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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ 
CAMPUS: DUQUE DE CAXIAS 
ALUNA: MARLENE DINIZ VON RONDOW 
MATRICULA: 201512783935 
PROFESSORA: CRISTIANE RODRIGUES DUTRA 
DISCIPLINA: PRATICA SIMULADA 1 
 
 
Caso concreto 3: 
 
Gerson, brasileiro, solteiro, medico, residente em Vitoria/ES, é credor de Bernardo, viúvo, 
residente em Salvador /BA, conforme nota promissória no valor de R$80.000,00 (oitenta 
mil reais), já vencida em 10/10/2016. 
Ocorre que, Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, 
fez uma doação, de seus dois imóveis, um localizado em na cidade de Aracruz e o outro 
localizado em Linhares, ambos no Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00, para sua 
filha Janaina, menor impúbere, residente em Macaé /RJ, com sua genitora, com cláusula 
de usufruto vitalício em seu favor do próprio Bernardo, além da cláusula de 
incomunicabilidade, conforme Certidão de Ônus Reais. 
Cumpre salientar que as dívidas de Bernardo ultrapassam a soma de R$ 400.000,00, 
sendo certo que o imóvel doado para sua filha está alugado para terceiros. 
Diante de tal situação, Gerson contrata seu serviço advocatício, para defesa de seus 
interesses, com o fim de anular a doação dos imóveis realizada pelo devedor Bernardo. 
 
Nas condições de advogada de Gerson, com procuração assinada pelo mesmo, 
provocarei o Estado-Juiz, com uma Ação Pauliana / Ação Revocatória. 
Para a elaboração da peça utilizarei os seguintes artigos: Competência o art. 50 CPC, 
gratuidade de justiça - art. 98 CPC, fundamentos - art. 158 c/c 178, II – ambos do Código 
Civil, audiência de mediação e conciliação - art. 319, IV CPC, provas - art. 369 do CPC e 
para a estipulação do valor da causa o art. 292, II do CPC. 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA 
DE MACAÉ/RJ. 
 
 
 
 
GERSON, brasileiro, solteiro, médico, portador do documento de identidade nº XXXXX, 
inscrito no CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXX, nº XXX, 
bairro, Vitória/ES, portador do endereço eletrônico XXX, vem, por seu Advogado, com 
endereço na Rua XXXXXXX, nº XXX, bairro, cidade/UF, onde recebe notificações e 
intimações e com endereço eletrônico XXX, propor a presente: 
 
 
AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. 
 
 
Pelo procedimento comum, em face de BERNARDO, brasileiro, viúvo, profissão, portador 
do documento de identidade nº XXXXX, inscrito no CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e 
domiciliado na Rua XXXXXXX, nº XXX, bairro, Salvador/BA e JANAINA, brasileira, solteira, 
menor impúbere, portadora do documento de identidade nº XXXXX, inscrito no CPF nº 
XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua XXXXXXX, nº XXX, bairro, Macaé/RJ, 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
 
I. FATOS 
 
Ocorre que o Autor e credor do réu, conforme nota promissória em anexo, no valor de 
80.000,00 vencida em 10/10/2016. 
O réu dias após o vencimento da dívida com o autor, fez uma doação, de seus dois 
imóveis, a sua filha Janaina, menor impúbere, residente em Macaé, com clausula de 
usufruto vitalício, além de clausula de incomunibilidade, conforme Certidão de Ônus 
Reais. 
Um dos Imóveis está localizado na cidade de Aracruz e o outro localizado em Linhares, 
ambos em espirito Santo, no valor de 300.000,00. 
Diante de tal situação e após tentativas infrutíferas para manter contato com o Réu, e 
resolver de forma amigável, faz se necessário a intervenção do Estado Juiz. 
 
II. DOS FUNDAMENTOS 
A ação Pauliana consiste numa ação pessoal movida por credores com intenção de 
anular negócio jurídico feito por devedores insolventes com bens que seriam usados 
para pagamento da dívida numa ação de execução. 
A fraude contra credores é um defeito no negócio jurídico, onde o devedor aliena seus 
bens agindo de má fé, já com a intenção de prejudicar o credor, podendo alienar de 
forma onerosa ou gratuita. 
Nas palavras de Carlos Roberto Gonçalves: 
“Não conduzem a um descompasso entre o íntimo querer do 
agente e a sua declaração. A vontade manifestada corresponde 
exatamente ao seu desejo. Mas é exteriorizada com a intenção 
de prejudicar terceiros ou de fraudar a lei”. (Direito Civil – Parte 
Geral, vol. I, São Paulo, Ed. Saraiva, 1997, p. 98) 
 
No caso em tela, o RÉU aliena seus bens de forma gratuita, doando a sua filha Janaina 
seus dois imóveis com cláusula de usufruto vitalício a favor dos Réus, além da cláusula 
de incomunicabilidade, sabendo o RÉU de suas dívidas inclusive da nota promissória que 
estava vencida em favor o AUTOR. 
Não nos resta dúvida vossa Excelência que o RÉU já estava com a intenção de não pagar 
sua dívida com o AUTOR. 
 
Como já dizia Cristiano Vieira Sobral Pinto 
“Vislumbra-se prática maliciosa, realizada pelo devedor, de atos 
que desfalcam seu patrimônio, com o fim de colocá-lo a salvo de 
uma execução por dívidas em detrimento dos direitos creditórios 
alheios.” (7ª edição , Pagina 119). 
 
O artigo 158 do Código Civil diz: 
“Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de 
dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido 
à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos 
credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.” 
Ainda o artigo 171 do Código Civil: 
 
“Art. 171 – Além dos casos expressamente declarados em lei, é 
anulável o negócio jurídico: 
I - .... 
II – Por vicio resultante de erro, dolo coação, estado de perigo 
lesão ou fraude de credores.” 
 
É notório Vossa Excelência que o Réu agiu maliciosamente, onde com está doação sua 
intenção era apenas, trazer prejuízo ao credor, ora Autor. 
 
Sobre o tema, veja o recente julgado: 
 
Fraude contra credores. Efeitos. Sentença. 
 
Trata-se, na origem, de ação pauliana (anulatória de doações) 
contra os recorrentes na qual se alega que um dos réus doou 
todos os seus bens aos demais réus, seus filhos e sua futura 
esposa, todos maiores e capazes, por meio de escrituras 
públicas, de modo que, reduzindo-se à insolvência, sem nenhum 
bem em seu nome, infringiu o disposto no art. 106 do CC/1916. 
O Min. Relator entendeu, entre outras questões, que estão 
presentes os requisitos do citado artigo ensejadores da fraude 
contra credores e que chegar a conclusão diversa demandaria o 
reexame do conjunto fático-probatório. Quanto aos efeitos da 
declaração de fraude contra credores, consignou que a sentença 
pauliana sujeitará à excussão judicial o bem fraudulentamente 
transferido, mas apenas em benefício do crédito fraudado e na 
exata medida desse. Naquilo que não interferir no crédito do 
credor, o ato permanecerá hígido, como autêntica manifestação 
das partes contratantes. Caso haja remissão da dívida, o ato de 
alienação subsistirá, não havendo como sustentar a 
anulabilidade. Assim, a Turma, ao prosseguir o julgamento, deu 
parcial provimento ao recurso. Precedente citado: REsp n. 
506.312-MS, DJ 31.08.2006; REsp n. 971.884-PR, rel. Ministro 
Sidnei Beneti, j. em 22.03.2011 (ver Informativo n. 467). 
 
 
 
Por fim o ato de alienar seus bens, traz um vício no negócio jurídico, cabendo portanto a 
sua anulação. 
 
II. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
 
A parte Autora, informa, nos moldes do §5º, do art. 334, do CPC, o seu desinteresse na 
realização da audiência de conciliação Da qual se trata o art. 334 do CPC. 
 
IV. PEDIDOS 
Diante do exposto, REQUER-SE: 
 
1. Citação das Rés, para querendo apresentar defesa na forma da lei, sob pena de revelia; 
2. Citação do MP, nos termos do art. 82, I do CPC; 
3. Seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico; 
4. Sejam as Rés condenadas a pagar as custas judiciaise os honorários de advogado 
razão de 20% (vinte por cento); 
 
VII – DAS PROVAS 
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas em especial documental, 
testemunhal, pericial e depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão. 
 
 
Dá à causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). 
 
MARLENE VON RONDOW 
OAB/RJ

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