a produção primária de prata mudou-se para a América do Norte, particularmente Canadá, México e Nevada, nos Estados Unidos. Disponibilidade: A prata é encontrada na forma de minérios do grupo dos sulfetos, como Ag2S (argentita), como cloreto, AgCl (cloroarginita) ou como prata. Atualmente, a maior parte é obtida como subproduto do refino do Cu, Pb ou Zn. Pode ser obtido da lama anódica formada no refino eletrolítico de Cu e Zn. Aplicação: A prata é usada em painéis solares, filtragem de água, louças e utensílios de alto valor, em condutores elétricos, em catálise de reações químicas, como corante e em vitrais. Seus compostos são utilizados em filmes fotográficos e de raios-X. Soluções diluídas de nitrato de prata e outros compostos de prata são usados como desinfetantes e microbicidas, eles também podem ser adicionados a ataduras e curativos, cateteres e outros instrumentos médicos. Outras características da Prata: A condutividade elétrica da prata é o maior de todos os metais, maior inclusive que a do cobre, porém, seu custo elevado trona sua utilização para propósitos de eletricidade pouco viáveis. A prata pura tem a mais alta condutividade térmica entre os metais, embora a condutividade do carbono (no alótropo de diamante) e do superfluido de hélio-4 seja ainda maior. Isótopos: A prata possui dois isótopos estáveis: Ag-107 e Ag-109. Sendo o isótopo Ag- 107~51,839%, um pouco mais abundante. Além dos isótopos estáveis, possui 28 radioisótopos, entre esses os mais estáveis são: Ag-105 (t1/2 = 41,28 dias), Ag111 (t1/2 = 7,45 dias), Ag-112 (t1/2 = 3,13 horas), E ainda apresenta isómeros nucleares: Ag- 108 (t1/2 = 418 anos), Ag-110 (t1/2 = 249,70 dias), Ag-106 (t1/2 = 8,28 dias), são os mais estáveis. Formam ligas metálicas com a maioria dos outros elementos da tabela Ouro: Símbolo: Au Características gerais: Número atômico: 79 Distribuição eletrônica: [Xe] 4f¹⁴ 5d¹06s1 Peso Atômico: 196,96u Ponto de Fusão: 1337,33 K Ponto de Ebulição: 3129 K Densidade: 19300 Kg/m3 Estados de Oxidação: (+I), (+III), (+IV), (+V) História: Por volta de 4000 a.C., os egípcios utilizavam nanopartículas de ouro em suspensão na constituição do “elixir da longa vida”, considerado por eles uma bebida capaz de estimular a mente e restaurar a juventude. Há relatos sobre o emprego do ouro como medicamento pelos povos árabes e chineses. A adoção do ouro como unidade de conta pelos diferentes sistemas monetários conduziu ao estabelecimento do padrão- ouro, posto em vigor pela primeira vez no Reino Unido em 1821. O ouro é o mais nobre de todos os metais e, por ser inerte nas condições terrestres, é encontrado no estado nativo. Disponibilidade: É normalmente encontrado em rochas magmáticas e em depósitos sedimentares clásticos denominados placers. Os minerais que comumente acompanham o ouro são: pirita, calcopirita, cinábrio, magnetita, hematita e barita. Durante muito tempo o ouro foi obtido não diretamente dos veios de quartzo. Nas minas de rochas auríferas, geralmente localizadas em filões, o teor do minério é da ordem de 6 a 12 gramas de ouro puro por tonelada de terra e rocha. No segundo tipo é feito a exploração de veios subterrâneos, o metal é triturado, lavado e submetido à amalgamação. Aplicação: Na área de saúde, o ouro tem aplicação na odontologia, para obturação, e o ouro radioativo se usa na cintilografia do fígado. Películas muito finas de ouro, que refletem mais de 98% da radiação infravermelha incidente, são usadas em satélites artificiais. O ouro é empregado na indústria elétrica e eletrônica, no revestimento de circuitos impressos, contatos, terminais e sistemas semicondutores. Em medicina natural o ouro é empregado devido ao seu efeito de estabilização da estrutura do colágeno e ação genericamente anti-inflamatória. Os sais de ouro (AuS) isoladamente paralisam a evolução da artrite e a sua difusão para outras articulações. Entretanto esses sais tem uma grande toxicidade a nível hepático, gastrointestinal, renal e medular Família do Zinco: Todos os elementos apresentam uma configuração eletrônica d10s2. Os elementos do grupo 12 tem um nível d completo que não está disponível para formação de ligações, por isso eles tem poucas propriedades associadas aos elementos de transição típicos. Comparado com os metais alcalinos terrosos, que também tem 2 elétrons s na camada mais externa, os dois elétrons externos dos metais do grupo do Zinco estão muito mais fortemente ligados. Isso é resultado das maiores cargas nucleares dos metais e da blindagem nuclear pelos elétrons d e f. Essa ligação mais forte no grupo do Zinco é refletida nos maiores potenciais de ionização, potenciais padrão mais positivos, menor comprimento da ligação metálica, menores raios atômicos e iônicos, maior eletronegatividade e caráter mais covalente em suas ligações comparado com o Ca, Sr e Ba. Além disso, os metais desse grupo (d10s2), ao contrário do grupo do cobre (d10s1), não apresentam valências superiores ao número do grupo (+II para o Zn, Cd e Hg e +II, +I ou +III para Cu, Ag e Au). Essa propriedade é explicada pelo fato dos elétrons d nos íons Zn2+, Cd2+ e Hg2+ estão muito mais fortemente ligados, devido às maiores cargas nucleares iônicas, do que no caso do Cu+, Ag+ e Au+. Entretanto os metais do grupo do zinco são menos nobres que os do grupo do cobre, devido seus pontos de fusão e ebulição serem muito baixos, já que esse caráter nobre é favorecido por elevados calores de sublimação, elevadas energias de ionização e baixos calores de hidratação. Zinco: Símbolo: Zn Características gerais: Número atômico: 30 Configuração eletrônica: Peso atômico: 65,38 Ponto de fusão: 692.68 K Ponto de ebulição: 1180 K Densidade: 7140 kg/m3 Estado de oxidação: (+I) e (+II) História Zinco era conhecido pelos romanos, mas raramente usado. A fusão e extração de zinco impuro já era efetuada no ano 1.000 na Índia, na obra Rasarnava (c. 1200), de autor desconhecido, o procedimento foi descrito, e posteriormente na China. No ocidente, em 1258, Alberto Magno descreve a fabricação do latão na Europa. No século XVI já se conhecia a existência do metal. Agrícola observou em 1546 que se formava um metal branco prateado condensado nas paredes dos fornos nos quais se fundiam minerais de zinco, adicionando em suas notas que um metal similar denominado zincum era produzido na Silésia. Johann Kunkel em 1677, e pouco mais tarde Stahl em 1702, indicam que ao preparar o latão com o cobre e a calamina, esta última se reduz previamente em zinco livre, que foi isolado posteriormente pelo químico Anton von Swab em 1742 e por Andreas Marggraf em 1746, cujo exaustivo e metódico trabalho, Sobre o método de extração do zinco de um mineral verdadeiro, a calamina, sedimentou a metalurgia do zinco e sua reputação como descobridor do metal, passando a nomeá-lo com “zink”. Disponibilidade: O Zinco ocorre na crosta terrestre na proporção de 132 ppm, em peso. Em 2006 a produção mundial de Zn foi 10,000,000 toneladas e seus principais produtores foram a China com 2,600,000 toneladas, seguida da Austrália com 1,380,000 e o Peru com 1,201,794, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos. No período da formação da terra , o zincofoi depositado principalmente na forma de sulfetos, sendo ZnS a principal fonte de exploração comercial, sendo nomeada como esfarelita nos Estados Unidos e como Blenda na Europa. Além da esfarelita existem também a smithsonita ZnCO3 (ou calamina na Europa) e a hemimorfita Zn4(OH)2Si2O7.H2O. Obtenção: Os minérios de Zinco (principalmente ZnS) são concentrados por flotação e aquecidos ao ar, para formarem ZnO e SO2. O zinco metálico é obtido a partir do óxido por dois processos diferentes: Primeiro o ZnO pode ser reduzido pelo monóxido de carbono à 1200 °C, num forno de fusão. É uma reação reversível que utiliza essas altas temperaturas para deslocar o equilíbrio para direita. ZnO + CO ↔ Zn + CO2 Como o zinco se encontra no estado gasoso nessa temperatura pode ocorrer reoxidação da mistura de Zn e CO2, para evitar isso os fornos modernos minimizam a reoxidação de duas formas: usando o excesso de carbono para converter o CO2 em CO. Resfriando bruscamente a mistura desses gases evitando que o sistema atinja o equilíbrio. Esse resfriamento ocorre aspergindo-se o gás quente com gotículas de chumbo fundido, dessa forma pode obter-se zinco com 99% de pureza. A outra maneira é hidrometalúrgia. O ZnS é aquecido ao ar, em uma temperatura menor, formando ZnO e ZnSO4, que são dissolvidos em H2SO4 e posteriormente tratados com zinco em pó para precipitar o cádmio. Em seguida o zinco puro é obtido por eletrólise da solução de ZnSO4. Aplicação: Ele é utilizado no processo de galvanização, que reveste objetos de ferro ou aço evitando a corrosão. No processo uma fina camada de zinco é depositada por eletrólise, por ser mais reativo do que o ferro ou o aço, o zinco atrairá quase toda a oxidação até que a corrosão corra completamente na folha revestida. Esta proteção funciona mesmo após pequenos arranhões e amassados e pode sobreviver por muitos anos. A galvanização é utilizada em coberturas metálicas, pontes, guarda-corpos, postes de luz, trocadores de calor e em carrocerias de automóveis. Alternativas podem ser: mergulhar o objeto em zinco fundido para obter camadas mais espessas, o revestimento de zinco em pó e aquecido (sherardização) ou pulverização com zinco fundido. Ele também é utilizado na fabricação de ligas como o bronze (Cu / Zn com 20-50% de Zn), como um eletrodo de sacrifício. Um exemplo de aplicação para este tipo de eletrodo é quando ele é acoplado a motores marítimos de alumínio. Especialmente em água salgada, o processo de oxidação dos metais no navio forma uma corrente elétrica fraca, que pode levar à corrosão do casco e das peças do motor. Por ter um eletrodo de sacrifício de zinco presente, ele se sacrifica por corrosão, negando a corrente elétrica e, assim, protegendo o casco de alumínio e / ou o motor; como eletrodo negativo nas pilhas secas (células de Leclanché, células de mercúrio e células alcalinas de manganês). O ZnO pode ser utilizado como pigmento branco de tintas, é particularmente brilhante já que absorve luz ultravioleta e reemite como luz branca. Importância biológica do Zinco: O organismo de uma pessoa adulta contém cerca de 2g de Zn. O zinco exerce um papel nos sistemas enzimáticos de animais e plantas, pois existem mais de 20 enzimas contendo Zn, as mais conhecidas são: a Anidrase carbônica: presentes nas hemácias e participa do processo de respiração acelerando a absorção de CO2 nas células vermelhas do sangue, nos músculos e nos outros tecidos, ele também acelera a reação inversa, a liberação de CO2 nos pulmões. Ao mesmo tempo que regula o pH. CO2 + OH- ↔ HCO3- Outra enzima importante contendo zinco é a Carboxipeptidase, que está presente no suco pancreático, está ligada a digestão de proteínas em animais e do metabolismo de proteínas em animais e plantas. Essa enzima catalisa a hidrólise da ligação peptídica terminal, na extremidade que contém a carboxila, porém ela é seletiva só atuando quando o grupo R do aminoácido terminal for aromático ou uma cadeia alifática ramificada com configuração L. Cádmio: Símbolo: Cd Características gerais: Número atômico: 48 Configuração eletrônica: [Kr] 5s2 4d10 Ponto de fusão: 594,22 K Ponto de ebulição: 1040 K Densidade: 8650 Kg/m3 Estados de oxidação: (+I) e (+II) História: O cadmio é o segundo elemento do grupo 12, descoberto em 1817, por um químico alemão chamado Friedrich Stromeyer, como impureza no minério de zinco (ZnCO3). Além de ser professor na Universidade de Göttinger Friendrich, Stromeyer era um funcionário do governo responsável por inspecionar farmácias no estado de Hanover, na Alemanha. Stromeyer foi informado de que o fornecedor tinha problemas para produzir óxido de zinco partindo do carbonato de zinco, o químico ofereceu a substituição do processo normal de aquecimento do carbonato de zinco para a produção do oxido de zinco (ZnCO3+AQUECIMENTO→ ZnCO3), porém durante esse processo o fornecedor explicou que o carbonato de zinco ficou amarelo. Friendrich então, analisado o carbonato amarelo, descobriu que a impureza contida no mineral era um novo elemento, o “cadmio”. A etimologia deste mineral deriva do vocábulo grego kadmeia ou cadmia, em latim, significando “originário do Leste”. Disponibilidade: O cádmio é um metal brilhante, raro de aspecto branco-prateado, dúctil e muito maleável. Sua superfície tem um tom azulado e o metal é macio o suficiente para ser cortado com uma lâmina, sendo solúvel em ácidos, mas não em álcalis. Forma compostos com propriedades semelhantes às dos compostos de zinco, porém forma compostos mais complexos que os do zinco. O cádmio compõe cerca de 0,1 ppm na crosta terrestre. Não são conhecidos depósitos significativos de minérios que contenham cádmio. O único mineral de cádmio de importância, é sulfeto de cadmio (CdS ), está quase sempre associado à esfarelita (ZnS). Essa associação é causada pela similaridade geoquímica entre o zinco e o cádmio, sem que nenhum processo geológico possa separá-los. Assim, o cádmio é produzido principalmente como subproduto da mineração, da fundição e do refino de minérios sulfídricos de zinco e, em menor grau, de chumbo e cobre. Pequenas quantidades de cádmio, cerca de 10% do consumo, são produzidas a partir de fontes secundárias, principalmente do pó gerado pela reciclagem de sucata de ferro e aço. As rochas mineradas para fertilizantes fosfatados contêm quantidades variáveis de cádmio, resultando em uma concentração de cádmio de até 300 mg / kg nos fertilizantes e um alto teor de cádmio nos solos agrícolas. Carvão pode conter quantidades significativas de cádmio, o que resulta principalmente em pó de combustão. Obtenção: O cádmio pode ser encontrado como impureza comum nos minérios de zinco, e é mais frequentemente isolado durante a produção de zinco. Alguns concentrados de minérios de zinco contêm até 1,4% de cádmio. Na década de 1970, a produção de cádmio foi de 6,5 quilo gramas por tonelada de zinco. Os minérios de sulfeto de zinco são torrados com oxigênio, convertendo o sulfeto de zinco em óxido. O zinco metálico é produzido por fundição do óxido com carbono ou por eletrólise em ácido sulfúrico. O cádmio é isolado do metal de zinco com destilação a vácuo se o zinco é fundido o sulfato de cádmio é a precipitação da solução de eletrólise. Também pode ser obtido a partir de uma mistura líquida de zinco e cádmio que quando resfriada, o zinco se torna sólido primeiro. Pode ser removido da mistura deixando o cádmio líquido para trás. Aplicações: O cádmio é um elemento raro e com aplicações comparativamente reduzidas. Uma liga comumde cádmio de baixo ponto de fusão é o metal de Wood. Esta liga se funde a 70 ° C é usada em sistemas de sprinklers de incêndio como plug. Quando a temperatura sobe acima de 70 ° C, o plugue se funde e cai. Isso abre a linha de água e ativa o sprinkler borrifando água. Uma de suas principais aplicações, em cerca de 70%, são em baterias de níquel-cádmio (nicad). Baterias Nicad são recarregáveis. Compostos de cádmio também são usados como agentes corantes. Os dois compostos mais utilizados são sulfato de cádmio (CdS), e seleneto de cádmio (CdSe). Estes compostos são usados para colorir tintas e plásticos. Existe uma preocupação sobre possíveis efeitos ambientais do uso de cádmio para este propósito. No entanto, não foram encontrados substitutos satisfatórios. Aspectos biológicos: O cádmio se bioacumula em plantas aquáticas, invertebrados, peixes e mamíferos. A Organização Mundial de Saúde considera tolerável uma ingestão eventual de até 7 µg/kg de cádmio pelo período de uma semana. Efeitos neuropsicológicos também foram atribuídos à exposição ao cádmio, como alterações na memória e alterações cognitivas. Devido a ter propriedades similares ao zinco o cádmio, tem o poder de deslocar/substituir o zinco de certas enzimas proteicas encontradas no fígado, nos rins, nos intestinos, no pâncreas e testículos dos mamíferos, e também substituir o cálcio nos tecidos ósseos. A forma mais perigosa de exposição ao cádmio é a inalação de poeira fina e fumaça ou a ingestão de compostos de cádmio altamente solúveis. A inalação de vapores de cádmio pode resultar inicialmente em febre, mas pode evoluir para pneumonite química, edema pulmonar e morte. A exposição humana é principalmente da combustão de combustíveis fósseis, fertilizantes fosfatados, produção de ferro e aço, produção de cimento e atividades relacionadas, produção de metais não-ferrosos e incineração de resíduos sólidos municipais. Mercúrio: Símbolo: Hg Características gerais: Número atômico: 80 Distribuição eletrônica: [Xe] 4f¹⁴ 5d¹º6s2 Ponto de fusão: 234,32 K Ponto de ebulição: 629, 88 K Densidade: 13,579 Kg/m3 Estado de oxidação: (+I) (+II) História: Mercúrio é um metal conhecido desde da antiguidade. Simbolizado por Hg, uma redução da palavra grega "Hydrargyrus" que significa prata líquida. Contudo o nome mercúrio foi dado pelos egípcios como uma associação dos metais conhecidos naquela época com os sete astros. Mercúrio é uma associação com o nome do planeta Mercúrio. John Dalton realizou ainda as primeiras medidas de pressão de vapor de mercúrio, além de outros líquidos, como amônia e ácido sulfúrico. Disponibilidade: Mercúrio ocorre em depósitos em todo o mundo principalmente como cinábrio (sulfeto de mercúrio). É um elemento considerado raro, estima-se que a crosta terrestre seja composta de 0,08 ppm de mercúrio. É encontrado no meio ambiente associado a outros elementos na forma de sulfetos, óxidos ou haletos. Possui sete isótopos estáveis: 196Hg, 204Hg, 198Hg, 201Hg, 199Hg, 200Hg e 202Hg. Sua forma mais comum é na forma de sulfeto de mercúrio II (HgS), presente no minério cinábrio. O mercúrio geralmente forma compostos estáveis simples com ligações metal-metal. A maioria dos compostos de mercúrio (I) são diamagnéticos e apresentam o cátion dimérico Hg 2+. Derivados estáveis incluem o cloreto e o nitrato. Temos como exemplo de compostos com mercúrio I: cloreto de mercúrio I e o Hidreto de mercúrio I. Já os compostos de mercúrio II podemos observar nos quatro haletos mercúrio conhecidos. Eles formam complexos tetraédricos com outros ligantes, mas os halogenetos adotam uma geometria de coordenação linear, algo semelhante a Ag +. Os mais conhecidos exemplos de compostos de mercúrio II são: Cloreto de mercúrio II, Oxido de mercúrio II. E também temos o mercúrio na forma de raros sais orgânicos, organomercuriais, tendo como sua formula genérica: HgR2 Por que o mercúrio é líquido no estado natural? O mercúrio tem ponto de fusão em −38°C, que é abaixo da temperatura ambiente, por isso ele é líquido. Para chegamos a uma conclusão termos que analisar o mercúrio tanto na família como no período. Os três elementos principais da família do mercúrio (zinco, cádmio e mercúrio), tem orbitais eletrônicos completos. O resultado disso é o ponto de fusão do Zn, Cd e Hg ser muito menor que outros metais. Porém o Hg tem um diferencial, além dos orbitais “d” e “s”, ele possui orbitais “f” completos, que causam um efeito chamado “contração dos lantanídeos”. Seus orbitais “4f” não reduzem a carga nuclear de forma eficiente, então os elétrons dos orbitais “5d” e “6s” são atraídos pelo núcleo com mais intensidade reduzindo o raio atômico e aumentando a energia de ionização. Com os elétrons mais próximos ao núcleo, a interação entre os átomos de mercúrio vai ser menor, a energia para desfazer um possível retículo cristalino é menor e o ponto de fusão é baixo. O ponto de fusão do mercúrio, quando calculado teoricamente, seria 82°C, que faz sentido quando comparado com os outros elementos do grupo 12 (Zn e Cd), mas ainda bem distante do ponto de fusão real observado experimentalmente. Outra causa de tamanha diferença no ponto de fusão do mercúrio é o efeito relativístico. O Hg tem um núcleo atômico tão grande que os elétrons das camadas mais internas se movem numa porcentagem significativa da velocidade da luz. Os elétrons de um átomo de Hg, no orbital “1s”, por exemplo, se movem à 58% da velocidade da luz fazendo os elétrons ficarem mais próximos ao núcleo. A energia para retirar um elétron na última camada é maior, os átomos de Hg interagem menos, e o ponto de fusão é ainda mais baixo. Obtenção: O mercúrio é extraído aquecendo o cinábrio em uma corrente de ar e condensando o vapor. HgS + O 2 → Hg + SO 2 No processo de produção do mercúrio o minério cinábrio (HgS), apresenta cor vermelha ou preta, cujas maiores reservas encontram-se na Espanha (Almaden), e na Itália. O mercúrio metálico é obtido por aquecimento do cinábrio a 600 ºC em uma fornalha (temperatura na qual o material se sublima), seguido de condensação. A purificação desse minério é feita por um dos métodos mais simples de extração metalúrgica. Passa diretamente do estado sólido para o gasoso. O vapor de mercúrio é então coletado em uma série de tubos condensadores, passando para o estado líquido. Aplicações: Mercúrio é um metal que tem variados usos em diversos setores. O mercúrio é usado especialmente na fabricação de produtos químicos industriais ou para aplicações elétricas e eletrônicas. É usado em alguns termômetros, especialmente aqueles que são usados para medir altas temperaturas. Na indústria o mercúrio é utilizado como eletrodo líquido na fabricação de cloro e hidróxido de sódio por eletrólise de salmoura. O mercúrio ainda é usado em alguns equipamentos elétricos, como interruptores e retificadores, que precisam ser confiáveis e para catálise industrial. Também em pequenas quantidades utilizado em lâmpadas fluorescentes. Alguns compostos químicos como o Cloreto de mercúrio (HgCl2), é usado como um inseticida, em veneno e como desinfetante. O óxido de mercúrio é usado em unguentos de pele. O sulfato de mercúrio é usado como catalisador na química orgânica. O fulminato de mercúrio (Hg(CNO)2), é utilizado como detonador. Também o mercúrio é utilizado em amálgamas para fins odontológicos. O composto etilmercúrio, empregado como sombra para olhos, medicações tópicas, soluções para ouvido e lentes de contato, colírios oculares e sprays antissépticos e como conservante em vacinas. Aspectos biológicos: O mercúrioé um dos poluentes com maior potencial tóxico dentre os metais pesados apresentando capacidade de bioacumulação e biomagnetificação. O mais conhecido e de maior intensidade foi o desastre da baia de Minamata, em 1953, causado pelo metilmercúrio. O mercúrio tem vários efeitos nos seres humanos, que podem ser simplificados nos seguintes: Destruição do sistema nervoso, danos às funções cerebrais, danos ao DNA e danos cromossômicos, reações alérgicas, resultando em erupções cutâneas, cansaço e dores de cabeça e efeitos negativos na reprodução, tais como danos nos espermatozoides, defeitos congénitos e abortos. No caso de minamata até hoje pode-se observar pessoas com traços da intoxicação por metil mercúrio. No meio ambiente o mercúrio, devido a sua capacidade acumulação, causa a contaminação do solo, água e atmosfera, com isso aquele ecossistema que dependente dele acaba sendo todo intoxicado. Eletroquímica: É o ramo da química que estuda o fenômeno da transferência de elétrons para a transformação de energia química em energia elétrica e vice-versa. Quando uma reação química é causada por uma corrente fornecida externamente, na eletrólise, ou uma corrente elétrica é produzida por uma reação química espontânea, em uma bateria, isso é eletroquímica. História: Luigi Galvani, um físico italiano, descobriu algo que ele chamou de "eletricidade animal". Segundo a história, Galvani observou um dia seu assistente usando um bisturi em um nervo na perna de um sapo enquanto um gerador elétrico próximo criava uma faísca, fazendo a perna do sapo se contorcer, levando Galvani a desenvolver sua famosa experiência. Galvani passou anos testando sua hipótese, que a eletricidade pode entrar num nervo e forçar uma contração, com uma variedade de metais. Galvani acreditava que os músculos da rã armazenavam a energia e os metais eram apenas condutores. Mais tarde, Galvani foi capaz de causar contração muscular sem uma fonte de carga eletrostática, tocando o nervo do sapo com metais diferentes. Após mais experiências com eletricidade natural (relâmpago) e artificial (fricção), ele concluiu que o tecido animal continha sua própria força vital inata, que ele denominou "eletricidade animal". Inspirado pelas descobertas de Galvani, o cientista italiano Alessandro Volta inventaria, em 1800, a primeira bateria elétrica (a pilha voltaica), que consistia em material poroso ensopado em ácido sulfúrico preso entre discos de metais diferentes. Mas Volta expressou sérias reservas sobre a “eletricidade animal” de Galvani, desencadeando um intenso debate que duraria pelos últimos seis anos da vida de Galvani. Volta acreditava que a fonte de eletricidade animal não era intrínseca ao tecido muscular ou às próprias fibras nervosas, como Galvani afirmava, mas que os animais reagiam à eletricidade produzida por dois metais diferentes usados para conectar seus nervos e músculos. Em resposta ao ceticismo de Volta, Galvani conduziu um conjunto de experimentos que ele acreditou comprovarem conclusivamente a existência de eletricidade animal interna. Ao tocar nervos expostos nos músculos ou nervos aos nervos, ele recriou as mesmas contrações musculares observadas em experimentos anteriores, provando que não eram necessários metais ou fontes externas de eletricidade. Porém, hoje sabemos, já que dois séculos de experimentação confirmaram, que as contrações musculares são iniciadas por impulsos nervosos elétricos que podem surgir porque as bombas de íons nas membranas celulares criam diferentes concentrações de íons, como sódio e potássio, dentro e fora da célula nervosa, resultando em uma energia potencial elétrica que é mantido através das membranas das próprias células. Esse potencial é liberado como um impulso nervoso quando os canais iônicos na membrana se abrem, revertendo brevemente a diferença de carga. Não são necessários fios de metal ou relâmpagos Por sua vez, Volta percebeu que a perna darã servia de condutor de eletricidade (o que hoje chamaríamos de eletrólito) e de detector de eletricidade. Ele substituiu a perna da rã por papel encharcado em ácido e detectou o fluxo de eletricidade por reações químicas. Desta forma, ele descobriu a série eletroquímica, e a lei de que a força eletromotriz (FEM) de uma célula galvânica, consistindo de um par de eletrodos de metal separados por eletrólito, é a diferença entre seus dois potenciais de eletrodo, portanto, dois eletrodos idênticos e um eletrólito comum fornece FEM líquido igual a zero. Isso pode ser chamado de Lei de Volta da série eletroquímica. Célula Eletroquímica: é um dispositivo que produz uma corrente elétrica a partir da energia liberada por uma reação redox espontânea. Este tipo de célula inclui a Célula Galvânica ou Célula Voltaica, em homenagem a Luigi Galvani e Alessandro Volta, cientistas que conduziram vários experimentos sobre reações químicas e corrente elétrica durante o final do século XVIII. A seguir está descrita a nomenclatura hoje utilizada no estudo da eletroquímica Eletrodos: São assim chamadas as partes metálicas que estão em contato com a solução dentro de uma célula eletroquímica. Ânodos: São os eletrodos pelo qual a corrente elétrica que circula numa célula entra na solução. Cátodos: São os eletrodos pelo qual a corrente elétrica que circula numa célula deixa a solução. Eletrólito: São assim chamadas todas as soluções que conduzem a corrente elétrica. Pilha de Volta: A pilha voltaica foi a primeira bateria elétrica que poderia continuamente fornecer uma corrente elétrica a um circuito. Foi inventado pelo físico italiano Alessandro Volta, que publicou seus experimentos em 1799. A pilha voltaica possibilitou uma série rápida de outras descobertas, incluindo a decomposição elétrica (eletrólise) da água em oxigênio e hidrogênio por William Nicholson e Anthony Carlisle (1800) e a descoberta ou isolamento dos elementos químicos sódio (1807), potássio (1807), cálcio (1808), boro (1808), bário (1808), estrôncio (1808) e magnésio (1808) por Humphry Davy. Volta demonstrou em 1794 que quando dois metais e um material poroso encharcados em ácido são dispostos em um circuito, eles produzem uma corrente elétrica. Em 1800, Volta empilhou vários pares de discos alternados de cobre (ou prata), e zinco (os eletrodos), um meio poroso embebido em ácido sulfúrico (o eletrólito). Quando os contatos superior e inferior foram conectados por um fio, uma corrente elétrica fluiu através da pilha voltaica e do fio de conexão. Como Volta acreditava que a força eletromotriz ocorria no contato entre os dois metais, as pilhas de Volta tinham um desenho diferente do design ilustrados atualmente. Suas pilhas tinham um disco extra de cobre no topo, em contato com o zinco, e um disco extra de zinco no fundo, em contato com o cobre. Funcionamento da Pilha de Volta: O eletrólito é o ácido sulfúrico aquoso, que existe na forma 2H+ (H3O+) e SO42−. O zinco, que é mais alto na série eletroquímica do que o cobre e o hidrogênio, reage com o ânion sulfato (SO42−) e se dissolve no eletrólito como um cátion Zn2+, liberando 2e-. ânodo (oxida): Zn → Zn2+ + 2e− Essa é uma reação de oxidação. Enquanto o zinco entra no eletrólito, os elétrons que ele libera são atraídos através de um fio condutor para a superfície do eletrodo de cobre (Cu0), então dois cátions de hidrogênio (H+), presentes no eletrólito, aceitam dois elétrons na superfície do cátodo de cobre e formam uma molécula de gás hidrogênio (H2): cátodo (reduz): 2H+ + 2e− → H2 Essa é uma reação de redução. Pode-se observar que a reação eletroquímica global não envolve imediatamente o par eletroquímico Cu2+/Cu, correspondenteao cátodo de cobre. O disco de metal de cobre, portanto, só serve aqui como um condutor metálico nobre, "quimicamente inerte", para o transporte de elétrons no circuito e não participa quimicamente da reação na fase aquosa. O eletrodo de cobre pode ser substituído no sistema por qualquer condutor metálico suficientemente nobre/inerte (Ag, Pt, aço inoxidável, grafite, ...). A reação global pode ser escrita da seguinte forma: Zn + 2H+ → Zn2+ + H2 Isso é estilizado de maneira útil por meio da notação de cadeia eletroquímica: (ânodo: oxida) Zn | Zn2+ || 2H+ | H2 | Cu0 (cátodo: reduz) No entanto, esta célula tem algumas desvantagens. Não é seguro manusear, pois o ácido sulfúrico, mesmo se diluído, pode ser perigoso. Além disso, o poder da célula diminui com o tempo, porque o gás hidrogênio não é liberado. Em vez disso, acumula- se na superfície do eletrodo de cobre e forma uma barreira entre o metal e a solução eletrolítica. A Pilha de Daniel: Em 1836, o químico inglês John Frederic Daniell aperfeiçoou a pilha de Volta, tornando-a menos arriscada. Essa nova pilha passou a ser conhecida como Pilha de Daniell. A pilha de Daniell era constituída por duas semicélulas ou semicelas eletroquímicas. A primeira era formada por uma placa de zinco mergulhada em uma solução de sulfato de zinco (ZnSO4) em um béquer, e a outra era formada por uma placa de cobre mergulhada em uma solução de sulfato de cobre II (CuSO4) em outro béquer. Essas duas placas eram interligadas por um fio de cobre condutor. Além disso, as duas soluções estavam conectadas por um tubo que continha uma solução eletrolítica, isto é, uma ponte salina. O funcionamento dessa pilha ocorria da seguinte forma: o zinco é mais reativo que o cobre, por isso, tem maior tendência de oxidar-se, isto é, de perder elétrons. Assim, a placa de zinco constitui o eletrodo negativo, chamado de ânodo, onde ocorre a seguinte reação de oxidação: Semi-reação de oxidação: Zn0 ↔ Zn2+(aq) + 2e- Os elétrons perdidos pelo zinco são transferidos através do fio de cobre para a placa de cobre e depois para a solução de sulfato de cobre II. Os íons de cobre (Cu2+) presentes na solução recebem esses elétrons e sofrem redução. Isso nos mostra que a placa de cobre constitui o eletrodo positivo, chamado de cátodo, onde ocorre a seguinte reação de redução: Semi-reação de redução: Cu2+(aq) + 2e- ↔ Cu0 Com o passar do tempo, essa transferência de elétrons fará com que ambas as soluções percam sua neutralidade elétrica, porque haverá excesso de íons, tornando as soluções instáveis e interrompendo precocemente o funcionamento da pilha. Assim, para eliminar esses excessos, usa-se a ponte salina ou uma placa de porcelana porosa, que permite a migração dos íons de uma solução para a outra. Desse modo, os íons permanecem em equilíbrio e a pilha continua funcionando. Referências: LEE, J. D. Química inorgânica não tão concisa: 5. ed. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1999. ZINC - PRODUCTION, APPLICATION, PRICE FACTORS- METAL ALLOY.AGIBOO. Disponível em: <http://www.agiboo.com/commodity-knowledge-center/commodities/zinc/>. Acesso em: 1 out. 2018. COPPER. WIKIPEDIA. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Copper>. 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