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AULA 2 NEGOCIOS JURIDICOS

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AULA 2 – NEGÓCIOS JURÍDICOS:
- Conceito
- Planos dos Negócios Jurídicos
Plano da Existência
Plano da Validade
Plano da Eficácia
Requisitos de Existência	
Agente			ou		1. Manifestação de vontade
Objeto			ou		2. Finalidade Negocial
Forma			ou 		3. Idoneidade do objeto
Requisitos de Validade (art. 104 C.C.)
Capacidade do Agente
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
Forma Prescrita ou não defesa em lei
* Estes são conhecidos como elementos ESSENCIAIS do Negócio Jurídico
Requisitos de Eficácia
Termos 
Condição 
Encargo ou Modo
* Estes são conhecidos como elementos ACIDENTAIS do Negócio Jurídico e são objeto da aula 4.
 - Requisitos de Existência
Se considerarmos Agente, Objeto e Forma, será necessário o estudo destes com os Requisitos de Validade, como veremos em breve.
Se considerarmos Manifestação da Vontade, Finalidade Negocial e Idoneidade do Objeto:
Manifestação da vontade, que pode ser expressa, tácita ou presumida. O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita quando a lei, as circunstancias ou os usos autorizarem (art. 111 C.C.). A vontade, uma vez manifestada, obriga o contratante, segundo o principio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda) , ao qual se opõe o da onerosidade excessiva ou da revisão dos contratos (rebus sic stantibus) (art. 478). 
Finalidade Negocial: intenção de criar, conservar, modificar ou extinguir direitos.
Idoneidade do Objeto: a vontade deve recair sobre objeto apto, que possibilite a realização do negócio que se tem em vista, uma vez que cada contrato tem objeto específico.
- Requisitos de Validade
Capacidade do Agente: aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante. A incapacidade de exercício é suprida, porem, pelos meios legais: a representação e a assistência (art. 1.634, V). Não se confunde com falta de legitimação, que é a incapacidade para a prática de determinados atos.
Objeto Lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Deve ser possível. Quando impossível, o negócio é nulo. Ocorre a impossibilidade jurídica do objeto quando o ordenamento jurídico proíbe negócios a respeito de determinado bem (art. 426 C.C.). A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários a moral e aos bons costumes, além de não ser impossível o cumprimento da prestação. O objeto deve ser também determinado ou determinável.
Forma. Deve ser prescrita ou não defesa em lei. Em regra a forma é livre, a não ser nos casos em que a lei exija forma escrita, pública ou particular (art. 107 C.C.). Forma solene é a exigida pela lei. Forma contratual é a convencionada pelas partes (art. 109 C.C.). Forma indispensável, como a escritura pública na aquisição de imóvel (art. 108 C.C.). Forma facilitadora da prova, como a lavratura do assento de casamento no livro de registro (art. 1.536).
- Classificação
É enorme a variedade dos negócios jurídicos, daí a necessidade de classificá -los, pois as várias categorias possuem disciplina jurídica diversa e própria.
unilaterais (se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade, suficiente para a produção dos efeitos jurídicos – podem ser receptícios nos quais a manifestação da vontade depende do conhecimento da outra pessoa como por exemplo a revogação de um mandato ou a notificação que comunica o término de uma relação contratual e podem ser não receptícios em que o conhecimento por outra parte é irrelevante, como por exemplo, o testamento e a confissão de dívida), bilaterais (se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto), plurilaterais (contratos que envolvem mais de duas partes, com manifestação de mais de duas vontades); (os dois últimos são, por excelência, os contratos de conteúdo patrimonial, havendo, no direito de família, um negocio jurídico com características similares: o casamento.)
gratuitos ou benéficos (só uma das partes aufere vantagens ou benefícios) há diminuição patrimonial de uma delas com o aumento patrimonial da outra, como por exemplo a doação e onerosos (ambos os contratantes auferem vantagens, as quais, porém, corresponde uma contraprestação), art. 757 a 802 CC neutros (não podem ser incluídos na categoria, nem dos onerosos e nem dos gratuitos, pois lhes falta atribuição patrimonial e caracterizam-se pela destinação dos bens) vinculação de um bem que torna indisponível pela clausula de inalienabilidade e que impede sua comunicação com outro cônjuge, mediante clausula de incomunicabilidade) e bifrontes (podem ser onerosos e gratuitos segundo a vontade das partes) como o mandato e o deposito;
inter vivos (destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes envolvidas ainda vivas) e mortis causa (destinam-se a produzir efeitos após a morte do agente, regulando o patrimônio de uma pessoa após a sua morte);
principais (são os que têm existência própria e não dependem da existência de qualquer outro) compra e venda, locação e acessórios (são os que têm sua existência subordinada a dos contrato principal) clausula penal, fiança ;
solenes ou formais (só têm validade se revestidos de determinada forma) contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis de valor superior ao mínimo legal, para os quais é necessária a escritura publica – art. 108 CC e assento do casamento no livro de registro art. 1.536 CC e não solenes (de forma livre, não exigem forma especial) prevalecendo a regra geral do art. 107 CC;
simples (constituem-se por ato único) , complexos (resultam da fusão de vários atos sem eficácia independente) alienação do imóvel em prestações, que se inicia pela celebração de um compromisso de compra e venda, mas se completa com a outorga da escritura definitiva e coligados (compõem-se de vários nj`s) arrendamento de um posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação das bombas, de comodato de área para funcionamento de lanchonete, de fornecimento de combustível, etc; 
fiduciários (o meio excede o fim) transfere-se a propriedade de um bem para outra pessoa com o fim de administração com a obrigação de restitui-lo ao fiduciário e simulados (tem aparência contraria a realidade e nele, as declarações de vontade são falsas).
- Interpretação 
Não só a lei, mas o contrato, devem ser interpretados!
em ambas as situações procuramos fixar o verdadeiro sentido da manifestação da vontade.
A lei tem sentido geral pois é dirigida a numero indeterminado de pessoas. O negócio jurídico é particular, dirigido apenas as partes envolvidas.
Nas declarações de vontade se atenderá mais a intenção nelas consubstanciada do que no sentido literal da linguagem, prevalecendo a teoria da vontade sobre a teoria da declaração. (art. 112 CC)
 Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. (art. 113 CC – O intérprete deve presumir que os contratantes procedem com lealdade. A boa-fé é presumida, mas a má-fé deve ser provada).
 Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se restritivamente (art. 114 C.C.).
Quando houver no contrato de adesão, cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente (art. 423 C.C.). 
A transação interpreta-se restritivamente (art. 843 C.C.).
A fiança não admite interpretação extensiva (art. 819 C.C.). 
A intenção das partes pode ser apurada pelo modo como vinham executando o contrato, de comum acordo.
Deve-se interpretar o contrato, na dúvida, da maneira menos onerosa para o devedor.
As cláusulas contratuais não devem ser interpretadas isoladamente, mas em conjunto com as demais.

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