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Staphylococcus spp. Resistência aos antimicrobianos Doenças estafilocócicas • Doença mediadas por toxinas – Sindrome da pele escaldada (ETA e ETB) – Intoxicação alimentar (A, B, C e D) – Choque tóxico (TSST) “Rely is so fantastic” Doenças estafilocócicas • Infecções supurativas – Impetigo (vesículas de pús), – Foliculite, – Furúnculo ou carbúnculo, – Bacteremia e endocardite, – Pneumonia, – Ostemielite, – Artrite séptica (pús nas articulações). Staphylococcus spp. S. aureus: • A maioria produzem B-lactamase (PEN-R) – Inibida por IBLs • MRSA é o principal patógeno hospitalar (OXA-R): – Resistente a aminoglicosídeos, macrolídeos, lincosamidas, tetraciclinas, B-lactâmicos, fluoroquinolonas e STX. – Infecções (pele e sítio cicurgico) são difíceis de tratar. SCN causam principalmente infecções de cateter, OXA-R (65%) e podem desenvolver TEICO-R (7% a 21%). Baquero, F. Journal of Antimicrobial Chemotherapy (1997) 39, Suppl. A, 1–6 Lowy F. D, et al. 2003 Staphylococcus possui algumas resistências intrínsecas Geral: Resistência para Aztreonam, polimixina B/colistina e ácido nalidíxico. Bactéria Antimicrobiano Ácido fusídico Ceftazidima Novobiocina Fosfomicina S. aureus/S. lugdunensis R S. epidermidis R S. saprophyticus R R R R S. capitis R R S. cohnii R R S. xylosus R R Leclercq et al., Clinical Microbiology and Infection, Volume 19 Number 2, February 2013 Mecanismos de R adquirida Lowy F. D, J. Clin. Invest. 111:1265–1273 (2003). Analisando antibiograma de Staphylococcus (1) 1 - Qual o mecanismo envolvido em cepas PEN-R? 2 - Caso fosse uma infecção de pele, poderia usar cefalexina (Kleflex)? Resistência à penicilina • Era pre-antibiótica: Mortalidade de 80% • Detectada em 1942 – Na década de 1960, a maioria dos S. aureus PEN-R predominava nas cepas hospitalizados e comunitária. – Em 1959, lançamento da meticilina no mercado. • Penicilina é utilizada para testar a sensibilidade de todas as penicilinas estáveis (Amp., amox., ticar., e pip); – Resistência a penicilina é devido a produção de β- lactamase (blaZ); Lowy FD. J Clin Invest. 2003 May;111(9):1265-73. Mecanismo de resistência à penicilina Indução de síntese de β-lactamase Lowy FD. J Clin Invest. 2003 May;111(9):1265-73. Ptn ligadora de DNA Hidrolisa: Penicilina, ampicilina, amoxicilina, piperacilina, ticarcilina. Associações com IBL, Cefens e carbapenens não são hidrolisados Sensor transmembrana PEN-R prediz R para quais ATB? NOTA: Cefazolina e outros B-lactâmicos (exceto ampicilina, amoxicilina, carbecilina, piperacilina e ticarcilina) são ativos contra isolados de Staphylococcus spp. sensíveis à oxacilina e resistentes à penicilina. A sensibilidade à penicilina??? ATENÇÃO!!!! 97% S. aureus produtores de β-lactamase apresentam MIC >0,05 µg/ml. 16% S. aureus produtores de β-lactamase apresentam MIC ≤0,05 µg/ml. O que isso significa???? S. aureus Pen-S - Teste de borda • Limite da zona de inibição Nítida • Limite da zona de inibição Difusa (e halo >=29mm) cliff Beach Reportar: Penicilina R (Produtor de β-lactamase ) Reportar: Penicilina S *** Mais sensível do que o teste de nitrocefim. Analisando antibiograma de Staphylococcus (2) 1 - Qual o mecanismo envolvido em cepas OXA-R? 2 – Algum B-lactâmico tem efeito? 3 – É normal encontrar R a outras classes de ATB? Resistência à meticilina/oxacilina • Detecção 1961. – Em 1999, a proporção de MRSA nos USA ultrapassa 50% entre os pacientes em UTI. No Brasil chega a 40% a 80%. • Oxacilina prediz sensibilidade de todos os β-lactâmicos. – Penicilinas, cefalosporinas e carbapenens • MRSA - Staphylococcus aureus resistentes a meticilina – ORSA - Staphylococcus aureus resistentes a oxacilina • CA-MARSA - Staphylococcus aureus resistentes a meticilina da comunidade. Possuem leucocidina PVL. – Gene presente em MRSA: mecA ou mecC, recentemente descoberto. Marcotte. J Am Acad Orthop Surg February 2008 ; 16:98-106. Nenhum β-lactâmico tem afinidade por PBP2a Mecanismo de resistência à penicilina Fenótipo clássico de MRSA (SCCmec) NOTA: Isolados de Staphylococcus spp. resistentes à oxacilina são também resistentes a todos os B-lactâmicos, exceto Ceftobiprole e Ceftaroline (anti- MRSA) Métodos para confirmação de MRSA • Difusão em ágar ou disco-difusão (DD) • Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) • Aglutinação em latex • PCR EUCAST guidelines for detection of resistance mechanisms and specific resistances of clinical and/or epidemiological importance (Version 1.0, december 2013) OSA - Agar Screen OxacilinA; AD – Agar Diluição E-test; DD – Disco Difusão. Teste com cefoxitina (S. aureus) Halo <= 21mm R Halo >= 22 mm R MODSA (Modified S. aureus) com relevância clínica ainda obscura; BORSA (Borderline oxacillin resistant) pouca relevância clínica (responde a PRP). Confirmação de MRSA (Disco difusão) Cepa Mecanismo Disco OXA (≤ 10 mm) Disco CFO (≤ 21 mm) MRSA Gene mecA, PBP2a R R MODSA Perda de afinidade PBP R S/R BORSA Hiper-produção de ß- lactamase R S/R Derek F. J. Brown. Journal of Antimicrobial Chemotherapy (2005) 56, 1000–1018 CLSI padroniza o disco de cefoxitina. (SCN, ≤ 24 mm) >1 Colonia - MRSAMIC ≥ 4 - MRSA Atenção: Se MRSA, reportar resistentes a todos os β-lactamicos (exceto cefalosporina Anti-MRSA). E-test Agar screening (4% NaCl 6 µg/mL de OXA) Confirmação de MRSA (Outros) Confirmação de MRSA (Outros) Aglutinação em latex Anticorpos monoclonais específicos para PBP2a *** O mecC e a PBP codifica por ele podem não ser detectados pelos kit atuais GeneXpert® Detecção mecA Analisando antibiograma de Staphylococcus (3) 1 – Quais os mecanismos envolvidos em cepas VAN-R? 2 – Existe alguma resistência cruzada? 3 – Qual o problema com cepas de S. aureus com MIC de VAN > 1 mcg/ml (Sensível)? Resistência a glicopeptídeos GISA = Staphylococcus aureus com resistência intermediária aos glicopeptídeos (Hiperprodução de PG) GRSA = Staphylococcus aureus resistente aos glicopeptídeos (gene vanA) VRSA (resistência total) • Vancomicina é considerada o antibiótico mais eficaz contra cepas de MRSA. – A resistência a vancomicina demorou mais de 40 anos para aparecer. – Primeira de VRSA foi detectada em 2002 de um paciente colonizado por VRE. Plasmídeos das cepas isoladas do paciente: 2 – VRE 3 – MRSA 4 – VRSA (MIC 1024 μg/mL) Detecção do gene vanA Fragmento de 7.1-kg (Transposon Tn1546) Resistente à vancomicina mediada pelo gene vanA (VRSA) Resistente à vancomicina mediada por hiperprodução de PG (GISA ou VISA) Contaminação? VISA VSSA hVISA Cepas heterorresistentes são problemáticas George Sakoulas, Clinical Infectious Diseases 2008; 46:S360–7 VSSA – S. aureus Sensível a Vancomicina hVISA /hGISA – Hetero S. aureus Intermediário a Vancomicina (ou Glicopeptídeo) VISA/GISA – S. aureus Intermediário a Vancomicina (ou Glicopeptídeo) VRSA – S. aureus Resistente a Vancomicina S. epidermidis VAN-R Nota: Cepa apresentando resistência aos glicopeptídeos (teicoplanina e vancomicina). SCN pode desenvolver mecanismo de resistência - como por exemplo, espessamento de parede – em pacientes com uso de vancomicina por mais de 30 dias . Confirmação de VAN-R com agar screening Teste: Agar Diluição (6 μg/mL Vancomicina); Procedimento: Agar BHI, 6 μg/mL Vancomicina, 35 ± 2°C, leitura 24 horas (luz transmitida). >1 Colonia = Presuntivo de susceptibilidade reduzida para Vancomicina *** Detecta somente VRSA/GRSA (MIC ≥ 8 μg/mL) Confirmação de VAN-R com MIC Diluição duas vezes maiordo que a microdiluição Tenover FC. Curr Opin Infect Dis. 2005 Aug;18(4):300-5 Microdiluição *** Não detecta hVISA/hGISA (MIC 1 - 2 μg/mL) Triagem para GRSA, GISA ou hGISA - Testes (Não liberar a MIC): A - E-test GRD (MH com 5% de sangue, Leitura em 24h e 48h) B - Macrométodo (Diluição de 2 de McFarland) Resultado: Presuntivo de susceptibilidade reduzida para Vancomicina Howden, Clin Microbiol Rev. Jan 2010; 23(1): 99–139 E-test GRD: Teicoplanina e Vancomicina MIC ≥ 8 mg/mL Macrométodo: Teicoplanina e Vancomicina MIC ≥ 8 mg/mL (ou Teicoplanina ≥ 16 mg/mL) Analisando antibiograma de Staphylococcus (4) 1 – Qual o problema encontrado em cepa ERI-R e CLI-S? 2 – Qual o risco de usa CLI na terapêutica? 3 – Quais os mecanismos de R envolvidos em MLS-B? Macrolídeos, lincosamidas e estreptogramina B (MLS-B) Singh, Int J Health Allied Sci 2016;5:111-4. D-Teste (Disco de eritromicina 15 – 26 mm de distância do Disco de clindamicina) Falha terapêutica com clindamicina em infecções causadas por MRSA MLSB indusido (Clind. S). Siberry et al. Clin Infect Dis. (2003) Como liberar os resultados? Bomba de efluxo Fenótipo: Macrolídio – R Lincosamida - S Metilase de rRNA induzida (gene erm) Fenótipo: Macrolídio – R Lincosamida – R* D-teste Metilase de rRNA constitutiva (gene erm) Fenótipo: Macrolídio – R Lincosamida – R *** Diminuição de atividade de Quinupristina / Dalfopristina Resistência induzida Fenótipo de resistência aos MLSB Nota: Amostra com D-teste positivo indica resistência induzida à clindamicina, provavelmente codificada pelo gene erm. Nenhum macrolídeo (eritromicina, azitromicina ou claritromicina) ou lincosamida (clindamicina ou lincomicina) deve ser usado como opção terapêutica (Siberry G. K., et al. 2003). Alguma problema??? Enterococcus spp. Enterococcus spp. • E. faecalis e E. faecium são as principais espécies • Patógenos oportunistas de pacientes em uso de múltiplos ATBs. • Primeira cepa de VRE foi isolada em 1986; – França e Inglaterra; – Posteriormente, o isolamento de VRE aumentou consideravelmente. Murray, N Engl J Med. 2000 Mar 9;342(10):710-21 Resistência intrínseca de Enterococcus Geral: Resistência para Aztreonam, polimixina B/colistina e ácido nalidíxico. Leclercq et al., Clinical Microbiology and Infection, Volume 19 Number 2, February 2013 Bactéria Antimicrobiano Á c id o f u s íd ic o C e ft a lo s p o ri n a s A m in o g li c o s íd e o s E ri tr o m ic in a C li n d a m ic in a Q u in u p ri s ti n – d a lf o p ri s ti n V a n c o m ic in a T e ic o p la n in a S u lf o n a m id a s E. faecalis R R R R R R - - R E. gallinarum R R R R R R R - R E. casseliflavus R R R R R R R - R E. faecium R R R R - - - - R Perfil de R intrínseca de E. faecalis Diferenciar VRE de Enterococcus naturalmente vanco R “Realizar testes de motilidade e pigmento para distinguir espécies com resistência adquirida (VanA e VanB) daqueles com resistência intrínseca a níveis intermediários de vancomcina (E. gallinarum, E. casseliflavus).” Mecanismos de R adquirida Arias C.A. Nat Rev Microbiol. 2012 Mar 16;10(4):266-78. Analisando antibiograma de E. faecium (1) 1 – Por que é VAN-R em E. faecium é mais preocupante do em E. faecalis? 2 – Qual o mecanismo de resistência à vancomicina? Resistente à vancomicina em Enterococcus Murray, N Engl J Med. 2000 Mar 9;342(10):710-21 Resistência aos Glicopeptídios em Enterococcus vanA vanB vanC vanD vanE vanG MIC p/ Vanco (μg/mL) 64 – > 1.000 4 – 1.024 2 - 32 >64 16 16 MIC p/ Teico (μg/mL) 16 - 512 0.5 -1 0.5 -1 4 0.5 0.5 ESPÉCIE E.faecium E.Faecalis E. avium E. gallinarum E. durans E. mundtii E.casseliflavus E.faecium E.faecalis E.gallinarum E.casseliflavus E.faecium E.faecalis E.faecalis Determinante Genético Adquirido Adquirido Intrínseco Adquirido Adquirido Adquirido? Localização plasmideo trasnposons cromossomo Cromossomo ? ? Transferível SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO Produto da Ligase D-Ala-D-Lac D-Ala-D-Lac D-Ala-D-Ser D-Ala-A-Lac D-Ala-D-Ser D-Ala-D-Ser Vanco : ≥32 R; 8-16 I; ≤4 S Teico: ≥32 R; 16 I; ≤8 S Murray, N Engl J Med. 2000 Mar 9;342(10):710-21 Analisando antibiograma de E. faecium (2) 1 – Qual o fenótipo envolvido neste caso? 2 – Teicoplanina poderia ser uma opção terapêutica? E. faecium fenótipo VanB E. faecium fenótipo VanB Nota: Enterococcus com resistência à vancomicina confirmada por E-teste e disco difusão. Como a teicoplanina se mantém sensível, provavelmente a resistência a glicopeptídeos é mediada pelo gene VanB. Não utilizar vancomicina. No entanto, teicoplanina pode ser uma opção terapêutica. E. faecium fenótipo VanA Confirmação de VRE com agar screening Teste: Agar Diluição (6 μg/mL Vancomicina); Procedimento: Agar BHI, 6 μg/mL Vancomicina, 35 ± 2°C, leitura 24 horas >1 Colonia = Presuntivo de resistência à Vancomicina Outros métodos de confirmação de Vancomicina-R MIC ≥ 32 - VRE Agar HM (seguir fab.) M.I.C.E MIC ≥ 32 - VRE Agar HM (seguir fab.) Outros métodos de confirmação de Vancomicina-R MIC ≥ 32 - VRE Bordas nítidas com diâmetro ≥12 mm. Relatar como suscetíveis. Bordas difusas. Reportar como resistentes (independente da zona de diâmetro) Colônias dentro do halo. Reportar como resistentes (independente da zona de diâmetro) Analisando antibiograma de E. faecalis (3) 1 – O que significa GEN-HL e EST-HL? 2 – Qual o mecanismo de resistência? 3 – Como funciona a sinergia em ATBs? Enterococos são intrinsecamente R para GEN e EST Arias C.A. Nat Rev Microbiol. 2012 Mar 16;10(4):266-78. Após modificada, a droga não se liga ao ribossomoGentamicina Enzimas modificadoras de aminoglicosídeos Locais onde as enzimas modificadoras de aminoglicosídeos exercem efeito Resistência aos aminoglicosídeos em Enterococcus Aminoglicosídeos Drogas ativas em parede celular Sensível Resistente Sensível Sinergia Não-sinergia Resistente Não-sinergia Não-sinergia Sinergia apenas se ambos (ATB de parede + AMINO ou ESTREP) estiverem S NOTA: O tratamento de infecções causadas por Enterococcus com esquema sinérgico entre agentes ativos em parede celular (ampicilina, penicilina, vancomicina) e aminoglicosídeos é efetivo somente se ambas as drogas são sensíveis. A sinergia funcionará (1)??? A sinergia funcionará (2)??? A sinergia funcionará (3)??? O que é assustador... ? MIC ≥ 32 - VRE Streptococcus pneumoniae Infecções pneumocócicas Infecções das vias respiratórias superiores • Otite média • Mastoidite aguda • Sinusite purulenta; Meningite • Foco pulmonar – sinusite – otite →Meninges; Artrite e osteomielite séptica → proteses; Infecções cardíacas • Disseminação direta da pneumonia ou do empiema, ou disseminação hematogênica; Resistência S.pneumoniae • Estados Unidos – 1987 foram detectadas as primeiras cepas de S. pneumoniae resistentes a PEN → 1997 25% • Europa -5 a 25% • Brasil – 5% S.pneumoniae Mecanismo de resistência a PEN Alteração das PBPs Produção de β -lactamase Detecção – discos de oxacilina e MIC de PEN quando materiais nobres Resistência aos β-lactâmicos em S. pneumoniae • Não-meningite <= 2 mg/mL → S • Meningite <= 0,06 mg/mL → S *** MIC maiores são considerados I ou R Perda da afinidade da PBP pelo ATB Oxacilina com preditor de S Se oxacilina>= 20 mm, penicilina, ceftriaxona e meropenem S Cepas apresentando halo >= 20 mm equivalem a um CIM de <= 0,06 mg/mL Triagem de S. pneumoniae sensíveis aos B- lactâmicos (CLSI 2017) Halo de oxacilina Antimicrobianos Interpretação ≥ 20 mm Penicilina, Ceftriaxona (ou cefotaxima), Meropenem Liberar – S <= 19 mm Penicilina, Ceftriaxona (ou cefotaxima) e Meropenem Fazer determinação da CIM * Somente para isolados não-meningite
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