Prévia do material em texto
Curso de Farmácia Hospitalar MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores MÓDULO III NUTRIÇÃO PARENTERAL O fornecimento de nutrientes por via intravenosa (IV) em teores suficientes para manter o repor a massa celular corporal é um processo relativamente recente. Apenas nas duas últimas décadas conseguiu-se administrar por via IV, calorias e nitrogênio numa proporção adequada para se obter um balanço nitrogenado positivo (BERNARD, M. A, 1986), utilizando formulações que simulem o estágio final das transformações das bioquímicas naturalmente sofridas pelos alimentos no trato digestivo. A NP é de importância primordial na clínica médica constituindo-se num instrumento para a manutenção da vida nas situações em que seja possível ou contra- indicada a alimentação por via oral. O objetivo principal dessa metodologia é melhorar ou prevenir a desnutrição nos pacientes, que apresentam impossibilidade total ou parcial de utilizar o tubo digestivo, corrigindo os sinais, sintomas e seqüelas da desnutrição . Em sua concepção mais geral a NP é o fornecimento de nutrientes essenciais, carboidratos, gorduras, proteínas, eletrólitos, vitaminas e água, por via venosa. Evidencia-se que nos pacientes com perda pré-operatória de 30% de peso corporal, antes de uma intervenção cirúrgica, a mortalidade pós-operatória chega a ser 10 vezes maior que em indivíduos estróficos, sendo a infecção a causa da maioria das mortes (STUDLEY, M.C., 1936). Correlaciona-se a hipoproteínemia a um aumento da freqüência de infecções pós- operatória, bem como um retardo de cicatrização do corte cirúrgico. Indicações Os pacientes que se submetem a uma cirurgia de eleição, sem complicações e que apresentam um adequado estado nutricional, não constitui um fator crítico para o seu estabelecimento se eles passarem por um período de semi-inanição com curta etapa catabólica. Os pacientes que apresentam obstrução da via digestiva por doença maligna ou benigna, peritonites, pancreatite associada com íleo paralítico, síndrome do intestino 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores curto, enterite actínica, fístulas digestivas, doenças inflamatória intestinal, síndrome da má absorção, sepse, insuficiência orgânica múltipla, insuficiência renal aguda, encefalopatia hepática, anorexia nervosa, insuficiência refrataria, incompetência imunológica, entre outros, podem ser mantidos com sucesso através da NP. São pacientes debilitados tendo baixos níveis de hematócrito e proteínas. Fazendo uso de antibióticos esteróides, radioterapia com mecanismo de defesa prejudicado, imunodeprimidos e predispostos á infecção, a administração da nutrição parenteral total (NPT) pode privar o trato gastrointestinal de nutrientes vitais e levar a atrofia e disfunções, intestinais e translocação de bactérias para a circulação sistêmica ocasionada pelo jejum prolongado assim sendo, recomenda-se a passagem de nutrientes, em pequena quantidade no tubo digestivo sempre que possível, para permitir a manutenção da sua integridade morfológica e funcional. Composição da nutrição Parenteral As diferentes formulações para N.P. baseiam-se no princípio de fornecerem ao paciente as quantidades mínimas, indicadas pela literatura específica, para cada substrato. As indústrias farmacêuticas oferecem variadas apresentações de soluções contendo aminoácidos, hidratos de carbono, eletrólitos, vitaminas. A eleição dos diferentes produtos que o comércio oferece não é tarefa fácil, uma vez que para as formulações mais complexas como as soluções de aminoácidos (AA), hidratos de carbono e vitaminas. Um outro aspecto que deve ser ressaltado é que nem sempre uma preparação para NP é logo de imediato administrada ao paciente, mesmo quando programada adequadamente; podem existir diversos fatores que podem impedir a sua administração logo imediato, podendo ocorrer perda do produto. Dessa forma, por ser o custo destas misturas extremamente elevado, o maior conhecimento sobre a sua estabilidade poderá representar um acréscimo importantes nos dispêndios com medicamentos nos serviços de farmácia hospitalares. 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores CONSIDERAÇÕES SOBRE O PREPARO A redução dos riscos de contaminação por partículas por microrganismos e a prevenção de possíveis incompatibilidades entres os aditivos são condições que se obtém, caso a manipulação dos nutrientes seja realizada em local adequado e por pessoal treinado. A instalação de água com lavatório amplo, bancadas, dispositivo para a lavagem das mãos e demais elementos são necessários para o bom desempenho do trabalho. O piso e parede devem ser de material lavável e com o mínimo de reentrâncias possíveis. Na unidade centralizada de preparo a utilização de uma bancada de fluxo laminar permite uma rotina de trabalho completamente separada das demais áreas. É importante acentuar que apenas duas pessoas devem permanecer na unidade de preparo. A limpeza do chão da sala de preparo se fará duas vezes por dia coincidindo com o início e o término de cada jornada de trabalho. As formulações destinadas á limpeza das superfícies fixas (pisos, paredes, entre outros) devem ter propriedades desinfetantes (M.S. Portaria 196, 1983; M.S. Portaria 930, 1992). São indicados pela Portaria Ministerial Soluções de dois ou mais fenóis sintéticos (ortofenifenol paraterciário, butilfenol ou ortobenzil paraclofenol) em concentrações que variam segundo o fabricante. Durante a limpeza da sala não deve ser criada corrente de ar e nem dispensar partículas de pó pelo ambiente. As janelas e portas permanecerão constantemente fechadas e serão utilizados panos úmidos destinados exclusivamente para área. O preparo intra-hospitalar da NP que exige condições rigorosas de controle para garantir sua esterilidade é de total responsabilidade do farmacêutico, cuja formação técnica assegura a compatibilidade química dos seus componentes, controle físico, físico- químico e microbiótico dos aditivos e estabilidade da mistura. Cabe o farmacêutico informar, através de palestras ou cursos realizados no hospital, os resultados obtidos com controle microbiótico, técnicas mais adequadas de preparo e principais problemas de incompatibilidade e estabilidade nas misturas. 76 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Condições de trabalho e uso da bancada de fluxo laminar O National Coordinating Commitee on Large Volume Parenteral recomenda as seguintes instruções no trabalho em áreas com fluxo laminar (N.C.L.V.P., 1973, N.C.L.V.P., 1980): • Remover jóias, anéis, braceletes e relógios de pulso; • Lavar as mãos escovar as unhas com escova embebidasem solução de polivinilpirrolidona iodo (PVPI) com 1% de iodo ativo; • Limpar a mesa de trabalho, paredes laterais de vidro, acabamentos plásticos laminados ou partes de aço com soluções alcoólicas a 70% contendo clorhexidina; • Ligar o equipamento e esperar no mínimo 30 minutos de circulação na câmara de ar micro filtrado para dar início a preparação das soluções; • Limpar e esfregar as quinas da parte superior e as laterais da bancada, freqüentemente ou quando ocorrer respingos; • Evitar gestos bruscos, movimentos excessivos que possam provocar turbulências no ar; • Usar luvas, capote estéril, gorro e máscara; • Trabalhar na capela, no mínimo 15cm fora das bordas; • Procurar não bloquear a corrente de ar com suas mãos na direção do material estéril; • Não conversar, espirrar ou tossir diretamente no fluxo laminar; • Manter os materiais não essenciais, tais como requisição, etiquetas, etc., fora da área de preparo. Considerando que o equipamento de fluxo não remove pós e outros contaminantes da superfície. Controle de qualidade Na prática farmacêutica, o controle de qualidade dos produtos injetáveis assume papel especialmente importante. O controle de qualidade é qualquer processo ou série de processos que garantam a eficácia de um produto para o fim proposto. A indústria farmacêutica tem que cumprir normas estabelecidas pela Good Manufatrurine Practces (G.M.P.) para a produção de seus medicamentos. Porém para os 77 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores produtos de manipulação intra-hospitalar, cuja a fabricação é em pequena escala e neste caso inclui-se a mistura nutritiva de soluções injetáveis (NP), não há especificações de fabricação especialmente aplicáveis em nosso país. O National Coordinating Commitee on Large Volume Parenteral (N.C.C.L.V.P, 1973; 1975, 1980) enfoca que os principais problemas associados com as soluções parenterais podem ser provenientes dos seguintes fatores: • contaminação pirogênica e microbiana; • contaminação química e por partículas • instabilidade e incompatibilidade dos componentes; • dificuldade de acesso as informações O controle de qualidade das misturas empregadas na NP visa assegurar os seguintes aspectos: a) que as misturas isentas de contaminadores biológicos (microorganismos) e praticamente isentas de partículas matérias estranhas (vidro, borracha, fibras, entre outros); b) que preencham os requisitos terapêuticos e farmacêuticos adequados para um determinado paciente; c) que contenham corretamente os componentes nas concentrações prescritas e que sejam conservadas, distribuídas e administradas convenientemente. Devido à dificuldade de emprego de técnicas analíticas e aparelhagem adequada para a dosagem de alguns componentes das misturas nutritivas parenterais (NP), os critérios do controle de qualidade mais facilmente acessíveis de serem realizados no ambiente intra-hospitalar são físicos e biológicos. Foi estabelecido um programa de controle de qualidade em misturas IV que pode ser resumido da seguinte forma (HOROWITS, K.N.& LAMMIN. M. 1980): • Bibliografia especializada; • Soluções e medicamentos intravenosos livres de contaminantes (pirogênio, bactérias e partículas, etc.); 78 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores • Emprego de material estéril; • Técnica rigorosamente asséptica de preparo. Os ensaios para determinar o número de partículas existem num dado volume de ar da câmara asséptica do fluxo são variados e as técnicas mais usadas pelos fabricantes são utilizados de processo fotoelétrico (difusão da luz pelos aerossóis) e o método de contagem eletrônica . Nos hospitais, a forma mais simples de ser realizada a pesquisa de contaminação microbiana dentro da bancada de fluxo laminar, consiste em dispor várias placas de Petri, contendo meio de Sabourand e de tioglicolato, a diversas alturas da câmara, sem esquecer dos locais de maior índice de contaminação que são os locais da porta de entrada de ar condicionado. Porém, este método é muito questionado quanto à sua validade, sendo mais seguro os processos utilizados pelos fabricantes de fluxo laminares. A contaminação da solução pode ser identificada de outras causas quando: • Sinais ou sintomas surgem no início da infusão; • O paciente melhora quando é suspensa a infusão da NP mesmo não sendo utilizado antibióticos; • O microorganismo isolado no sangue é o mesmo encontrado na mistura. Procedimentos recomendados durante a inserção do cateter O enfermeiro deverá ao planejar suas ações, reduzir o índice de complicações infecciosas, decorrente da inobservância dos princípios de assepsia e antiassepsia durante a técnica de inserção do cateter venoso central e durante o uso da solução nutritiva. Recomenda-se que a inserção do cateter seja efetuada em ambiente limpo, apropriado para procedimentos cirúrgicos. O paciente deve ser encaminhado para higienização corporal completa através do banho de aspersão. Nos pacientes de sexo masculino a área referente ao local de punção deve ser submetida a triconomia. A área triconomizada é desengordurada e devidamente 79 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores preparada com solução P.V.P.I. 1%. O paciente é colocado em posição adequada, de acordo com técnica para se ter à via de acesso venoso. O cirurgião deve usar capote, máscara, gorro e luvas, toda a equipe inclusive o paciente deverá ser encaminhado para fazer radiografia do tórax, para determinar a posição do cateter central. A veia deve ser mantida até comprovação da posição correta do cateter, com glicose a 10%. Os curativos realizados pelas enfermeiras da equipe de SN serão trocados três vezes por semana. O curativo é oclusivo e é realizado utilizando- se a técnica asséptica. O local de inserção é inspecionado cuidadosamente pela enfermeira buscando-se sinais de inflamação ou qualquer outra alteração. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Nutrição enteral é o fornecimento de alimentos líquidos, por instilação direta no estômago ou intestino delgado, através de catéteres. A alimentação artificial é empregada quando o paciente não pode ou não deve ser alimentado por via oral ou o faz em quantidade insuficiente. O estado do trato gastrintestinal (TGI) vai determinar a escolha entre nutrição enteral (NE) e nutrição parenteral (NP). Sempre que possível, prefere-se NE. Essa preferência baseia-se nos efeitos fisiológicos da digestão e absorção, efeitos tróficos importantes sobre a estrutura e função do TGI, interações hormônio-substrato, segurança bacteriológica, facilidade de administração e economia. Existem evidências, tanto teóricas quanto práticas, de que a NE é superior à NP na utilização de substratos. Diferente da NP, que ultrapassa o sistema esplâncnico e expõe os tecidos a substratos não metabolizados, a NE preserva a seqüência fisiológica de digestão e absorção dos nutrientes antes que estes sejam liberados para a circulação periférica. Com a NE, os substratos chegam ao fígado através da circulação portal, onde são metabolizados, armazenados e gradativamente liberados e utilizados. Assim, os substratos são mais eficientemente liberados e utilizados, tendo o fígado como órgão central de distribuição. 80 Este material deve ser utilizado apenas comoparâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A absorção seletiva de substratos defende o organismo de sobrecargas e distúrbios eletrolíticos - mais comuns em NP. A seqüência de liberação dos hormônios digestivos parece manter-se em NE - especialmente quando intermitente – à semelhança da alimentação oral normal. A presença de nutrientes no tubo digestivo permite a manutenção da sua integridade morfofuncional, reduzindo os riscos associados à atrofia intestinal e à disfunção imunológica do TGI. Por todas essas razões, mesmo o paciente com indicação formal de NP deve receber, sempre que possível, alguma quantidade de nutrientes via enteral, com o objetivo de evitar a atrofia intestinal. Estima-se que o aporte enteral de 0,6g de proteína/kg de peso/dia seja suficiente para manter a integridade da mucosa e a função imune. A NE permite ainda a readaptação mais rápida à alimentação oral. Apresenta menores riscos de complicações mecânicas e infecciosas relacionadas à via de acesso e à solução nutritiva. É de custo mais baixo e de fácil preparo. A necessidade de pessoal especializado e de técnica asséptica também é menor do que em NP. Cumpre observar ainda que a NE freqüentemente é pouco tolerada em pacientes críticos e em uso de antimicrobianos de amplo espectro, quando a intolerância intestinal e a diarréia são mais comuns. INDICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL O uso do TGI é conseguido em presença de função gastrintestinal adequada e na ausência de disfunção, como gastroparesia ou distúrbios de motilidade intestinal, íleo paralítico, obstrução intestinal, fístulas entéricas de alto débito, vômitos e diarréias incoercíveis, fase inicial da síndrome do intestino curto e pacientes críticos gravemente desnutridos, quando o deve ser utilizado apenas para se tentar a integridade e a função dos intestinos. Nesses casos a NP é a melhor forma de terapêutica nutricional. As indicações específicas de NE podem ser enquadradas em quatro situações: A NE é de indicação rotineira e eficácia comprovada. a) estado nutricional normal, porém com ingestão oral inadequada (menor do que 60% das necessidades) por mais de sete a dez dias: é conduta corrente, em pacientes adultos, 81 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores nutridos e hospitalizados, estimular a dieta oral orientada por sete a dez dias. Se a ingestão permanece inadequada, a NE deve ser iniciada; b) desnutrição moderada com ingestão oral inadequada por mais de sete dias: pós- operatório de fratura de quadril, estenoses esofagianas, câncer da região orofaringeana, esôfago e estômago. Exemplos não cirúrgicos incluem anorexia grave, faringites, esofagites, caquexia cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica; c) disfagia grave: inclui classicamente os pacientes neurológicos com incapacidade ou incoordenação de deglutição, devido a doenças como acidente cerebrovascular, tumor cerebral, traumatismo cranioencefálico, esclerose múltipla, miastenia grave, síndrome de Guillain-Barré. Também neste grupo estão os pacientes com disfagia esofagiana - megaesôfago, estenoses -quando for possível a passagem do cateter nasoenteral, às cegas ou por endoscopia, visando ao preparo pré-operatório; d) grandes queimados: a NE precoce é a forma preferida de repleção nutricional. Mesmo as perdas hidroeletrolíticas são parcialmente corrigidas por via enteral. Entretanto, em decorrência da grande espoliação de fluídos, a necessidade de reposição da água e eletrólitos por via venosa é freqüente. A sepse por cateter intravenoso é complicação comum em queimados, o que dificulta o uso de NE Está comprovado que estes doentes têm melhor evolução quando submetidos à NE do que à NP; e) fistulas digestivas de baixo débito: em fístulas altas, a NE é realizada com o cateter colocado distalmente (cerca de 20cm abaixo do orifício da fístula), enquanto nas baixas (íleo distal e cólon) o cateter é posicionado de preferência no estômago; f) associação com NP em casos de ressecção maciça de intestino delgado: pacientes com intestino curto, quando clinicamente estáveis, recebem NE de forma lenta e contínua com cateter em posição gástrica, para estimular a regeneração do intestino remanescente. A NE é útil, mas pode haver necessidade de NP. a) grandes traumatizados: normalmente essas condições são seguidas de ingestão inadequada e aumento das necessidades metabólicas. Se o paciente é desnutrido, ou se é improvável que consiga alimentação adequadas por mais de sete a dez dias, e o TGI é funcionante, deve-se iniciar NE. O reconhecimento do intestino delgado como um órgão 82 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores metabólico e imunologicamente ativo, reforça os argumentos a favor da NE. Nesses casos, têm sido utilizadas com bons resultados dietas enterais com farmaconutrientes importantes à função imunológica, como glutamina, arginina, nucleotídeos e ácidos graxos, com o intuito de reduzir complicações infecciosas. Em traumas abdominais, recomenda-se a instalação de jejunostomia durante a laparotomia exploradora, com início precoce da NE, no primeiro dia de pós-operatório. Em pacientes cirúrgicos, sabe-se que a função do intestino delgado retorna dentro de poucas horas no pós-operatório. Em contraste, as funções gástrica e colônica retornam com uma a dois e três a cinco dias, respectivamente. Em traumas abdominais, se não há peristaltismo, a NP está indicada; b) rádio ou quimioterapia em baixas dosagens: essas situações normalmente se acompanham de anorexia e desconforto abdominal, com algum comprometimento do estado nutricional. O uso de NE pode estar indicado, se não há vômitos ou diarréia importantes; c) insuficiência hepática ou renal grave: a anorexia também acompanha esses quadros, apesar do TGI íntegro. Dietas enterais, com padrão de aminoácidos modificados e controle de íons podem beneficiar esses pacientes na prevenção da encefalopatia hepática ou na redução da freqüência de diálises; d) preparo pré-operatório de pacientes gravemente desnutridos: se o paciente é gravemente desnutrido, com perda de peso maior do que 20% em relação ao peso habitual ou albumina sérica abaixo de 3g/dl é necessário suporte nutricional. Sempre que possível, a preferência recai para NE; e) pós-operatório imediato ou período pós-estresse: caso esteja previsto que a ingesta oral não retomará em cinco a sete dias, e o TGI seja funcionante, indica-se NE, de preferência com o cateter em posição jejunal, o que permite realimentação mais precoce. Caso contrário, inicia-se NP. Se a previsão é de retorno à via oral em uma semana e não existe desnutrição importante, o suporte nutricional não é necessário. A NE tem valor limitado ou indeterminado: a) intestino curto com menos de 10% de intestino remanescente: estes pacientes raramente toleram a NE. Formulações orais são oferecidas por razões psicológicas e efeitos tróficos. Entretanto, o estado nutricional só poderá ser mantido com NP; 83 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores b) pós-operatório imediato ou período pós-estresse: caso esteja previsto que a ingesta oral não retomará em cinco a sete dias, e o TGI seja funcionante, a NE estará indicada. Caso contrário, inicia-se NP. Se a previsão é de retorno à via oral em uma semana e não existe desnutrição importante, o suportenutricional não é necessário; c) rádio ou quimioterapia em baixas dosagens: essas situações normalmente se acompanham de anorexia e desconforto abdominal, com algum comprometimento do estado nutricional. A maioria dos casos responde à dieta oral orientada individualizada. Em geral, quando não é possível a utilização da via oral, também não há sucesso com NE. A NE não deve ser utilizada como medida primária de reposição nutricional nos casos: a) obstrução intestinal mecânica complexa: a NE não é adequada. Quando necessária, a NP é a terapêutica nutricional de escolha. Em casos específicos, jejunostomias feitas distalmente à obstrução podem ser úteis; b) quimioterapia "pesada" ou em altas dosagens: pela presença de mucosite, .náuseas, vômitos e diarréia e septicemia que acompanham a maioria dos casos; c) hipomotilidade intestinal ou íleo prolongado: NE não está indicada pelo risco de aspiração e enterite infecciosa. A indicação recai para a NP; d) diarréia severa resistente à terapêutica convencional: eventualmente, há necessidade de NP, enquanto se aguarda resposta à terapêutica da doença primária; Algumas vezes, usa-se NP periférica associada à NE modulada em baixas doses. e) fístulas de alto débito: a NE tende a aumentar o débito da fístula, pelo menos nos primeiros dias. A NP reduz o débito e abrevia seu fechamento espontâneo; f) instabilidade hemodinâmica: o suporte nutricional não deve ser iniciado até que a perfusão tecidual seja restaurada. CÁLCULO DAS NECESSIDADES A necessidade diária de vários macro e micronutrientes está estabelecida para a alimentação oral e enteral e permanece desconhecida para a NP. 84 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores PROTEÍNAS Para o cálculo das necessidades diárias de proteína, deve-se conhecer que sua assimilação máxima depende do fornecimento calórico adequado. Para tanto, são necessárias calorias não nitrogenadas (carboidratos e lipídios) em proporção de aproximadamente 150 a 250 calorias por grama de nitrogênio administrado, em pacientes não estressados. Sabe-se que 1g de nitrogênio equivale a 6,25g de proteína. CARBOIDRATOS O uso de polímeros de açúcares simples nas dietas enterais permite um fornecimento adequado de calorias, sem elevar a osmolaridade final das soluções. A utilização de mono e dissacarídeos confere osmolaridade elevada, sendo, às vezes, responsável por síndrome caracterizadas por cólicas abdominais difusas, desconforto abdominal e diarréia. Os açúcares chegam no estômago em concentração em torno de 15% em relação aos líquidos gástricos. Com a digestão gástrica, os açúcares são "isosmolarizados" e a concentração de liberação para os intestinos fica em torno de 6%. A utilização de mono e dissacarídeos confere osmolaridade elevada, sendo, às vezes, responsável por cólicas abdominais difusas, desconforto abdominal e diarréia. Portanto, pacientes com catéteres posicionados no intestino delgado toleram mono e dissacarídeos em concentração de, no máximo, 6%. Se esses carboidratos se encontrarem em concentrações maiores na dieta, o intestino reage com hiperperistaltismo e diarréia. Da mesma forma que as dietas industrializadas, dietas artesanais deverão ser confeccionadas com açúcares que conferem menor osmolaridade à solução. Grande número de pacientes desnutridos possui deficiência de lactase, o que impede o desdobramento da lactose no lúmen intestinal. A conseqüência é diarréia por irritação da parede intestinal e fermentação da lactose por bactérias colônicas. O uso de dietas artesanais constituídas de leite integral pasteurizado, desnatado, ou em pó, em casos previamente diagnosticados, deve ser evitado nesse período. 85 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores LIPÍDIOS O fornecimento de lipídios na dieta enteral é necessário à adequação calórica e na prevenção ou correção de deficiência de ácidos graxos essenciais. VITAMINAS, MINERAIS E ÁGUA Quando os requerimentos de vitaminas e minerais não são preenchidos pela dieta artesanal, deverão ser suplementados em forma de sucos de frutas e vegetais, ou administração medicamentosa segundo os requerimentos individuais. Como ponto de referência para a formulação das soluções, tem-se utilizado as "Necessidades Diárias Recomendadas" (Recommended dietary Allowances - RDA) de nutrientes essenciais. Esses dados, no entanto, reportam às necessidades estimadas para indivíduos sadios, não sendo aplicáveis de forma integral às múltiplas variáveis patológicas que podem acentuar carências nutricionais específicas. A necessidade de água do paciente pode ser calculada em torno de 30 a 40ml/kg/dia, adequando-se às perdas sensíveis e insensíveis extras ou às necessidades individuais de restrição. ADEQUAÇÃO A distribuição de nutrientes em dieta enteral deve assemelhar-se à dieta normal, nas proporções de 50%-65% das calorias totais sob a forma de carboidratos, 10%-15% de proteínas e 25%-35% de lipídios, ajustando-se às leis da alimentação. Em casos específicos, como insuficiência renal, hepática, pulmonar, diabetes e outras, a dieta enteral deverá ser modulada de modo a satisfazer as exigências nutricionais da doença de base. CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A SELEÇÃO DA DIETA ENTERAL São critérios básicos para a seleção da dieta enteral: doença de base do paciente, idade, requerimento calórico imposto pela situação metabólica no momento, 86 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores necessidades específicas de nutrientes, capacidade digestiva e absortiva, apresentação de nutrientes, conteúdo de lactose, osmolaridade, consistência, viscosidade, diluição, relação caloria/g N° balanceamento de nutrientes, necessidade de nutrientes especiais, disponibilidade financeira (no domicílio e no hospital), custo e relação custo-benefício. CLASSIFICAÇÃO DAS DIETAS ENTERAIS A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através da Resolução 449, de 09 de setembro de 1999, aprovou o regulamento técnico para alimentos enterais. A classificação dos alimentos enterais segundo o regulamento é: 1- alimentos nutricionalmente completos; 2 - alimentos para suplementação; 3 - alimentos para situações metabólicas especiais; 4 - módulos de nutrientes. Considerando o fornecimento de macro e micronutrientes, a complexidade dos nutrientes, o grau de especialização e a presença ou não de elementos específicos apresentamos a seguir uma classificação mais detalhada das dietas enterais. DIETAS POLIMÉRICAS São compostas por proteínas, lipídios e carboidratos íntegros ou parcialmente hidrolisados, conservando pesos moleculares mais elevados. São as mais indicadas em NE. Preservam as funções dos intestinos e a osmolaridade é menor que das dietas pré- digeridas. O custo é menor. As dietas poliméricas mais utilizadas são as industrializadas isentas de lactose e as in natura ou artesanais. 87 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores DIETAS PRÉ-DIGERIDAS (ELEMENTARES, MONOMÉRICAS ou OLIGOMÉRICAS) São compostas por nutrientes de baixo peso molecular, que requerem capacidade digestiva e absortiva mínimas, daí o nome pré-digeridas, ou seja, já em formas simplesde açúcares, proteínas e lipídios, não exigindo grande trabalho absortivo. São industrializadas. A fonte protéica inclui di e tripeptídios e aminoácidos. Carboidratos são oligossacarídeos, sacarose e glicose, enquanto a fonte lipídica consiste em triglicerídios de cadeia média (TCM) e alguma quantidade de ácidos graxos essenciais. Devido ao baixo peso molecular são hiperosmolares podendo, por isso, predispor à diarréia osmótica. Por este motivo, devem ser adiministrados preferencialmente de maneira contínua sendo muitas vezes importante à utilização de bombas infusoras e, se possível, no estômago. Estão indicadas em doentes com alterações transitórias dos mecanismos de digestão e absorção, como em disfunção biliopancreática, síndrome do intestino curto, doença intestinal inflamatória e pós-operatório precoce, entre outros. DIETAS INDUSTRIAUZADAS Apresentam como vantagens o conhecimento da composição dos nutrientes, controle da consistência e osmolaridade, simplicidade na manipulação e armazenamento e maior segurança bacteriológica. São comercializadas em pó, para serem reconstituídas em água, ou já prontas na forma líquida. DIETAS ARTESANAIS São elaboradas a partir de alimentos naturais completos, contendo nutrientes e fibras íntegras, podendo incluir lactose, módulos e suplementos-industrializados. A sua alta viscosidade freqüentemente dificulta a utilização em cateteres nasoenterais finos, que se obstruem. São bem empregados em pacientes alimentados por gastro ou jejunostomias, quando se utilizam cateteres de maior calibre. São especialmente úteis em NE domiciliar. São de mais baixo custo. 88 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores DIETAS COMPLETAS São aquelas que fornecem proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais em quantidades suficientes para manter o estado nutricional de um indivíduo sadio e normal, sem que se utilize qualquer outra fonte de dieta. SUPLEMENTOS São misturas de dois ou mais nutrientes não completos em relação à adequação da dieta normal. Encontrados comercialmente na forma de pó liofilizado. Utilizados rotineiramente para completar o valor calórico total de dietas artesanais ou como suplementação de uma dieta oral insuficiente. Possuem a propriedade de apresentar viscosidade inferior à dos alimentos in natura utilizados na confecção da dieta artesanal. DIETAS LÁCTEAS São aquelas que apresentam lactose na sua composição; caracteriza-se pela palatabilidade agradável e exigem capacidade digestiva e absortiva completas. DIETAS ISENTAS DE LACTOSE São aquelas cuja formulação apresenta-se livre de lactose, embora possa apresentar componentes do leite, como a caseína, na sua composição. DIETAS COM FIBRAS "ADICIONAIS" São dietas enterais que apresentam fibras adicionadas na sua composição. As fibras tornam a nutrição enteral mais fisiológica e mais próxima das características de uma alimentação normal por via oral. 89 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores DIETAS PARA SITUAÇÕES METABÓLICAS ESPECIAIS São destinadas a pacientes portadores de condições clínicas específicas, como insuficiências hepática, renal, cardíaca e pulmonar, diabéticos e imunossuprimidos. MÓDULOS DE NUTRIENTES São fontes isoladas e concentradas de determinado nutriente: proteína, gordura, carboidratos, vitaminas, minerais ou fibras. A osmolaridade varia e depende da apresentação química dos nutrientes (pré-digerida ou polimérica). Os módulos são misturados de modo a fornecer fórmulas com propriedades especiais, úteis em certas condições nas quais não é possível o uso de fórmulas fixas como erros inatos do metabolismo, intolerâncias ou alergias alimentares e insuficiências orgânicas. Ainda são indicados na elaboração de dietas artesanais para casos individualizados. Seu custo é bastante variável. Abaixo descrevemos a indicação de alguns módulos disponíveis no mercado brasileiro. VIAS DE ACESSO PARA A NUTRIÇÃO ENTERAL Sempre que se opta por NE, deve-se definir criteriosamente a melhor via de acesso: cateter nasoenteral em posição gástrica ou jejunal, gastrostomia ou jejunostomia, endoscópicas ou convencionais. A escolha da via de acesso é individualizada e depende fundamentalmente de algumas características do paciente: se ele tem risco aumentado de aspiração, a posição do cateter deverá ser pós-pilórica. Se a dieta escolhida é artesanal, conseqüentemente de maior viscosidade, opta-se por cateteres mais calibrosos e, na maioria das vezes, isso é facilitado com o uso de ostomias. Se por outro lado, o paciente é candidato à NE, sem perspectiva de retornar à via oral, também se indicam ostomias: esse procedimento determina maior conforto, durabilidade do cateter, menor risco de obstrução e fácil manuseio. 90 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores POSIÇÃO GÁSTRICA A posição gástrica será indicada sempre que possível por ser mais fisiológica. Apresenta como vantagens à possibilidade de administração de maiores volumes de maneira intermitente, maior liberdade no manejo das fórmulas no que diz respeito aos componentes e osmolaridade. Por ser mais próxima da fisiologia digestiva, tem menores índices de complicações gastrointestinais, o que geralmente faz com que não seja necessário o uso de bombas infusoras. Apesar de ser a posição de escolha, não está totalmente isenta de riscos. Pacientes neurológicos e aqueles com reflexo de tosse alterado, parecem ser os de maior risco. Nesses casos deve ser avaliada a colocação do cateter em posição pós-pilórica. O acesso à posição gástrica é obtido por cateterismo ou por ostomia. O cateterismo é realizado segundo a técnica tradicional, às cegas. Deve-se optar pelo emprego de cateteres finos e maleáveis, do tipo Dob-Hoff Para os casos em que haja dificuldade de cateterismo às cegas, é recomendado o posicionamento com o auxílio de endoscópio ou fluoroscópio. Estas técnicas são eficazes, mas elevam os custos do procedimento e nem sempre são mutuamente exclusivas. POSIÇÃO INTESTINAL A posição intestinal refere-se a cateter em posição pós-pilórica, no duodeno ou no jejuno. Será empregada apenas nos casos em que a administração gástrica for contra- indicada ou impossível. Tem indicação, portanto, em pós-operatórios do trato digestivo superior (como esofagogastrectomias e traumas abdominais), em casos de gastroparesia prolongada, obstrução gástrica, refluxo gastroesofágico e quadros neurológicos nos quais o risco de aspiração é maior, em especial nos casos de pneumonia por aspiração de repetição. Torna-se fundamental ressaltar que, embora a dieta esteja sendo administrada em posição pós-pilórica, não existe garantia total de que não haverá aspiração. Portanto, os mesmos cuidados exigidos para prevenção de aspiração com cateter em posição gástrica, devem ser utilizados aqui também. 91 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores A administração será por cateter nasoduodenal ou nasojejunal nos casos em que a previsão de necessidade de suporte nutricional é por tempo menor do que seis semanas. Esta posição pode ser obtida, assim como a posição gástrica, através de técnica tradicionalde sondagem às cegas. O cateter, inicialmente colocado no estômago, deve migrar para o intestino delgado, conduzido pelos movimentos peristálticos. Para facilitar a migração, pode-se colocar o paciente em decúbito lateral direito e administrar procinéticos ou mesmo eritromicina venosa. Se a migração não ocorre, tenta-se posicionar o cateter guiado por fluoroscopia ou, de preferência, por endoscopia. INTRODUÇÃO DO CATETER Sempre que se opta por NE, deve-se definir criteriosamente a melhor via de acesso: cateter nasoenteral em posição gástrica ou jejunal, gastrostomia ou jejunostomia. Sempre que possível, escolhe-se posição máxima das funções digestiva e absortiva do tubo digestivo. A introdução do cateter naosoenteral é realizada empregando técnica correta para assegurar o seu posicionamento adequado. A técnica de introdução do cateter deve ser padronizada pela comissão de terapia nutricional. Indicações da Nutrição Enteral (NE) Segundo as Vias de Acesso Vias de Acesso Indicações Orogástrica prematuros e recém-nascidos Nasogástrica previsão de NE por tempo < 6 semanas; pacientes sem risco de broncoaspiração (reflexo de tosse presente, consciente, ausência de refluxo gastroesofágico); pacientes com esvaziamento normal do conteúdo gástrico e duodenal; pacientes em envolvimento do estômago com a doença primária (ausência de c obstrução); pacientes sem presença de vômitos intratáveis. Nasoduodenal nasojejunal previsão de NE por tempo a < 6 semanas; pacientes com risco de broncoaspiração (reflexo de tosse ausente, inconsciente ou nível de consciência diminuído, presença de refluxo gastroesofágico significativo); pacientes com gastroparesia ou esvaziamento gástrico anormal (estase gástrica), náuseas e vômitos refratários; pacientes com disfunção gástrica passageira, em caso de trauma ou cirurgia; pacientes que necessitam de alimentação precoce no pós-operatório. 92 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores ATIVIDADES DO FARMACÊUTICO RELACIONADAS À TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL As comissões ou grupos de terapia nutricional, de caráter multidisciplinar, estabelecem nos hospitais as normas e os procedimentos para assegurar condições adequadas de avaliação nutricional, prescrição, formulação, armazenamento, conservação e administração de nutrição enteral e/ou parenteral. O farmacêutico hospitalar participa dessas comissões. Em relação à terapia nutricional enteral as atividades do farmacêutico são as seguintes: - selecionar, adquirir, armazenar e distribuir criteriosamente a nutrição enteral industrializada, quando estas atribuições, por razões operacionais, não forem de responsabilidade do nutricionista; - assegurar que a entrega dos insumos seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante; - participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações para nutrição enteral; - avaliar a formulação da prescrição médica quanto à compatibilidade físico- química, fármaco-nutriente e nutriente-nutriente; - orientar a equipe de saúde sobre a administração de medicamentos por cateter enterais; - participar de estudos de farmacovigilância com base em análise de reações adversas e interações fármaco-nutriente, nutriente-nutriente. TERAPIA ANTINEOPLÁSICA ONCOGÊNESE O câncer é um distúrbio celular caracterizado por alterações no processo de duplicação do DNA, resultando em proliferação celular alterada, de forma desordenada. Qualquer que seja a causa do câncer, este é basicamente uma doença celular, caracterizado por um desvio dos mecanismos de controle das células. 93 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Estas, uma vez que sofreram transformação neoplásica, expressam sinais de imaturidade aparente e podem exibir anormalidade cromossômica qualitativa ou quantitativa que são expressas por translocações e aparecimento de seqüências gênicas amplificadas. Os fatores que determinam o surgimento do câncer ainda não estão bem esclarecidos, mas sabe-se, no entanto, que duas propriedades hereditárias regem o processo da oncogênese: 1) elas se reproduzem em detrimento das células normais; 2) possuem o poder de invasão a outros tecidos, próximos ou distantes do seu ponto de origem. TERAPIA ONCOLÓGICA A terapia oncológica consiste no tratamento dos pacientes portadores de câncer, através de qualquer das modalidades disponíveis à prática médica. São as intervenções cirúrgicas, radioterapia, imunoterapia e quimioterapia, que podem ser aplicadas sozinhas ou associando-se uma modalidade à outra. Atualmente o recurso mais empregado é o da quimioterapia, a qual utiliza os medicamentos antineoplásicos, através de protocolos de um ou mais medicamentos, dependendo do tipo e do estágio do tumor. A hipertermia é considerada um adjuvante terapêutica bastante promissor, tanto no diagnóstico, melhorando o contraste das imagens na ressonância magnética (RM), quanto no tratamento em associação a outras técnicas27. É uma modalidade de tratamento que visa a erradicar as células cancerosas através da elevação da temperatura na massa tumoral, aplicando-se microondas, ondas de radiofreqüência e agulhas eletromagnéticas no tecido lesado. MEDICAMENTOS ANTINEOPLÁSICOS CARACTERÍSTICAS 94 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Os antineoplásicos são agentes químicos usados no tratamento do câncer para inibir o crescimento celular, atuando sobre as moléculas que controlam a divisão e o desenvolvimento das células. O grupo farmacológico dos antineoplásicos inclui vários agentes que atuam por mecanismos complexos, através de interações destes com o ácido desoxirribonucléico (DNA), ácido ribonucléico (RNA), e proteínas. O processo de interação não está bem esclarecido, sabe-se, no entanto que os agentes antineoplásicos atuam de forma semelhante à radiação ionizante. Eles não destroem diretamente as células cancerosas, porém impedem e/ou diminuem a habilidade de replicação do DNA, não possuindo ação seletiva sobre os tecidos neoplásicos, e apresentando efeitos cumulativos. O efeito antineoplásico é dependente da ação citotóxica, afetando indistintamente tanto as células normais, quanto às células alteradas, especialmente aquelas que se dividem rapidamente, como as da medula óssea, epitélio gastrointestinal, pele, folículo piloso, epitélio germinativo das gônadas e as estruturas embrionárias. Os pacientes terapeuticamente expostos a esses agentes podem apresentar reações adversas, como náuseas, vômitos, alopécia, hiperpigmentação, reações cutâneas e efeitos tóxicos em diversos órgãos: coração, rins, pulmões. CLASSIFICAÇÃO A classificação dos antineoplásicos é feita de forma empírica, com base no mecanismo de ação sobre o ciclo de reprodução celular. Estão distribuídos entre os grupos: alquilantes, antimetabólitos, antibióticos, agentes naturais e agentes diversos. O agente que age em uma fase específica do ciclo celular, como por exemplo, etoposido, hidroxiuréia, alcolóides da vinca e bleomicina, é denominado ciclo celular específico, e quando a sua ação é independente de uma fase específica no ciclo celular, é denominado ciclo celular inespecífico. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PACIENTE ONCOLÓGICO A eficácia dos fármacos antineoplásicos é alcançadamediante o seu potencial citotóxico. Isto indica que pequenas variações nas doses podem gerar graves danos ao 95 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores paciente. Se forem preparadas doses ligeiramente menores do que as prescritas poderão não produzir o efeito esperado, se as doses forem ligeiramente maiores poderão gerar um quadro de toxicidade, que pode ser letal. As doses prescritas devem ser rigorosamente atendidas. Deve-se ainda considerar que os doentes portadores de câncer são imunossuprimidos, quer pela doença de base, quer pelo fármaco que lhe está sendo administrad06. É necessário, portanto, a utilização de uma técnica rigorosamente asséptica para o preparo das soluções parenterais, contribuindo desta maneira para evitar quadros de infecção e septicemia. O farmacêutico que atende ao paciente oncológico poderá ajudar na detecção de sintomas indicativos de sobreposição de toxicidades, ou seja, quando dois ou mais medicamentos, que são administrados simultaneamente, apresentam efeitos adversos que se potencializam. É aconselhável que o farmacêutico sugira a diminuição das doses de pelo menos um dos componentes do esquema terapêutico. Em qualquer situação é aconselhável que o farmacêutico acompanhe a evolução clínica do paciente se inteirando das reações colaterais significantes, verificar se o medicamento está sendo administrado no tempo prescrito pelo médico, e a forma como está sendo acondicionado na clínica. CENTRAL DE MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÃSICOS A Central de Manipulação de Antineoplásicos é um setor onde são realizadas todas as atividades envolvendo a operação farmacêutica de preparo das soluções parenterais destinadas ao tratamento do câncer. As soluções são manipuladas de acordo com a prescrição médica destinada a cada paciente, de forma individual e personalizada. As técnicas empregadas para diluir os antineoplásicos são extremamente complexas, tornando-se aconselhável à centralização das atividades de manipulação desses fármacos. A manipulação centralizada apresenta as seguintes vantagens: - melhor controle dos riscos decorrentes da exposição dos trabalhadores envolvidos com agentes antineoplásicos e meio ambiente; - garantia de qualidade das soluções parenterais e dos serviços prestados aos pacientes oncológicos; 96 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores - redução dos custos com recursos humanos, fármacos e material utilizado na manipulação dos antineoplásicos; - melhor gerenciamento do setor, visando a alcançar eficácia, eficiência e efetividade nos serviços prestados. Para implantar uma Central de Manipulação de Antineoplásicos é necessária a elaboração de um projeto claro, conciso e coerente com a realidade do hospital ou clínica. Cada parte do projeto deve ser explicada com argumentos técnicos para justificar os equipamentos, a área física e os recursos humanos apresentados. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÃSICOS Os antineoplásicos para uso oral não são prescritos com muita freqüência, e muito embora os fármacos nesta apresentação já estejam prontos para a dispensação, são necessários alguns cuidados ao manuseá-os. A operação mecânica de fracionamento dos comprimidos ou individualização das cápsulas para dispensação faz liberar pó, cuja composição é semelhante a das formas farmacêuticas que lhes deram origem. Quando o fracionamento requer ajuste da dose, a operação farmacêutica envolve atividades minuciosas, como pulverização, pesagem e/ou dissolução do fármaco. É conveniente que se tenha um local exclusivo, com ventilação natural adequada para esta operação, dotado de um sistema de exaustão de tal forma que as partículas não contaminem o ambiente de trabalho. É indispensável que o trabalhador esteja equipado com o EPI adequado. É aconselhável que o farmacêutico tenha auxiliares na execução das atividades de manipulação de quimioterápicos. As atribuições do auxiliar são: ligar e preparar a Câmara de Segurança Biológica, separar e material, suprir a sala de manipulação com todos os materiais necessários ao preparo das soluções, rotulá-las e acondicioná-las adequadamente. É também atribuição do auxiliar de manipulação limpar e desligar a câmara e acondicionar adequadamente todos os resíduos de antineoplásicos possibilita maior segurança ao manipulador, uma vez que este não precisa se levantar ou se movimentar muito enquanto manipula, podendo desenvolver sua atividade com a destreza e a rapidez que a técnica exige. Outra vantagem é a viabilização de um trabalho de forma mais racional, evitando erros, desperdícios e, conseqüentemente, diminuindo custos. 97 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Para manusear adequadamente os antineoplásicos é necessário tomar precauções para minimizar a formação de aerossol no ambiente de trabalho. A diluição deve ser rápida, cuidadosa e com rigorosa técnica asséptica. Deve-se ter o cuidado de não deixar ar dentro da seringa, colocando o bisel em contato com o líquido de dentro do frasco-ampola, a fim de não aspirar o ar existente, caso as embalagens tenham pressão positiva, e aspirar o máximo de solução que a seringa permitir. A seringa deve ser selecionada de acordo com o volume a aspirar. A técnica vai sendo aperfeiçoada à medida que o farmacêutico for treinado, tendo-se sempre em mente que a formação de aerossol coloca em risco a saúde do trabalhador. A seqüência para a manipulação dos antineoplásicos segue, em linhas gerais, os seguintes passos: - análise das prescrições, realização dos cálculos e confecção dos rótulos; - separação e limpeza do fármaco e da bolsa de diluente. Conduzi-los à sala de transferência e desta à sala de manipulação; - após se desfazer de todos os adornos pessoais, faz-se a anti-sepsia das mãos e antebraço. Segue-se a paramentação com os EPI; - cubra a bancada com um campo de plástico, e sobre este outro campo de papel absorvente (pode ser o que envolve as luvas), ambos estéreis; - o auxiliar vai distribuindo o material sobre a bancada à medida que forem sendo desenvolvidas as atividades de manipulação; - posicionar-se junto à câmara e calçar as luvas cirúrgicas; - proceder à reconstituição do fármaco e à sua diluição de acordo com as - técnicas de manipulação farmacêutica, observando a dose prescrita pelo médico; - conectar o equipo e verificar a ocorrência de vazamento; - entregar ao auxiliar para a rotulagem; - a utilização de gazes estéreis é sempre recomendada para dar mais segurança, no momento de quebrar a ampola, aspirar a solução do frasco- ampola e ao adicionar o medicamento reconstituído à bolsa de sistema fechado, contendo soro fisiológico, glicosado ou outro diluente. 98 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores VIGILÂNCIA À SAÚDE E À SEGURANÇA DO TRABALHADOR Deve-se prestar atenção a quaisquer discrasias sangüíneas em trabalhadores com antineoplásicos. Exames para detecção de lesão genética ou a determinação das funções imunológicas são muito caros e inconvenientes como teste de triagem. A Occupational Safety and Health Administration -OSHA recomenda exames físicos, hemograma completo e provas de funções hepática e urinária.No universo da Saúde do Trabalhador deve ser considerado todo fator nocivo que proporcione condição desfavorável à saúde. Fatores como a luz, a umidade, o calor, o movimento repetitivo, a monotonia, a ansiedade, posições incômodas, trajetos passíveis de acidentes, devem ser analisados no ambiente de trabalho. A segurança do trabalhador com antineoplásicos começa no momento em que esses fármacos são entregues na farmácia do hospital. Toda embalagem contendo antineoplásicos deve ser identificada com símbolo de alerta, que indique substância citotóxica. O pessoal encarregado de receber os produtos no Centro de Abastecimento Farmacêutico, deve ser treinado para trabalhar com substâncias potencialmente citotóxicas. Várias medidas prevencionistas são recomendadas para a proteção dos trabalhadores, e entre estas citamos as que melhor se adaptam ao manuseio dos agentes antineoplásicos. Deve-se dar preferência aos fármacos já reconstituídos e utilizar as embalagens que possibilitem ao trabalhador menor tempo de exposição. Quanto menos embalagens forem manuseadas, menor será o risco de exposição. A substituição das formas de apresentação dos fármacos deve garantir a qualidade do produto e a segurança do trabalhador. O tipo de vidro, o processo de rotulagem, o tipo de pressão interna do frasco, a tampa dos frascos são alguns aspectos importantes a serem analisados na hora de fazer a opção pela melhor forma de apresentação do produto. As bolsas de soro, os equipos, as seringas e as agUlhas devem também oferecer segurança ao trabalhador, por isso é importante avaliar o material com que são fabricados e o sistema de conexão que une uma peça à outra. 99 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores Outra medida prevencionista consiste na implantação da central de manipulação de antineoplásicos. Uma central para a administração de antineoplásicos é também uma medida importante para o controle da exposição ocupacional aos antineoplásicos, através do enclausuramento dos riscos. Informar ao trabalhador sobre a importância do uso regular do EPI adequado, e a fiscalização no cumprimento dessa norma, constitui outra medida importante no controle efetivo das doenças ocupacionais. Ao receber o EPI, o trabalhador deve receber treinamento para utilizá-lo corretamente. Uma avaliação médica faz-se necessária, a fim de que seja detectada qualquer limitação física e/ou psicológica que impossibilite o trabalhador de exercer atividades que requeiram o uso do EPI. Apesar de o grau de evidência carcinogênica de vários antineoplásicos já ter sido demonstrado através de estudos experimentais em animais e humanos, a legislação em nosso país ainda é omissa em relação à vigilância à saúde dos trabalhadores com antineoplásicos. No entanto, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e a Comissão Interna de Prevenção de Acidente (CIPA) devem promover a vigilância à saúde e à segurança desse grupo de trabalhadores. Só o treinamento e a educação continuada proporcionarão ao trabalhador com antineoplásico condições mais seguras de manuseio desses agentes, através do aprimoramento das técnicas de manipulação e do reconhecimento dos riscos potenciais de exposição aos fármacos que são utilizados para o tratamento do câncer. O trabalhador com antineoplásicos deve sempre ter em mente a segurança do paciente e a sua própria segurança, manipulando com rigorosa técnica asséptica e minimizando os riscos através do aprimoramento das técnicas de manipulação e das medidas de proteção. ATENÇÃO FARMACÊUTICA APLICADA À FARMÁCIA HOSPITALAR A atenção farmacêutica concebida como a forma pela qual o paciente recebe o melhor tratamento medicamentoso possível, é aplicável a todos os níveis de atuação do 100 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores farmacêutico clínico, seja ele especializado em determinada área ou não. Observou-se, entretanto, que em hospitais menores, com estruturas organizacionais mais simples, a mudança de atitude do profissional em direção a atenção farmacêutica ocorre mais facilmente. Cabe ressaltar que a atenção farmacêutica não se limita ao âmbito hospitalar (pacientes hospitalizados), mas também se estende a pacientes ambulatoriais, casas de saúde, drogarias farmácias e a pacientes que recebem atendimento domiciliar. A adoção do sistema de atenção farmacêutica exige mudanças no comporta- mento profissional. Para aqueles que já praticam a farmácia clínica, essas mudanças são relacionadas apenas à atitude. Entretanto para os que estão presos a um sistema de distribuição de medicamentos, exige-se aperfeiçoamento dos conhecimentos e habilidades. Preparar o farmacêutico para o exercício dessa nova atribuição é passo fundamental para o sucesso de qualquer programa de atenção farmacêutica. A primeira atitude do profissional que vai iniciar um programa de atenção farmacêutica é estabelecer quais as atividades a serem desenvolvidas, as informações a serem solicitadas e de que forma isto será documentado, da maneira mais clara possível, com fácil acesso. O próximo passo e estabelecer um bom relacionamento com os demais integrantes da equipe multidisciplinar, especialmente médicos e enfermeiros, que tradicionalmente apresentam certa relutância quanto a presença do farmacêutico em um local anteriormente dominado por eles. O relacionamento tende a ser facilitado conforme o farmacêutico inicia seu trabalho e fornece informações sobre medicamentos, auxilia no monitoramento farmacocinético, faz relatos sobre reações adversas a medicamentos observadas, monitora a resposta aos tratamentos, realiza educação sanitária, entre outros. Assim como a assistência à saúde esta claramente definida em termos ao nível primário (unidades básicas de saúde — UBS), secundário hospital de caráter geral e terciário (hospitais e clínicas especializados), pode-se imaginar que a assistência e a atenção farmacêutica poderiam ser organizadas de forma semelhante. A atuação do farmacêutico na UBS, farmácias. drogarias, hospitais de caráter gerais e especializados de forma integrada, certamente resultaria em benefício para a população, com redução de gastos em saúde, pelo desenvolvimento das seguintes ações: 101 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores • Orientação sobre o uso correto de medicamentos; • Educação sanitária de pacientes, especialmente nos casos de doenças crônicas, com redução da morbidade e de reinternações por falta de adesão ao tratamento ou reações adversas a medicamentos; • Elaboração do perfil farmacoterapêutico para determinados pacientes e contato com os profissionais prescritores; • Comprometimento com os resultados dos tratamentos farmacológicos. Nesse sentido, vários segmentos deveriam estar mobilizados para viabilizar essa ação integrada, como, por exemplo: área acadêmica (atualizando os currículos dos cursos de graduação em farmácia em relação a atenção farmacêutica: colaborando com a implantação de cursos de educação continuada) órgãos de classe (aprimorando as sistemáticas da fiscalização da prática profissional), área governamental (implementando a inserção do profissional farmacêutico na equipe multidisciplinar da saúde: aprimorando as políticas de saúde e de medicamentos).------ FIM MÓDULO III ----- NUTRIÇÃO PARENTERAL Indicações Composição da nutrição Parenteral Condições de trabalho e uso da bancada de fluxo laminar Controle de qualidade Procedimentos recomendados durante a inserção do cateter TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL INDICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL CÁLCULO DAS NECESSIDADES PROTEÍNAS CARBOIDRATOS LIPÍDIOS VITAMINAS, MINERAIS E ÁGUA ADEQUAÇÃO CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A SELEÇÃO DA DIETA ENTERAL CLASSIFICAÇÃO DAS DIETAS ENTERAIS DIETAS POLIMÉRICAS DIETAS INDUSTRIAUZADAS DIETAS ARTESANAIS DIETAS COMPLETAS SUPLEMENTOS DIETAS LÁCTEAS DIETAS ISENTAS DE LACTOSE DIETAS COM FIBRAS "ADICIONAIS" MÓDULOS DE NUTRIENTES VIAS DE ACESSO PARA A NUTRIÇÃO ENTERAL POSIÇÃO GÁSTRICA POSIÇÃO INTESTINAL INTRODUÇÃO DO CATETER TERAPIA ANTINEOPLÁSICA ONCOGÊNESE TERAPIA ONCOLÓGICA MEDICAMENTOS ANTINEOPLÁSICOS CARACTERÍSTICAS ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PACIENTE ONCOLÓGICO CENTRAL DE MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÃSICOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÃSICOS VIGILÂNCIA À SAÚDE E À SEGURANÇA DO TRABALHADOR ATENÇÃO FARMACÊUTICA APLICADA À FARMÁCIA HOSPITALAR