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Março 2018 • N. 215 www.conar.org.br BOLETIM DO CONAR CONSELHO NACIONAL DE AUTORREGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA ÉTICA NA PRÁTICA CoNFIra DEsEMpENho Da auTorrEguLaMENTação puBLICITárIa EM 2017 VEJa CaLENDárIo DE rEuNIÕEs Do CoNsELho DE ÉTICa para 2018 – ÚLTIMa pág. • porcentagem de processos éticos abertos a partir de denúncias de consumidores mantem-se elevada: 62,7%. • Dos 188 processos abertos a partir de denúncias de consumidores, 177 tiveram sua origem em grupos de sete ou mais consumidores. • Dos processos abertos em 2017, 21% cobrem publicidade de medicamentos, cosméticos e outros produtos para saúde. Em seguida, vêm processos que tratam de publicidade de alimentos, sucos e refrigerantes. • Questionamentos ligados à veracidade e adequação às leis das peças publicitárias alcançam mais da metade das representações abertas pelo Conar no ano passado. • Questionamentos envolvendo identificação publicitária responderam por 8% do processo abertos. Quando se analisa apenas os processos deste tipo abertos a partir de queixas de consumidores, esta porcentagem sobe para 11,5%. Questionamentos dessa natureza dizem respeito, na maior parte das vezes, a depoimentos de influenciadores em blogs e redes sociais. • Mais da metade dos processos abertos em 2017 visam a anúncios veiculados em internet. Destes, quase 30% foram veiculados em redes sociais. • 70% dos 303 processos julgados pelo Conselho de Ética em 2017 resultaram em algum tipo de penalização ao anunciante e agência. • a maior parte das queixas recebidas pelo Conar, da ordem de 67%, é oriunda dos estados da região sudeste. o Conar recebeu, em média, 221 queixas de consumidores via e-mail por mês. a maior parte delas vieram de consumidores adultos jovens. • Foram 105 as sessões de julgamento promovidas pelo Conselho de Ética em 2017. • o Conar promoveu 39 reuniões de conciliação no ano passado. um terço delas resultou em acordo entre as partes, o que dispensou a tramitação contenciosa do processo. Conar abriu 300 processos éticos ao longo do ano, enquanto o Conselho de Ética debateu e votou 303 casos Processos instaurados em 2017 por mídia TV – 20,7% rádio – 3,1% Jornais – 1,3% revistas – 2,2% Internet – 53,7% Mídia Exterior – 9,1% Embalagem – 4,9% ponto de Venda – 4,7% Cinema – 0,2% Internet (geral) – 53,6% redes sociais – 28,4% Vídeo online – 17,1% E-mail Marketing – 0,9% Total de processos instaurados: 300 Cada caso pode ter mais de uma mídia 2 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 3 BoLETIM Do CoNar CoNsELho NaCIoNaL DE auTorrEguLaMENTação puBLICITárIa Membro correspondente da Easa – European advertising standards alliance Membro fundador da Conared – autorregulación publicitaria Latinoamericana DIrETorIa Presidente gilberto C. Leifert 1º Vice-Presidente Newman Debs 2º Vice-Presidente Luiz Lara 3º Vice-Presidente antônio Carlos de Moura Diretor de Assuntos Legais João Luiz Faria Netto Diretores Fernando portela Dorian Taterka Vice-Presidente Executivo Edney g. Narchi CoNsELho DE ÉTICa biênio 2016/2018 Presidente Cons.º gilberto C. Leifert Secretário Luiz Lara Presidentes das Câmaras: 1ª Câmara – Cons.º Cyd alvarez 2ª Câmara – Cons.º sergio pompilio 3ª Câmara – Cons.º armando strozenberg 4ª Câmara – Cons.º Daniel pimentel slaviero 5ª Câmara – Cons.º Marcelo antônio rech 6ª Câmara – Cons.º Nelcina Tropardi 7ª Câmara – Cons.º Luiz roberto Valente Filho 8ª Câmara – Cons.º Cléo Nicéas BoLETIM Do CoNar uma publicação trimestral do Conselho Nacional de autorregulamentação publicitária dirigida aos seus associados. Endereço: av. paulista, 2073 Edifício horsa II, 18º andar Cep 01311-940 – são paulo, sp Telefax: (0XX11) 3284-8880 www.conar.org.br e-mail: boletim@conar.org.br Este boletim é produzido pela porto palavra Editores associados. redação: Eduardo Correa projeto gráfico: sérgio Brito Editoração: Conexão Brasil © Conar a reprodução total ou parcial dos textos aqui publicados é permitida desde que citada a fonte. Impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ou prejuízo a consumidores e empresas. ■ Fundado em 1980 e com o por publi ci tá rios e cida dãos de outras pro fis sões, o Conar é uma orga ni za ção não gover na men tal que aten de a denún cias de con su mi do res, auto ri da des, asso- cia dos ou for mu la das pela pró pria dire to ria. as denún cias são jul ga das pelo Conselho de Ética, garan tin do-se amplo direi to à defe sa e ao contra- ditório às partes. se a denún cia tiver pro ce dên cia, o Conar reco men da alte rar ou sus tar a vei cu la ção do anún cio. o Conar não exer ce cen su ra pré via sobre peças de publi ci da de; ocupa-se ape nas do que já foi vei cu la do. o Conar é man ti do pela con- tri bui ção das prin ci pais enti da des da pu bli ci da de bra si lei ra e seus filia dos – anun cian tes, agên cias e veí cu los. os mem bros dos Conselhos superior e de Ética tra ba lham volun ta ria men te para o Conar. Nossa missão Entidades fundadoras do Conar • aBa – associação Brasileira de anunciantes • aBap – associação Brasileira de agências de publicidade • aBErT – associação Brasileira de Emissoras de rádio e Televisão • aNEr – associação Nacional de Editores de revistas • aNJ – associação Nacional de Jornais • CENTraL DE ouTDoor Entidades aderentes • aBTa – associação Brasileira de Televisão por assinatura • FENEEC – Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas • IaB Brasil – Interactive advertising Bureau (mídia interativa) Impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ou prejuízo a consumidores e empresas. ■ Fundado em 1980 e composto por publi ci tá rios e cida- dãos de outras pro fis sões, o Conar é uma orga ni za ção não gover na men tal que aten de a denún cias de con su mi do res, auto ri da des, asso cia dos ou for mu la das pela pró pria dire- to ria. ■ as denún cias são jul ga das pelo Conselho de Ética, garan tin do-se amplo direi to à defe sa e ao contraditório às partes. se a denún cia tiver pro ce dên cia, o Conar reco men da alte rar ou sus tar a vei cu la ção do anún cio. ■ o Conar é man ti do pela con tri bui ção das prin ci pais enti- da des da pu bli ci da de bra si lei ra e seus filia dos – anun cian- tes, agên cias e veí cu los. ■ os mem bros dos Conselhos superior e de Ética tra ba- lham volun ta ria men te para o Conar. Nossa missão Números do Conar até 20/3/2018 processos abertos 91 processos julgados 42 2 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 3 BoLETIM Do CoNar Continuação da capa Processos instaurados em 2017 por... ...autoria ...Questionamento Consumidores – 62,7% associados – 21,0% Conar de ofício – 13,3% Conselho superior – 3,0% respeitabilidade – 12,2% responsabilidade social – 7,6% sustentabilidade – 0,6% adequação às Leis – 16,8% apresentação Verdadeira – 38,2% Cuidados com o público Infantil – 5,7% Direitos autorais – 1,5% Discriminação – 0,6% Diversos* – 3,2% Identifi cação publicitária – 8,0% padrões de Decência – 0,8% propaganda Comparativa – 4,8% Total de processos instaurados: 300 Total de processos instaurados: 300 ...setores envolvidos Medicamentos, outros produtos e serviços para saúde – 21,0% Moda, Lojas e Varejo – 8,3% outros setores – 14,0% prêmios, sorteios e Loterias – 0,7% produtos de Limpeza – 3,0% Telecom – 7,3% Veículos, peças e acessórios – 7,3% alimentos, sucos e refrigerantes – 15,7% Bebidas alcoólicas – 12,7% Brinquedos – 1,3% Educação, Cursos e Ensino – 4,3% Indústria Eletro-Eletrônica – 2,7% Investimentos, Bancos, Cartões de Crédito – 1,7% Total de processos instaurados: 300Cada caso pode ter mais de um enquadramento * Denegrimento de imagem; estímulo a excessos; excesso em mídia- exterior; indução a atividade ilegal; indução a violência; leal concorrência; ofensa à dignidade; proteção e uso de marcas de terceiros; proteção à intimidade; publicidade de serviços de saúde; segurança e acidentes sustações 20,8% advertências 19,2% alterações 30,6% arquivamentos 29,4% Resultados das decisões em 2017 Total de processos julgados: 303 Cada representação pode ser julgada em mais de uma instância 25 a 34 anos – 35% 35 a 44 anos – 20% 18 a 24 anos – 19% 45 a 59 anos – 17% 60 anos ou mais – 5% n/i – 2% até 17 anos – 2% homens – 50% Mulheres – 50% ...gênero e Faixa Etária sudeste – 67% sul – 16% Nordeste – 9% Centro-oeste – 7% Norte – 1% ...região Total de queixas recebidas por e-mail: 2.652 Média Mensal: 221 Queixas de consumidores recebidas em 2017 por... 4 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 5 Março 2018 • N. 215 5 BoLETIM Do CoNar MEDICAMENTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE os aCÓrDãos DE DEZEMBro/2017 Veja resumo dos acórdãos das representações julgadas pelo Conselho de Ética em sessões conjuntas realizada em 7 de dezembro, na sede do Conar, em são paulo. Foram 45 os conselheiros que participaram da reu-nião: gilberto C. Leifert, presidente do Conselho de Ética, adriana Machado, andré porto alegre, angela rehem, antonio Jesus Cosenza, antonio Toledano, Carlos Chiesa, Carlos Maranhão, Cinthia ambrogi, Cyd alvarez, Danielle Bibas, Ênio Vergeiro, Eric albanese, Fernanda Tomasoni Laender, Fernando Calia, Iuri gomes Leite, Jorge Tarquini, José Francisco Queiroz, José Leal Neto, José Maurício pires alves, Júlio abramczyk, Kleber de almeida, Letícia paoliello Lindenberg, Licínio Motta, Luiz Fernando Constantino, Luiz roberto Valente Filho, Marcelo Benez, Márcio soave, Marlene Bregman, Natalie D´urso, paulo Chueiri, patrícia Blanco, pedro henrique de Lamare, pedro renato Eckersdorff, renato pereira, renato souza Dias, ricardo Melo, ricardo ramos, rino Ferrari Filho, roberto augusto Belchior, roberto Nascimento, sérgio pompilio, sirley Cordeiro de Lima, Vanessa Vilar e Zander de Campos Jr. �o Conselho superior do Conar decidiu propor processo investigatório depois de tomar conhecimento de publicação do Conselho Estadual de saúde de são paulo, manifestando a preocupação de que peças publicitárias divulgando medica- mentos contra febre à base de paracetamol possam levar ao entendimento de que são aptos a tratar sintomas da dengue e outras doenças semelhantes, causadas pelo mosquito aedes aegypti. o Conselho Estadual teme que o consumidor não sai- ba que este tipo de medicamento tem potencial de dano hepático, dependendo da situação do paciente. o processo investigatório foi aberto para que, inicialmente, se verificasse junto às autoridades sanitárias qual a indicação aprovada para esta classe de medicamentos, em especial se inclui pacientes com suspeita de dengue. Feito isto, o investiga- tório se propôs a comparar as recomendações oficiais às peças publicitárias. Cumpridas estas etapas, o Conar abriu dois pro- cessos. Este trata de publicidade de Tylenol, de responsabilida- de da Johnson&Johnson, com a afirmação acima. Em sua defe- sa, a anunciante alegou considerar que o anúncio enquadra-se nas recomendações legais e éticas e que são apresentadas as advertências necessárias, juntando ao processo estudos que contestam os efeitos danosos temidos pelo Conselho Estadual. o relator, porém, não acolheu os termos da defesa e pro- pôs a alteração do anúncio por considerar que afirmação "seguro para tratar os sintomas da dengue, zika e chikun- gunya" não encontra respaldo nas recomendações das auto- ridades sanitárias. seu voto foi aceito por unanimidade. “ TYLENoL – sEguro para TraTar os sINToMas Da DENguE, ZIKa E ChIKuNguNYa“ • representação Nº 294a/16 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante: Johnson&Johnson • relator: Conselheiro Julio abramczyk • primeira e Terceira Câmaras • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 27, 33 e 50, letra “b” do Código e seu anexo I 4 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 5 BoLETIM Do CoNar Março 2018 • N. 215 5 MEDICAMENTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE �Também esta representação foi iniciada a partir de pro- cesso investigatório, como descrito no caso anterior, tendo sido convertido em contencioso, visando anúncio de Bene- grip. Em sua defesa, a hypermarcas, fabricante do produto, argumentou pelo enquadramento legal e ético da sua publi- cidade, por considerar que ela segue orientação formal das autoridades a par das recomendações da ética publicitária, mencionando informações conflitantes trazidas ao processo por estas mesmas autoridades. Informou também que delibe- rou pela suspensão de exibição da peça publicitária até con- clusão do caso. Da mesma forma que no caso anterior, o relator propôs a alteração, por considerar que não há indicação terapêutica do paracetamol para o combate aos sintomas da dengue. seu voto foi aceito por unanimidade. �a glaxosmithKline questionou no Conar a conformidade de claims como o acima em peças publicitárias promovendo o medicamento Estomazil. segundo a denunciante, afirmações deste tipo carecem de demonstração cientifica e extrapolam determinações das autoridades sanitárias e da ética publicitá- ria. reunião de conciliação promovida pelo Conar não resul- tou em acordo entre partes, levando o caso para o Conselho de Ética. Em sua defesa, a anunciante informou que a resolução da anvisa alegada pela glaxosmithKline encontra-se suspensa, em razão de decisão judicial. Quanto à demonstração científi- ca, a Cosmed citou novo estudo, que justifica as alegações contidas na bula do medicamento. o relator de primeira instância considerou comprovada a eficácia alegada de Estomazil, em conformidade com a sua bula, lembrando que, de acordo com resolução da anvisa, de número 47/09, este é documento legal sanitário que contém informações técnico-científicas orientadoras sobre medica- mentos. por isso, votou pelo arquivamento, sendo acompa- nhado por unanimidade. a glaxosmithKline recorreu da decisão, mas a viu confir- mada por unanimidade pela câmara recursal, seguindo pro- posta do conselheiro relator do recurso ordinário “ BENEgrIp MuLTI CoM paraCETaMoL – aproVaDo EM Casos DE DENguE, ChIKuNguNYa E ZIKa“ “ EsToMaZIL – aLÍVIo IMEDIaTo“ • representação Nº 294B/16 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante: hypermarcas • relator: Conselheiro Julio abramczyk • primeira e Terceira Câmaras • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 27, 33 e 50, letra “b” do Código e seu anexo I • representação Nº 205/17, em recurso ordinário • autora: glaxosmithKline Brasil • anunciante: Cosmed • relatores: Conselheiros Marco antônio sabino e ricardo Melo • Quinta, sexta, sétima e oitava Câmaras e Câmara Especial de recursos • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 6 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 6 Março 2018 • N. 215 7 BoLETIM Do CoNar MEDICAMENTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE IDENTIFICAÇÃO PUBLICITÁRIA �anúncio em rádio e TV de Calcitran, com participação da apresentadora Cissa guimarães, foi denunciado no Conar por consumidor paulistano, por considerar que ele pode induzir ao entendimento de que os demais produtos são “o cálcio erra- do”. ademais, as peças publicitárias carecem de demonstra- ção científica, como pedido pelo Código, da sua eficiência na prevenção da osteoporose. a defesa da Divcom discordou que os anúncios indiquem Calcitranpara osteoporose ou que possam induzir ao enten- dimento de que os demais produtos sejam “errados”. Juntou documentos referentes ao registro do produto junto às auto- ridades sanitárias. o relator iniciou o seu voto afirmando considerar que o anúncio, como alega a defesa, não é recomendado para a osteoporose e sim como um suplemento que contribui para que a doença não se manifeste. Ele concorda, porém, com o questionamento do consumidor, considerando que o termo “cálcio certo” não deve ser utilizado quando associado a Cal- citran, não sendo possível afirmar que a dose oferecida pelo remédio é a correta para todo e qualquer consumidor. Con- cluiu propondo a alteração do anúncio. a câmara julgadora se dividiu, sendo necessário o voto de minerva do presidente, acompanhando a sugestão do relator. ”CaLCITraN – o CáLCIo CErTo” • representação Nº 243/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: Divcom pharma • relator: Conselheiro ricardo ramos • Quinta, sexta, sétima e oitava Câmaras • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “b” do Código e seus anexos h e I �Consumidora paulistana questionou a identificação publi- citária de postagens em redes sociais envolvendo produtos da p&g e da phitoteraphia Biofitogenia, que podem ser interpre- tados como depoimento pessoal da autora das postagens. a autora dos posts, Evelyn regly, defendeu-se no Conar, considerando que a postagem envolvendo o produto da p&g estava suficientemente caracterizada como publicidade. Infor- mou que, comunicada da abertura da representação pelo Conar, inseriu mais sinalizações neste sentido no post. Quanto a Embelleze, produto da phitoteraphia Biofitogenia, relatou ter contrato com a marca para uma linha de produtos com seu nome o que, entende, seria o bastante para configurar a publi- cidade. as duas empresas anunciantes enviaram defesas ao Conar nas quais reafirmam o entendimento de que as posta- gens estavam devidamente caracterizadas como publicidade. Em primeira instância, por maioria de votos, o Conselho de Ética deliberou pela recomendação de alteração, seguindo proposta do conselheiro que propôs a divergência, por con- cordar com os termos da denúncia. houve recurso contra a decisão e, desta vez, os argumentos das defesas foram acolhi- dos, a decisão inicial sendo revertida pela recomendação de arquivamento da representação. o autor do voto vencedor considerou que os seguidores da autora dos posts estão acos- tumados a este tipo de ação que, no conjunto de seus elemen- tos, deixa claro o caráter publicitário das mensagens. “ EVELYNrEgLY – gILLETTE“ E “NoVEX“ • representação Nº 127/17, em recurso ordinário • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: p&g, phitoteraphia Biofitogenia e Evelynregly • Votos vencedores: Conselheiros Marco antônio sabino e renato de souza Dias • sexta Câmara e Câmara Especial de recursos • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE DEZEMBro / 2017 6 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 6 Março 2018 • N. 215 7 BoLETIM Do CoNar PROPAGANDA COMPARATIVA �a afirmação acima, presente em embalagem de fraldas infantis e também em materiais de ponto de venda e internet, atraiu reclamação da p&g. a denunciante entende tratar-se de propaganda comparativa antiética, mesmo sendo acompa- nhada do disclaimer “comparado com a versão anterior de huggies supreme Care”. a p&g argumentou em sua denúncia que a afirmação não é acompanhada por demonstrações de desempenho. Juntou ao processo teste realizado por ela onde a promessa não se concretiza. reunião de conciliação entre as partes promovida pelo Conar não resultou em acordo. a Kimberly-Clark, fabricante das fraldas huggies, defen- deu a lisura da comparação, explicando os métodos usados no teste. Em primeira instância, o relator considerou corretas as bases da comparação, considerando que a p&g não conse- guiu demonstrar falhas na alegação da concorrente. No entanto, propôs a alteração, de forma a explicitar melhor a comparação, como chegou a ser proposto pela própria anun- ciante na reunião de conciliação. seu voto foi acolhido por unanimidade. a recomendação foi objeto de recurso ordinário pelas duas partes, a Kimberly-Clark considerando que não havia motivo para se alterar a embalagem, dado que a validade da afirma- ção foi confirmada pelo Conselho de Ética, enquanto a p&g repisou os termos da sua denúncia. a relatora do recurso iniciou a sua manifestação sobre a representação notando que houve mudança sutil na denúncia da p&g, de falta de comprovação do claim para confusão jun- to ao consumidor. No entanto, ela considerou que prevalece a demonstração de desempenho trazida pela anunciante. por isso, votou pelo arquivamento da representação, sendo acom- panhada por maioria pela câmara recursal, tornando desne- cessária a alteração proposta pela primeira instância do Con- selho de Ética. “huggIEs – aTÉ 3 X MaIs sECo“ • representação Nº 169/17, em recurso ordinário • autora: p&g • anunciante: Kimberly-Clark Brasil • relatores: Conselheiros rodrigo Tedesco e sirley Cordeiro de Lima • segunda Câmara e Câmara Especial de recursos • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 8 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 8 Março 2018 • N. 215 9 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �grupo de consumidores reunidos pela proteste represen- tou no Conar contra as afirmações acima, em embalagem da água de coco Ducoco. para os denunciantes, elas induzem ao entendimento de que o produto é 100% natural, o que é des- mentido pela composição do produto, presente na mesma embalagem. Também se insurgem contra a afirmação “0% gordura e colesterol”, o que consideram um excesso, dado que água de coco é naturalmente livre destas substâncias. Em sua defesa, a Ducoco explicou que a afirmação remete à origem da empresa, criada no litoral cearense. Quanto aos ingredientes adicionados ao produto, a defesa não viu nada que contrarie as recomendações legais e da ética publicitária. Em primeira instância, seguindo proposta do autor do voto vencedor, deliberou-se pela alteração especificamente da afir- mação “sem conservante”, por entender que ela não é verídi- ca. a decisão foi adotada por maioria. a Ducoco recorreu da decisão, demorando-se em explica- ções técnicas sobre os produtos adicionados à água de coco. Estes argumentos convenceram o relator do recurso que a decisão inicial merecia reforma, pelo que propôs o arquiva- mento da representação, sendo acompanhado por unanimi- dade. ” DuCoCo – 100% praIa. sEM CoNsErVaNTEs” • representação Nº 176/17, em recurso ordinário • autor: grupo de consumidores • anunciante: Ducoco • relatores: Conselheiros paulo Chueiri (voto vencedor) e renato de souza Dias • sétima Câmara e Câmara Especial de recursos • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice �Consumidor residente em pedrinhas paulista (sp) escre- veu ao Conar reclamando da afirmação acima, constante em anúncio em TV e internet da Nextel. Ele não encontrou o seu na lista de munícipios cobertos, disponível no site da empresa. Em sua defesa, a anunciante contestou a denúncia, dando informações sobre presença na cidade de antena de empresa com a qual a Nextel mantém acordo de roaming. Quanto à lis- ta no site, a Nextel considerou que o consumidor se equivocou na busca. o relator aceitou estes e outros argumentos da defesa e propôs o arquivamento da representação, sendo acompanha- do por unanimidade. “ NEXTEL –pEga No BrasIL INTEIro“ • representação Nº 213/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: Nextel e Cp+B • relator: Conselheiro Luiz Fernando Constantino • Quinta, sexta, sétima e oitava Câmaras • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE DEZEMBro / 2017 8 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 8 Março 2018 • N. 215 9 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �a direção do Conar denunciou ao Conselho de Ética anún- cio em internet de produto denominado hair Caps com a pro- messa acima, por considerá-la tanto exagerada quanto caren- te de demonstração. Não houve manifestação por parte da Vida pura, responsá- vel pelo anúncio, a despeito de ser devidamente comunicada da abertura do processo ético pelo Conar. o relator deu razão à denúncia e recomendou a sustação da publicidade, sendo acompanhado por unanimidade. ” ChEga ao BrasIL CápsuLa rEVoLuCIoNárIa QuE LuTa CoNTra QuEDa CapILar” • representação Nº 231/17 • autor: Conar por iniciativa própria • anunciante: Vida pura • relator: Conselheiro Marcelo Benez • Quinta, sexta, sétima e oitava Câmaras • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “c” do Código e seu anexo I �Consumidor de Campinas (sp) reclamou no Conar sobre a forma de apresentação de garantia de cinco anos para modelos hyundai, em anúncio na internet. para o consumi- dor, faltam ao anúncio mais detalhes, como itens não cober- tos pela oferta. anunciante e agência contestaram motivação à denúncia, defendendo conteúdo e forma de apresentação da garantia, em linha com as práticas de todas as montadoras. o relator concordou com os argumentos da defesa e pro- pôs o arquivamento, sendo acompanhado por unanimidade. “ hYuNDaI Caoa – NoVo IX 35 2018 Isg“ • representação Nº 235/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: hyundai Caoa e Z+ • relator: Conselheiro roberto Nascimento • segunda e Quarta Câmaras • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 10 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 10 Março 2018 • N. 215 11 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �Consumidora paulistana contestou no Conar a divulgação de oferta na própria embalagem do produto, o café pilão. segundo o denunciante, o fato do produto ser oferecido ape- nas em embalagens de 250 e 500 gramas torna difícil saber se há, de fato, vantagem a ser destacada. Em sua defesa, a responsável pelo produto, a JDE – Jacobs Douwe Egberts, considerou verdadeira a apresentação da oferta, lembrando que cada estabelecimento de varejo é livre para fixar o preço final de todas as mercadorias que oferece, segundo legislação federal. a anunciante informa que, em pesquisa promovida por ela, verificou que a vantagem ofere- cida foi, de fato, repassada aos consumidores. a autora do voto vencedor propôs a alteração, de forma a tornar mais clara e evidente aos consumidores a verificação da promoção. seu voto foi acompanhado por maioria. ” JDE – JaCoBs DouWE EgBErTs – LEVE 500g paguE 450g” • representação Nº 254/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: Café pilão • Voto vencedor: Conselheira Vanessa Villar • Quinta, sexta, sétima e oitava Câmaras • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “b” do Código �Consumidor de Lavras (Mg) considerou impossível a pro- messa acima, em anúncio na internet de lâmina de barbear. para ele, há enganosidade na mensagem publicitária. Em sua defesa, a anunciante deu notícias de pesquisa reali- zada junto a consumidores que suporta a afirmação. o relator, mesmo notando a subjetividade da afirmação, aceitou os termos da defesa, considerando que a pesquisa permite o uso do claim. seu voto, pelo arquivamento, foi acei- to por unanimidade. “ p&g – sENsação DE LÂMINa NoVa aTÉ a 10ª BarBa FEITa“ • representação Nº 255/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: p&g • relator: Conselheiro renato de souza Dias • segunda e Quarta Câmaras • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE DEZEMBro / 2017 10 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 10 Março 2018 • N. 215 11 BoLETIM Do CoNar CRIANÇAS E ADOLESCENTES DIREITOS AUTORAIS �Consumidor de santo antônio de pádua (rJ) contestou no Conar termos de anúncio em internet de alisena Teen, por considerar que transmite a ideia de que o uso do produto, um alisante de cabelos, confere superioridade ao consumidor. Tal intenção é reprovada pelo artigo 37 do Código Brasileiro de autorregulamentação publicitária, que trata da publicidade de produtos e serviços para crianças e adolescentes. a denún- cia pede também manifestação do Conselho de Ética sobre a adequação da peça publicitária, que se apoia no depoimento de uma atriz com forte apelo junto a menores de idade. a defesa das anunciantes negou motivação à denúncia, considerando que não há desrespeito às recomendações do Código, que a mensagem foi direcionada a público adoles- cente – não a crianças – e corresponde às exigências das autoridades sanitárias. a relatora concordou em linhas gerais com os argumentos da defesa e propôs o arquivamento da representação, sendo acompanhada por unanimidade. ” MurIEL E gsF – LarIssa MaNoELa – aLIsENa TEEN” • representação Nº 229/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciantes: Muriel e gsF • relatora: Conselheira patrícia Blanco • segunda e Quarta Câmaras • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice �a Claro crê ter sido vítima de plágio por parte da concor- rente Vivo, na campanha com o título acima, lançada um mês depois que a denunciante começou a veicular campa- nha com o mote “Você merece o novo”. a anunciante defendeu-se, negando razão à denúncia, con- siderando os conceitos suficientemente distintos, inclusive por visarem públicos diferentes, e questionando a anterioridade alegada pela Claro, juntando documentos para demonstrar seu argumento. o relator aceitou, em linhas gerais, os termos da defesa e concluiu pelo arquivamento da representação, sendo acompa- nhado por maioria. “ VIVo – sua EMprEsa aBErTa para o NoVo“ • representação Nº 238/17 • autora: Claro • anunciante: Vivo • relator: Conselheiro ricardo Melo • primeira e Terceira Câmaras • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 12 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 12 Março 2018 • N. 215 13 BoLETIM Do CoNar RESPONSABILIDADE SOCIAL �ofício enviado pelo Ministério público do Estado de são paulo, promotoria de Justiça do Consumidor, motivou esta representação, proposta pelo Conselho superior do Conar, objetivando anúncio em redes sociais de anúncio de cigarro de palha com piteira. o Conar concedeu medida liminar de sustação quando da abertura da representação, dado que legislação federal limita severamente publicidade de produ- tos de fumo. Em sua defesa, a anunciante argumentou que as posta- gens eram publicidade institucional. o autor do voto vencedor desconsiderou esta interpreta- ção, lembrando o artigo 18 do Código (“...a palavra anúncio é aplicada em seu sentido lato, abrangendo qualquer tipo de publicidade, seja qual for o meio que a veicule”) e conside- rando indiscutível o desrespeito à legislação pelas postagens de Mandelle Free. por isso, votou pela sustação, sendo acom- panhado por maioria. ”MaNDELLE FrEE – paLhEIros prEMIuM” • representação Nº 248/17 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante: Mandelle Free • Voto vencedor: Conselheiro JoséMaurício pires alvez • Quinta, sexta, sétima e oitava Câmaras • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º e 50, letra “c” do Código e seu anexo J os aCÓrDãos DE DEZEMBro / 2017 12 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 12 Março 2018 • N. 215 13 BoLETIM Do CoNar IDENTIFICAÇÃO PUBLICITÁRIA �Consumidora paulistana contestou a identificação publici- tária de postagem em rede social, agravada pelo fato de divul- gar clínica de vacinação sem respeitar as recomendações pro- postas pelo Código Brasileiro de autorregulamentação publi- citária para a divulgação publicitária de produtos e serviços de saúde. adriana santana e Vaccinecare não se defenderam perante o Conar. para a relatora, tudo indica se tratar de publicidade. uma vez caracterizada como tal, a postagem deveria respeitar as recomendações da ética publicitária, sendo claramente identi- ficada como tal e sendo apontada a responsabilidade médica pelo serviço. seu voto, pela alteração, foi aceito por unanimi- dade. os aCÓrDãos DE NoVEMBro/2017 Veja resumo dos acórdãos das representações julgadas em novembro pelo Conselho de Ética em sessões realizadas no rio, no dia 8, em são paulo nos dias 9, 22, 23 e 28, e em porto alegre, dia 24. Foram 64 os conselheiros que participaram das reuniões: adriana pinheiro Machado, alceu gandini, alexandre gadret, ana Carolina pescarmona, ana paula Cherubini dos santos, andré porto alegre, antônio Jesus Cosenza, antonio Toledano, armando strozenberg, arnaldo rosa, Carla simas, Carlos Chiesa, César augusto Massaioli, Cinthia ambrogi, Cristina De Bonis, Daniel skowronsky, Danielle Bibas, Eduardo Martins, Eliane Quintella, Ênio Vergeiro, Ernesto rodrigues, Everson de souza, Fátima pacheco Jordão, guliver augusto Leão, gustavo oliveira, guto Belchior, herbert Zeizer, José Casado, José Francisco Queiroz, José Maurício pires alves, Julio abramczyk, Kleber de almeida, Letícia paoliello Lindenberg, Licínio Motta, Lucas Tadeu Câmara, Luiz Celso de piratininga, Luiz Fernando Constantino, Luiz roberto Valente Filho, Lula Vieira, Marcelo de salles gomes, Marcelo rech, Márcio soave, Mariângela Toaldo, Milena seabra, Mirella Fadel, Nelcina Tropardi, oscar Mattos, patrícia Blanco, paulo Chueiri, pedro henrique Fonseca, pedro renato Eckersdorff, rafael Davini Neto, renata garrido, ricardo Cravo albin, ricardo ramos, rino Ferrari Filho, roberto philomena, rodrigo Tedesco, samir salimen, sérgio gonzalez, Taciana Carvalho, Tania pavlovsky, Vanessa Vilar e Vitor Morais de andrade. “ @VaCCINECarEBarra” • representação Nº 103/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciantes: adriana santana e Vaccinecare • relatora: Conselheira Carla simas • Terceira Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 9º, 27, 28, 30 e 50, letra “b”, do Código e seu anexo g 14 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 14 Março 2018 • N. 215 15 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE Consumidores residentes em Brasília (DF), são paulo (sp) e goiânia (go) enviaram queixas ao Conar contra anúncio em TV de responsabilidade da Ws Corporate Kripta, com sede em Brasília, divulgando o que seria uma moeda digital. segundo os consumidores, a moeda é falsa e a verdadeira intenção do anunciante é montar um esquema conhecido como pirâmide financeira. ainda que devidamente notificados pelo Conar da abertura do processo ético, o anunciante e tampouco sua agência, a Cinema Quatro, se manifestaram. o relator acolheu as reclamações dos consumidores e pro- pôs a sustação do anúncio. seu voto foi aceito por unanimi- dade. ” Ws CorporaTE KrIpTa” • representação Nº 149/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: Ws Corporate Kripta e Cinema Quatro • relator: Conselheiro guliver augusto Leão • Quinta Câmara • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 21, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “c”, do Código e seu anexo E �o sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de gás Liquefeito, sindigás, denunciou no Conar folhetos da Comgás, por entender que contêm propaganda comparativa denegri- tória contra o gás liquefeito de petróleo, gLp, comumente distribuído em botijões. Com o título acima, os folhetos men- cionam a possibilidade de o preço do gás liquefeito subir continuamente, enquanto que o gás encanado oferece maior estabilidade. a denúncia não concorda com as informações do folheto e lembrou representações anteriores, como a 446/08, envolvendo questionamento semelhante. Em sua defesa, a Comgás refutou os argumentos do sindi- gás, considerando o texto objetivo e respeitador das recomen- dações do Código. o relator deu razão parcial à denúncia, considerando haver exagero no uso de expressões como “de novo” e “talvez todo mês”. seu voto, pela alteração, foi acompanhado por unanimi- dade. a Comgás recorreu da decisão e, desta vez, viu seus argu- mentos prevalecerem. o relator do recurso propôs o arquiva- mento da representação por entender que os termos usados no folheto são reflexo da verdade, não demandando reparos. sua recomendação foi acompanhada por maioria. “ o gás DE BoTIJão VaI auMENTar. DE NoVo – CoMgás“ • representação Nº 173/17, em recurso ordinário • autor: sindigás • anunciante: Comgás • relatores: Conselheiros José Francisco Queiroz e andré porto alegre • sexta Câmara e Câmara Especial de recursos • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 14 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 14 Março 2018 • N. 215 15 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �Consumidora paulistana queixou-se no Conar contra infor- mação em embalagem de fixador, de que o uso do produto não altera a cor natural do cabelo. segundo informou, o uso do produto deu um tom avermelhado aos cabelos dela. Em sua defesa, a fabricante do produto negou razão à denúncia, ponderando que a promessa contida na embala- gem é a de não “alterar a aparência natural dos cabelos”. Considerou que outros fatores podem ter alterado a cor do cabelo da denunciante. Juntou certificações emitidas pela anvisa, atestando conformidade do produto e sua embala- gem. o relator aceitou esses e outros argumentos da defesa e propôs o arquivamento, voto aceito por unanimidade. ” aEroJET – aspa haIr spraY” • representação Nº 181/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: aerojet • relator: Conselheiro Lula Vieira • Terceira Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice �Consumidor paulistano questionou no Conar a identifi- cação publicitária de site com aparência jornalística com informações sobre produto que se propõe como tratamento da calvície. para o consumidor, trata-se de simulação capaz de levar ao engano. Em sua defesa, a anunciante informou que o produto, deno- minado Follixin, é um complemento vitamínico e mineral. Demorou-se em explicações sobre a titularidade dos endereços de site que remetem ao produto. a relatora não acolheu esse argumento, considerando a anunciante photon plenamente responsável pela mensagem publicitária. No mérito, considerou as promessas exageradas e carentes de qualquer comprovação e capazes de levar os con- sumidores a engano. por isso, propôs a sustação, acolhida por unanimidade. “ sEM pEruCas. sEM IMpLaNTEs. FoLLIXIN poDE sEr sua soLução“ • representação Nº 191/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: photon Negócios de saúde e Bem Estar • relatora: Conselheira Cinthia ambrogi alonso • primeira Câmara • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 27, parágrafos 1º e 2º, 28, 29, 30 e 50, letra “c”, do Código16 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 16 Março 2018 • N. 215 17 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �a TIM denunciou no Conar campanha em vários meios da Claro com o apelo: “Trazer meu número para o 4g mais rápi- do do Brasil? Tô dentro! Falar ilimitado e ter 5gB com 50% de desconto? Tô dentro...”. segundo a TIM, ao usar a expres- são “Trazer meu número...”, a concorrente está oferecendo benefício exclusivo a novos clientes, o que é vedado pela ana- tel. ofertas e benefícios, segundo a agência, devem estar dis- poníveis a todos os clientes e não apenas àqueles oriundos de outras operadoras de telefonia celular. houve concessão de medida liminar de sustação pelo relator da representação. Em sua defesa, a Claro informou que as vantagens estavam disponíveis aos seus antigos clientes e que inexiste a vedação mencionada na denúncia, sendo aceitas pela anatel campa- nhas destinadas a atrair clientes de outras operadoras. o relator confirmou sua impressão preliminar e propôs a susta- ção, agravada por advertência à Claro. para ele, a campanha não respeita a recomendação da autoridade, ao frisar em disclaimer que a oferta é válida para novos clientes pessoas físicas, o que poderia levar ao engano. a advertência foi recomendada à Claro pelo fato de ter havido demora da parte dela em suspender a exi- bição da campanha, fato reconhecido pela própria denunciada. a recomendação do relator foi acompanhada por unanimidade. a Claro recorreu da decisão e a viu parcialmente reformada. De forma a compatibilizar a gradação da sanção, a relatora do recurso ordinário propôs a alteração das peças publicitárias para informar, de forma objetiva, que as ofertas estão disponí- veis também para os antigos clientes da Claro. a advertência foi confirmada. o voto da relatora foi aceito por unanimidade. “ CLaro-pÓs – TÔ DENTro... “ • representação Nº 193/17, em recurso ordinário • autora: TIM • anunciante: Claro • relatores: Conselheiros ricardo Melo e Vanessa Vilar • primeira Câmara e Câmara Especial de recursos • Decisão: alteração e advertência • Fundamento: artigos 1º, 4º, 6º, 23, 27 e 50, letras “a” e “b”, do Código �uma consumidora de são paulo (sp) considera engano- sos os termos da oferta acima, em publicidade em ponto de venda da rede habib´s. Ela foi informada por uma funcioná- ria da loja que a promoção disponível era comprar dez esfihas e ganhar mais cinco. a consumidora também recla- mou da questão dos valores anunciados. a anunciante enviou defesa ao Conar, considerando os ter- mos da denúncia confusos e confirmando a promessa da pro- moção, disponível em todas as lojas da rede. o relator propôs a alteração do anúncio do habib’s, por considerar ilegível o regulamento da promoção. “as letras minúsculas mais escondem as regras do que as clarificam”, escreveu ele em seu voto, acompanhado por unanimidade. “ CoMprE 20 LEVE 30 BIB´sFIhas. ToDos os saBorEs. ToDos os DIas“ • representação Nº 196/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: habib’s • relator: Conselheiro arnaldo rosa • sexta Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “b”, do Código os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 16 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 16 Março 2018 • N. 215 17 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �site divulgando um produto chamado Biomac promete curar dores nas articulações. segundo denúncia recebida de consumidor residente na cidade de guia Lopes da Laguna (Mg), trata-se de propaganda enganosa, a promessa não sen- do acompanhada por qualquer demonstração e comprovação da ação do produto. Em sua defesa, a Maio produções informou que o produto não é medicamento e sim um suplemento alimentar, não con- siderando que o site teça promessas de cura. Estes e outros argumentos não convenceram os conselhei- ros presentes à sessão de julgamento da representação. por maioria de votos, eles seguiram proposta da autora do voto vencedor, pela sustação. segundo ela, a peça publicitária incorre em tantos desrespeitos ao Código que seria impossí- vel saneá-los apenas com uma recomendação de alteração. ” MaIo proDuçÕEs: EXCLusIVo: uMa sENhora soFrIa há aNos DorEs Nas arTICuLaçÕEs...” • representação Nº 199/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: Maio produções • Voto vencedor: Conselheira Milena seabra • sexta Câmara • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “c”, do Código e seus anexos h e I �Consumidor paulistano considerou inverídica a afirma- ção acima, presente em embalagem de produto da seara. o próprio rótulo informa que ao invés de presunto, a massa contém “mistura láctea cremosa sabor presunto”. a defesa negou motivos à denúncia, considerando a apre- sentação verdadeira, a descrição do produto sendo precisa quanto a ingredientes e composição, em alinhamento com as recomendações das autoridades sanitárias. o relator não aceitou os argumentos da defesa. Depois de verificar os documentos juntados e a legislação que regula a matéria, ele considerou que mais correto seria definir o produ- to como nhoque recheado com apresuntado. por isso, ele pro- pôs a alteração da embalagem, voto acompanhado por maio- ria. Já a autora do voto complementar propôs a advertência à seara de forma que sejam envidados maiores cuidados com a correção de informação tão importante quanto à composição do produto. seu voto foi acolhido por unanimidade. “ sEara – NhoQuE DE BaTaTa rEChEaDo CoM prEsuNTo“ • representação Nº 203/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: seara • relatores: Conselheiros herbert Zeizer e ana Carolina pescarmona (voto complementar) • segunda Câmara • Decisão: alteração e advertência • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º e 2º, e 50, letras “a” e “b”, do Código e seu anexo h 18 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 18 Março 2018 • N. 215 19 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �para consumidores de guarapari (Es) e Jundiaí (sp), ofer- ta da linha Chevrolet em anúncio de TV, prometendo o pagamento de tabela Fipe no auto dado como entrada na compra de um zero, não está convenientemente explicada. Em letras miúdas, há numerosas limitações e condições para tanto. a anunciante afirmou, em defesa enviada ao Conar, sua surpresa pelo teor das queixas, considerando ter tomado todas as precauções para a correta transmissão dos contornos da oferta. o relator não aceitou estes e outros argumentos da defesa. para ele, falta ao anúncio uma informação mais clara, do tipo “consulte as regras no site da gM" ou algo do gênero. seu voto foi aceito por unanimidade. “ ChEVroLET FIpE“ • representação Nº 208/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: general Motors • relator: Conselheiro Luiz Fernando Constantino • sexta Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 27, parágrafos 1º, 2º e 3º, e 50, letra “b”, do Código �a raízen, detentora da marca shell no país, representou no Conar contra campanha em postos de abastecimento da concorrente Ipiranga, divulgando gasolina denominada octapro. para a denunciante, há possibilidade do consumi- dor ser induzido ao engano de acreditar que o produto ofe- rece sempre 96 octanas, o que é tecnicamente improvável. uma eventual explicação, argumenta a raízen, está presen- te em algumas das peças, mas em letras diminutas, indican- do que o desempenho da gasolina pode variar quando da combustão no veículo. a raízen questionou ainda a afirmação “a maior octanagem do mercado” em vídeo de octapro divulgado dentro de aviões. Considerou que esta afirmação demanda demonstração.reu- nião de conciliação entre as partes promovida pelo Conar não chegou a bons termos. Na reunião, a Ipiranga afirmou ter sus- pendido a exibição do vídeo. Em sua defesa, a anunciante defendeu a veracidade da afir- mação e deu notícias sobre a certificação do produto. o relator recomendou a alteração. para ele, é pacífico que há variação de octanagem da gasolina quando em combustão no veículo, notando que a própria anunciante apresentou lau- dos com dois resultados. para ele, não está completa a infor- mação sobre o desempenho do produto, mesmo na peça publicitária com lettering. sua recomendação visa tornar as mensagens mais claras sobre o real benefício do produto. seu voto foi aceito por unanimidade. “ ChEgou oCTapro – IpIraNga“ • representação Nº 220/17 • autora: raízen • anunciante: Ipiranga • relator: Conselheiro José Francisco Queiroz • sexta Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 4º, 23, 27, parágrafos 1º e 2º, 32 e 50, letra “b”, do Código os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 18 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 18 Março 2018 • N. 215 19 BoLETIM Do CoNar VERACIDADE �Consumidor residente em guarulhos (sp) queixou-se de anúncio em rádio, prometendo solução simples para contor- nar autuações de trânsito e as suas consequências para o motorista. Não houve defesa por parte da responsável pelo anúncio, a M.r. soluções. o autor do voto vencedor propôs a sustação do anúncio, acolhido por maioria, por concordar com os termos da denúncia. ” VoCÊ EsTourou a poNTuação Da sua CNh? Mr soLuçÕEs” • representação Nº 233/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: M.r. soluções • Voto vencedor: Conselheiro Carlos Chiesa • segunda Câmara • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 17, 21, 23, 27 e 50, letra “c”, do Código �Consumidor de Barueri (sp) reclamou no Conar de anún- cio em internet por considerar que a anunciante não demonstra ser universidade devidamente registrada perante as autoridades. a rock Content defendeu-se, argumentando que alcançou reconhecimento do mercado de conteúdo digital, mesmo não sendo curso oficializado pelo MEC. a expressão questionada pelo consumidor, informou a defesa, é um link de acesso aos cursos oferecidos. o relator, não vendo desrespeito às recomendações da éti- ca publicitária, propôs o arquivamento, sendo acompanhado por unanimidade. “ uNIVErsIDaDE roCK CoNTENT“ • representação Nº 237/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: rock Content • relator: Conselheiro antonio Jesus Cosenza • sétima Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 20 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 20 Março 2018 • N. 215 21 BoLETIM Do CoNarBoLETIM Do CoNarBoLETIM Do CoNarBoLETIM Do CoNar Março 2018 • N. 215 21 VERACIDADE RESPONSABILIDADE SOCIAL �a Faber-Castell contestou afirmação acima, contida em publicidade da concorrente Bic, veiculada em revista e ponto de venda. segundo a denunciante a afirmação é enganosa, por dar uma ideia de abrangência da pesquisa totalmente descolada da sua extensão, explicada em lettering: ela foi realizada junto a parcela ínfima dos docentes do país: 302 professores do ensino fundamental que conhecem a marca Bic, em 2015. Em sua defesa, a Bic afirmou considerar válido o claim, já que seus contornos estão bem explicados nos anúncios e a amostra da pesquisa válida. Também ponderou que a reco- mendação não encerra juízo de superioridade sobre concor- rentes. o relator, depois de estudar os argumentos das partes, propôs a alteração, de forma que os anúncios deixem claro que a recomendação é fruto de pesquisa realizada, não é exclusiva, bem como a correta abrangência da pesquisa. seu voto foi aceito por unanimidade. ” BIC BrasIL – rECoMENDaDo por 9 ENTrE 10 proFEssorEs” • representação Nº 242/17 • autora: Faber-Castell • anunciante: Bic Brasil • relator: Conselheiro rodrigo Tedesco • segunda Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 4º, 17, 23, 27, parágrafos 1º, 2º e 7º, e 50, letra “b”, do Código �Consumidora paulistana enviou e-mail ao Conar por con- siderar que anúncio em internet do McDonald’s, divulgando serviço de drive thru pode estimular práticas perigosas e ile- gais no trânsito. anunciante e agência alegaram, em sua defe- sa, os aspectos lúdicos da peça publicitária e rebateram as queixas da consumidora, informando que o caminhão prepa- rado para a promoção foi aprovado por autoridades compe- tentes, inclusive as de trânsito. as respectivas autorizações foram anexadas à defesa. o relator aceitou estas e outras alegações e propôs o arqui- vamento da representação, voto aceito por unanimidade. “ MCDoNaLD's – 25 – DIa DrIVE“ • representação Nº 116/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: McDonald’s e DpZ&T • relator: Conselheiro antonio Toledano • sexta Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 20 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 20 Março 2018 • N. 215 21 BoLETIM Do CoNar Março 2018 • N. 215 21 BoLETIM Do CoNar RESPONSABILIDADE SOCIAL �site que divulga a venda de bebidas alcoólicas de altos teores não traz mecanismo que limita seu acesso apenas para maiores de idade, como proposto pelo anexo a do Código. Comunicado da abertura do processo, a Metapun- to, responsável pela página, não se defendeu. o autor do voto vencedor recomendou a alteração do anúncio, sendo acompanhado por maioria. ” METapuNTo” • representação Nº 137/17 • autor: Conar por iniciativa própria • anunciante: Metapunto • Voto vencedor: Conselheiro samir salimen • Quinta Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º e 50, letra “b”, do Código e seu anexo a �Também esta representação foi aberta pela direção do Conar, visando site de divulgação e venda de bebidas alco- ólicas de altos teores sem o mecanismo de acesso seletivo. Não houve defesa por parte da anunciante, a Belmiro Bebi- das. o autor do voto vencedor, reconhecendo clara infração ao Código, propôs a alteração, voto acolhido pela maioria. “ BELMIro BEBIDas“ • representação Nº 138/17 • autor: Conar por iniciativa própria • anunciante: Belmiro Bebidas • Voto vencedor: Conselheiro samir salimen • Quinta Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º e 50, letra “b”, do Código e seu anexo a 22 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 22 Março 2018 • N. 215 23 BoLETIM Do CoNar RESPONSABILIDADE SOCIAL �Este processo ético, sobre dois anúncios para TV divulgan- do o Conar, foi aberto no final de agosto, depois de reclama- ções de aproximadamente uma dezena de consumidores, que entenderam haver nos filmes desmerecimento de movimentos que lutam por mais respeito pela diversidade social. os filmes mostravam diversas cenas, lado a lado, com diferenças entre si, sustentando que o Conar sabe decidir sobre o que é gosto pessoal do que é ofensivo, discriminatório ou preconceituoso. alimentos, cores, ritmos musicais, formas físicas etc. eram exi- bidas para demonstrar exemplos de diversidade possível. a defesa da campanha, a cargo da agência responsável pela sua criação, considerou que as reclamações foram pautadas em percepção individual, num ambiente onde é cada vez mais difí- cil agradar a todos. "É exatamente para tratar deste tipo de controvérsia que foi criado o Conar", afirmou a defesa, "que dentre as suas atividades, tem a responsabilidade de avaliar em seus julgamentos se uma publicidade está calcada em irregula-ridade ou em elementos subjetivos pautados na percepção e gosto individual, tudo com o propósito maior de não permitir que o 'direito' reclamado por uma parcela da sociedade possa configurar restrição à liberdade de expressão". o relator, representante da sociedade civil no Conselho de Ética, considerou que, pelas manifestações dos consumidores, não se pode afirmar que o entendimento do anúncio como um todo foi o pretendido por anunciante e agência. "as peças dão margem para que as pessoas se sintam ofendidas", escreveu ele em seu voto, citando os artigos 19 e 20 do Códi- go ("Toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo res- peito à dignidade da pessoa humana, à intimidade, ao inte- resse social, (...) ao núcleo familiar" e "Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discri- minação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade", respectivamente). segundo ele, "respeito não combina com dar a entender que se discute gosto no mesmo nível de condição social, étni- ca ou sexual. respeito é de fato separar uma coisa da outra. a lógica da campanha é correta, pertinente, louvável. No entanto, o resultado infelizmente não comunica a distinção de questões esdrúxulas, ridículas, de gosto ou simples opinião daquelas outras que mobilizam parcelas significativas da sociedade e do mercado - cada vez mais marcas valorizam a diversidade, por exemplo". para o relator, "ainda que seja impossível agradar a todos, garantir respeito é uma das mis- sões que o Conar cumpre exemplarmente desde sua criação". Ele propôs a alteração dos filmes, de modo a eliminar a possibilidade de interpretação, por exemplo, de que diversida- de de goiabas e diversidade étnica estejam no mesmo nível de importância. Levada à votação, sua proposta foi acolhida pela maioria dos conselheiros presentes. o Conar e sua agência recorreram da decisão e, desta feita, viram seu pleito acolhido. por ampla maioria de votos – 12 a 1 –, a Câmara Especial de recursos deliberou pelo arquivamento da representação, seguindo proposta do conselheiro autor do voto vencedor, para quem a campanha não fere dispositivos do Código Brasileiro de autorregulamentação publicitária. segun- do ele, peças da campanha, em linguagem lúdica, apenas apre- sentavam diferenças, sem mencionar que uma fosse melhor ou superior a outra, objetivando explicar que a publicidade preci- sa de liberdade de expressão para abordar todas as possibilida- des, desde que não ofenda princípios éticos. para o conselheiro, é natural que, ao se comunicar, anun- ciantes possam não agradar a todos. “assim é a vida e as pes- soas. Não há algo que agrade a todos. o que importa é se a mensagem é ética, sem ofender qualquer cidadão, associação ou entidade”, escreveu ele em seu voto. “a entidade acerta em analisar princípios éticos, que defendem a liberdade de expressão e o desenvolvimento de empresas através de uma comunicação sadia e verdadeira”, afirmou. ”CoNar – CoNFIE No CoNar” • representação Nº 189/17, em recurso ordinário • autor: grupo de consumidores • anunciante e agência: Conar e almapBBDo • relatores: Conselheiros andré Luiz Costa e José Francisco Queiroz (voto vencedor) • primeira Câmara e Câmara Especial de recursos • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 22 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 22 Março 2018 • N. 215 23 BoLETIM Do CoNar �Consumidor residente em são sebastião (sp) considerou que a frase acima, em embalagem de lanches do Bob’s, pode estimular o consumo excessivo, o que é reprovado pelo Códi- go Brasileiro de autorregulamentação publicitária. o anunciante defendeu-se, negando à frase a possibilidade de desvirtuar o consumo pelo público e sim estimulá-lo a saborear o produto. por maioria de votos, a Câmara deliberou pela recomendação de arquivamento da representação, seguindo proposta do autor do voto vencedor, por concordar em linhas gerais com os argumentos da defesa. �o motorista dá marcha a ré e nota algo estranho. Desce do carro e, horrorizado, descobre que atropelou um homem, que reclama: “está maluco?”. o motorista responde: “desculpa, cara. Estou com obra...”. ao saber disso o atropelado imedia- tamente perdoa o motorista e o estimula a ir embora, “senão a obra não anda”. Filme para TV dos tubos e conexões Tigre atraiu questiona- mento trazido ao Conar pelo Ministério público Federal, por meio da procuradoria da república no Estado de são paulo, que questionou: poderia o filme estimular prática condenável, de abandono do local de acidente sem prestação de socorro à vítima? Depois da abertura do processo ético, alguns consu- midores também se manifestaram contra o filme. anunciante e agência enviaram defesa conjunta ao Conar, onde se explicam os contornos da campanha da qual o filme objeto desta representação é parte, sempre pautada pelo bom humor. No mérito, consideraram que a situação fantasiosa ficou bem caraterizada e que foi devidamente destacado no filme o fato de o motorista insistir em prestar socorro ao atro- pelado, sendo dispensado de tal ato pela própria vítima. o relator propôs o arquivamento, considerando o filme uma sátira que não ultrapassou os limites do Código. seu voto foi aceito por unanimidade. “ orIgINaL Do BoB´s – saBorEIE sEM MoDEração” “TIgrE #ToCoMoBra (aCIDENTE)” • representação Nº 187/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: Bob’s • Voto vencedor: Conselheiro Lula Vieira • Terceira Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice • representação Nº 217/17 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante e agência: Tigre e Talent Marcel • relator: Conselheiro Cesar augusto Massaioli • segunda Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice RESPONSABILIDADE SOCIAL 24 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 24 Março 2018 • N. 215 25 BoLETIM Do CoNar RESPONSABILIDADE SOCIAL �Consumidora residente em recife (pE) protestou no Conar contra anúncio em mídia social de cachaça, mostran- do várias pessoas ingerindo o produto, o que é vedado pelo Código Brasileiro de autorregulamentação publicitária. além disso, não há frases recomendando consumo modera- do nas peças publicitárias. a EBB defendeu-se, negando estímulo ao consumo por jovens. alegou como atenuante a baixa repercussão da posta- gem. o relator rejeitou estas explicações e recomendou a sustação agravada por advertência ao anunciante, por considerar flagran- tes os desrespeitos ao Código. seu voto foi aceito por unanimi- dade. “CaChaça CaraNguEJo“ • representação Nº 228/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciantes: EBB – Indústria Brasileira de Bebidas • relator: Conselheiro Luiz Celso de piratininga Jr • sétima Câmara • Decisão: sustação e advertência • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º e 50, letras “a” e “c”, do Código e seu anexo a �anúncio em mídias sociais da ambev visando seus fun- cionários e colaboradores não traz a cláusula de advertência recomendada pelo anexo p do Código Brasileiro de autorre- gulamentação publicitária. a anunciante defendeu-se, aludindo ao caráter didático da peça publicitária, sendo veiculada de forma editorial e institu- cional. No entanto, a ambev reconheceu o lapso, tendo provi- denciado a exclusão do vídeo. o relator propôs a advertência à ambev, sendo acompa- nhado por maioria. seu voto foi complementado pela reco- mendação de alteração do filme objeto desta representação. “ aMBEV – CLara, EsCura, LEVE, ENCorpaDa... “ • representação Nº 232/17 • autor: Conar por iniciativa própria• anunciante: ambev • relatores: Conselheiros oscar Mattos e Vitor Moraes de andrade (voto complementar) • sétima Câmara • Decisão: alteração e advertência • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º e 50, letras “a” e “b”, do Código e seu anexo p os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 24 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 24 Março 2018 • N. 215 25 BoLETIM Do CoNar PRODUTOS E SERVIÇOS PARA SAÚDE �a L'oreal vê enganosidade em anúncio de Cetaphil, da galderma, na embalagem do produto e também em material de divulgação, ao associá-lo a propriedades terapêuticas exclusivas de medicamentos, coisa que Cetaphil não é, no tra- tamento de dermatites. a anunciante negou, em defesa enviada ao Conar, que a peça publicitária faça tal associação, distinguindo as condi- ções “dermatite atópica” de “atopia”, sendo esta uma carac- terística que não pode ser considerada como patológica. a relatora de primeira instância propôs o arquivamento da representação por considerar que a comunicação do produto da galderma não merece reparo à luz do Código Brasileiro de autorregulamentação publicitária. seu voto foi aceito por unanimidade. a L'oreal recorreu da decisão, por considerar que o anún- cio contrariou resolução da anvisa, além de recomendações do Código, demorando-se sobre o uso das expressões men- cionadas na defesa da galderma. a relatora do recurso ordi- nário reconheceu em seu voto que a discussão se resumia à semântica. Exatamente por isso, propôs a alteração, por con- siderar a discussão inalcançável pelo consumidor comum. seu ponto de vista foi reforçado depois de consulta do Conar à anvisa, que confirmou que o uso da expressão “pele atópi- ca” não tem sido aceita nos registros de produtos cosméti- cos. seu voto, pela exclusão da expressão da embalagem e do material de divulgação, foi acompanhado por unanimidade. ” gaLDErMa – CETaphIL rEsTora DErM – DEsENVoLVIDo EspECIaLMENTE para a pELE aTÓpICa” • representação Nº 086/17, em recurso ordinário • autora: L'oreal Brasil • anunciante: galderma Brasil • relatores: Conselheiros Taciana Carvalho e Letícia Lindenberg de azevedo • primeira e Terceira Câmaras e Câmara Especial de recursos • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 4º, 27, parágrafos 1º e 2º, e 50, letra “b”, do Código �anúncios em redes sociais do medicamento Dorflex não trazem as obrigatórias advertências sanitárias, como previs- to em regulamentos da anvisa. a denúncia foi enviada ao Conar por consumidor belohorizontino. Nos anúncios, apa- reciam frase como: “Dorflex em#novaembalagem”; “Dor- flex. Quando a dor de cabeça ataca a gente sabe quem poderá te defender” e “dorflex@dorflex oficial”. Em sua defesa, a anunciante argumentou que as advertên- cias foram inseridas no cabeçalho de suas páginas nas redes sociais e não em cada postagem por conta das limitações pró- prias do veículo. o autor do voto vencedor não acolheu estas justificativas e propôs a alteração, acompanhada por maioria. Ele considerou que cada postagem é um anúncio, sua visualização nem sem- pre próxima ao cabeçalho. “ DorFLEX EM#NoVaEMBaLagEM“ E ouTras • representação Nº 201/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: sanofi-aventis • Voto vencedor: Conselheiro guto Belchior • sétima Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º e 50, letra “b”, do Código 26 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 26 Março 2018 • N. 215 27 BoLETIM Do CoNar PRODUTOS E SERVIÇOS PARA SAÚDE �Consumidor porto-alegrense queixou-se ao Conar contra spot de rádio da pomada anjo, indicada na peça publicitária para dores nas pernas, costas, articulações etc. para o con- sumidor, o produto é apresentado como se fosse milagroso. Em sua defesa, a Mafi Distribuidora informou que o produ- to encontra-se registrado na anvisa e reconheceu que se esqueceu de adicionar as advertências sanitárias quanto ao uso do produto, tendo já corrigido esta falha. o relator propôs a sustação agravada por advertência ao anunciante, por considerar o spot em desacordo com as reco- mendações do Conar, principalmente por exageros e impreci- sões nas promessas tecidas. Ele ainda notou desacordo entre os registros sociais da Mafi e os da empresa responsável pela pomada anjo na anvisa. seu voto foi aceito por unanimidade. “MaFI – poMaDa aNJo“ • representação Nº 209/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: Mafi Distribuidora • relator: Conselheiro roberto philomena • Quinta Câmara • Decisão: sustação e advertência • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 23, 27, parágrafos 1º e 2º, e 50, letras “a” e “c”, do Código e seu anexo I �anúncio em TV e internet de clínica especializada em dis- funções sexuais masculinas apresenta estatísticas sobre pro- blemas do gênero que um consumidor considerou sem fun- damento, em desrespeito às recomendações do Código. Também falta à peça publicitária a indicação do médico res- ponsável. Em sua defesa, a anunciante argumentou que as estatísticas apresentadas (“1/3 dos homens sofrem de ejaculação precoce e 52% dos homens com mais de 40 anos têm problemas de ereção”) têm como base estudos aceitos pela sociedade Brasi- leira de urologia e que a ausência da direção médica deveu-se a erro pontual. o Conselho de Ética, por maioria de votos, recomendou a alteração do anúncio, seguindo entendimento do conselheiro que propôs a divergência, para que nele seja acrescentada a direção médica, como recomendação do anexo g, ao mesmo tempo em que considerou aceitável a menção às estatísticas. “ BosToN MEDICaL group“ • representação Nº 218/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: Boston Medical group • Voto vencedor: Conselheiro Ênio Vergeiro • primeira Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 9º, 27, parágrafos 1º e 2º, e 50, letra “b”, do Código e seu anexo g os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 26 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 26 Março 2018 • N. 215 27 BoLETIM Do CoNar RESPEITABILIDADE �Consumidor de sapiranga (rs) queixou-se de panfleto dis- tribuído em via pública promovendo bar, ilustrado com fotos de mulheres nuas. Não houve manifestação por parte do anunciante. o relator recomendou a sustação de distribuição do folhe- to, sendo acompanhado por unanimidade. ” La BoM DaNCINg Bar” • representação Nº 178/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante: La Bom Dancing Bar • relator: Conselheiro samir salimen • Quinta Câmara • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 19, 20, 22 e 50, letra “c”, do Código �para consumidora de palmas (To), anúncio em TV promo- vendo modelo de auto da Mitsubishi encerra exemplo dese- ducativo. Em meio a um ambiente típico de filmes de catás- trofe, o motorista dirige rumo a uma lanchonete ouvindo uma bonita canção, totalmente alheio ao ambiente de des- truição. a defesa enviada por anunciante e agência alegou o evi- dente surrealismo e bom humor da peça publicitária. o rela- tor concordou em linhas gerais com os argumentos da defesa e propôs o arquivamento, sendo acompanhado por unanimi- dade “MITsuBIshI asX – BEsT BurgEr IN ToWN“ • representação Nº 216/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: Mitsubishi e africa • relator: Conselheiro Lucas Tadeu Melo Câmara • sexta Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 28 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 28 Março 2018 • N. 215 29 BoLETIM Do CoNar RESPEITABILIDADE CRIANÇAS E ADOLESCENTES �o Conar recebeu queixa de uma consumidora de passo Fundo (rs) contra anúncio em TV de instituição de ensino superior,por considerá-lo ofensivo a afrodescendentes e à política de cotas para acesso às universidades. No filme, uma estudante diz: “eu não levei vantagem por causa da minha cor”. Em sua defesa, a Imed relembrou a sua história e trajetória e explicou os contornos criativos do anúncio. Informou tam- bém que o filme não mais está em exibição na TV e que da versão disponível na internet foi eliminada a frase que desa- gradou a consumidora. o autor do voto vencedor recomendou a advertência ao anunciante e sua agência, por entender que o anúncio origi- nal postou-se perigosamente numa linha limítrofe. sua sugestão foi acolhida por maioria. ” IMED – VEsTIBuLar 2018” • representação Nº 240/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: Imed e Forza Comunicação • Voto vencedor: Conselheiro Daniel skowronsky • Quinta Câmara • Decisão: advertência • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 19, 20 e 50, letra “a”, do Código �o Conar recebeu reclamações de três consumidores, resi- dentes no rio (rJ), porto alegre (rs) e são paulo (sp). Eles consideraram inadequado e desrespeitoso anúncio veiculado em TV por assinatura dirigida a crianças, onde a cantora anitta aparece caracterizada como um homem e vestida com roupas meio femininas, meio masculinas. a defesa enviada pela agência chamou a atenção para o evidente bom humor do filme. o relator, não vendo dano ao Código, propôs o arquiva- mento, voto aceito por unanimidade. “ IFooD – pErNITTa“ • representação Nº 204/17 • autor: Conar mediante queixa de consumidor • anunciante e agência: iFood e almapBBDo • relator: Conselheiro antonio Jesus Cosenza • sétima Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 28 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 28 Março 2018 • N. 215 29 BoLETIM Do CoNar CRIANÇAS E ADOLESCENTES �o Ministério público do Estado de são paulo, por meio da promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital, ofi- ciou o Conar questionando a identificação publicitária de ação em canal de vídeo na internet dirigido a crianças. a pro- motoria questionou também o apelo imperativo de consumo dirigido a menores de idade, o que é reprovado pelo Código Brasileiro de autorregulamentação publicitária. houve medida liminar de sustação concedida pela direção do Conar quando da abertura do processo ético. Na ação, uma série de doze vídeos com participação da jovem youtuber Julia silva, eram lançados desafios ao público, relacionados aos personagens da marca “Monster high”, com vencedores a cada etapa, como se fosse um curso de forma- ção de youtubers. a reclamação que originou o ofício do Ministério público foi formulada pelo Instituto alana. Em sua defesa, a Mattel negou qualquer irregularidade, considerando a ação claramente identificável como publicida- de e, em sua produção, tendo sido respeitadas as recomenda- ções da ética publicitária. o relator propôs a alteração da ação por considerar que a identificação da Mattel como patrocinadora não era fácil e imediata. Nos demais questionamentos, ele considerou os vídeos alinhados às recomendações do Código. seu voto foi aceito por unanimidade. ” VoCÊ YouTuBEr – EsCoLa MoNsTEr hIgh – JuLIa sILVa” • representação Nº 214/17 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante: Mattel do Brasil • relator: Conselheiro Vitor Morais de andrade • sétima Câmara • Decisão: alteração • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 9º, 28, 37 e 50, letra “b”, do Código �o Ministério público do Ceará optou por questionar no Conar anúncio em redes sociais e ações de divulgação em escolas de água mineral: teriam o objetivo de estimular a fidelização e o consumo excessivo do produto por crianças menores de 12 anos? o Ministério público, cuja ação foi provocada por denúncia do Instituto alana, mencionou tam- bém em sua denúncia programas educativos e material escolar, áreas que extrapolam as atribuições do Conar. a anunciante negou qualquer desrespeito às recomenda- ções do Código e explicou que as ações visavam a chamar a atenção de pais e responsáveis sobre a importância da hidra- tação das crianças, utilizando elementos lúdicos, não estimu- lando o consumo excessivo, tampouco apelo imperativo de consumo. a relatora não viu desrespeito ao Código na campanha da água mineral. por isso, recomendou o arquivamento, voto acompanhado por unanimidade. “ BEBEr água NuNCa FoI Tão DIVErTIDo – BoNaFoNT“ • representação Nº 222/17 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante: Danone • relatora: Conselheira Leticia paoliello Lindenberg • primeira Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice 30 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 30 Março 2018 • N. 215 31 BoLETIM Do CoNar CRIANÇAS E ADOLESCENTES �Também esta representação foi motivada por ofício do Ministério público do Estado do Ceará ao Conar, por temer que anúncio em redes sociais da Danone possa conter irre- gularidades e trazer prejuízo às crianças. a ação do Ministé- rio público foi motivada por denúncia formulada pelo Institu- to alana. No cerne da denúncia, o questionamento de que o filme possa estimular consumo excessivo do produto pelo fato das embalagens serem colecionáveis, além de abusar da utilização de personagens em animação. a Danone defendeu-se, considerando que respeitou de forma estrita as recomendações do Código Brasileiro de autorregulamentação publicitária para a publicidade dirigida a crianças e adolescentes. Negou estímulo ao consumo em excesso do produto, argumentando que a promoção durou sete meses. a relatora acolheu estes e outros argumentos da defesa e propôs o arquivamento da representação. No entendimento dela, a campanha objeto desta representação “estimula a harmonia familiar e a convivência entre amigos”, não incor- rendo em estímulo ao consumo excessivo e sem apoiar-se em apelo imperativo de consumo dirigido a menor de idade. seu voto foi aceito por unanimidade. ” DINo arENa – DaNoNINho” • representação Nº 223/17 • autor: Conselho superior do Conar • anunciante: Danone • relatora: Conselheira Leticia paoliello Lindenberg • primeira Câmara • Decisão: arquivamento • Fundamento: artigo 27, nº 1, letra “a”, do rice �a direção do Conar denunciou ao Conselho de Ética anúncio de responsabilidade da Multilaser veiculado em TV durante programação infantil, por considerar que há apelo imperativo de consumo dirigido a crianças, em especial na frase “são doze fadinhas para você colecionar”. a anunciante refutou a denúncia, considerando que a fra- se destacada é uma informação para os adultos responsáveis. Informou também que reviu o filme, eliminando o trecho “... para você colecionar”. a relatora deu razão à denúncia, propondo a sustação do anúncio original. seu voto foi aceito por unanimidade. “ MuLTI KIDs aprEsENTa: gLIMMIEs“ • representação Nº 226/17 • autor: Conar por iniciativa própria • anunciante: Multilaser • relatora: Conselheira Mirella Caldeira Fadel • sexta Câmara • Decisão: sustação • Fundamento: artigos 1º, 3º, 6º, 37 e 50, letra “c”, do Código os aCÓrDãos DE NoVEMBro / 2017 30 Março 2018 • N. 215 Março 2018 • N. 215 30 Março 2018 • N. 215 31 BoLETIM Do CoNar CRIANÇAS E ADOLESCENTES �a direção do Conar questionou no Conselho de Ética a existência de apelo imperativo de consumo na frase “são 75 deles para curtir. Você conseguiria encontrar o personagem raro?”, em anúncio da DTC Toys inserido em programação de TV dirigida a crianças. a anunciante negou motivação à denúncia, por entender que
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