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Economia do Trabalho Aula 07

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CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Aula 07 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
AULA 07 
Desemprego e salários eficiência 
Olá caros(as) amigos(as)!!! 
É uma satisfação revê-los mais uma vez! Hoje, nossa missão é o 
estudo do desemprego e da teoria dos salários de eficiência. Os assuntos 
de hoje, além de não serem difíceis, são bastante interessantes e 
totalmente aplicáveis na "vida real", o que, sem dúvida, torna a leitura 
mais interessante. 
Antes de começar a aula, apenas gostaria de ressaltar que os 
assuntos tratados, como não poderia ser de outra maneira, são 
rigorosamente aqueles exigidos no edital. Falo isso, porque já vi diversos 
materiais abordarem assuntos que não são exigidos expressamente no 
edital, o que pode dar a impressão que ficará faltando algo em nosso 
curso. Assim, já preventivamente, alerto para este fato. 
O edital é bem claro quanto ao que será cobrado sobre 
Desemprego: taxa natural de desemprego, tipos de desemprego e suas 
causas. Assim, não há porque ficarmos "procurando" o que estudar, até 
porque, se formos estudar todos os assuntos que têm relação com o 
desemprego, estudaremos praticamente toda a Macroeconomia (curva de 
Philips, modelo Keynesiano simples, Keynesiano Generalizado - IS-LM, 
IS-LM na economia aberta, modelos de crescimento, contas nacionais, 
teoria monetária, etc). Seriam necessárias umas 250 páginas, no mínimo. 
Como deve haver muitos alunos que complementam o estudo por 
outros materiais e apostilas, julgo que este aviso é importante no sentido 
de que fique claro que nosso curso está sendo completo no que tange à 
abordagem do edital, ok?! 
Pois bem, vamos à luta! 
Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 1 de 41 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Au la 07 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
INTRODUÇÃO: CLÁSSICOS x KEYNES 
Antes de iniciarmos a aula propriamente dita, é importante 
sabermos as diferenças entre essas duas correntes de pensamento 
econômico, pelo menos aquelas diferenças concernentes ao mercado de 
trabalho e, por conseguinte, ao desemprego. A abordagem será mais 
simplificada que aquela normalmente feita nos livros de Macroeconomia, 
tendo em vista o foco ser a economia do trabalho. 
A ciência econômica surgiu como uma disciplina separada a partir 
dos estudos de Adam Smith e a publicação de seu livro "A Riqueza das 
Nações", em 1776. A teoria propugnada em seu livro ficou conhecida por 
Teoria Clássica, sendo seguida e aprimorada por uma série de 
economistas ao longo do tempo até os dias de hoje (os aprimoramentos 
mais atuais levaram ao que é chamado de teoria neoclássica). 
O cerne desta teoria estava na "mão invisível" do mercado. Para os 
clássicos, o mercado era auto-ajustável, e esse auto-ajuste se dava pela 
hipótese da flexibilidade de preços e salários. Assim, qualquer 
desequilíbrio que surgisse seria automaticamente combatido pelas 
próprias forças do mercado, sem necessidade de intervenções por parte 
do governo ou outras instituições quaisquer. 
O raciocínio era este: imagine um tipo qualquer de desequilibro, por 
exemplo, o aumento repentino do preço de um determinado produto no 
mercado de bens. Para os clássicos, o mercado automaticamente traria o 
preço deste produto para o patamar de equilíbrio, através do ajuste entre 
a demanda e a oferta. O ajuste seria este: o aumento de preços 
provocaria redução na demanda. A partir desta redução, haveria mais 
oferta que demanda, ocasionando excesso de oferta. Para vender os 
estoques em excesso, os empresários seriam obrigados a reduzir os 
preços. Esta redução de preços faria a demanda aumentar novamente, 
até o ponto em que ela se igualasse com a oferta. Desta forma, quando o 
preço retornasse ao patamar de equilíbrio, a oferta igualaria a demanda e 
o mercado estaria equilibrado novamente, sem intervenções. 
Prof. Heber Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 2 de 41 
CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Aula 07 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
Imaginemos agora um desequilíbrio no mercado de trabalho. 
Peguemos como exemplo o desequilíbrio mais relevante: o desemprego. 
Segundo os clássicos, havendo desemprego na economia (excesso de 
oferta de trabalhadores sobre a demanda), naturalmente os empresários 
reduziriam os salários nominais. O raciocínio é de que quem estava 
empregado aceitaria a redução de salários em virtude de o desemprego 
estar alto (afinal, é melhor estar empregado recebendo menos a estar 
desempregado recebendo nada!). Ao mesmo tempo, a redução de 
salários provocaria redução na oferta de trabalhadores, até o ponto em 
que um salário de equilíbrio mais baixo novamente faria com que a 
demanda e a oferta de trabalhadores se igualassem, eliminando, assim, o 
desemprego sem intervenções externas ao mercado. 
Observe que, para os clássicos, o equilíbrio no mercado de trabalho 
(salário em que a demanda é igual à oferta) seria alcançado através da 
livre interação entre oferta e demanda, e o mais importante: tal interação 
só ocorre devido à hipótese da flexibilidade de preços e salários (lembre 
que salário é um tipo de preço). Veja a figura abaixo: 
Figura 1 - Equilíbrio no Mercado de 
Trabalho para os CLÁSSICOS 
Salários 
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Para os clássicos, no entanto, a permanência desse desemprego 
seria inviável, pois naturalmente o excesso de oferta sobre a demanda 
obrigaria os trabalhadores a aceitar reduções de salários até o nível 
salarial em que demanda igualasse novamente a oferta. No nosso gráfico, 
a redução de salários de W0 para W1 iguala novamente a demanda e a 
oferta, eliminando, assim, o desemprego. Veja que o resultado final será 
um nível menor de emprego e de salário. 
Alguns já devem estar se perguntando: Como assim? Como é 
possível dizermos que houve eliminação do desemprego, se o nível de 
emprego foi reduzido de E0 para E1? A resposta está no próprio conceito 
econômico de desemprego: é a situação em que o trabalhador oferta 
trabalho e não consegue encontrar emprego. No ponto 1, apesar do nível 
de emprego ser menor, não há desemprego pois o número daqueles que 
ofertam trabalho é igual ao número daqueles que demandam trabalho, 
não havendo, portanto, desemprego (no ponto 1, a oferta de trabalho é 
menor devido ao fato dos salários estarem menores). 
Então veja que, para os clássicos, a livre interação entre 
oferta e demanda, além da hipótese da flexibilidade de salários 
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trabalho em equilíbrio. 
Outro importante ponto levantado pelos clássicos era o fato de que 
a oferta agregada da economia (tudo o que é produzido) determina a 
demanda agregada (tudo o que é consumido). Ou seja, o lema dos 
clássicos era: apenas produza, não importa o quê, pois alguém vai 
e o mercado de 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
Aula 07 
Inicialmente, o mercado de trabalho está em equilíbrio no ponto 0, 
onde o salário é W0, e o nível de emprego é E0. Como neste ponto, a 
demanda iguala a oferta, não há desemprego, pois não há excesso de 
oferta sobre a demanda. Imagine agora que houve um desequilíbrio no 
mercado de trabalho: uma repentina redução na demanda de mão-de-
obra (deslocamento de D0 para D1). Se o nível salarial continuar em W0, 
haverá excesso de oferta, portanto, desemprego (os empregos 
demandados serão E2, ao passo que a oferta de empregos será E0, logo, o 
desemprego será: E 2 - E 0 ) . 
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ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
comprar o que você produzir! Esta condição é chamada de Lei de Say - a 
oferta cria a sua própria procura. 
Veja que quase todo o nosso estudo até o momento, principalmente 
a demanda e oferta de mão-de-obra, foi pautado no modelo clássico ou 
neoclássico. Tente relembrar aquilo que aprendemos nas aulas de 
demanda e oferta de mão-de-obra e verá que as suposições e conclusões 
são baseadas na flexibilidade de salários e na livre interação entre oferta 
e demanda, ou seja, estão baseados no modelo clássico. Por isso, em 
várias questões sobre demanda e oferta, é colocado no enunciado da 
questão que está sendo considerado o modelo clássico/neoclássico. 
Até 1930, as ideias clássicas reinaram sozinhas, de forma que as 
economias de mercado independentes (com exceção dos países 
socialistas e das colônias) seguiam os ditames clássicos. No entanto, veio 
a crise de 1929 e o crack da bolsa de Nova York. A causa da crise foi a 
superprodução americana, resultante da aplicação da Lei de Say, de 
cunho clássico. 
Após a primeira guerra mundial, os EUA se tornaram os grandes 
produtores mundiais e adotaram a tática do "produz que alguém vai 
comprar". Este "alguém" era a Europa, que estava com a capacidade 
produtiva devastada pela primeira guerra. Entretanto, ao longo da década 
de 1920, o parque industrial europeu foi sendo recuperado, de tal 
maneira que a Europa foi cada vez menos comprando os produtos 
americanos. Como se acreditava, à época, que a oferta criava a demanda, 
os americanos continuaram a sua superprodução, até o momento em que 
a Europa deixou de comprar definitivamente os produtos americanos (no 
final da década de 1920, o parque industrial europeu já estava 
recuperado, de tal forma que não era mais necessário importar produtos 
dos americanos). 
O desequilíbrio entre o excesso de mercadorias produzido pelos EUA 
forçou as empresas a reduzirem a produção. Isso fez com que a economia 
norte-americana entrasse em recessão, provocando a demissão de 
milhões de trabalhadores. Como os EUA também eram importantes 
compradores do resto do mundo (principalmente matéria-prima), a 
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PROFESSOR HEBER CARVALHO 
redução do poder aquisitivo americano afetou seriamente a economia 
mundial, provocando uma crise sem precedentes, que ficou conhecida 
como a "Grande Depressão". 
Neste ponto da história, os economistas não conseguiam explicar 
como a economia tinha chegado àquele nível de desemprego, ou melhor, 
a teoria clássica não explicava tamanho desemprego. 
Daí, surgiu a teoria keynesiana, da obra de John Maynard Keynes. 
Os principais choques de ideia entre a teoria clássica e keynesiana, 
levando-se em conta o mercado de trabalho, eram relacionados à Lei de 
Say, à flexibilidade de salários e ao nível de equilíbrio da economia. Para 
Keynes, valia o seguinte: 
s Os salários nominais eram rígidos no curto prazo. Keynes 
afirmava que havia imperfeições no mercado que não permitiam 
livre flexibilização de preços e salários, ao mesmo tempo em que 
aqueles que permaneciam empregados também não aceitavam 
reduções salariais. Algumas destas imperfeições nós já estudamos: 
salário mínimo e sindicatos. Outra imperfeição que ocasiona rigidez 
salarial é a teoria dos salários de eficiência, que será vista daqui a 
pouco. 
s A demanda determina a oferta: Lei da Demanda Efetiva. Ou 
seja, para Keynes, valia exatamente o contrário propugnado pelos 
clássicos. A oferta (produção) é que deveria se adaptar à demanda 
(consumo) e não o contrário. 
s Para Keynes, a economia não tendia automaticamente ao 
pleno emprego, como afirmavam os clássicos. O equilíbrio 
acontecia quando a oferta agregada da economia (produção) se 
igualava à demanda agregada (consumo), e isso, para a teoria 
keynesiana, poderia acontecer mesmo que houvesse desemprego. 
Ou seja, para Keynes, era possível haver equilíbrio e 
desemprego ao mesmo tempo. No entanto, veja bem, também 
haveria a possibilidade de equilíbrio e pleno emprego, porém, tal 
condição era menos provável. 
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Analisando novamente o gráfico da figura 01, nós temos que, para 
Keynes, a retração da demanda de D0 para D1 causaria o desemprego 
( E O - E 2 ) , já que os salários nominais seriam fixos (o salário nominal 
permaneceria fixo em WO), evitando o ajuste1 entre a oferta e a demanda 
e a consequente eliminação do desemprego. 
Ao mesmo tempo em que, na teoria keynesiana, os salários 
nominais (W) são fixos, não podemos dizer o mesmo em relação aos 
salários reais (W/P). Se houver inflação, apesar dos salários nominais 
serem fixos, os salários reais (W/P) serão alterados para menor (serão 
reduzidos). Se houver deflação, os salários reais serão aumentados. Ou 
seja, no modelo keynesiano os salários nominais são fixos e os 
salários reais são flexíveis, enquanto no modelo clássico os 
salários nominais e reais são flexíveis. 
A teoria keynesiana, à época, triunfou sobre a teoria clássica, de 
forma que as ideias keynesianas2 sobre como fazer a economia crescer 
novamente foram importantíssimas para a superação da Grande 
Depressão. Hoje, é pacífico que a teoria keynesiana é mais aplicável no 
curto prazo, quando os preços e salários tendem a ser rígidos. No longo 
prazo, há tempo suficiente para os preços e salários se acomodarem, isto 
é, há flexibilidade de preços e salários, indicando que a teoria clássica é 
mais aplicável para o longo prazo. 
Veja que em Macroeconomia, a diferença entre o curto e o longo 
prazo está no comportamento dos preços, e não no tempo cronológico. 
Consideramos o curto prazo um período de tempo no qual alguns preços 
(principalmente salários) são rígidos. No longo prazo, os preços e salários 
são flexíveis. Nesse sentido, os conceitos de curto e longo prazos na 
Macroeconomia diferem da Microeconomia, em que se definem o curto 
prazo como o período de tempo em que pelo menos um fator de produção 
1 Tal ajuste só acontece se os salários forem flexíveis. 
2 Não é nosso objetivo discutir quais eram essas ideias, mas entre elas podemos destacar: a 
intervenção do governo na economia através do gasto público (política fiscal) como forma 
de aquecê-la e reduzir o desemprego. 
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permanece fixo, e o longo prazo, como o período de tempo em que todos 
os fatores de produção variam. 
Segue um quadro com as diferenças3 entre as abordagens clássica e 
keynesiana: 
Variá vel/Teoria Clássicos Keynes 
Salário nominal Flexível Fixo 
Salário real Flexível Flexível 
Equilíbrio Pleno emprego 
Pode ocorrer no pleno emprego, mas 
a maior probabilidade é de que 
ocorra havendo desemprego. 
Determinante 
da renda 
Lei de Say: oferta 
cria a demanda 
Lei da demanda efetiva: demanda 
cria a oferta. 
Aplicação Longo prazo Curto prazo 
TIPOS DE DESEMPREGO E SUAS CAUSAS 
1. Desemprego friccionai (Conjuntural) 
Imagine um mercado de trabalho em que a oferta iguala a demanda 
por trabalho. Até agora, nossa aula tem tratado tal situação como pleno 
emprego e tem implicado que não há desemprego neste caso. No 
entanto, essa afirmação não é inteiramente verdadeira. Mesmo quando omercado está em equilíbrio ou em situação de pleno emprego, ainda 
haverá algum desemprego friccional, já que algumas pessoas estarão 
"entre empregos", ou seja, estarão em trânsito de um emprego para 
outro. 
Neste caso, a busca por emprego e o tempo gasto nesta atividade 
serão a causa do desemprego friccional. Este tipo de desemprego é 
3 Só estão presentes as diferenças importantes para o nosso estudo. Em um curso de 
Macroeconomia, seriam abordadas outras diferenças como taxa de juros, papel da moeda, 
determinação da renda, etc. 
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inevitável em uma economia que esteja sempre em transformação. Por 
exemplo: por muitas razões, os tipos de bens exigidos pelas empresas e 
pelas famílias variam ao longo do tempo. À medida que a demanda por 
bens se modifica, o mesmo acontece com a demanda pela mão-de-obra 
que produz esses bens. A invenção do computador, por exemplo, reduziu 
a demanda por máquinas de escrever e, como resultado, a demanda por 
mão-de-obra que produz essas máquinas. Ao mesmo tempo, isso 
aumentou a demanda por mão-de-obra na indústria de 
microcomputadores. Pode levar um tempo para que os trabalhadores e as 
empresas se adaptem a essas mudanças na composição da demanda de 
bens. Note que a oferta de trabalho continua igual à demanda. No 
entanto, haverá um grupo de trabalhadores desempregados "entre 
empregos" e algumas firmas precisando destes trabalhadores. Enquanto 
eles não "se acham", haverá desemprego friccional. 
Os trabalhadores podem, também, deixar o emprego para mudar de 
carreira, mudar para outra cidade ou ainda se verem repentinamente sem 
emprego devido a falências. Independentemente da causa, serão 
necessários tempo e esforço para que o trabalhador encontre um novo 
emprego. Enquanto a oferta e demanda de trabalho estiverem mudando, 
haverá desemprego friccional. 
O nível ou quantidade deste desemprego friccional dependerá dos 
fluxos de indivíduos que entram e saem do mercado de trabalho e da 
velocidade com que as pessoas desempregadas encontram emprego. Essa 
velocidade com que as pessoas e as firmas "se acham" pode ser 
influenciada pelas políticas públicas. Neste ponto, destacam-se dois 
tipos de políticas públicas e suas influências sobre o desemprego 
friccional: 
Seguro-desemprego: pesquisas demonstram que o seguro-
desemprego4 aumenta o desemprego friccional, ou seja, aumenta o 
tempo que o desempregado leva para encontrar outro emprego. O 
desempregado que recebe os benefícios do seguro-desemprego é 
4 Seguro-desemprego é um programa governamental adotado pela grande maioria dos 
países, no qual o trabalhador desempregado continua recebendo uma fração de seu salário 
por um determinado período de tempo depois de ter perdido seu emprego. 
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menos pressionado a procurar um novo emprego, e tem mais 
probabilidade de rejeitar ofertas de emprego que não sejam muito 
atraentes. Assim, de certa forma, é verdadeira a afirmação de que o 
seguro-desemprego diminui o ímpeto de encontrar um novo 
emprego, aumentando, assim, o desemprego friccional. 
Serviço de informações: caso o governo desenvolva agências de 
emprego que tenham o objetivo de divulgar informações sobre 
vagas para empregos, com o fito de combinar trabalhadores e 
empregos com mais eficiência e rapidez, o desemprego friccional 
diminuirá. Às vezes, não há nem a necessidade de agências de 
emprego, a simples implantação de um banco de dados ou sistema 
informatizado que congregue informações sobre trabalhadores que 
estejam desempregados e empresas que necessitem de 
trabalhadores já é suficiente para reduzir o desemprego friccional. 
Assim, em relação às políticas públicas e ao desemprego 
friccional, podemos concluir que o seguro-desemprego aumenta o 
desemprego friccional, ao passo que o aprimoramento do serviço 
de informações reduz o desemprego friccional. 
2. Desemprego estruturai 
O desemprego estrutural, como o próprio nome diz, é decorrente de 
mudanças na estrutura do emprego. Ele surge quando mudanças no 
padrão da demanda de trabalho fazem com que surja diferença entre as 
qualificações requeridas e as fornecidas em uma determinada região. 
Neste caso, teremos um desequilíbrio ocupacional. O desemprego 
estrutural ainda pode surgir quando há um desequilíbrio entre a oferta e a 
demanda por mão-de-obra em algumas áreas. Neste caso, teremos um 
desequilíbrio geográfico. Vejamos exemplos de cada um dos 
desequilíbrios para que os conceitos fiquem mais claros: 
2.1. Desequilíbrio ocupacional: imagine o mercado de 
engenheiros de automóveis e de engenheiros aeronáuticos. 
Suponha que os salários no mercado de engenheiros de automóveis 
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são inflexíveis e que os mesmos são flexíveis no mercado de 
engenheiros aeronáuticos. Agora suponha que, devido à maior 
competição com os veículos importados, a produção nacional de 
automóveis caia e conseqüentemente a demanda por engenheiros 
de automóveis também caia. Neste caso, se os salários desses 
empregados são inflexíveis no sentido de que eles não podem 
diminuir (devido a cláusulas contratuais, sindicatos, normas sociais, 
pressão dos trabalhadores, etc), haverá desemprego no mercado de 
engenheiros de automóveis. Se eles pudessem se tornar 
engenheiros aeronáuticos sem custo, esses funcionários 
desempregados iriam mudar rapidamente para o mercado 
aeronáutico, onde foi presumido que os salários são flexíveis e que, 
por fim, todo o desemprego seria eliminado. No entanto, em razão 
dos custos de ajustamento5 serem bastante elevados e dos salários 
serem inflexíveis no mercado de engenheiros de automóveis, 
haverá desemprego estrutural neste último mercado de trabalho. 
Este desemprego estrutural será decorrência direta do 
desequilíbrio ocupacional; e decorrência indireta da rigidez6 
de salários e dos custos inerentes à mobilidade ocupacional. 
2.2. Desequilíbrio geográfico: imagine o mercado de trabalho de 
operários da construção civil de duas regiões distintas, a região A e 
a região B, onde os salários são inflexíveis para baixo (rígidos) na 
região A e flexíveis na região B. Quando há um desaquecimento da 
construção civil na região A, haverá redução na demanda por mão-
de-obra nesta região. Como resultado, em virtude da rigidez 
salarial, haverá desemprego na região A. O racional do ponto de 
vista econômico seria os desempregados da região A procurarem 
empregos na região B, onde os salários são flexíveis e 
conseqüentemente o desemprego seria eliminado. No entanto, o 
que acontece, muitas vezes, é a situação em que os trabalhadores 
5 Estes custos incluiriam todo o gasto que seria necessário para adquirir a formação e o 
treinamento necessários para ser engenheiro aeronáutico. 
6 É a rigidez de salários que, em primeiro plano, causa o desemprego no mercado de 
engenheiros de automóveis. 
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desempregados aguardam por empregos em sua região de origem, 
em sua cidade natal. Isso acontece por três motivos: 
i. Os fluxos de informações são imperfeitos, de formaque 
os trabalhadores podem não estar cientes de que 
existem empregos disponíveis em outras regiões 
distantes; 
ii. Os custos diretos (custos financeiros) de tal mobilidade 
geográfica são elevados a ponto de desestimular a 
migração; 
iii. Os custos psicológicos da mobilidade geográfica 
também podem ser fatores impeditivos da migração, já 
que família, amigos e toda uma rede social e afetiva 
devem ser deixados para trás. 
Os três fatores inibem a mobilidade geográfica e, de fato, 
podem fazer com que muitos trabalhadores que se tornam 
desempregados após o fechamento ou falência de empresas 
não demonstrem qualquer interesse em buscar empregos em 
outras regiões. Estaremos, aqui, diante do desemprego 
estrutural que, desta vez, é decorrência direta do 
desequilíbrio geográfico; e decorrência indireta da 
rigidez salarial7, dos fluxos imperfeitos de informações 
e dos custos da mobilidade geográfica. 
As políticas públicas, da mesma maneira que interferem no 
desemprego friccional, também têm o poder de influenciar o nível do 
desemprego estrutural. Exemplos de tais políticas incluem: 
Treinamento subsidiado: a fim de reduzir os custos da 
mobilidade ocupacional. 
7 Mais uma vez, é a rigidez salarial que, inicialmente, provoca o desemprego, já que ao haver 
a redução da demanda por mão-de-obra, não é possível aos empresários reduzir os salários. 
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Informações a respeito das condições do mercado de 
trabalho de outras áreas: a fim de melhorar o fluxo de 
informações. 
Subsídios para o deslocamento: a fim de reduzir os custos 
diretos da mobilidade geográfica e acelerar o processo de 
ajustamento. 
Aviso prévio para demissões e fechamentos de empresas: é a 
exigência de que os empregadores que planejem fechar seus 
negócios avisem antecipadamente a seus funcionários: a fim de 
acelerar o processo de ajustamento. 
Nota — vale ressaltar que as políticas públicas acima citadas acabam 
reduzindo também o desemprego friccional. 
Assim, pelo visto até agora, observamos que o desemprego 
estrutural ocorre em virtude de desequilíbrios ocupacionais e geográficos. 
Mas, observe bem os exemplos trabalhados e verá que a causa inicial de 
tais desequilíbrios é o fato de os salários serem rígidos (inflexíveis) nos 
mercados de trabalho em que houve desemprego. Nesse sentido, 
decorre o fato de que alguns livros conceituam o desemprego 
estrutural como sendo o desemprego decorrente da rigidez 
salarial. Mankiw, por exemplo, conceitua assim o desemprego estrutural: 
"O desemprego resultante da rigidez salarial e do 
racionamento de empregos é chamado de desemprego 
estrutural." 
Em outra passagem, afirma: 
"Quando o salário real excede o nível de equilíbrio e a oferta 
de trabalhadores excede a demanda, seria de se esperar que 
as empresas reduzissem os salários que pagam. O 
desemprego estrutural ocorre porque as empresas deixam de 
reduzir os salários, apesar de um excesso na oferta de mão-
de-obra." 
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Desta forma, podemos concluir que os desempregos 
surgidos da rigidez salarial devem ser considerados um tipo de 
desemprego estruturai. Logo, o desemprego causado peia 
iegisiação do salário mínimo, peio poder de monopólio dos 
sindicatos e peios salários de eficiência são tipos de desemprego 
estruturai, já que esses três fatores são causadores de rigidez salarial. 
Na aula passada, já estudamos o salário mínimo e os sindicatos. 
Chegou a hora de estudarmos os salários de eficiência. 
2.3. SALÁRIOS DE EFICIÊNCIA 
De modo direto, podemos conceituar os salários de eficiência como 
salários acima do equilíbrio e que tenham como objetivo o aumento da 
produtividade por parte do trabalhador. Ou seja, vê-se claramente que há 
uma relação direta entre a remuneração recebida pelo trabalhador e sua 
produtividade. Isso quer dizer que quanto mais ele ganha, mais ele se 
empenha, mais ele produz. Em razão disso, alguns empregadores pagam 
salários de eficiência a seus empregados, no intuito de aumentarem seus 
lucros. Estes empregadores sabem que os ganhos adicionais provenientes 
do pagamento destes altos salários serão maiores que os custos 
adicionais, de forma que seus lucros serão aumentados, apesar do 
aumento de custos. 
A consequência direta dessa política de salários de eficiência é a 
rigidez salarial causada neste mercado de trabalho e, conforme já vimos, 
tal rigidez é causadora de desemprego estrutural. Ao mesmo tempo, o 
pagamento de salários de eficiência pode ocasionar outro tipo de 
desemprego: o desemprego de espera. 
Os empregados que trabalham em empresas de salários mais 
baixos naturalmente desejam trabalhar nas empresas de salários mais 
altos. Este desejo pode fazer com que alguns funcionários de empresas 
de baixos salários saiam de seus empregos mal remunerados, e se 
"vinculem" ao setor de altos salários, "aguardando" que ocorram vagas 
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de emprego. Assim, ele ficará na espera de uma vaga no setor de altos 
salários, já que sempre haverá uma rotatividade mínima neste setor 
(mortes, aposentadorias, mudanças de cidade, etc). Esse desemprego em 
que um trabalhador fica na espera de uma vaga no setor de altos salários 
é chamado de desemprego de espera. 
Veja que a rigidez salarial causada pelo pagamento de salários de 
eficiência, além de causar desemprego estrutural, pode também causar 
desemprego de espera, caso haja trabalhadores que decidam se vincular 
ao setor de altos salários e ali esperar vagas de emprego. 
Os economistas propõem várias teorias para explicar o modo como 
os salários de eficiência afetam a produtividade do trabalhador, conforme 
segue abaixo: 
1. Saúde do trabalhador. Trabalhadores mais bem remunerados 
podem arcar com os custos de uma dieta mais nutritiva, e 
trabalhadores mais bem alimentados e saudáveis são mais 
produtivos. Assim, seria vantajoso para a empresa pagar 
salários acima do nível de equilíbrio para manter a mão-de-obra 
em boas condições de saúde. Vale destacar que essa 
consideração é quase que irrelevante para mercados de trabalho 
onde o salário de equilíbrio já é suficiente para se manter uma 
boa saúde. 
2. Rotatividade do trabalhador. Salários altos, coeteris paribus, 
reduzem a rotatividade da mão-de-obra. Os trabalhadores 
deixam o emprego por muitas razões: mudança de carreira, 
cuidar da família, mudança de cidade, posições melhores em 
outras empresas, etc. Quanto melhor uma empresa remunera 
seus trabalhadores, maior o incentivo para que eles 
permaneçam na empresa. Por pagar um salário alto, uma 
empresa reduz a frequência com que seus empregados pedem 
demissão, reduzindo assim o tempo gasto com contratação e 
treinamento de novos trabalhadores. 
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3. Qualidade média da força de trabalho. Se a empresa reduz 
seus salários, os melhores empregados podem aceitar empregos 
em outros lugares, deixando a empresa com empregados não 
tão bons, que tenham menos oportunidades alternativas. Essa 
opção desfavorável seria umexemplo de seleção adversa (a 
tendência de que os trabalhadores mais bem informados - nesse 
caso aqueles que têm consciência de suas próprias 
oportunidades fora da empresa - se auto-selecionem, de tal 
maneira que deixem em desvantagem aqueles com menor nível 
de informação (a empresa). Exemplificando melhor: imagine 
dois engenheiros, um formado no ITA, com Ph.D. no MIT, outro 
formado na UniBeer8. Aquele formado no ITA e pós graduado no 
MIT sabe das suas possibilidades e só aceita entrar no mercado 
de trabalho se receber no mínimo R$ 15.000,00. Aquele formado 
na UniBeer, sabedor de suas limitações, tem o salário de reserva 
de R$ 3.000,00. Caso a empresa ofereça a remuneração de R$ 
4.000,00 aos seus engenheiros, a maior possibilidade é de que 
ela contrate o engenheiro de baixa qualificação. Caso ela ofereça 
R$ 20.000,00 aos seus engenheiros, haverá maior possibilidade 
de contratar melhores profissionais, pois esses geralmente 
possuem salário de reserva maior. 
4. Esforço do trabalhador. Essa teoria assevera que é muito 
custoso para as empresas manterem o constante monitoramento 
de seus empregados. Ademais, às vezes, tal monitoramento nem 
mesmo é possível, de forma que os próprios empregados é que 
decidem o empenho que irão dedicar ao trabalho. Eles podem 
trabalhar com afinco, ou podem se esquivar do esforço, correndo 
o risco de serem descobertos e demitidos. Essa possibilidade de 
os trabalhadores "enrolarem" no trabalho é chamada de risco 
morai (a tendência de os trabalhadores se comportarem de 
maneira inapropriada quando seus comportamentos não estão 
sendo monitorados de modo eficaz). A empresa pode reduzir o 
problema do risco moral pagando altos salários. Quanto mais 
8 Unibeer (Universidade da cerveja) © 
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alto for o salário, maior será o custo da enrolação para o 
trabalhador no caso de ele ser demitido. 
Essas quatro teorias, apesar das pequenas diferenças, nos dizem 
que, uma vez que a firma opera com maior eficiência no caso do 
pagamento de altos salários, a empresa pode julgar lucrativo manter os 
salários acima do nível que equilibra a oferta e a demanda. O resultado 
desse salário mais alto é mais desemprego (desemprego estrutural e/ou 
de espera). 
3. Desemprego cíciico 
Nós vimos que mesmo quando a demanda iguala a oferta de mão-
de-obra, ainda assim, há desemprego friccional e pode haver desemprego 
estrutural. Aquele surge devido ao dinamismo do mercado e ao período 
"entre empregos", enquanto o último surge devido a desequilíbrios 
geográficos ou ocupacionais na oferta e na demanda, além da política de 
salário mínimo, salários de eficiência e poder de monopólio dos 
sindicatos. 
Quanto acontece alguma flutuação na atividade econômica (um 
"ciclo econômico") que provoca redução, deficiência ou insuficiência na 
demanda agregada da economia, e essa redução na demanda agregada 
da economia provoca redução na demanda agregada pela mão-de-obra, 
nós temos o desemprego cíclico, também chamado de desemprego por 
deficiência de demanda, por insuficiência de demanda, ou, ainda, 
desemprego keynesiano. 
Veja que este é um tipo de desemprego mais grave, merecendo, 
pois, mais atenção por parte das autoridades. Enquanto os desempregos 
friccional e estrutural são causados por fluxos imperfeitos de informações 
ou desequilíbrios pontuais, o desemprego cíclico é provocado por queda 
no ritmo da atividade econômica. Parte dos trabalhadores e da 
capacidade produtiva das empresas fica ociosa, ocasionando perdas aos 
trabalhadores (através do desemprego) e aos empresários (através da 
redução na produção). Vale ressaltar, mais uma vez, que o desemprego 
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ocorrerá em face da rigidez salarial. Se não fosse ela, o mercado se 
ajustaria automaticamente e não haveria desemprego. 
Nota: apesar de ter sido falado que a rigidez dos salários reais 
também é causadora do desemprego estrutural, as duas situações 
(desemprego estrutural x desemprego cíclico) não se confundem. 
No desemprego estrutural, a demanda agregada por trabalho é 
igual à oferta agregada de trabalho, mas, mesmo assim, haverá 
desemprego estrutural devido a alguns desequilíbrios pontuais que, 
por sua vez, têm suas raízes calcadas na rigidez salarial. No 
desemprego cíclico, a demanda agregada por trabalho é inferior à 
oferta agregada de trabalho e a rigidez salarial é o mecanismo que 
impede o ajuste automático entre a demanda e oferta, causando, 
assim, desemprego cíclico/keynesiano. Então, observe que a rigidez 
salarial está presente nos vários tipos de desemprego (desemprego 
estrutural, cíclico - e também no desemprego friccional), mas as 
situações são diferentes: em um caso (cíclico), a demanda por 
mão-de-obra é menor que a oferta de mão-de-obra, nos outros 
casos, a demanda é igual à oferta, mas o desemprego é causado 
por desequilíbrios pontuais (geográfico, ocupacional, fluxo 
imperfeito de informações, etc). 
Quando estudamos o desemprego estrutural, nós aprendemos os 
motivos pelos quais há rigidez salarial: salário mínimo, sindicatos e 
salários eficiência. No entanto, esses motivos da rigidez salarial estão 
associados à situação em que a demanda agregada por trabalho é igual à 
oferta agregada de trabalho (caso dos desempregos estrutural e 
friccional). 
Agora, iremos nos concentrar nas razões por que há rigidez salarial 
mesmo durante períodos de demanda agregada menor que a oferta 
agregada (demanda agregada declinante). Basicamente, quando há 
insuficiência de demanda, existem cinco motivos para a rigidez salarial: 
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Na presença de investimentos em capital humano específico da 
empresa, o que frequentemente leva a mercados internos9 
estruturados, os empregadores têm incentivos para minimizar a 
rotatividade voluntária e maximizar o esforço do trabalho dos 
empregados e a produtividade. Reduções salariais aumentariam a 
propensão dos funcionários a sair e poderiam levar a uma redução 
de esforço em seu trabalho. Em contraste, as demissões afetam os 
trabalhadores menos experientes, aqueles em quem a empresa 
investiu a menor quantia de recursos. Assim, é provável que a 
empresa veja a estratégia de demissões como uma alternativa mais 
lucrativa. 
ii. Os empregadores com mercados de trabalho internos geralmente 
prometem, ao menos implicitamente, um certo rumo de ganhos aos 
funcionários no decorrer de suas carreiras. 
iii. As empresas com mercados de trabalho interno e, portanto, longas 
vinculações entre empregador e empregado, podem ser 
encorajadas a realizar dispensas baseadas na antiguidade (os 
últimos a chegar são os primeiros a serem dispensados) em vez de 
realizarem cortes salariais para todos os trabalhadores. 
iv. As pessoas podem preferir ficar desempregadas a aceitarem um 
emprego em posição inferior ao que elas tinham antes de estar 
desempregadas. Isso se deve ao senso de status. É esse senso de 
status que impede a expansão de empregos e uma maior redução 
dos salários nos setores de baixos salários durante períodos 
recessivos. 
v. Os desempregados, ao procurarem emprego, são inibidos a 
tentarem reduzir os salários prevalecentes dos trabalhadoresempregados. Isso acontece porque esses salários já praticados são 
aceitos como normas sociais, e são elas que inibem o 
9 É o mercado em que a relação de emprego obedece a uma série de regras e 
procedimentos formais. Geralmente os mercados internos estão relacionados às carreiras 
empregatícias dentro de grandes empresas, onde há estruturação da carreira e maiores 
vinculações entre empregador e empregado. 
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desempregado de tentar reduzir os salários dos trabalhadores 
empregados e, assim, conseguir uma vaga de emprego. 
Da mesma forma, que as políticas públicas podem reduzir o 
desemprego friccional e o desemprego estrutural, o governo também 
pode atuar com o objetivo de reduzir o desemprego cíclico, que é o 
desemprego mais grave. Uma resposta governamental apropriada para a 
eliminação do desemprego cíclico seria o uso de políticas fiscais e 
monetárias expansionistas. 
Segue abaixo de forma bem resumida um esquema. Vejamos o que 
isto significa: 
Política fiscal: resumidamente é a política voltada para a 
administração das receitas e das despesas do governo. Política fiscal 
expansionista, expansiva, inflacionária, anticrise ou anticíclica acontece 
quando o governo aumenta as despesas e/ou reduz as receitas. Quando 
ele aumenta as receitas e/ou reduz as despesas, está praticando política 
fiscal restritiva, antiinflacionária, pró-crise ou pró-cíclica. 
São instrumentos da política fiscal expansiva: 
> redução da carga tributária; 
> aumento dos gastos do governo; 
> aumento das transferências governamentais10. 
São instrumentos de política fiscal restritiva: 
> aumento da carga tributária; 
> redução dos gastos do governo; 
> redução das transferências governamentais. 
Poiítica monetária: resumidamente é a política que diz respeito à 
quantidade de moeda em circulação e, conseqüentemente, das taxas de 
juros e condições do crédito. Política monetária expansiva acontece 
quando há aumento da circulação de moeda na economia e política 
monetária restritiva acontece quando há redução da circulação de moeda 
10 O Programa bolsa-família é um exemplo de transferência governamental. 
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na economia. Vale ressaltar que a política monetária no 
responsabilidade do BACEN. 
São instrumentos de política monetária expansiva: 
> redução das taxas de juros; 
> redução dos recolhimentos compulsórios11; 
> redução das taxas de redesconto12; 
> compra de títulos públicos13. 
São instrumentos de política monetária recessiva: 
> aumento das taxas de juros; 
> aumento dos recolhimentos compulsórios; 
> aumento das taxas de redesconto; 
> venda de títulos públicos. 
De forma simples e resumida, podemos concluir que políticas 
expansionistas, expansivas, inflacionárias, anticíclicas ou 
11 Recolhimento compulsório é o recolhimento em dinheiro que os bancos comerciais são 
obrigados a realizar junto ao BACEN. Assim, quando o BACEN quer tirar o dinheiro de 
circulação, ele pode aumentar a exigência de recolhimentos compulsórios. Assim, havendo 
menos dinheiro no caixa dos bancos comerciais, haverá também menos dinheiro disponível 
para as pessoas. Se o BACEN quiser colocar moeda em circulação, ele pode reduzir a 
exigência de recolhimentos compulsórios, o que fará com que os bancos comerciais tenham 
mais dinheiro em caixa, havendo, por conseguinte, mais dinheiro circulando na economia. 
12 Redesconto é a operação em que os bancos comerciais tomam dinheiro emprestado 
junto ao BACEN, já que esse é considerado o "banco dos bancos". Caso o BACEN aumente a 
taxa de redesconto, estará efetuando política monetária restritiva, pois ficará mais caro para 
os bancos comerciais tomarem empréstimos junto ao BACEN, por consequência, também 
ficará mais caro para as pessoas tomarem empréstimos junto aos bancos comerciais, 
reduzindo, assim, a circulação de dinheiro na economia. Caso o BACEN reduza a taxa de 
redesconto, acontecerá o inverso e teremos política monetária expansiva. 
13 A compra e a venda de títulos públicos (operações de open market) interferem na 
quantidade de moeda circulante na economia. Quando o governo compra títulos do 
mercado, ele recebe os títulos (haver não monetário) e entrega dinheiro (haver monetário), 
aumentando, assim, a quantidade de moeda em circulação na economia (política monetária 
expansiva). Por outro lado, quando o governo vende títulos ao mercado, ele entrega os 
títulos (haver não monetário) e recebe dinheiro (haver monetário). O fato de ele receber 
dinheiro reduz a quantidade de moeda em circulação na economia (política monetária 
restritiva). 
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anticrises, reduzem o desemprego keynesiano/cíclico. Já as 
políticas restritivas, antiinflacionárias, pró-cíclicas ou pró-crises 
aumentam o desemprego cíclico. 
Embora não esteja relacionado à matéria, é bom esclarecer um 
fato. Por que o governo não adota sempre políticas expansionistas, já que 
elas reduzem o desemprego? A resposta está na inflação. Quando o 
governo adota políticas expansionistas, ele aumenta a demanda agregada 
da economia. Este aumento da demanda, por sua vez, pressiona os 
preços para cima, causando inflação (por isso, as políticas expansionistas 
também são chamadas de "inflacionárias"). Assim, deve haver um 
equilíbrio e o governo, ao mesmo tempo em que se preocupa com o 
desemprego, também não pode descuidar do controle da inflação. 
4. Desemprego sazonal 
O desemprego sazonal é decorrente de deficiência na demanda por 
mão-de-obra. Note que neste ponto ele se assemelha ao desemprego 
cíclico, no entanto, há uma grande diferença entre este e aquele. No 
desemprego sazonal, as flutuações são previsíveis e podem ser 
antecipadas regularmente. O caso mais emblemático certamente é o do 
trabalho agrícola, onde há a época do plantio, da colheita e da 
entressafra. Devido à sazonalidade, ocorre desemprego em certas épocas 
do ano, tal desemprego é denominado desemprego sazonal, sendo 
causado pela insuficiência de demanda. 
Uma pergunta que pode surgir é por que os trabalhadores aceitam 
empregos em setores em que eles já sabem antecipadamente que ficarão 
desempregados por uma parte do ano? Para alguns trabalhadores, a 
existência de benefícios de seguro-desemprego, juntamente com a 
certeza de que serão recontratados ao fim da temporada de demanda 
fraca, pode lhes permitir que tratem esses períodos como sendo de férias 
pagas. No entanto, a maioria dos trabalhadores poderá considerar tal 
situação indesejável, já que os valores do seguro-desemprego não são na 
mesma quantia de suas remunerações quando estão efetivamente 
trabalhando. 
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Assim, para atrair trabalhadores para esses setores sazonais, as 
empresas terão que lhes pagar salários mais elevados que o de outras 
profissões "regulares". Esses salários mais altos servirão para compensá -
los pelo fato de ficarem periodicamente desempregados. Assim, podemos 
concluir que em setores onde ocorre o desemprego sazonal, há um 
diferencial de salários compensatórios com o objetivo de compensar os 
trabalhadoresque aceitam trabalhar em setores de elevado risco de 
desemprego. 
Da mesma maneira, a existência destes diferenciais de salários que 
compensam os trabalhadores que aceitam trabalhar em setores sazonais 
torna difícil avaliar se esse tipo de desemprego sazonal (que ocorre nas 
épocas de baixa demanda) é voluntário, pelo fato do trabalhador ter 
aceitado a situação e o risco de ficar desempregado, ou involuntário, pelo 
fato de, uma vez estando empregado, ele preferir permanecer empregado 
em vez de se tornar desempregado. A conclusão é que esse desemprego 
(sazonal) pode ser considerado voluntário ou involuntário, dependendo da 
perspectiva que se esteja assumindo. 
A TAXA NATURAL DE DESEMPREGO 
1. Conceito 
Nesta seção, veremos que este conceito apresenta várias 
definições, tiradas de vários livros diferentes, e todas igualmente 
relevantes e com a mesma possibilidade de serem cobradas em prova. 
Vou começar pela mais simples, extraída do livro do Mankiw14: taxa 
natural de desemprego corresponde à taxa de desemprego em direção à 
qual a economia gravita no longo prazo (figura 2), consideradas todas as 
imperfeições do mercado de mão-de-obra que impedem os trabalhadores 
de encontrar emprego instantaneamente. 
14 N. Gregory MANKIW, MACROECONOMIA, 6a. edição, página 118. 
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Já para Ehrenberg, em "A Moderna Economia do Trabalho", a taxa natural 
de desemprego é sinônimo de taxa de desemprego de pleno 
emprego, no sentido de que é a taxa de desemprego em que as vagas 
de emprego igualam o número de trabalhadores desempregados (haverá 
basicamente desemprego friccional). 
Outra definição é a de que é a taxa de desemprego em que 
aumentos na demanda agregada não causarão novas reduções no 
desemprego15, ou, ainda, é a taxa de desemprego em que todo 
desemprego é voluntário (friccionai e talvez sazonal). Podemos definir 
também como a taxa em que o nível de desemprego não muda e em que 
tanto os fluxos rumo ao desemprego como sua duração são normais. 
Segue outra definição, essa um pouco mais complicada: a taxa em que a 
inflação de salários e preços é estável ou em níveis aceitáveis16. Podemos 
15 Isto acontecerá porque, na taxa natural de desemprego, é considerado que a economia já 
está no pleno emprego, ou seja, emprego máximo. 
16 Inflação de preços significa aumento de preços. Inflação de salários significa aumento de 
salários. Em teoria econômica, é aceito que pressões sobre a demanda agregada causam 
inflação de preços e salários (em outras palavras, aumentos na demanda agregada causam 
aumentos de preços e salários). Quando a economia está em pleno emprego (situação em 
que o número de vagas de emprego iguala o número de desempregados), não há motivos 
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resumir na tabela abaixo os vários conceitos que, caso apareçam em 
prova, devem ser considerados corretos: 
Taxa natural de desemprego é: 
taxa de desemprego em direção à qual a economia gravita no longo prazo 
taxa de desemprego de Dleno empreao 
taxa de desemprego em que as vagas de emprego igualam o número de 
trabalhadores desempregados (haverá desemprego friccional) 
taxa de desemprego em que aumentos na demanda agregada não 
causarão novas reduções no desemprego 
a taxa de desemprego em que todo desemprego é voluntário (friccional e 
talvez sazonal) 
taxa em que o nível de desemprego não muda e em que tanto os fluxos 
rumo ao desemprego como sua duração são normais 
taxa em que a inflação de salários e preços é estável ou em níveis 
aceitáveis 
Se você fizer um resumão dos vários conceitos acima, chegará à 
conclusão de que a taxa natural de desemprego é a taxa condizente com 
a situação de pleno emprego prevalecente em tempos "normais". 
Bem, agora que definimos taxa natural de desemprego, iremos 
aprender a determiná-la. Respire fundo e aumente a concentração! O 
próximo tópico é o menos fácil (ou mais difícil) da aula. 
2. Determinação da taxa natural de desemprego 
Apresentaremos agora um modelo que nos permite calcular a taxa 
natural de desemprego. 
Uma vez que todo trabalhador pertencente à força de trabalho 
estará sempre empregado ou desempregado, a força de trabalho 
corresponde à soma entre os empregados e os desempregados. Nesse 
para haver pressões na demanda agregada, pois a economia não se expandirá mais, afinal, 
ela já está em pleno emprego, no máximo de emprego. Assim, a situação de pleno emprego 
(ou taxa natural de desemprego) é compatível com ausência de pressões sobre a demanda, 
que, por sua vez, é compatível com ausência ou estabilidade da inflação em baixos níveis. 
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sentido, sejam L a força de trabalho (PEA), E o número de empregados e 
D o número de desempregados, teremos: 
L = E + D 
(No nosso modelo, a taxa de desemprego é D/L). 
Para verificar os fatores que determinam a taxa de desemprego, 
supomos que a força de trabalho, L, seja fixa, e centramos o foco na 
transição dos indivíduos na força de trabalho entre o emprego, E, e o 
desemprego, D. Consideremos p o índice de perdas de emprego, a fração 
(o percentual) de indivíduos empregados que perde seus empregos a 
cada mês. Seja o a taxa de obtenção de emprego, a fração (o percentual) 
de desempregados que consegue obter um emprego a cada mês. Juntas, 
a taxa de perda, p, e a taxa de obtenção de emprego, o, determinam a 
taxa de desemprego. Vejamos como: 
Se considerarmos que a taxa de desemprego está em equilíbrio, ou 
seja, não está aumentando nem diminuindo (aqui é mais uma suposição 
do modelo!), o número de pessoas que está obtendo emprego deve ser 
igual ao número de pessoas que está perdendo emprego. A esta situação 
de equilíbrio chamamos de estado estacionário (deriva de estacionado, 
parado, em equilíbrio). 
O número de pessoas que está obtendo emprego é igual a o.D 
(afinal, é o número de pessoas que ainda não tem emprego, D, 
multiplicado pelo percentual/fração de indivíduos desempregados que 
consegue obter um emprego, o). 
O número de pessoas que está perdendo emprego corresponde a 
p.E (número de pessoas que têm emprego, E, multiplicado pela fração de 
indivíduos empregados que perde seus empregos, p). 
A condição de equilíbrio (estado estacionário - número de pessoas 
que obtém emprego é igual ao número de pessoas que perde emprego) 
será representada por: 
o.D = p.E 
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Podemos utilizar essa equação para encontrar a taxa de 
desemprego na condição de estado estacionário. Partindo de nossa 
definição anterior sobre força de trabalho, sabemos que E = L - D; ou 
seja, o número de empregados é igual ao total da força de trabalho 
menos os desempregados. Se substituirmos E por (L - D), na condição de 
estado estacionário, encontramos: 
Esta equação mostra que a taxa de desemprego natural no 
estado estacionário depende das taxas de perda de emprego, p, e de 
obtenção de emprego, o. A relação entre as variáveis é bastante lógica, 
intuitiva: quanto mais alta a taxa de perda de emprego, maior a taxa de 
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o.D = p.(L - D) 
Dividindo os dois lados dessa equação por L: 
Então, 
E, 
E, 
E, 
Finalmente, 
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desemprego. Quanto mais alta a taxa de obtenção de emprego, menor a 
taxa de desemprego. 
Assim, qualquer política direcionada para a redução da taxa natural 
de desemprego deve reduzir a taxa de perda de emprego ou aumentar a 
taxa de obtenção de emprego. De modo semelhante, qualquer política 
que venha a afetar a taxa de perda de emprego ou a taxa de obtenção de 
emprego irá alterar, também, a taxa natural de desemprego. 
Bem, pessoal, por hoje é só! 
Seguem agora alguns exercícios para fixação dos temas. 
Até a próxima aula, que é aquela que aborda a maioria dos temas 
cobrados na última prova de AFT. 
Vejo vocês semana que vem, grande abraço!!! 
Heber Carvalho 
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CURSO ON-LINE P/ AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Au la 07 
ECONOMIA DO TRABALHO - TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR HEBER CARVALHO 
QUESTÕES COMENTADAS 
01 - (AFT/ESAF - 1998) - Considerando a abordagem keynesiana 
em relação ao mercado de trabalho, podemos afirmar que: 
a) os trabalhadores não aceitam perdas nos salários reais, mas estão 
dispostos a experimentar variações nos salários nominais. 
b) não há como comprimir os salários reais já que os trabalhadores não 
têm ilusão monetária. 
c) por esta teoria temos que os salários nominais são rígidos, mas não os 
salários reais, devido à flexibilidade dos preços dos produtos finais na 
economia. 
d) os salários nominais são determinados pelo mercado de trabalho, não 
tendo sentido a existência de sindicatos. 
e) os salários nominais são flutuantes de acordo com os movimentos no 
mercado de trabalho, ao passo que os salários reais são relativamente 
estáveis em decorrência da estabilidade dos preços relativos na 
economia. 
COMENTÁRIOS: 
Segundo o quadro da página 08, correta a letra C. Vejamos os erros das 
outras alternativas: 
a) os trabalhadores NÃO estão dispostos a experimentar variações nos 
salários nominais. 
b) HÁ como comprimir os salários reais, basta, para isso, haver inflação. 
c) correta. 
d) segundo a abordagem keynesiana, os salários nominais não são 
totalmente determinados pelo mercado de trabalho. Há certa rigidez 
salarial decorrente, entre outras coisas, dos sindicatos. 
e) segundo a abordagem keynesiana, os salários nominais são fixos 
enquanto os salários reais (W/P) são flutuantes em virtude da variação 
nos preços. 
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GABARITO: C 
02 - (AFT/ESAF - 1998) - Quanto aos conceitos de pleno emprego 
e de desemprego, é correto afirmar que: 
a) a taxa natural de desemprego reflete um desemprego cíclico devido a 
situações recessivas no mundo dos negócios. 
b) o pleno emprego é o nível de emprego consistente com a taxa natural 
de desemprego, que reflete fatores basicamente friccionais. 
c) o pleno emprego pode ser compatível com desemprego não friccional, 
desde que este seja cíclico. 
d) abaixo do pleno emprego, pode ser possível a existência apenas de 
desemprego friccional, desde que a taxa natural de desemprego seja 
zero. 
e) o desemprego friccional é aquele decorrente de um ciclo recessivo na 
economia de caráter conjuntural. 
COMENTÁRIOS: 
Vamos diretamente à análise das assertivas: 
a) a taxa natural de desemprego NÃO reflete desemprego cíclico. Ela 
reflete o desemprego friccional. Incorreta. 
b) Correta. Veja quadro página 25. 
c) o pleno emprego é compatível com o desemprego friccional, e não com 
o desemprego cíclico. Incorreta. 
d) abaixo NO pleno emprego, pode ser possível a existência apenas de 
desemprego friccional, desde que a taxa natural de desemprego seja 
zero. Na taxa natural de desemprego (pleno emprego), sempre haverá 
um desemprego mínimo, nem que seja apenas friccional. 
e) foi apresentado o conceito de desemprego cíclico. 
GABARITO: B 
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03 - (AFT/ESAF - 1998) - Considere as frases a seguir: 
I - As teorias de salário-eficiência partilham da hipótese de que a 
empresa funciona de forma mais eficiente se paga salários 
elevados aos seus empregados; 
II - Pelas teorias de salário-eficiência, pode-se diminuir o 
chamado "risco moral" pagando um salário mais elevado do que o 
de equilíbrio; 
III - As teorias de salário-eficiência implicam rigidez salarial e o 
chamado desemprego de espera. 
Podemos então afirmar que: 
a) somente a I e a II são corretas. 
b) somente a I é correta. 
c) somente a II é correta. 
d) I, II e III são corretas. 
e) somente a I e a III são corretas. 
COMENTÁRIOS: 
Vamos à análise das alternativas: 
I - Correta. Página 14. 
II - Correta. Aumentar o esforço do trabalhador, através da redução do 
risco moral, é um dos objetivos dos salários de eficiência. Página 16. 
III - Correta. A teoria de salários de eficiência implica rigidez salarial do 
ponto de vista que o salário não é diminuído, caso contrário poderá até 
deixar de se enquadrar como salário eficiência e, assim, a empresa não 
atingirá seus objetivos listados acima. Os salários de eficiência podem 
criar desemprego de espera, fazendo com que determinados profissionais 
decidam ficar desempregados esperando uma possível contratação por 
uma empresa que pague estes salários de eficiência maiores que os de 
mercado. Página 14 
GABARITO: D 
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04 - (AFT/ESAF - 1998) - Se o desemprego é essencialmente 
friccional, podemos considerar como políticas mais adequadas de 
emprego: 
a) criação de agências de emprego que divulguem informações relativas a 
vagas. 
b) criação de seguro-desemprego. 
c) criação de um programa de renda mínima. 
d) aumento dos encargos trabalhistas. 
e) elevação das taxas de juros na economia. 
COMENTÁRIOS: 
O desemprego friccional ou desemprego natural deve-se ao 
dinamismo do mercado de trabalho e ocorre porque muitas pessoas estão 
"entre empregos", ou seja, acabaram de sair de um emprego e há um 
lapso de tempo até que elas achem outro emprego ou até mesmo que os 
empregadores do ramo saibam que sua mão-de-obra está disponível. 
Para evitar este tipo de desemprego ou diminuir este lapso de tempo, 
uma alternativa seria a criação de agências que divulgassem as vagas 
abertas de emprego, ou ainda a criação de um banco de dados que 
dispusesse estas informações ao mercado. Página 10. 
GABARITO: A 
05 - (AFT/ESAF - 1998) - Se uma empresa paga um "salário de 
eficiência", então: 
a) a curva de demanda de mão-de-obra se deslocará para a direita. 
b) os trabalhadores não irão "enrolar", mesmo que não sejam 
monitorados. 
c) a curva de oferta de mão-de-obra se deslocará para a esquerda. 
d) a curva de oferta de mão-de-obra se deslocará para a direita. 
e) produzirá desemprego involuntário. 
COMENTÁRIOS: 
Um dos objetivos do pagamento de salários acima do equilíbrio (salários 
de eficiência) é a redução do risco moral (probabilidade dos trabalhadores 
enrolarem no trabalho). Mas note que os salários de eficiênciaapenas 
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reduzem a probabilidade do risco moral, não o elimina totalmente 
sentido, está incorreta a letra B. 
Ao mesmo tempo, os salários de eficiência são um dos motivos de haver 
rigidez salarial que, como vimos (página 13 e 14), causa desemprego 
involuntário (desemprego que ocorre contra a vontade dos empregados. É 
diferente, por exemplo, do desemprego de espera, desemprego 
voluntário). 
GABARITO: E 
06 - Analista de Comércio Exterior - ESAF/1998 - Uma maneira 
possível de reduzir a "taxa natural" de desemprego de uma 
economia seria: 
a) aumentar o valor do salário mínimo real. 
b) praticar uma política monetária expansionista. 
c) praticar uma política fiscal expansionista. 
d) aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por 
trabalhadores. 
e) aumentar o valor dos benefícios do seguro-desemprego em termos 
reais. 
COMENTÁRIOS: 
Como o desemprego da taxa natural de desemprego é, regra geral, 
friccional, a melhoria de informações sobre a oferta e demanda por 
trabalhadores reduziria o tempo "entre empregos", diminuindo, assim, o 
desemprego friccional e conseqüentemente a taxa natural de 
desemprego. Correta, portanto, a letra D. 
Apenas gostaria de frisar que, na alternativa E, o aumento do valor dos 
benefícios do seguro-desemprego tendem a aumentar o tempo "entre 
empregos", aumentando, assim, o desemprego fricc io n a l e 
conseqüentemente a taxa natural de desemprego. 
GABARITO: D 
Aula 07 
. Nesse 
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07 - Sobre os diversos conceitos de desemprego e suas causas, 
assinale a alternativa incorreta: 
a) a política do seguro-desemprego aumenta o desemprego friccional, ou 
seja, aumenta o tempo que o desempregado leva para encontrar outro 
emprego. 
b) o desemprego estrutural decorre de desequilíbrios geográficos e 
ocupacionais. 
c) o desemprego estrutural decorre da rigidez salarial. 
d) o desemprego sazonal pode ser considerado voluntário ou involuntário, 
a depender da perspectiva. 
e) redução de gastos do governo tende a reduzir o desemprego cíclico, já 
que indica responsabilidade e seriedade em governar. 
COMENTÁRIOS: 
a) Correta. Página 09. 
b) Correta. Página 10. 
c) Correta. Página 13. 
d) Correta. Página 23. 
e) Incorreta. A redução de gastos do governo é considerada política fiscal 
restritiva, portanto, aumenta o desemprego cíclico. Páginas 20 e 21. 
GABARITO: E 
08 - A principal diferença entre a teoria clássica, de longo prazo, e 
a teoria keynesiana, de curto prazo, é que: 
a) a primeira depende de um salário monetário fixo para assegurar que o 
nível de produto real, em qualquer período de tempo, seja aquele 
produzido pelo nível trabalhadores de pleno emprego. 
b) a segunda demonstra que a economia pode estar em equilíbrio com o 
emprego a níveis inferiores aos de pleno emprego. 
c) a primeira demonstra que a economia pode estar em equilíbrio a níveis 
de emprego inferiores aos de pleno emprego. 
d) a primeira é dinâmica, de curto prazo, e a segunda é estática, de longo 
prazo. 
e) a teoria clássica é a ideal para explicar as flutuações de curto prazo. 
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COMENTÁRIOS: 
Conforme o quadro da página 08, concluímos que para Keynes poderia 
haver equilíbrio abaixo do pleno emprego. Correta, portanto, a letra B. 
Ademais, a teoria clássica é mais aplicável ao longo prazo, enquanto a 
teoria keynesiana é aplicável às flutuações de curto prazo. 
GABARITO: B 
09 - Existindo desemprego involuntário decorrente de demanda 
insuficiente, uma medida que poderia ser adotada no intuito de 
reduzir o desemprego cíclico seria: 
a) aumentar os impostos 
b) aumentar as taxas de redesconto 
c) comprar títulos públicos no mercado 
d) reduzir o estoque de moeda 
e) reduzir os gastos públicos 
COMENTÁRIOS: 
O desemprego cíclico deve ser reduzido através de políticas fiscais ou 
monetárias expansionistas. A única alternativa que contém medidas 
expansionistas é a letra C, pois a compra de títulos públicos por parte do 
governo aumenta a circulação de moeda na economia (aumento de meio 
circulante). Maiores detalhes, veja nota de rodapé 13. 
GABARITO: C 
10 - Suponha um mercado de mão-de-obra em estado 
estacionário, onde o número de pessoas que estão obtendo 
empregos é igual ao número de pessoas que estão perdendo 
empregos. Considerando que 1% dos empregados perca seus 
empregos a cada mês e que 20% dos desempregados obtenham 
emprego a cada mês, calcule a taxa natural de desemprego para 
este estado estacionário: 
a) 4,50% 
b) 4,90% 
c) 4,00% 
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d) 5,00% 
e) 4,76% 
COMENTÁRIOS: 
Basta aplicarmos a fórmula do cálculo da taxa natural de desemprego. 
Foram dados: p=0,01 e o=0,2 
Então: 
Ou seja, a taxa natural de desemprego (D/L) é igual 4,76%. 
GABARITO: E 
11 - Se a taxa de perda de emprego é 2,5% e a taxa de obtenção 
de emprego é 10%, a taxa natural de desemprego será: 
a) 20% 
b) 5% 
c) 80% 
d) 100% 
e) 0% 
COMENTÁRIOS: 
Mais uma vez, basta aplicarmos a fórmula do cálculo da taxa natural de 
desemprego. 
Foram dados: p=0,025 e o=0,1 
Então: 
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Ou seja, a taxa natural de desemprego (D/L) é igual 20%. 
GABARITO: A 
12 - Assinale o conceito incorreto sobre taxa natural de 
desemprego: 
a) é a taxa desemprego de pleno emprego. 
b) o desemprego tende a ser meramente friccional. 
c) taxa em que há grandes variações nos preços e salários devido ao 
excesso de demanda agregada. 
d) taxa em aumentos da demanda agregada não causam alterações no 
emprego. 
e) taxa de desemprego em direção a qual a economia caminha no longo 
prazo. 
COMENTÁRIOS: 
Conforme tabela da página 25, temos como incorreta a assertiva C. 
GABARITO: C 
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LISTA DE QUESTÕES 
01 - (AFT/ESAF - 1998) - Considerando a abordagem keynesiana 
em relação ao mercado de trabalho, podemos afirmar que: 
a) os trabalhadores não aceitam perdas nos salários reais, mas estão 
dispostos a experimentar variações nos salários nominais. 
b) não há como comprimir os salários reais já que os trabalhadores não 
têm ilusão monetária. 
c) por esta teoria temos que os salários nominais são rígidos, mas não os 
salários reais, devido à flexibilidade dos preços dos produtos finais na 
economia. 
d) os salários nominais são determinados pelo mercado de trabalho, não 
tendo sentido a existência de sindicatos. 
e) os salários nominais são flutuantes de acordo com os movimentos no 
mercado de trabalho, ao passo que os salários reais são relativamente 
estáveis em decorrência da estabilidade dos preços relativos na 
economia. 
02 - (AFT/ESAF - 1998) - Quanto aos conceitos de plenoemprego 
e de desemprego, é correto afirmar que: 
a) a taxa natural de desemprego reflete um desemprego cíclico devido a 
situações recessivas no mundo dos negócios. 
b) o pleno emprego é o nível de emprego consistente com a taxa natural 
de desemprego, que reflete fatores basicamente friccionais. 
c) o pleno emprego pode ser compatível com desemprego não friccional, 
desde que este seja cíclico. 
d) abaixo do pleno emprego, pode ser possível a existência apenas de 
desemprego friccional, desde que a taxa natural de desemprego seja 
zero. 
e) o desemprego friccional é aquele decorrente de um ciclo recessivo na 
economia de caráter conjuntural. 
03 - (AFT/ESAF - 1998) - Considere as frases a seguir: 
I - As teorias de salário-eficiência partilham da hipótese de que a 
empresa funciona de forma mais eficiente se paga salários 
elevados aos seus empregados; 
II - Pelas teorias de salário-eficiência, pode-se diminuir o 
chamado "risco moral" pagando um salário mais elevado do que o 
de equilíbrio; 
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III - As teorias de salário-eficiência implicam rigidez salarial e o 
chamado desemprego de espera. 
Podemos então afirmar que: 
a) somente a I e a II são corretas. 
b) somente a I é correta. 
c) somente a II é correta. 
d) I, II e III são corretas. 
e) somente a I e a III são corretas. 
04 - (AFT/ESAF - 1998) - Se o desemprego é essencialmente 
friccional, podemos considerar como políticas mais adequadas de 
emprego: 
a) criação de agências de emprego que divulguem informações relativas a 
vagas. 
b) criação de seguro-desemprego. 
c) criação de um programa de renda mínima. 
d) aumento dos encargos trabalhistas. 
e) elevação das taxas de juros na economia. 
05 - (AFT/ESAF - 1998) - Se uma empresa paga um "salário de 
eficiência", então: 
a) a curva de demanda de mão-de-obra se deslocará para a direita. 
b) os trabalhadores não irão "enrolar", mesmo que não sejam 
monitorados. 
c) a curva de oferta de mão-de-obra se deslocará para a esquerda. 
d) a curva de oferta de mão-de-obra se deslocará para a direita. 
e) produzirá desemprego involuntário. 
06 - Analista de Comércio Exterior - ESAF/1998 - Uma maneira 
possível de reduzir a "taxa natural" de desemprego de uma 
economia seria: 
a) aumentar o valor do salário mínimo real. 
b) praticar uma política monetária expansionista. 
c) praticar uma política fiscal expansionista. 
d) aumentar o volume de informações sobre oferta e demanda por 
trabalhadores. 
e) aumentar o valor dos benefícios do seguro-desemprego em termos 
reais. 
07 - Sobre os diversos conceitos de desemprego e suas causas, 
assinale a alternativa incorreta: 
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a) a política do seguro-desemprego aumenta o desemprego friccional, ou 
seja, aumenta o tempo que o desempregado leva para encontrar outro 
emprego. 
b) o desemprego estrutural decorre de desequilíbrios geográficos e 
ocupacionais. 
c) o desemprego estrutural decorre da rigidez salarial. 
d) o desemprego sazonal pode ser considerado voluntário ou involuntário, 
a depender da perspectiva. 
e) redução de gastos do governo tende a reduzir o desemprego cíclico, já 
que indica responsabilidade e seriedade em governar. 
08 - A principal diferença entre a teoria clássica, de longo prazo, e 
a teoria keynesiana, de curto prazo, é que: 
a) a primeira depende de um salário monetário fixo para assegurar que o 
nível de produto real, em qualquer período de tempo, seja aquele 
produzido pelo nível trabalhadores de pleno emprego. 
b) a segunda demonstra que a economia pode estar em equilíbrio com o 
emprego a níveis inferiores aos de pleno emprego. 
c) a primeira demonstra que a economia pode estar em equilíbrio a níveis 
de emprego inferiores aos de pleno emprego. 
d) a primeira é dinâmica, de curto prazo, e a segunda é estática, de longo 
prazo. 
e) a teoria clássica é a ideal para explicar as flutuações de curto prazo. 
09 - Existindo desemprego involuntário decorrente de demanda 
insuficiente, uma medida que poderia ser adotada no intuito de 
reduzir o desemprego cíclico seria: 
a) aumentar os impostos 
b) aumentar as taxas de redesconto 
c) comprar títulos públicos no mercado 
d) reduzir o estoque de moeda 
e) reduzir os gastos públicos 
10 - Suponha um mercado de mão-de-obra em estado 
estacionário, onde o número de pessoas que estão obtendo 
empregos é igual ao número de pessoas que estão perdendo 
empregos. Considerando que 1% dos empregados perca seus 
empregos a cada mês e que 20% dos desempregados obtenham 
emprego a cada mês, calcule a taxa natural de desemprego para 
este estado estacionário: 
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a) 4,50% 
b) 4,90% 
c) 4,00% 
d) 5,00% 
e) 4,76% 
11 - Se a taxa de perda de emprego é 2,5% e a taxa de obtenção 
de emprego é 10%, a taxa natural de desemprego será: 
a) 20% 
b) 5% 
c) 80% 
d) 100% 
e) 0% 
12 - Assinale o conceito incorreto sobre taxa natural de 
desemprego: 
a) é a taxa desemprego de pleno emprego. 
b) o desemprego tende a ser meramente friccional. 
c) taxa em que há grandes variações nos preços e salários devido ao 
excesso de demanda agregada. 
d) taxa em aumentos da demanda agregada não causam alterações no 
emprego. 
e) taxa de desemprego em direção a qual a economia caminha no longo 
prazo. 
GABARITO 
1C 2B 3D 4A 
5E 6D 7E 8B 
9C 10E 11A 12C 
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