Buscar

Constitucional Avancado

Prévia do material em texto

01 de agosto 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
1. FUNDAMENTOS 
1.1. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 
As normas constitucionais possuem status normativo superior, na medida em que todas as 
demais normas retirarão seu fundamento de validade e legitimidade da Constituição (aspecto 
material/conteúdo) como também deverá observar o processo legislativo de criação das 
demais normas, observando estritamente o procedimento legislativo constitucional. 
1.2. NECESSIDADE DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
É necessária para a ampliação da força normativa da Constituição de tal maneira que 
instituições e órgãos políticos, bem como privados, obedeçam e respeitem princípios, valores e 
regramento constitucional. 
1.3. CONSTITUIÇÕES RIGIDAS 
➢ Constitucionalismo Moderno (EUA) 
➢ As normas constitucionais para sofrerem um processo de reforma ou revisão 
dependerão de um processo legislativo especial, solene e mais gravoso do que as 
demais normas. 
➢ Reforma Constitucional: 
• Quorum qualificado de 3/5 
• Votação em 2 turnos 
• Promulgação pela Mesa Câmara /Senado 
• Poder executivo não tem poder de veto, nem político, nem jurídico 
• Respeitar cláusulas pétreas (artigo 60, parágrafo 1º. I ao IV, CF) 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada 
uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou 
de estado de sítio. 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, com o respectivo número de ordem. 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto 
de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
 
➢ Revisão Constitucional 
• Sessão Unicameral (senado/câmara) 
• Quorum: maioria absoluta (50% + 1) 
• 5 anos após a promulgação 
• ATENÇÃO!!!! Já teve !!! 
 
2. JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
2.1 Origem 
 
Necessidade de promover o controle de constitucionalidade de atos normativos abstratos 
e atos concretos do Poder Publico a fim de manter a unidade e a supremacia da 
constituição, por meio da criação de procedimentos, técnicas processuais diferenciadas e 
mecanismos processuais de controle abstrato (ADI – ação direta de inconstitucionalidade; 
ADCON – ação direta de constitucionalidade; ADI por Omissão e ADPF – argüição de 
descumprimento de preceito fundamental) e controle concreto (HC – Habeas Corpus; MS – 
mandado de segurança; HD – habeas data; Ação Popular; Ação civil Publica; Impugnação 
ao cumprimento de sentença de titulo judicial fundado em lei ou ato normativo 
inconstitucional; RO – recurso extraordinário) 
 
➢ Precursor: Alexander Hamilton (O Federalista) 
Hamilton recrutou John Jay e James Madison para escrever uma série de ensaios que defendiam a Constituição 
proposta, agora conhecidos como O Federalista, e foi o que mais contribuiu para este projeto ao escrever 51 dos 85 
ensaios publicados (Madison escreveu 29 e Jay apenas cinco). Hamilton supervisou todo o projeto, recrutou os 
participantes, escreveu a maioria dos ensaios e acompanhou a publicação. Durante o projeto, cada indivíduo era 
responsável pelas suas áreas de especialização: Jay era responsável pelas relações internacionais, Madison pela 
História das repúblicas e das confederações, assim como pela anatomia do novo governo, e Hamilton pelos ramos 
do governo que lhe eram mais pertinentes: os ramos judicial e executivo. Este cobriu ainda alguns aspectos do 
Senado, assim como assuntos militares e impostos. Os ensaios foram publicados pela primeira vez no The 
Independent Journal em 27 de outubro de 1787. 
Hamilton escreveu o primeiro ensaio e assinou-o sob o pseudônimo Publius, fazendo o mesmo com os restantes 
ensaios. Jay escreveu os quatro ensaios seguintes onde falava sobre os pontos fracos da confederação a necessidade 
de união contra os ataques estrangeiros e a divisão em confederações rivais. Ele não contribuiu mais para O 
Federalista até ao ensaio Número 64.] Os pontos altos das contribuições de Hamilton incluem o argumento de que, 
apesar de as repúblicas terem causado desordem no passado, os avanço na "ciência da política" tinham fomentado 
princípios que garantiam que esses abusos podiam ser evitados. Alguns exemplos desses princípios incluem a divisão 
de poderes, revisões às leis, um poder judicial independente e legisladores representados por eleitores (Números 7-
9). Hamilton também escreveu uma extensa defesa da constituição (Números 23-26) e falou do Senado e dos ramos 
executivo e judicial nos números 65-85. Hamilton e Madison trabalharam juntos na descrição do estado anárquico 
da confederação nos Números 15-22. Ao contrário do que viria a acontecer mais tarde nas suas vidas, Hamilton e 
Madison partilhavam idéias semelhantes. 
➢ Idéias de controle de constitucionalidade 
A instituição da carta política evidencia a participação do povo em sua formação, 
devendo os atos normativos posteriores obrigatoriamente observá-las, pois é 
instituída pelo Poder Constituinte Originário cujo titular é o povo. 
Todo ato legislativo produzido sob a nova ordem constitucional e toda decisão judicial 
deverão obrigatoriamente observar princípios, valores e regras constitucionais. A 
manutenção da unidade de supremacia das normas constitucionais dependerá do 
controle de constitucionalidade. 
➢ DIFUSO 
➢ Quaisquer órgãos judiciais podem revisar o controle jurisdicional. 
➢ Constituição dos EUA, artigo VI, clausula 2 
Esta Constituição e as leis complementares e todos os tratados já celebrados ou por celebrar sob a 
autoridade dos Estados Unidos constituirão a lei suprema do país; os juízes de todos os Estados serão 
sujeitos a ela, ficando sem efeito qualquer disposição em contrário na Constituição ou nas leis de 
qualquer dos Estados. 
➢ Caso: William MARBURY X James MADISON 
• CONCRETO 
Será concreto porque envolve critérios subjetivos em um litígio determinado e 
especifico cujos efeitos afetam ordinariamente as partes do processo. 
➢ ABSTRATO/CONCENTRADO 
➢ Avalia a compatibilidade de direito objetivo (ato normativo 
impugnado) e o parâmetro constitucional, cujos efeitos da decisão 
serão vinculantes, alcançarão a todos (erga omnes) e serão 
retroativos. 
➢ Único órgão judicial: Corte Constitucional. No Brasil: Pleno do STF 
(guardião da constituição) 
➢ Precursor: HANS KELSEN 
➢ Constituição Austríaca de 1920 
 
2.2 Direito Comparado 
➢ Modelo Reino Unido 
Prevalece o principio da supremacia do parlamento, sendo que a decisão da própria 
suprema corte não tem o poder de revogar ou suspender a legislação interna. 
Human Rights Act (1998) – Corte Européia de Direitos Humanos. 
➢ Modelo Francês 
Antes de julho 2008: Controle de constitucionalidade somente preventivo exercido por 
órgão político. 
Depois de julho 2008: Passou a se admitir o controle repressivo de constitucionalidade por 
meio de exceção de inconstitucionalidade feito pela CORTE DE CASSAÇÃO ou CONSELHO 
DE ESTADO. 
➢ Modelo Norte Americano 
Judicial Review: qualquer juiz ou tribunal americano poderárealizar o controle de 
constitucionalidade em situação de violação de direito principalmente fundamentais. 
Principio do Stare Delisis: trata-se do efeito vinculante, pois as decisões de tribunais 
superiores vinculam a decisão de tribunais inferiores e juízes. 
➢ Modelo Austríaco 
O sistema austríaco é marcado pelas seguintes características: 
A. Controle concentrado de constitucionalidade. A fiscalização da força constitucional é 
atribuída a um único órgão, dotado de atribuições para este fim; 
B. Em abstrado. Isto porque o controle é realizado independentemente da existência de uma 
causa vinculada; 
C. Por via Principal (principaliter tantum), pois o pedido recai sobre a verificação de 
inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo; 
D. A decisão exarada neste sistema é erga omnes, imposta a todos; 
E. Em regra, a decisão proferida tem efeito ex nunc (prospectivos) e causam, apenas, 
anulabilidade da lei. 
Imperioso deixar registrado que o modelo austríaco também serviu de matriz para o controle 
de constitucionalidade feito no Brasil. 
➢ Modelo Suiço (MISTO) 
É um modelo misto em que o controle de constitucionalidade de leis federais é feito pelo 
parlamento e o controle de leis estaduais é feito pelo poder judiciário. 
Adora o modelo concentrado de controle de constitucionalidade e difuso de controle de 
constitucionalidade feito por qualquer órgão além do controle da omissão 
inconstitucional. 
 
 
 
08 de agosto 
Jurisdição Constitucional 
Serve para manter a unidade da constituição e a supremacia das normas constitucionais. 
• Conceito formal (Europa) 
Corresponde a atividade jurisdicional de controle de constitucionalidade feita exclusivamente 
pelos tribunais constitucionais. (No brasil, seria apenas o controle concentrado) 
• Conceito material (Amplo/realidade brasileiro) 
Consiste no exercício de atividade jurisdicional cuja finalidade é a tutela da ordem 
constitucional seja em âmbito concreto ou abstrato, feito pelos órgãos jurisdicionais. (Tribunais 
superiores, tribunais e juízes) 
• Direitos fundamentais 
A jurisdição constitucional também terá o objetivo de promover a efetiva tutela dos direitos 
fundamentais do cidadão, não só em âmbito difuso pelos tribunais e juízes mas também em 
âmbito concentrado pelo STF pela ADPF (arguição de descumprimento de preceito 
fundamental) como também nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade Interventiva por 
violação de princípios constitucionais sensíveis (direitos da pessoa humana) 
Controle de constitucionalidade 
Definição 
• Científica 
Corresponde a avaliação da compatibilidade entre o ato normativo impugnado e o parâmetro 
constitucional integrado por princípios, valores e regramentos constitucionais. 
• Jurisprudencial (STF) 
➢ Concepção(restritiva de controle de constitucionalidade) 
O STF adota uma concepção limitada do controle de constitucionalidade, permitindo apenas o 
controle de atos normativos que afrontam diretamente princípios, valores e regramentos 
constitucionais. 
➢ Alcance 
✓ Exclusão (inconstitucionalidade INDIRETA ou REFLEXA) 
(viola primeiro princípios e regramentos “legais” 
Uso indevido do Poder Regulamentar (artigos 5, II; 49, V; 84, IV; 87, II) 
✓ Excepcionalidade – haverá controle de constitucionalidade. 
(tratamento como inconstitucionalidade direta) 
❖ Regulamentos autônomos 
Norma primária geral e com efeitos vinculantes. 
❖ Decretos delegados 
Extrapolar o poder de regulamentação da lei. 
❖ Resoluções normativas (ADI/MC 1188/DF) 
Comportar como norma primária com efeitos abstratos 
vinculantes e gerais. 
Parâmetro 
O parâmetro servirá como balizamento de orientação e avaliação da compatibilidade entre a 
ordem jurídica constitucional vigente e a lei ou ato normativo impugnado. 
• Aspecto material (Bloco de constitucionalidade) 
➢ Compreensão 
✓ Majoritária 
Compõeo bloco de constitucionalidade todas as normas formalmente produzidas de acordo 
com o processo legislativo solene e especial de formação propriamente das normas 
constitucionais. 
-Nova constituição 
-Emendas constitucionais 
-Emendas de revisão 
-Tratados internacionais de direitos humanos (quórum qualificado de 3/5 e votação em dois 
turnos) Tradição romano germânica, direito positivo 
✓ Minoritária 
Compõe o bloco de constitucionalidade todas as normas com conteúdo materialmente 
constitucional, ainda que deixe de ser integrado por um processo legislativo constitucional 
(adota conceito material) Tradição anglo saxão, direito natural. 
➢ Abrangência 
Nova constituição, Emendas constitucionais, emendas de revisão, tratado internacional de 
direitos humanos. 
➢ Exclusão (STF) 
✓ Preâmbulo (ADI 2076) 
Em razão de não possuir força normativa, não poderá ser fixada como parâmetro de controle 
de constitucionalidade . 
✓ Direito Suprapositivo 
Os valores e principios universalmente aceitos pela humanidade segundo doutrina minoritária 
(prof Otto Bachof), deveria compor o bloco de constitucionalidade, entretanto o STF não aceita 
o direito suprapositivo como parâmetro constitucional. 
• Aspecto Temporal 
➢ Amplo (controle concreto) 
Servirá como parâmetro de controle de constitucionalidade as normas constitucionais vigentes, 
bem como as normas constitucionais revogadas e até com eficácia exaurida (transitória) desde 
que dentro do controle concreto de constitucionalidade. 
➢ Restrito 
✓ Controle abstrato 
❖ Regra:ordinariamente, no controle abstrato o parâmetro de 
constitucionalidade será composto pelas normas 
constitucionais vigentes. 
❖ Exceção (ADI 2158/PR): o STF em caráter excepcional aceitou 
como parâmetro de controle de constitucionalidade normas 
constitucionais já revogadas e com eficácia exaurida desde 
que editadas na vigência da nova constituição. Logo, não serve 
como parâmetro as normas constitucionais com regime 
anterior a nova constituição. 
OBS! Normas pré – constitucionais de natureza infra constitucional não sofrerão controle de 
constitucionalidade, mas apenas serão recepcionadas se estiverem em conformidade com o 
conteúdo da norma constitucional, ou serão revogadas se houver incompatibilidade com o seu 
conteúdo, já que não se aceita o fenômeno da inconstitucionalidade superveniente. 
Distinções 
• Controle de Convencialidade 
Utiliza como parâmetro os tratados e convenções internacionais de direitos humanos que não 
foram aprovados pelo processo legislativo de emendas constitucionais. 
(Quórum de 3/5, votação de 2 turnos) 
O parâmetro de controle Convencialidade é norma supralegal segundo o entendimento atual 
do STF. 
Todos os tratados internacionais e convenções anteriores a Emenda constitucional 45 de 2004 
(reforma do judiciário) constituem norma supralegal. 
Tratados internacionais de direitos humanos que não foram aprovados como emenda 
constitucional (Pacto de São José) 
• Controle de Legalidade 
O parâmetro empregado será a norma legal constituída pelos tratados e convenções 
internacionais que não sejam de direitos humanos, leis complementares, leis ordinárias, 
decretos legislativos, medidas provisórias, leis delegadas, e resoluções do Senado cujo exame 
de compatibilidade será aferido nas resoluções normativas, portarias normativas, 
regulamentos, e decretos do poder executivo. O vício será de ilegalidade. 
 
 
15 de Agosto aula 3 
INCOSTITUCIONALIDADE 
1. Enfoques 
1.1 Inconstitucionalidade como antinomia jurídica 
Avaliação de acordo com o critério hierárquico, no qual será apreciado a compatibilidade de 
leis e atos normativos do Poder Público com as normas constitucionais vigentes. 
Obs!! Inadmissibilidade da inconstitucionalidadesuperveniente, istoé, normas pré-
constitucionais ou serão recepcionadas, se compatíveis, ou revogadas, se incompatíveis. 
1.2 Inconstitucionalidade em sentido estrito 
Invoca o controle de constitucionalidade abstrato por meio de avaliação objetiva no parâmetro 
constitucional com a lei ou ato normativo e impugnado geralmente instrumentalizado por meio 
das ações abstratas (ADI, ADI por Omissão, Ação declaratório de constitucionalidade). 
As decisões aí tomadas possuem efeitos subjetivos gerais (erga omnes), efeitos temporais 
retrospectivos (ex tunc) e efeitos transcendentes vinculantes. 
1.3 Inconstitucionalidade como contrariedade constitucional 
Corresponde a um enfoque mais amplo pelos demais critérios, pois adota o critério hierárquico, 
o critério cronológico e o critério de especialidade para verificação da constitucionalidade do 
ato normativo. 
• Critérios de controle 
➢ Critério hierárquico 
As leis e atos normativos deverão respeitar os valores, princípios e regramentos 
constitucionais, uma vez que a norma constitucional possui supremacia e hierarquia superior. 
➢ Critério cronológico 
As normas pré-constitucionais sofrerão apenas um juízo de valor relacionado a recepção pela 
ordem constitucional vigente ou revogação quando não foi recepcionada pela ordem 
constitucional atual. 
➢ Critério da Especialidade 
Uma vez empregado como parâmetro normas constitucionais com o mesmo status entre o 
princípio e a regra constitucional aplica-se a regra. 
• (In) Exigibilidade de quórum especial: 
Exige-se quórum especial quando se adotar o critério hierárquico. De tal maneira que no 
controle difuso/concreto se exija a maioria absoluta (50% + 1, cláusula de reserva de plenário, 
artigo 97 e 93, inciso XI, CF), exigindo-se também no controle abstrato 2/3. 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, 
observados os seguintes princípios: 
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o 
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e 
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra 
metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial 
poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
OBS!! Na adoção de critério cronológico e de especialidade não se exigira quórum especial. 
2. Tipos de inconstitucionalidade 
 
2.1 Inconstitucionalidade formal (Nomodinâmica) 
Situação de inobservância das regras e princípios do processo legislativo constitucional, 
caracterizando-se por um vício procedimental e não de conteúdo. 
• Inconstitucionalidade formal subjetiva 
Relaciona-se com o vício de iniciativa de emenda constitucional ou de lei. 
• Inconstitucionalidade formal objetiva 
É o vício procedimental que se relaciona a outros aspectos como quórum de deliberação, 
quórum de instalação, circunstâncias proibitivas de deliberação, e publicação do ato. 
2.2 Inconstitucionalidade Orgânica 
Corresponde ao vício procedimental vinculado a situação de incompetência do órgão / pessoa 
que iniciou o processo legislativo. 
2.3 Inconstitucionalidade Material 
Ainda que se observe o devido processo legislativo, o ato normativo produzido poderá ser 
considerado materialmente inconstitucional quando violar o conteúdo de princípios e 
regramentos constitucionais. 
2.4 Inconstitucionalidade por Ação 
Corresponde a produção de normas que violam o conteúdo de normas constitucionais ou o 
devido processo legislativo como a conduta comissiva estatal. 
2.5 Inconstitucionalidade por Omissão 
Situação de abstenção do Estado em promover a regulamentação normativa de determinada 
matéria ordinariamente vinculada a normas constitucionais de eficácia limitada ou 
complementar, bem como em situações de falta de atualização normativa decorrentes de 
mudanças estruturais sociais, econômicas, políticas e jurídicas. 
• Falta de produção/ atualização 
• Descumprimento de uma obrigação constitucional concreta 
O poder constituinte originário editou normas constitucionais de eficácia limitada no intuito do 
legislador infra constitucional regulamentar a matéria viabilizando o exercício de direitos, 
prerrogativas e liberdades constitucionais, sendo que a omissão em disciplinar a matéria 
conduzirá a inconstitucionalidade ou impedir de certa forma o exercício de direitos 
fundamentais. É possível combater a omissão legislativa inconstitucionalidade mediante 
impetração de mandado de injunção individual e coletiva (controle difuso de 
inconstitucionalidade) e ação direta de inconstitucionalidade por omissão (controle abstrato de 
inconstitucionalidade) 
• Existência de lacunas normativas intencionais 
Norma constitucional de eficácia complementável ou limitada. 
• Tipos: 
➢ Inconstitucionalidade por Omissão: 
A) Total 
Ausência absoluta de regulamentação ou disciplina da matéria. (Greve dos Servidores públicos 
da União e aposentadoria especial de servidor público Federal que trabalha em local insalubre) 
B) Parcial 
Existe regulamentação da matéria, mas ela se mostra insuficiente para garantir a efetividade 
da norma constitucional (direito ao salário mínimo ) ocorrendo também na situação de falta de 
atualização da matéria, cuja exigência é flagrante em razão da profunda transformação social, 
política, econômica e jurídica. 
✓ Insuficiência das medidas 
✓ Falta de atualização 
C) Relativa (violação do principio da isonomia) 
Apesar de existir uma regulamentação da matéria, ela se apresenta insuficiente para gerar 
uma igualdade, situação em que, o poder judiciário vem a oferecer decisões manipulativas 
(normativas) de efeitos aditivos, criando direitos por interpretação criativa sob o fundamento 
do princípio da isonomia. (Artigo 128 CP comparar com a ADPF 54) 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu 
representante legal. 
2.6 Inconstitucionalidade Originária 
Corresponde a situação de violação direta e flagrante de normas constitucionais desde a 
edição do ato normativo. 
2.7 Inconstitucionalidade Superveniente 
O ato normativo impugnado tornou-se inconstitucional em razão: da nova constituição; da 
nova emenda constitucional ou em razão da mutação constitucional. Não haverá controle de 
constitucionalidade, mas apenas avaliação quanto a recepção da norma pré-constitucional ou 
simples revogação da norma pré-constitucional. 
• STF 
2.8 Inconstitucionalidade total 
Recairá sobre todo diploma normativo ou sobre todo dispositivo (pode ser artigo inteiro, inciso 
ou alínea). 
2.9 Inconstitucionalidade parcial: 
Será possível a inconstitucionalidade de parte de dispositivo normativo declarando-se a 
inconstitucionalidade de algumas expressões linguísticas, afetando seu texto, como também, 
reconhecer a inconstitucionalidade da interpretação dada ao dispositivo, situação em que 
haverá uma declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto (não afeta o texto 
normativo) em ambas as situações buscar-se-á o maior aproveitamento do ato normativo 
(princípio da presunção de constitucionalidade) 
• Espécies: 
➢ Horizontal (convalidação de expressões) 
➢ Vertical (interpretativa)• Princípio de presunção de constitucionalidade 
• Inaplicabilidade da regra no parágrafo 2° artigo 66, CF 
• STF: Proibição de conversão do judiciário em legislador positivo 
(ADI/MC 1063/DF) 
2.10 Inconstitucionalidade por arrastamento (ou consequencial) 
A declaração de inconstitucionalidade de determinado diploma normativo ou dispositivo 
provocará o reconhecimento da inconstitucionalidade de outro dispositivos que com ele 
mantém uma relação de dependência ou conexão necessária 
• Tipos: 
A) Vertente hierárquica 
A norma originária inconstitucional com status normativo superior conduzirá a 
inconstitucionalidade dos atos normativos com status normativo inferior que dele dependem. 
(Decreto executivo que regulamenta lei inconstitucional) 
B) Vertente não hierárquica 
B.1) dependência intrínseca (processo de elaboração) 
A norma inconstitucional arrastará outra norma com o mesmo status normativo em razão de 
uma defeituosidade do processo legislativo. (Declaração de inconstitucionalidade de medida 
provisória que arrasta a lei oriundade sua conversão) 
B.2) dependência extrínseca 
Quando a inconstitucionalidade de um dispositivo vem a arrastar outro dispositivo normativo 
de mesmo patamar hierárquico em razão da dependência de conteúdo, nexo de causalidade e 
conexão. 
2.11 Inconstitucionalidade progressiva 
Haverá em algum momento o reconhecimento pleno da Inconstitucionalidade, entretanto ela 
será adiada até que se implemente certa condição ou termo, já que se mostra mais benéfica a 
proteção de direitos, liberdades e garantias fundamentais. 
• Ato normativa “ainda constitucional “ 
• STF (CPP, Artigo 68 RExt135328/SP) 
2.12 Inconstitucionalidade desvairada, enlouquecida ou chapada. 
Corresponde a situação de inconstitucionalidade manifesta e flagrante contrariando 
expressamente princípios fundamentais, direitos fundamentais, garantias fundamentais, 
princípios constitucionais sensíveis, regime político democrático 
 
3. Efeitos da Inconstitucionalidade 
 
3.1 Tese da Nulidade 
Compreensão: 
Regra geral: a violação aos princípios, regramentos e valores constitucionais geram a 
invalidade absoluta da lei ou ato normativo incompatível. 
A) Natureza da decisão: declaratória de (in) constitucionalidade. 
B) Efeitos temporais da decisão: retroativos ou retrospectivos (ex tunc). 
C) Princípio Constitucional Implícito: 
O desdobramento lógico da violação de regras e princípios constitucionais será invalidade 
absoluta da lei ou ato normativo impugnado, daí constituir-se em um princípio constitucional 
implícito a teoria da nulidade. 
 
3.2 Tese da Anulabilidade (incompatibilidade) 
Compreensão: 
Apesar do reconhecimento da situação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, 
somente será processado seus efeitos a partir do julgamento, preservando-se os atos passados 
já consolidados em razão da segurança jurídica e excepcional interesse público. 
Exige-se o quórum qualificado de 2/3 dos ministros para modulação temporal dos efeitos da 
decisão, seja em controle abstrato ou difuso. 
A) Efeitos temporais da decisão: ex nunc. Servidores que entraram no serviço público 
sem concurso público “trem da alegria”. 
B) Regime subsidiário adotado no Brasil: 
Será excepcionalmente adotado por razões de segurança jurídica e excepcional interesse 
público principalmente no controle abstrato de constitucionalidade. 
• Segurança jurídica/ excepcional interesse social (lei 9868/99, artigo 27) 
 
3.3 Tese da Inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade. 
• Compreensão: 
Reconhece-se a situação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo sem, contudo, gerar 
qualquer sanção seja de nulidade ou de anulabilidade, em situações excepcionais proclamadas 
em razão do princípio da proporcionalidade diante do choque de bens jurídicos constitucionais 
de idêntica importância. 
Acontece em 3 situações: inconstitucionalidade parcial, inconstitucionalidade relativa e 
inconstitucionalidade progressiva. 
• Fundamento 
Preservação da unidade e supremacia das normas constitucionais, principalmente quando 
houver concorrência de princípios, valores e regramentos constitucionais em situação de 
choque na avaliação concreta, sendo adequado empregar-se o princípio da proporcionalidade 
e razoabilidade. 
• Tese da Simples Incompatibilidade 
➢ ADI 3489/SC 
➢ ADI 2240/BA 
Apesar do reconhecimento da inconstitucionalidade da lei ou ato normativo não se aplica 
sanção de nulidade ou de anulabilidade mantendo-se, assim, o ato normativo inconstitucional 
com seus efeitos concretos produzidos aproximando-se da tese da simples incompatibilidade 
do direito anglo saxão (reino unido) cuja relevância se baseia no princípio da prevalência do 
parlamento, mantendo-se o ato normativo inconstitucional mesmo quando declarado 
inconstitucional pela corte constitucional. 
A) Criação da Jurisprudência Alemã 
B) Aplicação da tese da simples incompatibilidade 
C) Reconhecimento da inconstitucionalidade + sem aplicação de sanção 
D) Possiblidade de aplicação no Brasil 
• Lei 9882/99, artigo 11 e Lei 9868/99 artigo 27) 
• ADI 3489/SC e ADI 2240/BA) 
ESPÉCIES DE CONTROLE 
1. Em relação ao Órgão 
1.1 Controle Político (em regra, é preventivo) 
1.2.1 Controle Político no Brasil 
• Legislativo 
➢ Poder Legislativo: CCJ 
As comissões de constituição e justiça do Senado e Câmara são comissões permanentes 
auxiliadas diretamente por consultores legislativos cujo parecer técnico não é vinculativo 
apesar de servir de orientação. 
➢ Sustação parlamentar dos atos do poder executivo 
O poder legislativo poderá sustar os atos normativos do poder legislativo que exorbitem do 
poder regulamentar ou extrapolem os limites da delegação legislativa. 
• Executivo (veto presidencial) 
O chefe do poder executivo quando observar que determinado dispositivo legal contrarie 
norma constitucional, poderá promover o veto jurídico mesmo porque jurou cumprir a 
constituição no ato de sua nomeação. 
1.2.2Controle Jurisdicional (em regra, é repressivo) 
• Controle concentrado: em regra é abstrato. 
O controle de constitucionalidade será realizado por único órgão, cujo parâmetro definirá a 
competência funcional originária (competência absoluta). Será o STF se o parâmetro for a 
Constituição Federal, será o TJ do Estado por meio do órgão pleno ou especial se o parâmetro 
for norma de constituição estadual (no DF, lei orgânica). 
• Controle Difuso: em regra é concreto. 
Feito por qualquer juíz ou tribunal, geralmente vinculado a avaliação de casos concretos, cujo 
principal objetivo é resolver o litígio, surgindo a questão da inconstitucionalidade com matéria 
incidente. 
1.2.3 Controle Misto (Controle Exercido na Suíça) 
Trabalha com os dois tipos de controle, político e jurisdicional, como acontece na Suíça (lei 
federal feito pelo parlamento, lei estadual, judiciário) 
2. Em relação ao momento 
2.1 Controle Preventivo 
• Compreensão 
É feito antes da promulgação e publicação da lei ou ato normativo. 
• Poder Legislativo 
➢ CCJ 
➢ Plenário 
• Poder executivo (veto jurídico) 
Aplicado somente aos projetos de lei e não às emendas constitucionais. 
• Poder Judiciário 
A) Admissibilidade excepcional 
No controle difuso será possível que o parlamentar (deputados e senadores) venham a 
questionar, no STF, a constitucionalidade de proposta de emenda a constituição e projetos de 
lei que violem o devido processo legislativo e nas PECs até vícios materiais que violem cláusulas 
pétreas. 
B) Legitimidade (MS n° 23328/DF) 
Cabe aos senadores e deputados enquanto não publicado a lei ou emenda constitucional. 
Depois depublicado, só cabe ADI dos elencadosno artigo 103 CF. 
CUIDADO! Superveniência de Aprovação de EC e projeto de Lei torna parte manifestamente 
ilegítimo deputados e senadores. 
C) Fundamentos 
❖ Leis Federais: aceita somente defeitos relacionados ao devido processo 
legislativo, não permitindo discussão quanto a compatibilidade do 
conteúdo com a Constituição Federal, somente vício formal. 
 
❖ Emendas Constitucionais: aceita alegação de vícios formais que afetem o 
devido processo legislativo como também vícios de conteúdo material 
quando afetar cláusulas pétreas. 
❖ MS n° 20257/DF 
2.2 Controle Repressivo 
• Compreensão 
posterior a publicação e promulgação do diploma normativo 
• Competência 
A) Regra: Poder Judiciário (tanto de forma difusa como concentrado) 
B) Exceção a competência do Judiciário: 
B.1 Sustação do ato normativo 
O poder legislativo poderá sustar os atos normativos do poder executivo que exorbite o poder 
regulamentar quando cria direitos que não existem na lei ou extingue direitos presentes na lei. 
Competência exclusiva do Congresso Nacional. Artigo 49, V CF. 
B.2 Rejeição Parlamentar de medida provisória (artigo 62 parágrafo 5°) 
Quando a medida provisória for editada pelo Presidente da República sem que aja 
atendimento aos pressupostos constitucionais de relevância e urgência poderão ser rejeitados 
pelo Parlamento brasileiro. 
B.3 Controle Legislativo dos Pressupostos Constitucionais dos Decretos 
• Intervenção Federal (artigo 36 parágrafo 1°): submetido a avaliação do CN em 24 
horas. 
• Estado de Defesa (artigo 136 parágrafo 4° ao 7 °): submetido a avaliação do CN em 24 
horas, maioria absoluta. 
• Sustação do Estado de Sítio (artigo 49 IV): prévia autorização do CN. 
B.4 Controle de constitucionalidade pelos Tribunais de Contas: Controle concreto de atos 
administrativos. 
B.5 Poder de rejeição de Leis inconstitucionais pelos chefes dos executivo: o chefe do 
executivo poderá em tese rejeitar leis que acredita ser inconstitucionais, contudo, se for 
declarada constitucional pelo STF com efeitos vinculantes, cometerá crime de 
responsabilidade, uma vez que jurou cumprir a constituição e as leis. 
B.6 CNJ e CNMP (MS n° 28141/MT): faz controle de constitucionalidade concreto de atos 
administrativos feito repressivamente. Não tem efeitos vinculantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
aula 22 e 29 de agosto 
3. CONTROLE JUDICIAL 
3.1 Classificação quanto a competência controladora 
A) Concentrado (centralizado) 
O controle de constitucionalidade será exercido exclusivamente pelo tribunal constitucional, no 
Brasil, será feito pelo plenário do STF quando envolver normas constitucionais. 
Obs!! Na Constituição Estadual o controle será feito pelo órgão pleno ou especial do tribunal de 
justiça estadual. 
B) Difuso 
É o controle feito por qualquer juízo ou tribunal ordinariamente empregado no controle 
concreto. 
Caso: James Madison X Willian Marbury 
C) Misto 
3.2 Classificação quanto ao plano de incidência 
A) Controle Abstrato 
Corresponde ao controle que objetiva manter a unidade e supremacia da Constituição, 
avaliando a compatibilidade entre os principios, valores e regramentos constitucionais e o ato 
normativo impugnado, funcionando como legislador negativo de forma a excluir atos 
normativos incompatíveis com a Constituição do ordenamento jurídico, com efeitos subjetivos 
gerais (erga omnes) e efeitos temporais retroativos (ex tunc), além de acrescentar efeitos 
transcendentes ou vinculantes de todo o poder judiciário e a administração pública federal, 
estadual e municipal (distrital). Poderá vincular fatos gerais e fatos legislativos 
desconsiderando fato específicos e singulares. 
• Desconsidera fatos singulares 
• Função de“Legislador negativo” 
• Efeitos da decisão 
B) Controle Concreto 
Corresponde ao controle de constitucionalidade cuja avaliação dependerá da análise de fatos 
singulares específicos e determinados envolvendo direitos subjetivos das pessoas em uma 
relação jurídica de direito material com partes antagônicas, razão pela qual a declaração de 
constitucionalidade ou inconstitucionalidade será feita a partir do caso concreto cujos efeitos 
ordinários subjetivos é entre as partes (inter partes) sem que haja uma vinculação direta a 
outros casos, salvo os precedentes obrigatórios (NCPC artigo 927) 
• Referência a fatos específicos e singulares 
• Efeitos da decisão 
3.3 Classificação quanto a Finalidade: 
• Controle Objetivo (ações abstratas) 
Corresponde a apreciação da compatibilidade normativa entre a Constituição e o ato 
normativo impugnado, sem que haja concorrência de direitos subjetivos. 
• Controle Subjetivo (ações concretas) 
Consiste no controle de constitucionalidade vinculada a apreciação de direitos subjetivos, em 
ações concretas, com partes em sentido material (autor e réu). HC do ex presidente Lula. 
3.4 Classificação quanto a via de Controle 
A) Via Principal 
A declaração de inconstitucionalidade ou constitucionalidade é feita no pedido principal, 
especialmente nas ações abstratas. 
B) Via incidental 
Corresponde ao controle de constitucionalidade surgida no curso de um processo, como 
questão prejudicial e incidente ao julgamento de mérito, sendo debatida a questão 
constitucional na causa de pedir e não nos pedidos 
CONTROLE DIFUSO 
1. Compreensão:Controle feito por quaisquer órgãos jurisdicionais na avaliação do caso 
concreto. 
2. Características 
• Questões Constitucionais: surge na causa de pedir, invocando sua relação com 
os fundamentos fáticos, probatórios e jurídicos de uma ação concreta. 
➢ Questão prejudicial: a questão constitucional constitui matéria do 
julgamento de mérito, devendo ser resolvida antes de julgar os pedidos 
da ação concreta. 
➢ Questão incidente: surge no curso de um processo. 
➢ Causa de pedir 
• Objeto da Ação: 
Visa resolver conflitos de interesse relacionados a fatos específicos, singulares, individuais e 
determinados. 
3. Efeitos da decisão 
3.1 Efeitos Transcendentes 
Corresponde ao efeito vinculante no âmbito do poder judiciário e da administração pública. 
A) Efeito vinculante do precedente. artigo 427 CF 
A partir do NCPC a tese jurídica firmada pelo plenário ou órgão especial do tribunal vinculara 
os demais órgãos subordinados, devendo a razão de decidir ser aplicada aos casos semelhantes 
por ele determinado. Artigo 927, V, CPC. 
• Tese jurídica (ratiodecidendi) 
Pode incidir (vincular) decisões posteriores 
• Precedentes obrigatórios 
➢ Controle abstrato 
O STF não aceita a teoria dos motivos determinantes, afirmando que a vinculação se relaciona 
apenas a parte decisória do julgamento (dispositivo), segundo concepção clássica e 
jurisprudencial até o presente momento. Entretanto há uma tendência gradativa dos 
fundamentos da decisão, em controle abstrato tornarem-se vinculantes por força do artigo 
927, V, NCPC. 
➢ Vinculação ao dispositivo 
Não aceita a teoria dos motivos determinantes (RCL 8168/SC) 
➢ Vinculação no NCPC artigo 927 
➢ Controle Concreto 
Os acórdãos que julgam recursos extraordinário e recurso especial repetitivos, incidente de 
resolução de demandas repetitivas e incidente de assunção de competência virão no controle 
difuso de constitucionalidade, realizado por órgão especial ou pleno vinculará os órgãos a ele 
subordinados. 
➢ Acórdãos em JAC e IRDR e RE e RESP repetitivos. 
➢ Decisões proferidas pelo Pleno ou órgão especial 
➢ STF (RE 567985/MT; RE 580963/PR) 
Adotou, excepcionalmente a tese dos motivos determinantes. 
B) Vinculação Interna: 
A tese jurídica firmada pelo órgão especialou pleno vinculará os órgãos subordinados ao 
Tribunal. Órgão especial do TJDFT que cria tese jurídica vinculará turmas, câmaras, e juízes de 
direito do DF. 
C) Vinculação Externa: 
As decisões tomadas pelo plenário do STF em matéria constitucional, no controle difuso terá 
efeitos vinculantes, principalmente quando a maioria dos membros do colegiado adotarem os 
mesmos fundamentos. O órgão especial do STJ quando decide matéria infraconstitucional 
relacionada a direito (âmbito federal) vinculará todos os demais órgãos do Poder Judiciário, 
inclusive o STF, quando o STF não julga-lo inconstitucional. 
3.2 Efeitos temporais 
A) Efeitos retrospectivos: ex tunc 
• Regra (tese de nulidade): os atos normativos incompatíveis com a Constituição 
serão nulos de pleno direito desde o seu nascimento, retroagindo o efeito da 
decisão até a data da edição do ato normativo. 
• Consequências: leis e atos normativos inconstitucionais não geram direitos 
adquiridos e atos jurídicos perfeitos que estejam imunes a decisão do STF 
mesmo no controle difuso 
• Exceções: 
MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS 
Será possível que os efeitos temporais da decisão proferida em controle difuso sejam 
moduladas para o futuro, a partir do julgamento ou em algum momento do passado. 
Hipóteses: 
1. Situações fáticas consolidadas 
• Impossibilidade de desfazer situações irreversíveis. 
Os efeitos geralmente são a partir do julgamento (ex nunc). 
Servidor que recebe adicional e no futuro a lei é considerada 
inconstitucional. 
2. OVERRULING (mutação) 
A virada de entendimento jurisprudencial em matéria constitucional, que apresente efeitos 
vinculantes, no controle difuso ou concentrado somente será aplicado a partir do julgamento 
ou de sua publicação ou em momento futuro, preservando-se as decisões anteriormente 
proferidas. 
• Superação do entendimento anterior com aplicação prospectiva 
dos efeitos 
• Superação da súmula 394/STF 
IP 687/SP 
3. Princípios da Segurança Jurídica 
 
• Proteção da boa fé (RE 79678/SP) 
• Proteção da Segurança Jurídica (RE 122202/MG) 
• Excepcional interesse social 
• Inaplicabilidade: normas pré constitucionais 
A norma anterior a Constituição, ou será revogada ou recepcionada, não havendo controle de 
constitucionalidade, razão pela qual, em regra, o STF não promove a modulação temporal dos 
efeitos. 
• Exceção: RE 600885 
Requisitos da Modulação Temporal 
1. Competência (RE 442683/RS) 
Regra: Órgão Especial ou pleno. 
2. Quórum 
2.1 Recurso Extraordinário 
Com repercussão geral exige 2/3 dos membros. 
2.2 Modulação Originária 
Será realizado o controle difuso em primeira mão pelo órgão especial ou pleno pelo quórum da 
maioria absoluta. Em razão da cláusula de reserva de plenário. Artigo 97 e 93, VI, CF. 
• Competência: Órgão especial ou pleno 
• Fundamento: cláusula de reserva de plenário. Exige maioria absoluta. 
• STF (RE 197917/SP) 
2.3Modulação Derivada 
A questão constitucional já foi julgada em processo anterior pelo órgão pleno ou especial não 
havendo necessidade de ser julgada novamente, bastando aplicar a decisão já existente. 
• Competência: Qualquer órgão jurisdicional (turmas, câmaras, seções...) 
• Quórum: Maioria Simples 
• STF (RE 442683/RS) 
3.3 Efeitos Subjetivos 
A) Regra geral: entre as partes integrantes do processo. 
B) Exceção 
B.1) Resolução do Senado (artigo 52, X, CF) 
Poderá suspender a eficácia da lei inconstitucional por decisão definitiva do STF com efeitos 
erga omnes. 
B.2) STF (mutação constitucional) 
O STF mesmo em controle difuso quando declara que uma lei ou ato normativo é 
inconstitucional, terá efeitos gerais independentemente de resolução do Senado, conferindo 
uma nova interpretação ao artigo 52, X, CF, abstratizando o controle difuso, já que confere os 
mesmos efeitos do controle abstrato ao controle difuso. 
• Teoria da abstrativização do controle difuso. 
• Curiosidade: declaração de inconstitucionalidade em RE (RE 531836/RN) implicou a 
perda superveniente do objeto da ADI que discute mesmo assunto(ADPF 174) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 05 e 12 de setembro 
 
Tipos de Ações no Controle Difuso 
1. Regra: 
O controle difuso de constitucionalidade surgirá como questão prejudicial de caráter 
constitucional nas ações concretas, sendo que o debate sobre a constitucionalidade surgirá no 
curso do processo como questão logicamente antecedente ao julgamento dos pedidos (causa 
de pedir), sendo trabalhada nas ações concretas, persistindo algumas limitações no mandado 
de injunção, reclamação constitucional, ação popular, ação civil pública e representações 
interventivas. 
2. Mandado de Injunção (agravo regimental no MI 609/RJ) 
Trata-se de ação constitucional de caráter concreto que visa combater omissões legislativas 
inconstitucionais que impeçam o exercício de liberdades e prerrogativas constitucionais, razão 
pela qual se já houver lei, ainda que insuficiente, regulamentando a matéria não caberá a 
discussão sobre a inconstitucionalidade em sede de Mandado de Injunção. 
3. Reclamação Constitucional (RCI 3014/SP) 
Trata-se de ação autônoma de impugnação empregada nas situações de contrariedade as 
decisões vinculantes, em matéria constitucional proferida pelo STF, situação em que, caberá a 
reclamação pelas partes prejudicadas e interessadas quando contrariarem decisão vinculante 
ou súmula vinculante. 
Obs! Restrição: Não caberá reclamação para debater questão constitucional que ainda não foi 
julgada por decisão vinculante, especialmente quando os dispositivos não foram declarados 
inconstitucionais. 
4. Ação civil pública e Ação Popular (lei 7347/65) 
4.1 Problema 
As sentenças proferidas em ação civil pública e Ação popular, em razão de proteger direitos 
difusos e coletivos terão efeitos gerais (erga omnes), razão pela qual haverá restrição no 
controle difuso, pois a questão constitucional,ai discutida e julgada, poderá projetar efeitos 
gerais, suprimindo competência funcional originária do STF 
4.2 Admissibilidade restrita 
A) Objeto 
A ação popular e a ação civil pública deverão veicular pedidos de solução do litígio (obrigação 
de fazer e não fazer, entrega de coisa certa, pagamento de quantia certa), mas jamais será 
admitido como pedido principal a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. 
B) Pretensão principal 
O pedido principal nessas ações será específico, individualizado e determinado relacionado a 
solução do litígio, ou seja, não se pede declaração de inconstitucionalidade. 
C) Direitos individuais homogêneos 
RCL 601/SP e RCL663-6/SP 
Como se trata de direito individual, cujo o objeto de proteção é divisível, não haverá restrição 
no controle difuso de constitucionalidade, situação em que os efeitos da decisão repercutirão 
apenas entre as partes atingidas. Não tem efeitos Erga Omnes (efeito geral). 
D) Direitos Difusos e Coletivos 
A sentença possui efeitos subjetivos gerais, dai parte da doutrina não aceita ou aceita com 
restrição. 
D.1 Doutrina Majoritária (clássica) 
Em razão dos efeitos da sentença serem gerais não se aceita a declaração de 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo proferida em ação civil pública e Ação popular, 
pois afetaria a competência constitucional do STF (Alexandre de Morais e Gilmar Ferreira 
Mendes). 
D.2 Doutrina Minoritária 
Aceita-se o controle difuso de constitucionalidade, uma vez que garante a supremacia das 
normas constitucionais e a unidade da CF. (Walber Rocha). 
D.3 STF 
D.3.1 Posição Recente Favorável com restrições (RE 511961/SP) 
O STF em recente episódio, admitiu o controle difuso de constitucionalidade em ação popular eAção civil publica, mas com as seguintes restrições: Deverá veicular (trabalhar) matéria 
envolvendo litígio específico concreto e determinado sobre fato devidamente identificado e 
desde que não haja pedido principal de declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo. 
D.3.2 Posição Antiga (RE 424993/DF) 
Não aceita controle difuso de constitucionalidade em ação popular e Ação civil publica, porque 
a sentença apresenta efeitos Erga Omnes. 
 
Obs!! De acordo com o NCPC, eventual recurso extraordinário surgido de decisão tomada em 
ação civil pública ou ação popular, em matéria constitucional, poderá criar precedente 
vinculante com efeitos subjetivos gerais e efeitos transcendentes vinculantes quando for 
julgado pelo STF, não havendo restrição nesse caso segundo artigo 927, V, NCPC. 
 
5. Representações interventivas(artigo 36 e 34, CF) 
5.1 Cabimento: 
Caberá intervenção provocada por requisição do PGR quando violar princípios constitucionais 
sensíveis (forma republicana de governo, sistema representativo, regime político democrático, 
direitos da pessoa humana, aplicação mínima das receitas oriundas de impostos na saúde e 
educação e prestação de contas na forma da lei) e inexecução de lei federal. 
5.2 Natureza 
Mecanismo de controle concentrado de constitucionalidade de caráter concreto. 
5.3 Competência 
Competência funcional originária exclusiva do plenário do STF. 
5.4 Legitimidade 
• Ativa: exclusiva do PGR. 
• Passiva: Estado ou DF 
5.5 Requisitos da intervenção 
A intervenção federal provocada por requisição do STF dependerá dos seguintes requisitos: 
1) representação interventiva do PGR 
2) Reconhecimento de violação aos princípios constitucionais sensíveis ou da inexecução 
da lei federal. 
3) O provimento ou acolhimento da representação interventiva pelo STF. 
5.6 Intervenção 
• Branda 
Quando a suspeição do ato normativo ou administrativo impugnado por decreto for suficiente 
para conter a violação aos princípios sensíveis, não será preciso a nomeação de um interventor 
e nem afastar as autoridades públicas dos cargos. Sem controle político. 
• Efetiva 
O decreto presidencial nomeará interventor e afastará as autoridades públicas do cargo, 
devendo ser submetido o decreto presidencial a apreciação do congresso nacional em 24 horas. 
Será empregada para as demais modalidades que não sejam por requisição. 
5.7 Espécies: ADI interventiva, Ação de Executoriedade de lei federal (União nos Estados) e 
Representação Interventiva Estadual (Estados nos municípios) 
5.8 ADI interventiva 
A) Natureza: 
Possui natureza de mecanismo de controle concentrado de constitucionalidade de caráter 
concreto. 
B) Objetivo 
Proteger princípios constitucionais sensíveis e aplicação e vigência da lei federal nos Estados. 
C) Objeto 
Impugnação de leis ou Atos normativos estaduais, atosadministrativos e até atos omissivos 
estatais que violem princípios constitucionais sensíveis. 
Cuidado! Atos Omissivos (Intervenção Federal 114/MT) 
D)Procedência 
• Obrigatoriedade 
Será obrigatório a expedição de decreto presidencial quando a declaração de 
inconstitucionalidade feita pelo STF não for suficiente ao restabelecimento e respeito aos 
princípios constitucionais sensíveis. 
• Facultatividade 
Se a decisão do STF for suficiente ao restabelecimento da normalidade não será necessário um 
decreto presidencial interventivo 
5.9 Ação de Executoriedade de lei federal 
A) Natureza 
Trata-se de ação proposta pelo PGR em situação de inexecução de lei federal comprometida 
por lei estadual ou ato normativo contrário a ela (lei federal). 
B) Objeto 
Visa manter a vigência e aplicação da lei federal nos Estados. 
5.10 Rito Processual (Lei 12562/2011) 
A) Requisitos especiais da inicial: 
Comprovação de violação aos princípios constitucionais sensíveis ou prova da inexecução da lei 
federal; indicação do parâmetro constitucional violado. 
B) Decisão Liminar 
• Quórum: Maioria absoluta (50% + 1) 
• Efeitos: Suspensão do cumprimento de lei estadual ou de ato normativo ou de ato 
governamental. 
C) Decisão definitiva 
C.1 Quórum de instalação: 8 ministros (2/3) 
C.2 Quórum de julgamento: 50% + 1 (maioria absoluta) 
C.3 Características: decisão irrecorrível e também não cabe ação rescisória. 
C.4 Procedência: será publicado a decisão em seção especial do Diário oficial da União e Diário 
da Justiça, comunicando-se a presidência da República para eventual expedição de decreto 
presidencial. 
C.5 Desistência da Inicial?Não cabe desistência da inicial pelo Regimento Interno do STF. 
 
5.11 Representação Interventiva da Estadual (Representação Dos Estados no Municípios, 
desde que não seja municípios em território federal) 
A) Parâmetro de Controle: Princípios constitucionais sensíveis da Constituição Estadual, ou o 
descumprimento de lei estadual no município. 
B) Competência: Órgão pleno ou especial do Tribunal de Justiça Estadual. 
C) Legitimidade: Procurador Geral de Justiça do Estado. 
• Ativa: PGJ do Estado 
• Passiva: Município 
D)Requisitos: representação do PGJ, provimento da representação interventiva pelo Tribunal 
de Justiça e comprovação de violação aos princípios da Constituição Estadual ou de inexecução 
de lei estadual nos municípios. 
E) Objeto: Princípios da Constituição Estadual e a vigência e aplicação da lei estadual nos 
municípios, combatendo-se leis municipais contrárias, atos governamentais municipais que 
também contrarie a constituição estadual e a execução da lei estadual. 
F) Procedência: haverá intervenção do Estado no Município. 
G) Incabimento de RE (súmula 637/STF): não caberá do acórdão do tribunal de justiça Recurso 
Extraordinário para STF segundo a súmula 637 do STF. 
H) Distrito Federal: não cabe intervenção estadual no DF por ausência de municípios. 
I) Intervenção 
• Branda: não se afasta autoridades publicas do cargo, não se nomeia interventor e 
também não há necessidade de controle político. 
• Efetiva: o decreto do governador nomeará um interventor, afastará as autoridades 
públicas e submeterá o decreto executivo a apreciação da Assembleia Legislativa no 
prazo de 24 horas. 
 
 
6. Cláusula de Reserva de Plenário 
6.1 Fundamento Constitucional 
Trata-se de uma garantia fundamental que determina que a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do poder público seja proclamada exclusivamente por Órgão Plenário (todos os 
membros) ou órgão especial. 
Artigo 93, XI, CF 
Artigo 97, CF 
6.2 Cláusula Constitucional do fullBench 
A regra da fullbench , também conhecida como cláusula de reserva de plenário, é, por assim 
dizer, um requisito para que lei ou ato normativo do Poder Público seja declarado 
inconstitucional, qual seja o voto da maioria dos membros do tribunal. 
6.3 Composição e Formação do Órgão Especial 
1° requisito: Tribunais que possuem acima de 25 membros. 
Composição: será formado entre 11 a 25 membros, provido metade por antiguidade e outra 
metade por eleição do Órgão Plenário. 
Quórum necessário a proclamação da inconstitucionalidade: Maioria absoluta (50% + 1) 
Obs: 2/3 apenas para modular decisões do STF 
6.4 Súmula vinculante N°10 
Será proibido que órgãos fracionários do Tribunal afastem a aplicação de lei ou ato normativo 
a pretexto de julga-lo inválido por violação da Constituição sem contudo declarar a sua 
inconstitucionalidade violando cláusula de reserva de plenário pois a competência é exclusiva 
do Pleno ou Órgão Especial. 
6.5 Inobservância 
6.6 Dispensa: 
A) Pronunciamento anterior do Órgão Plenário ou órgão especial 
A turma, Câmara ou seção do Tribunal, quando houver pronunciamento meritório do Órgãoespecial ou Pleno acerca da Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo deverá aplicar 
referida decisão vinculante (vinculação interna: todos tem; e eventual vinculação externa: STF, 
em matéria constitucional e STJ em matéria infra constitucional) 
B) Ilegalidade de atos normativos secundários: 
Não cabe juízo de constitucionalidade quando houver mera ilegalidade. 
C) Inconstitucionalidade de negócios jurídicos: 
Não possui os atributos de abstração, impessoalidade e vinculação dos atos normativos. 
D) Problemas de direito intertemporal: 
Normas pré constitucionais ou serão revogadas, porque são incompatíveis, ou recepcionadas, 
porque são compatíveis, não cabendo controle de constitucionalidade. 
E) Decisões das turmas recursais 
Tuma recursal não é órgão fracionário de Tribunal, mas apenas instância superior que julgará 
as causas em âmbito recursal dos juizados especiais cíveis e criminais. 
F) Decisão pela constitucionalidade do ato impugnado: 
Quando a turma, Câmara ou seção do Tribunal quando julgar válida a lei ou ato normativo 
impugnado (questionado) porque é compatível com a Constituição não precisará remeter a 
causa ao plenário ou órgão especial. 
G) Inobservância (consequência): 
Regra geral: a violação de cláusula de reserva de plenário provocará a nulidade absoluta do 
julgado, uma vez que transgrediu garantia fundamental 
6.7 Procedimento (NCPC artigos 948 a 950) 
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, 
após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o 
conhecimento do processo. 
Art. 949. Se a arguição for: 
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento; 
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver. 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição 
de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal 
sobre a questão. 
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento. 
§ 1. As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no 
incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no 
regimento interno do tribunal. 
§ 2. A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, 
por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-
lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos. 
§ 3. Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por 
despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades. 
A) Relator 
Deverá o relator designar a inclusão do recurso ou ação autônoma de impugnação em pauta para julgamento da 
turma ou Câmara sob a matéria constitucional debatida, salvo se houver julgamento meritório acerca da 
constitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado pelo Plenário ou Órgão Especial, pois estará vinculado a esta 
decisão. 
B) Intervenção obrigatória do MP 
Será obrigatório, uma vez que funciona como fiscal do ordenamento jurídico constitucional 
devendo se manifestar e ser intimado na turma ou Câmara como também no órgão especial e 
plenário por força dos artigos 176, 177, 279 e 941, CPC. 
C) Turma ou Câmara 
• Rejeição da Arguição 
Rejeitado a arguição de inconstitucionalidade pela turma ou Câmara será dispensada a 
remessa do recurso ou ação autônoma de impugnação ao Órgão Plenário ou Especial 
prosseguindo-se normalmente o julgamento na turma ou Câmara. 
• Acolhimento da Arguição 
Se for acolhida a arguição incidente de inconstitucionalidade deverá ser suspenso o julgamento 
do recurso ou ação autônoma de impugnação remetendo a questão constitucional ao Órgão 
Plenário ou Órgão Especial para julgamento exclusivo da matéria constitucional. 
D) Plenário ou Órgão Especial 
D.0 Pessoas Jurídicas de direito público: 
deverá ser intimidado a se manifestar sob o ato normativo ou lei por ele editado ou incidente 
de inconstitucionalidade. 
D.1 AmicusCuriae (amigo da corte) 
A intervenção de terceiro do amigo da corte será permitido no controle difuso de 
constitucionalidade desde que se observe a representatividade dos órgãos e pessoas com 
capacidade técnica aprofundada e a relevância social, jurídica e econômica da matéria. 
D.2 Julgamento/ Vinculação 
Necessidade de se obter a maioria absoluta (50% +1) para proclamação da 
Inconstitucionalidade da lei ou ato normativo questionado, sob pena de ser declarado 
constitucional. 
D.3 Recurso 
• 2° Acórdão: pleno ou órgão especial 
O acórdão ou julgamento da questão constitucional feito pelo plenário ou órgão especial 
caberá somente embargos declaratórios. 
• 3° Acórdão 
Passado o julgamento da questão constitucional pelo órgão plenário ou órgão especial, será 
encaminhado à decisão a turma ou Câmara para prosseguir o julgamento do recurso ou ação 
autônoma de impugnação, promovendo o julgamento dos pedidos recursais no caso concreto, 
formando um terceiro acórdão que poderá ser impugnado por recurso extraordinário se violar 
matéria constitucional ou recurso especial se violar matéria de legislação federal. 
Se for recurso, cabe recurso extraordinário ou recurso especial. 
Se for Ação autônoma de impugnação, cabe recurso ordinário constitucional. 
Artigo 102, II e 105, II VF 
Obs: crime político será julgado originariamente por juiz federal de primeira instância, 
cabendo da sentença ai proferida recurso ordinário constitucional (ROC) direto para o STF. 
(Caso crime contra Bolsonaro – facada). 
Obs 2: Das sentenças proferidas por juiz federal nas causas entre Estado Estrangeiro ou 
organismo internacional e do outro lado município ou pessoa residente ou domiciliado no 
Brasil, caberá Recurso Ordinário Constitucional (ROC) ao STJ. 
 
 
7. Declaração de Ofício da Inconstitucionalidade 
Compreensão: 
Em regra, juiz poderá suscitar de ofício a questão constitucional por se tratar de questão de 
ordem pública e preservar interesse público no processo. 
7.1 Fundamentos 
Trata-se de matéria de ordem pública e não pode ser afastada por vontade das partes. 
A questão constitucional é matéria de interesse púbico. 
Todo juízo ou tribunal tem o dever jurídico de aplicar normas constitucionais no julgamento dos 
casos concretos. 
7.2 STF (Princípio da Supremacia da CF) 
A corte constitucional permite a juízes e tribunais suscitarem, de ofício, a questão 
constitucional na avaliação do caso concreto, afim de manter a supremacia e a unidade da 
Constituição dotando-a de força normativa e eficácia. 
7.3 Emprego 
• Amplo (sem restrição) 
Quando houver precedente vinculante, em matéria constitucional, bem como súmula 
vinculante e súmula do STF em matéria constitucional editada após o NCPC será obrigatório a 
sua aplicação de ofício por qualquer juízo ou tribunal. 
➢ Súmula vinculante 
➢ Precedente obrigatório 
➢ Súmula após vigência do NCPC em matéria constitucional 
• Restritivo (fora dos precedentes obrigatórios e súmulas) 
Não se tratando de precedente vinculante ou súmula vinculante, ou juízes e tribunais, excluído 
o STF, poderão avaliar a questão constitucional com restrição, no caso concreto quando o 
reconhecimento for de ofício penas para negar o pedido autoral e não para acolher. É uma 
visão processualista. 
Doutrina:apenas se for para negar pedido do autor 
 
7.4 Instâncias RecursaisA) RecursosOrdinários 
Os recursos incluindo matéria de fato ou de prova poderão veicular questão constitucional 
suscitada de ofício pelo juiz ou tribunal, especialmente em precedente vinculante e súmula 
vinculante. 
B) Recursos Excepcionais 
• Resp (STJ), Resp Eleitoral (TSE) e Recurso de Revista (TST) 
• Âmbito de Cognoscibilidade restrita 
Deverá o recorrente levantar a questão constitucional em âmbito recursal para conhecimento 
da matéria no tribunal superior, pois o tribunal superior não realizará avaliação de questão 
constitucional não suscitada pelo recorrente, salvo a avaliação dos requisitos de 
admissibilidade do recurso que pende questão constitucional, pois nesse caso será feito de 
ofício pelo tribunal superior. 
• Prequestionamento: 
Corresponde a requisito especial de admissibilidade dos recursos excepcionais em tribunais 
superiores que se exigem o prévio debate avaliação e julgamento da questão constitucional 
nos tribunais inferiores (recorridos) sob pena de não reconhecimento do recurso. 
• Conhecimento de Ofício 
• Causa de pedir “fechada” 
O tribunal superior somente avaliará a matéria constitucional impugnada proveniente, na 
extensão de sua impugnação no recurso, devendo ainda ser pré questionada nas instâncias 
superiores. 
Obs! A doutrina minoritária critica a exigência de pré questionamento e causa de pedir 
fechada quando questionar matéria constitucional, com fundamento no artigo 1034, CPC, 
que determina a aplicação do direito ao caso concreto. 
C) Recurso Extraordinário (STF) 
• Causa de pedir aberta (RE 420816/PR) 
Mesmo que o recorrente deixe de invocar o fundamento de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo, poderá o STF se valer de novos fundamentos não arguidos pelo recorrente, pois no 
controle difuso, também atuará como guardião da constituição proferindo a última palavra 
sobre o que é ou não constitucional. 
• Efeito Devolutivo Amplificado 
Será devolvida ao STF toda a matéria constitucional mesmo que não tenha sido impugnada 
especificamente pelo recorrente. 
 
H) Papel do Senado 
 
8.1 Teoria Clássica 
A) Compreensão 
O Senado, mediante resolução, conferirá efeito subjetivo erga omnes e efeitos transcendentes 
vinculantes a decisão definitiva do STF que julga inconstitucional lei ou ato normativo do poder 
público. Artigo 52, X, CF. 
B) Resolução do Senado 
B.1) Características 
B.1.1) Ato Discricionário político 
B.1.2) Impossibilidade de Exame Meritório da decisão do STF (Principio da separação dos 
poderes) 
B.1.3) Inadmissibilidade de Ampliação ou Restrição do Alcance das decisões definitivas do STF 
em controle difuso. 
C) Utilidade da Resolução do Senado 
A resolução do Senado retirará do ordenamento jurídico positivo a lei ou ato normativo 
inconstitucional com efeitos subjetivos gerais e vinculantes. 
D)Objeto da Resolução 
Impugnação de Leis Federais, estaduais e municipais 
E)Eficácia temporal da Resolução 
Efeitos Ex Tunc 
E.1) STF (RMS 17976/SP): Ex Tunc! 
E.2) Doutrina 
• Morais, José Afonso, Ada Pellegrini:efeitos Ex Nunc 
• Gilmar Mendes:efeitos Ex Tunc. 
 
8.2 Teoria Moderna 
A) Compreensão 
A suspensão da eficácia da lei ou ato normativo inconstitucional com efeitos gerais e 
vinculantes não depende mais de resolução do Senado, pois as decisões do STF em matéria 
constitucional feitas pelo plenário tem caráter vinculante e geral. Artigo 927, V, CPC. 
B) Mutação Constitucional 
Houve alteração do sentido e alcance do artigo 52, X, CF, por interpretação informal do STF, 
permitindo a concessão de efeitos vinculantes e gerais as decisões do STF em matéria 
constitucional pelo plenário, sendo que a resolução do Senado servirá apenas para fins de 
publicação. 
C) Abstrativização do Controle Difuso 
Efeitos gerais e vinculantes as decisões do STF geram Abstrativização. 
D)Perda da Utilidade Prática da Resolução 
Em razão da concessão de efeitos subjetivos gerais e vinculantes as decisões definitivas do STF 
proferidas pelo Plenário, em matéria constitucional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 de setembro 
Continuação (aula 12 de setembro) 
Coisa Julgada Inconstitucional 
 
• Coisa Julgada 
➢ Natureza Jurídica 
Trata-se de uma garantia fundamental de estabilidade das relações jurídicas (artigo 5°, XXXVI) 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
 
Natureza Jurídica Processual: Pressuposto Processual de Validade objetivo negativo 
(impedimento processual) 
➢ Compreensão 
Torna imutável e indiscutível o conteúdo decisório de uma sentença de mérito, não sujeito mais 
a recurso. 
➢ Consequências 
Regra geral, situações inconstitucionais não podem ser convalidadas, pois constituem atos 
nulos por violarem a constituição. 
Obs! A coisa julgada inconstitucional poderá ser relativizada quando envolver outros bens 
jurídicos constitucionais, devendo primar pela ponderação, razoabilidade e proporcionalidade. 
 
• Coisa Julgada Inconstitucional 
➢ Consequências 
Ordinariamente, a coisa julgada Não poderá ser afetada por atos normativos posteriores a ela, 
em razão da irretroatividade de leis que vulnerem o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada, entretanto, quando houver violação de valores, princípios, direitos e garantias 
fundamentais será possível flexibilizar a coisa julgada para a proteção de outros direitos e 
garantias fundamentais, especialmente quando houver decisão vinculante do STF em matéria 
constitucional que declare a incompatibilidade da Lei ou ato normativo junto a constituição. 
➢ Relativização (flexibilização) 
Antes do trânsito julgado é cabível recurso, mas depois do trânsito em julgado somente caberá 
ações autônomas de impugnação. 
➢ Instrumentos Processuais 
1. Impugnação a sentença(título judicial)/embargos à execução com eficácia 
rescisória (títulos extra judiciais) 
Se o título executivo judicial já transitado em julgado e em fase de cumprimento de sentença 
estampar uma obrigação inexigível, pois fundada em lei ou ato normativo inconstitucional ou 
baseada em interpretação de lei ou ato normativo incompatível com a constituição referida 
defesa do devedor terá efeitos rescisórios. 
A.1 Inexigibilidade da Obrigação 
Decorrerá de obrigação oriunda de lei ou ato normativo proclamado inconstitucional pelo STF. 
A.2 Momento 
Se a decisão vinculante do STF tiver sido proclamada antes do trânsito em julgado será cabível 
opor impugnação a sentença com efeitos rescisórios. 
A.3 Cuidado 
Se a decisão vinculante de STF for posterior ao trânsito em julgado da sentença que gerou 
titulo executivo caberá apenas e tão somente ação rescisória. 
A.4 Tratamento Legal (artigos 525, parágrafo 1°, III, parágrafos 12° a 14° e 
artigos 535, III, parágrafos 5° a 8 °) ADI 2418/STF/DF 
 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias 
para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua 
impugnação. 
 
§ 1. Na impugnação, o executado poderá alegar: 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação 
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1. deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação 
reconhecida em título executivo judicial fundado emlei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal 
Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. 
 
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em 
atenção à segurança jurídica. 
 
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão 
exequenda. 
 
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio 
eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
§ 5. Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação 
reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo 
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal 
Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. 
 
§ 6. No caso do § 5. , os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, de modo 
a favorecer a segurança jurídica. 
 
§ 7. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5. deve ter sido proferida antes do trânsito em julgado da 
decisão exequenda. 
 
§ 8. Se a decisão referida no § 5. for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação 
rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 
 
2. Ação Rescisória 
Será cabível a ação rescisória quando verificado o trânsito em julgado da sentença e desde que 
a decisão vinculante do STF tenha ocorrido posteriormente. 
Limite temporal de 2 anos do trânsito em julgado da decisão. 
Após 2 anos caberá apenas ação declaratória de nulidade da sentença com base em vício de 
citação. 
➢ Coisa Julgada divergente 
As decisões vinculantes do STF deverão ser observadas por todos os órgãos jurisdicionais, por 
força do artigo 927, I do NCPC, nessa situação se houver coisa julgada divergente em situação 
anterior caberá ao prejudicado propor ação rescisória, se a coisa julgada divergente surgir 
posteriormente a decisão vinculante caberá também ação rescisória e reclamação 
constitucional. 
Obs! Os efeitos vinculantes da decisão do STF apesar de ordinariamente serem retroativos, 
poderá ser amenizado na situação concreta quando houver longo período, sendo possível a 
convivência da coisa julgada divergente anterior e os efeitos vinculantes de decisão do STF. 
 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; 
 
➢ Tratamento Jurídico 
➢ STF Ag Rg no RE 217.141/SP 
➢ Desconstituição 
▪ Inconstitucionalidade De norma penal incriminadora 
A sentença penal condenatória transitada em julgado cujo fundamento é uma lei penal 
incriminadora incompatível com a Constituição, por decisão vinculante reconhecida do STF, 
caberá a imediata desconstituição da sentença penal condenatória de ofício pelo próprio Juiz 
da execução penal, a requerimento do MP e condenado de direito. 
▪ Instrumento (súmula 611 do STF) 
Súmula 611 
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna. 
 
➢ Decisões Liminares 
Como as decisões liminares são baseadas em cognição sumária, serão provisórias por essência 
podendo ser cassadas ou revogadas a qualquer tempo, razão pela qual não terá repercussão 
sobre a coisa julgada individual ou coletiva. 
 
CONTROLE ABSTRATO 
 
1. Compreensão 
Trata-se do Controle jurisdicional de caráter objetivo que visa preservar a unidade e 
supremacia da Constituição, realizando apreciação objetiva entre a compatibilidade da norma 
constitucional e o ato normativo ou lei questionado, cuja antinomia conduzirá a exclusão da Lei 
ou Ato normativo inconstitucionais do ordenamento jurídico. 
Obs! Será possível apreciar fatos gerais no controle abstrato de constitucionalidade mas jamais 
fatos específicos concretos e individualizado. 
 
2. Distinções científicas 
2.1 Controle Concentrado 
Relaciona-se mais ao Órgão que terá competência para avaliar a matéria, no Brasil, em relação 
a Constituição Federal, será o plenário do STF, por outra via, nas constituições estaduais será o 
órgão especial ou pleno do Tribunal de Justiça. 
2.2 Controle Concreto 
Remonta o controle feito em situações individualizadas, específicas e determinadas com 
envolvimento de direitos subjetivos da pessoa, fugindo totalmente do Controle abstrato que 
trabalha com direitos objetivos e fatos gerais. 
2.3 Controle Principal 
Trata-se do Controle de caráter abstrato em que o pedido principal é a declaração da 
Inconstitucionalidade ou constitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado. O controle 
abstrato tem mais a ver com o conteúdo, já o principal, com regra procedimental. 
 
3. Características 
3.1 Regra geral 
3.1.1 Controle Principal/ Abstrato/ Concentrado 
O controle abstrato geralmente feito pela Corte Constitucional (concentrado) determinará o 
julgamento da constitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado sendo feito com o 
pedido principal nas ações abstratas. 
3.1.2 Controle Incidental/ Concreto/ Difuso 
O controle concreto surgirá de forma incidente como questão prejudicial sendo realizado por 
qualquer juiz ou tribunal (difuso) 
3.2 Exceções(possível questão de prova) 
3.2.1 Controle Concentrado (STF) Concreto (Fato específico, 
determinado, real) 
Exemplo: ação direta de inconstitucionalidade interventiva; mandado de segurança impetrado 
por parlamentar contra ato do Senado ou Câmara que viole cláusula pétrea ou processo 
legislativo. 
3.2.2 Controle Abstrato e Possibilidade de Reconhecimento da 
Inconstitucionalidade via incidente (Questão de Ordem (QO) na 
ADC 01/DF) 
Será possível que antes de se julgar os pedidos principais em ação abstrata surja uma questão 
incidente logicamente antecedente que subordina e condiciona o julgamento de mérito 
devendo ser realizada em primeiro plano, sendo possível a declaração incidente de 
inconstitucionalidade de dispositivo normativo ou norma. 
3.3 Efeitos Ordinários das Decisões: 
3.4 Finalidade 
3.5 Processo Objetivo 
• Compreensão 
• Características 
➢ Subjetivas 
➢ Objetivas 
• Interesse 
 
4. Princípios 
4.1 Princípio da instrumentalidade Reforçada 
4.2 Princípio da Acessibilidade Limitada 
• Legitimados Ativos (taxatividade) 
• STF (Ag Rg na ADI 2130/SC) 
4.3 Princípio do Interesse Objetivamente Considerado 
4.4 Princípio da Congruência do pedido 
• Regra Geral 
• Regra Especial 
➢ Inconstitucionalidade por afastamento 
4.5 Princípio da Abertura da Causa de Pedir 
4.5.1 Compreensão 
4.5.2 Cenário no STF 
Passado (parâmetro vigente) 
Presente (ADI 2158/PR) 
4.6 Princípio da Especificação Das Normas Paramétricas (ADI 
561/DF) 
4.7 Princípio da Indisponibilidade da Instância 
4.8 Princípio da Instrução 
• Avaliações de questões de fato gerais 
• Permissões 
4.9 Princípio do Controle material 
4.10 Princípio da Publicidade 
4.11 Princípio da Irrecorribilidade 
• Recurso de Decisão Definitiva 
• Recurso de Decisão Unipessoal 
Cabimento: 
Incabimento (ADI/MG 3626 MA) 
4.12 Princípio da Irrescindibilidade 
• Compreensão

Continue navegando