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Recursos em Espécie em 2º grau e em Tribunais Superiores

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Recursos em Espécie em 2º grau e em Tribunais Superiores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Recurso 
 
Conceito: recursos são os remédios processuais de que se podem valer as partes, o 
Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma decisão judicial 
a nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e que têm 
por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão. 
 
Recurso admissíveis pelo ordenamento Jurídico Brasileiro 
 
I – No primeiro grau de jurisdição (juízo de primeira instância), o NCPC admite 
os seguintes recursos: 
• apelação (arts. 994, I e 1.009); 
• agravo de instrumento (arts. 994, II, e 1.015); 
• embargos de declaração (arts. 994, IV, e 1.022). 
 
II – Quanto aos acórdãos dos tribunais, admite o novo Código os seguintes 
recursos: 
• embargos de declaração (arts. 994, IV, e 1.022) 
• recurso ordinário, para o Superior Tribunal de Justiça e para o Supremo 
Tribunal Federal (arts. 994, V, e 1.027); 
• recurso especial (arts. 994, VI, e 1.029); 
• recurso extraordinário (arts. 994, VII, e 1.029); 
• embargos de divergência no Supremo Tribunal Federal e no Superior 
Tribunal de Justiça (arts. 994, IX, e 1.043). 
 
III – Para as decisões de segundo grau, diferentes de acórdão, o atual Código 
prevê os seguintes recursos 
• agravo interno (arts. 994, III, e 1.021); 
• agravo em recurso especial ou extraordinário (arts. 994, VIII, e 1.042) 
 
Além da dualidade de instâncias ordinárias, entre os juízes de primeiro grau e 
os Tribunais de segundo grau, existe, também, no sistema processual brasileiro, a 
3 
 
possibilidade de recursos extremos ou excepcionais, para dois órgãos superiores que 
formam a cúpula do Poder Judiciário nacional, ou seja, para o Supremo Tribunal Federal 
e para o Superior Tribunal de Justiça. O primeiro deles se encarrega da matéria 
constitucional e o segundo, dos temas infraconstitucionais de direito federal. Cabe-lhes, 
porém, em princípio, o exame não dos fatos controvertidos, nem tampouco das provas 
existentes no processo, nem mesmo da justiça ou injustiça do julgado recorrido, mas 
apenas e tão somente da revisão das teses jurídicas federais envolvidas no julgamento 
impugnado. 
A par dessa revisão puramente jurídica das questões debatidas, há na 
Constituição Federal previsão de alguns casos em que se admitem recursos ordinários 
também para os dois mais elevados Tribunais do País. Em matéria civil, a Carta Magna 
prevê, para o Supremo Tribunal Federal, então, dois tipos de competência recursal, a 
saber: 
a) recurso ordinário, nos casos do art. 102, II, “a”; 
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, 
a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
(...) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o 
mandado de injunção decididos em única instância pelos 
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;” 
 
b) recurso extraordinário, nos casos do art. 102, III. 
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, 
a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
(...) 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância, quando a decisão recorrida:” 
 
Com a criação do Superior Tribunal de Justiça, a Constituição Federal de 1988 
transferiu-lhe parte da competência originária e recursal antes confiada ao Supremo 
Tribunal Federal, que, então, assumiu quase que apenas a função de Corte 
constitucional. 
Para o Superior Tribunal de Justiça, os recursos previstos na nova Carta são os 
seguintes, em matéria civil: 
 
 
 
4 
 
I. recurso ordinário, em duas hipóteses, a saber: 
a) nos casos de mandado de segurança, denegados em julgamento de única 
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, 
Distrito Federal e Territórios (art. 105, II, “b”); 
b) nas causas, julgadas em primeiro grau pela Justiça Federal, em que forem partes 
Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, de outro, Município 
ou pessoa residente ou domiciliada no País (art. 105, II, “c”); 
 
II. recurso especial, nas causas decididas em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal 
e Territórios, nas três hipóteses do art. 105, III, da Constituição Federal, que serão 
examinados no tópico seguinte. 
 
Nos recursos ordinários, ao contrário do que se passa nos extraordinários e 
especiais, a devolução ao Tribunal ad quem é a mais ampla possível. Abrange tanto a 
matéria fática como a de direito, ensejando, por isso, uma completa revisão, em todos 
os níveis, do que se decidiu no Tribunal inferior. E a admissibilidade do recurso não se 
limita a situações específicas como as dos arts. 102, III, e 105, III, da Constituição. 
Alcança todo e qualquer caso de sucumbência. Basta estar vencida a parte para poder 
interpor o recurso ordinário, como acontece em qualquer situação comum de dualidade 
de graus de jurisdição. 
A disciplina procedimental de todos os recursos para o Supremo Tribunal Federal 
e Superior Tribunal de Justiça constava da Lei nº 8.038, de 28.05.1990, cujos arts. 13 a 
18, 26 a 29 e 38 foram revogados pelo NCPC. Com a Lei nº 8.950, de 13.12.1994, foi o 
tema reincorporado ao texto codificado, constando atualmente dos arts. 1.027 a 1.043 
do NCPC 
 
Recurso Ordinário para o supremo Tribunal Federal 
 
As ações de mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção, 
quando julgadas em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, TST, STM e TSE), 
desafiam, normalmente, recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, se 
atendidos os requisitos do art. 102, III, da Constituição Federal. Se, porém, forem 
5 
 
denegadas, haverá possibilidade de recurso ordinário para a Suprema Corte 
(Constituição Federal, art. 102, II, e Lei nº 12.016/2009, art. 18) 
Para o recurso ordinário, os requisitos de admissibilidade são os comuns a 
qualquer recurso e não aqueles especiais exigidos para o recurso extraordinário. Assim, 
ao autor, repelido em sua pretensão, bastará apoiar-se na sucumbência para demonstrar 
seu interesse de recorrer e sua legitimidade para tanto. 
O recurso ordinário deve ser interposto perante o Tribunal Superior de origem. 
Ao receber o recurso, o presidente ou vice-presidente intimará o recorrido para que, em 
quinze dias, apresente suas contrarrazões (NCPC, art. 1.028, § 2º). O contraditório, 
destarte, será realizado no órgão ad quem. 
Findo o prazo de contrarrazões, os autos serão remetidos ao STF, 
“independentemente de juízo de admissibilidade” (art. 1.028, § 3º). Tal como se dá com 
a apelação e o agravo de instrumento, o novo Código aboliu o juízo de admissibilidade 
provisório, já que o exame do cabimento do recurso foi atribuído unicamente ao tribunal 
ad quem. Desta forma, a sistemática do NCPC é a de um só juízo de admissibilidade. 
Distribuído o recurso, poderá o Relator, nos termos do art. 932, III, IV e V (RISTF, 
art. 21, XX, § 1º), não conhecer dele, negar-lhe ou dar-lhe provimento, em decisão 
monocrática, da qual caberá agravo interno para o Colegiado (NCPC, art. 1.021). 
Uma vez que o recurso ordinário se assemelha à apelação, o NCPC autoriza, 
expressamente, que o STF decida, desde logo, o mérito do recurso (art. 1.013, § 3º), 
ainda quando a extinção do processo tenha ocorrido sem resolução do mérito, sempre 
que a ação estiver em condições de imediato julgamento (art. 1.027, § 2º). 
Segundo jurisprudência do STF, consolidada sob o regime do CPC/1973, ocorre 
erro grosseirona interposição de recurso ordinário quando cabível o extraordinário, o 
que impossibilita a aplicação do princípio da fungibilidade recursal, por inexistente dúvida 
objetiva a respeito de qual o recurso adequado 
 
Recurso ordinário para o STJ 
 
O art. 1.027, II, “a” e “b”, do NCPC repetiu as hipóteses de cabimento do recurso 
ordinário para o STJ constantes na Constituição Federal. Convém ressaltar que somente 
as decisões coletivas dos Tribunais, e não as singulares de Relatores e Presidentes, 
desafiam recurso ordinário. Assim, a decisão do agravo interno interposto perante o 
6 
 
colegiado contra decisão monocrático do relator é que poderá ser objeto de recurso 
ordinário. 
Os recursos ordinários interpostos nos processos em que forem partes, de um 
lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa 
residente ou domiciliada no País, processam-se segundo o rito comum de apelação e de 
agravo de instrumento (quando a decisão for daquelas elencadas no art. 1.015), inclusive 
no que diz respeito aos requisitos de admissibilidade, aplicando-se as disposições do 
NCPC relativas àqueles recursos e do Regimento interno do STJ, conforme determina o 
art. 1.028, caput e § 1º, do NCPC 
O recurso ordinário contra decisão proferida, em instância única, por tribunal de 
segundo grau, em mandado de segurança, deve ser interposto perante o tribunal de 
origem. Ao receber o recurso, o presidente ou vice-presidente intimará o recorrido para 
que, em quinze dias, apresente suas contrarrazões (art. 1.028, § 2º). O contraditório, 
destarte, será realizado no órgão ad quem. 
Findo o prazo de contrarrazões, os autos serão remetidos ao STJ, 
“independentemente de juízo de admissibilidade” (art. 1.028, § 3º). Tal como se dá com 
a apelação e o agravo de instrumento, o novo Código aboliu o juízo de admissibilidade 
provisório no juízo da causa, já que o exame do cabimento do recurso foi atribuído 
unicamente ao tribunal ad quem. Desta forma, a sistemática do NCPC é a de um só juízo 
de admissibilidade. 
Nos casos de sucumbência recíproca prevê a lei a possibilidade de uma das 
partes aderir ao recurso da outra, no prazo de contrarrazões (NCPC, art. 997, § 2º I), em 
se tratando apenas de apelação, recurso extraordinário e recurso especial (art. 997, § 
2º, II). Diante de tal limitação, admissível é o adesivo ao recurso ordinário interposto nas 
causas em que figurem como partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, uma 
vez que a esse recurso se aplica toda a sistemática da apelação (art. 1.028, caput). Já 
quanto ao recurso ordinário em mandado de segurança, não há como enquadrá-lo nas 
regras de cabimento da adesão recursal, pela impossibilidade de tratá-lo, quer como 
apelação, quer como recurso extraordinário ou especial. Não se lhe estende, portanto, o 
regime excepcional do art. 997, §§ 1º e 2º. 
Ao relator, além do juízo sobre o cabimento do recurso ordinário, cabe julgá-lo 
pelo mérito, nos casos do art. 932, IV e V, do NCPC, e art. 34, XVIII, do RISTJ. Dessa 
decisão monocrática, caberá agravo interno (art. 1.021, caput). 
7 
 
Não tendo sido inadmitido nem resolvido pelo mérito preliminarmente, o relator, 
ouvido o Ministério Público, pedirá dia para o julgamento do colegiado (RISTJ, arts. 250 
e 254). 
O recurso ordinário, como os recursos em geral, não possui efeito suspensivo. 
Entretanto, o recorrente poderá pedir a suspensão dos efeitos da decisão impugnada, 
endereçando-se: (i) diretamente ao STJ, no período compreendido entre a interposição 
do recurso e sua distribuição; ou (ii) ao relator, no STJ, se já distribuído o recurso (art. 
1.027, § 2º) 
 
Recurso Extraordinário e Especial 
 
O recurso extraordinário se apresenta como uma criação do Direito 
Constitucional brasileiro, inspirado no Judiciary Act do Direito norte-americano. Sua 
finalidade é manter, dentro do sistema federal e da descentralização do Poder Judiciário, 
a autoridade e a unidade da Constituição. 
O cabimento do recurso está previsto no art. 102, III, “a”, “b”, “c” e “d”, da 
Constituição da República, que o admite nas causas julgadas por outros órgãos judiciais, 
em única ou última instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo da Constituição Federal; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face da 
Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 
 
Trata-se de um recurso excepcional, admissível apenas em hipóteses restritas, 
previstas na Constituição com o fito específico de tutelar a autoridade e aplicação da 
Carta Magna. Dessas características é que adveio a denominação de “recurso 
extraordinário”, adotada inicialmente no Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal, e, posteriormente, consagrada pelas diversas Constituições da República, a 
partir de 1934. 
O Supremo Tribunal Federal, diante dos pressupostos do recurso extraordinário, 
realiza, por meio desse remédio processual, a função de tutelar a autoridade e a 
integridade da lei magna federal. 
8 
 
Tem, assim, o recurso extraordinário, uma finalidade “eminentemente política”. 
Mas, nada obstante, essa função especial não lhe retira o “caráter de instituto processual 
destinado à impugnação de decisões judiciárias, a fim de se obter a sua reforma”. Isso 
porque, conhecendo do recurso e dando-lhe provimento, a Suprema Corte, a um só 
tempo, terá tutelado a autoridade e unidade da lei federal (especificamente das normas 
constitucionais) bem como proferido nova decisão sobre o caso concreto. 
Diante dessa dupla função exercida pelo Supremo Tribunal Federal, por meio do 
recurso extraordinário, a doutrina costuma qualificar esse remedium juris como “um 
instituto de direito processual constitucional” (Frederico Marques) 
A interposição e o recebimento do recurso extraordinário geram efeitos de 
natureza apenas devolutiva, limitados à “questão federal” controvertida. Não fica a 
Suprema Corte investida de cognição quanto à matéria de fato, nem quanto a outras 
questões de direito não abrangidas pela impugnação do recorrente e pelos limites fixados 
pela Constituição para o âmbito do recurso. 
Por não apresentar eficácia suspensiva, o recurso extraordinário não impede a 
execução do acórdão recorrido (NCPC, art. 995). Nesse caso, a execução será 
provisória. No regime do CPC de 1939, o STF editou a Súmula nº 228, que considerava 
definitiva a execução de sentença na pendência do recurso extraordinário. A motivação 
de tal entendimento ligava-se ao fato de que aquele velho Código nada dispunha a 
respeito dos efeitos do questionado recurso. Desde, porém, o Código de 1973 que se 
tornou certo que o recurso extraordinário, como a generalidade dos recursos, não tem 
efeito suspensivo e que a execução provisória se aplica às decisões impugnadas por 
meio de recurso apenas devolutivo. Essa situação normativa é mantida pelo NCPC (arts. 
520 e 995). Daí o acerto dos ensinamentos de Luiz Antônio de Andrade e Barbosa 
Moreira de que, desde o CPC/1973, é provisória a execução de sentença na pendência 
do recurso extraordinário, não mais prevalecendo o enunciado da Súmula nº 228/STF. 
“SÚMULA 228 (Revogada). Não é provisória a execução na pendência de recurso 
extraordinário, ou de agravo destinado a fazê-lo admitir. ” 
 
 Recurso especial para o STJ 
 
A função do recurso especial, que antes era desempenhada pelo recurso 
extraordinário, é a manutenção da autoridade e unidade da lei federal, tendo em vista 
que na Federação existem múltiplos organismos judiciários encarregados de aplicar o 
direito positivo elaborado pela União. 
9 
 
Daí que não basta o inconformismo da parte sucumbente para forçar o reexame 
do julgamento de tribunal local pelo Superior Tribunal de Justiça, por meio do recurso 
especial. Ditoremédio de impugnação processual só terá cabimento dentro de uma 
função política, qual seja, a de resolver uma questão federal controvertida. Por meio dele 
não se suscitam nem se resolvem questões de fato nem questões de direito local. 
Entretanto, é preciso fazer uma distinção entre a verificação da ocorrência do 
fato e o exame dos efeitos jurídicos do fato certo ou inconteste. Saber se ocorreu ou não, 
ou como ocorreu certo fato, é matéria própria da análise da prova; é o que tecnicamente 
se denomina questão de fato, que não se inclui no âmbito do recurso especial. Quando, 
porém, a controvérsia gira, não em torno da ocorrência do fato, mas da atribuição dos 
efeitos jurídicos que lhe correspondem, a questão é de direito, e, portanto, pode ser 
debatida no especial. 
Nos precisos termos do art. 105, III, da nova Constituição, somente caberá o 
recurso especial, quando o acórdão recorrido: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
tribunal. 
 
O procedimento a observar na tramitação do recurso especial é, em regra, o 
mesmo previsto para o recurso extraordinário. As diferenças surgem no tocante aos 
pressupostos particulares da repercussão geral, no caso do extraordinário, e às 
peculiaridades das causas repetitivas, no âmbito do recurso especial. 
 
Embargos de divergência 
 
Os embargos de divergência, já previstos no Código anterior (CPC/1973, art. 
546), têm a função de uniformizar a jurisprudência interna das Cortes Superiores. Isto 
porque o seu cabimento se dá sempre que houver divergência de entendimento entre 
turmas ou outros órgãos fracionários do Supremo Tribunal Federal ou do Superior 
Tribunal de Justiça. 
O NCPC, por outro lado, não só manteve esses embargos como ampliou as 
hipóteses de seu cabimento (art. 1.043, I a IV), numa forma de desestimular os recursos 
para o STJ ou STF. Com efeito, a existência de teses jurídicas divergentes num mesmo 
10 
 
tribunal é campo fértil para instigar a interposição de recursos. Assim, quanto maior a 
uniformidade na jurisprudência interna das Cortes Superiores, maior é a tendência de 
reduzir o número de recursos interpostos. 
Cabem os embargos de divergência quando no STJ ou no STF um órgão 
fracionário decide a mesma questão anteriormente enfrentada por outro órgão do 
mesmo tribunal, dando-lhe solução diferente. Para estes embargos, é irrelevante a 
existência ou não de unanimidade nas decisões confrontadas. 
Nesse contexto, o art. 1.043 prevê os embargos divergentes contra acórdão de 
órgão fracionário do STF ou do STJ, nas seguintes hipóteses: 
 
(a) Em relação a julgamentos de recurso extraordinário ou especial: 
i. quando a divergência se estabelecer entre acórdãos de mérito 
(inciso I); 
ii. quando a divergência se der entre acórdãos relativos ao juízo de 
admissibilidade (inciso II); 
iii. quando a divergência se manifestar entre um acórdão de mérito 
e outro que não conheceu do recurso, mas apreciou a controvérsia (inciso III). 
 
(b) Em relação a julgamentos de processos de competência originária 
 
Aqui se tem uma novidade do CPC de 2015, já que no estatuto anterior os 
embargos de divergência eram previstos apenas para os julgamentos dos recursos 
extraordinário e especial (CPC/1973, art. 546). O novo Código, ao contrário do que faz 
com os recursos, cuja divergência deve estabelecer-se entre julgamentos de mérito ou 
entre julgamentos de admissibilidade, nada esclarece no tocante aos acórdãos 
pronunciados em processos de competência originária. Por simetria, no entanto, é de 
se concluir que as mesmas regras aplicáveis ao cabimento dos embargos de 
divergência contra acórdãos de recursos extraordinário e especial incidam também na 
hipótese de processos de competência originária do STJ e do STF. Ou seja, tais 
embargos serão cabíveis entre acórdãos que, ou tenham resolvido o mérito da causa, 
ou tenham extinto o processo sem resolver-lhe o mérito. 
O prazo para interposição dos embargos de divergência e para a prestação das 
contrarrazões é o geral, de quinze dias (art. 1.003, § 5º). 
 
11 
 
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data 
em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia 
Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados 
da decisão. 
(...) 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor 
os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. 
 
Ao opor esses embargos, o recorrente deve comprovar a divergência, por meio 
de certidão, cópia ou citação de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, 
inclusive em mídia eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a 
reprodução de julgado disponível em rede de computadores, indicando a respectiva 
fonte (§ 4º). É indispensável, ainda, que mencione “as circunstâncias que identificam 
ou assemelham os casos confrontados”. Vale dizer, deverá o embargante demonstrar, 
de forma analítica, a similitude ou identidade do suporte fático. 
A oposição de embargos de divergência interrompe o prazo para interposição do 
recurso extraordinário contra o acórdão proferido pelo STJ (art. 1.044, § 1º). Entretanto, 
se a parte contrária interpuser o extraordinário antes do julgamento dos embargos, não 
será necessário ratificá-lo, caso os embargos sejam desprovidos ou não alterarem a 
conclusão do julgamento anterior (art. 1.044, § 2º). A técnica é a mesma adotada para 
o recurso interposto antes de decididos os declaratórios (art. 1.024, § 5º). 
 
 
Referências bibliográficas 
 
1. Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil esquematizado. 8ª ed. São 
Paulo, Saraiva, 2017. 
2. Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil, volume 1: 
Teoria geral e processo de conhecimento. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016. 
3. Theodoro Junior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito 
processual civil: processo de conhecimento e procedimento comum – Volume 1. 57ª 
ed, Rio de Janeiro – Forense, 2016.

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