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G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O TÓPICO 1 – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES TÓPICO 2 – REDE NAS EMPRESAS TÓPICO 3 – BANCO DE DADOS PLANO DE ESTUDOS Esta Unidade está dividida em três tópicos, sendo que, ao final de cada um deles, você encontrará atividades que o(a) auxiliarão na apropriação dos conhecimentos. UNIDADE 2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NAS EMPRESAS OBjETIvOS DE APRENDIZAGEM A partir desta unidade, você será capaz de: ● analisar a importância da tecnologia da informação nas empresas; ● especificar os tipos de rede nas empresas; ● descrever a topologia de rede; ● identificar os bancos de dados. G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 UNIDADE 2 Uma organização é uma reunião formal de pessoas e outros recursos estabelecidos para alcançar um conjunto de objetivos. Portanto, uma organização pode ser considerada como um sistema, o que significa que ela tem entradas, mecanismos de processamento, saídas e realimentação. Uma organização utiliza recursos financeiros, equipamentos, recursos humanos, materiais, dados, informações e decisões. A figura a seguir ilustra os recursos humanos (usuários finais e especialistas em TI), recursos de software (programas e procedimentos), recursos de dados (banco de dados e bases de conhecimento), recursos de hardware (máquinas e mídias) e recursos de rede (meios de comunicação e suporte de rede). As saídas dos mecanismos de transformação são geralmente bens ou serviços, que são de valor relativo mais elevado do que as entradas. Por meio da adição de valor as organizações tentam alcançar seus objetivos. UNIDADE 2TÓPICO 164 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 15 – MODELO GERAL DE UMA ORGANIZAÇÃO FONTE: Disponível em: <http://telemacopompei.blogspot.com.br/2011/06/nocoes-de-sistemas.html>. Acesso em: 7 set. 2012. 1.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO À VANTAGEM COMPETITIVA COM APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Uma empresa competitiva precisa ser rápida, ágil, flexível, inovadora, produtiva, econômica e orientada para o cliente. Deve ainda alinhar sua estratégia do TI com as estratégias e os objetivos do plano de negócio (figura a seguir). UNIDADE 2 TÓPICO 1 65 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 16 – ESTRUTURA DE ANÁLISE DE VANTAGEM COMPETITIVA FONTE: Albertin (2004, p. 45) Stair e Reynolds (2002) propuseram um conjunto de estratégias para alcançar a vantagem requerida, sendo elas: • Liderança em custo: oferecer o custo mais baixo para produtos e serviços. A liderança em custo é alcançada, reduzindo-se os custos de matérias-primas mediante negociações com os fornecedores, tornando-se mais eficiente na produção e nos processos de industrialização, reduzindo a armazenagem e os custos de remessa. • Diferenciação: fornecer produtos e serviços diferentes. Essa estratégia pode envolver a produção de variedade de produtos, fornecendo ao consumidor mais escolhas, ou produtos e serviços de qualidade superior. • Estratégia de nicho: fornecer somente a um pequeno nicho de mercado. • Alterar a estrutura do setor: mudar o setor industrial para torná-lo mais favorável a sua empresa ou organização. • Criar novos produtos e serviços: introduzir novos produtos e serviços. • Aperfeiçoar as linhas de produtos existentes e os serviços: obter melhorias reais ou perceptíveis para linhas de produtos e serviços existentes. As empresas passam pelo menos três estágios importantes no seu uso da TI, sendo: • Primeiro estágio: as organizações focam o uso dos sistemas de informação para reduzir custos e melhorar a produtividade. Nesse estágio, as empresas geralmente ignoram a receita UNIDADE 2TÓPICO 166 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O potencial, não vislumbrando as oportunidades de utilizar a TI para o aumento de vendas. • Segundo estágio: a empresa está orientada para obter vantagem competitiva, dependendo de grande volume de dinheiro para implementar a TI. Atualmente, as empresas estão mudando do gerenciamento estratégico para o gerenciamento com base em desempenho de seus sistemas. • Terceiro estágio: as empresas consideram tanto a vantagem estratégica quanto os custos. Utilizam a produtividade, retorno de investimento, valor presente líquido e outras medidas de desempenho para avaliar as contribuições que seus sistemas de informação dão aos seus negócios. 1.1.1 Administração da informática A função de planejamento é considerada como a mais importante e é básica para todas as áreas. Na Administração de Informática (AI) são identificados dois níveis sendo o estratégico e o pessoal. O estratégico é razoavelmente bem conduzido e, o operacional, com deficiências na elaboração e implementação. O planejamento e a sua implementação são considerados como os maiores problemas à AI. Nas organizações existe a grande preocupação com a proximidade ou distância da AI em relação às atividades da mesma. A AI, quanto às áreas usuárias, considera que a estrutura organizacional é a responsável por muitos dos problemas de relacionamento e de desempenho de atendimento. Na função pessoal, os aspectos técnicos têm mais relevância que os gerenciais, e essa situação contribui para o relacionamento deficiente da AI com a organização. Os aspectos gerenciais e sociais começam a ser percebidos como críticos, porém continua a existir grande pressão para a utilização de novas tecnologias. Na função direção existe uma forte tendência de utilização de administração por colegiado, interna e externamente à AI. Assim, as informações devem ser avaliadas segundo quatro fatores (STONER, 1999): • Qualidade da informação: quanto mais precisa a informação, maior sua qualidade e com mais segurança os administradores podem contar com ela no momento de tomar decisões. • Oportunidade da informação: para um controle eficaz, a ação corretiva deve ser aplicada antes de ocorrer um desvio muito grande do plano ou do padrão; portanto as informações devem estar disponíveis para a pessoa certa no momento certo. • Quantidade da informação: dificilmente os administradores podem tomar decisões precisas e oportunas sem informações suficientes; contudo é importante que não haja uma inundação de informações, de modo a esconder as coisas importantes. UNIDADE 2 TÓPICO 1 67 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O • Relevância da informação: de modo semelhante, a informação que os administradores recebem deve ter relevância para suas responsabilidades e tarefas. O propósito básico da informação, dentro do contexto organizacional, de acordo com Oliveira (1998), é o de habilitar a empresa a alcançar seus objetivos por meio do uso eficiente dos recursos disponíveis. Com isso, a teoria da informação considera os problemas e as adequações do seu uso efetivo pelos tomadores de decisão. A eficiência na utilização da informação é medida em relação ao custo para obtê-la e o valor do benefício derivado de seu uso. Associam-se à produção da informação os custos envolvidos na coleta, processamento e distribuição (OLIVEIRA, 1998). 2 ADMINISTRAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Na administração de Tecnologia da Informação TI podem ser efetivamente definidos os procedimentosde elaboração e uso da estrutura de benefícios de tecnologia de informação no desempenho empresarial. Esses procedimentos podem ser relacionados com o modelo que a empresa utiliza, bem como com os procedimentos de solicitação de serviço de TI e com a metodologia para gerenciamento de projetos de TI já utilizada (ALBERTIN; ALBERTIN, 2006). O uso de TI nas empresas pode ser entendido por meio do conhecimento das suas várias dimensões, incluindo o contexto com seus direcionadores, os tipos de uso de TI, os benefícios oferecidos, o desempenho empresarial, a governança e a administração de TI e o papel dos executivos de negócio e de TI, bem como a relação que existe entre as dimensões. Isso permite identificar as variáveis que afetam e são afetadas pelo uso de TI, conforme o modelo das dimensões do uso de tecnologia de informação em benefício dos negócios (figura a seguir). UNIDADE 2TÓPICO 168 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 17 – USO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO EM BENEFÍCIO DOS NEGÓCIOS FONTE: Albertin e Albertin (2006) As organizações dependem de certos requisitos para garantir seu sucesso (DIPASQUALE; MATTHEWS, 2000 apud ALBERTIN 2009; BASCHAB; PIOT, 2003), que podem ser alcançados com a utilização de TI. O uso de TI oferece benefícios para os negócios que incluem custo, produtividade, qualidade, flexibilidade e inovação, e cada uso tem uma composição própria desses benefícios. O desafio, no entanto, é determinar quais são as variáveis essências para o sucesso do negócio, pois tal identificação será a base para a confirmação desses benefícios no desempenho empresarial (figura a seguir). Esse desempenho está diretamente relacionado com o uso de TI, porém o desempenho empresarial inclui aspectos financeiros e não financeiros (MURPHY, 2002 apud SABOIA 2000). UNIDADE 2 TÓPICO 1 69 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 18 – BENEFÍCIOS DO USO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E AS VARIÁVEIS A SEREM MENSURADAS FONTE: Albertin e Albertin (2006) A governança de TI pode ser entendida como a autoridade e responsabilidade pelas decisões referentes ao uso de TI. A administração de TI, com seus processos de planejamento, organização, direção e controle, tem como objetivo garantir a realização bem-sucedida dos esforços para o uso de TI, desde a sua definição com o alinhamento estratégico, influenciado pelo contexto, até a mensuração dos seus impactos no desempenho empresarial. FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S1415-65552008000300002>. Acesso em: 8 out. 2012. Ela não deve ser realizada apenas pelos executivos dessa área, mas como uma responsabilidade organizacional pelos executivos de negócio, que têm participação decisiva no seu sucesso (SCHEIN, 1989 apud SABOIA 2000). Os executivos de negócio devem ter uma atitude em relação a TI adequada ao que se espera dessa tecnologia, de forma crítica e realista, permitindo que as suas inovações sejam aproveitadas, e participando ativa e decisivamente na administração de TI em conjunto com os executivos da área, que devem ter um papel ativo e decisivo nos negócios, assim como os demais. Eles devem participar nos negócios e não só permitir, mas incentivar a participação dos demais executivos. UNIDADE 2TÓPICO 170 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O As dimensões do uso de TI e suas relações produzem efeitos internos e externos nas organizações, o que significa que elas também influenciam o contexto e seus direcionadores, alterando-os e sendo alteradas por eles (figura a seguir). FIGURA 19 – AS DIMENSÕES DO USO DE TI E AS SUAS RELAÇÕES COM O USUÁRIO E/OU CLIENTE FONTE: Albertin e Albertin (2006) 2.1 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO DA ADMINISTRAÇÃO DE INFORMÁTICA A função planejamento é a principal e é determinante para a AI. É a base para as demais e a sua execução e cumprimento contribui para a formação de um histórico de competência e para o sucesso da Administração de Informática, além de garantir a consistência dos SI com a organização. Assim, o planejamento, por si só, já pode ser considerado como um Fator Crítico de Sucesso (FCS) para a AI, devido à sua relevância, sua condição de base para as demais funções, as características e as evoluções do ambiente tecnológico e de negócios. De fato, o planejamento e sua implementação efetiva é o problema mais sério enfrentado pela AI. O planejamento da AI, na prática, é dividido em dois níveis. O primeiro considera os grandes projetos, altos investimentos, mudanças e inovações tecnológicas profundas. Dada UNIDADE 2 TÓPICO 1 71 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O toda a pressão ambiental, de negócios e tecnologia, esse nível tem recebido bastante atenção e há uma constante preocupação com a melhoria de seu processo. O segundo considera os projetos menores e as manutenções de SI, tendo como características mais marcantes as mudanças constantes, novas tecnologias já disponíveis e identificação de novas necessidades quase que diariamente. Nesse nível, residem os maiores problemas da AI, sejam internos ou no relacionamento com a organização. Também nesse nível, exige-se da AI que sejam analisadas as várias alternativas de soluções que considerem as tecnologias disponíveis. O primeiro FCS identificado na função planejamento é o apoio da alta gerência, representado pela sua participação tanto no planejamento da AI como na sua administração. Esse apoio deve: • criar um ambiente propício à visão da informática como arma da estratégia competitiva; • garantir acesso às informações da organização, tal como do seu planejamento estratégico; • propiciar uma visão global da organização; • determinar as diretrizes da AI; • participar no processo de priorização; • garantir os investimentos aprovados; • facilitar a administração de mudanças nos planejamentos, através de solução de conflitos de recursos, estudos de viabilidades, comunicação de importância e impactos das mudanças. FONTE: Disponível em: <www.imoveisalagoas.com.br/arquivos/contratos/apostila.doc>. Acesso em: 8 out. 2012. O segundo é o alinhamento estratégico entre a AI e a organização, para a garantia de coerência com as estratégias, prioridades e estrutura organizacional. Esse alinhamento inclui as dimensões de negócio, da TI e dos ambientes internos e externos. Ele também visa a evitar uma visão parcial das necessidades da organização, a criação de uma AI voltada somente para seu ambiente e a subutilização dos seus recursos. O terceiro é o processo de priorização, que deve ser totalmente baseado no alinhamento estratégico e aplicado nos dois níveis de planejamento. Os fatores deste processo devem incluir: • objetivos do negócio; • estratégias do negócio; • benefícios financeiros; • benefícios intangíveis; • automação de processos; • controles internos; • importância técnica. UNIDADE 2TÓPICO 172 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Os participantes desse processo devem ser a alta gerência e os níveis hierárquicos gerenciais das áreas usuárias e da AI. O quarto é o processo de estimativa dos esforços necessários para o atendimento dos pedidos, que é base para os seus planejamentos. Nesse processo devem ser utilizadas técnicas que propiciem uma melhoria constante das estimativas, através de informações de histórico, acompanhamento e realimentação posterior. O grande desafio é a identificação e adaptaçãopara o ambiente real de uma técnica que se torne exequível: a técnica de histórico é muito utilizada por ser de fácil aplicação e devido à baixa rotatividade do pessoal da AI, mas não existe a prática de realimentação do processo com as informações das execuções dos planos. O apoio da alta gerência também deve ser considerado na organização, uma vez que o estabelecimento da estrutura organizacional pode facilitar ou não esse apoio. Essa estrutura deve facilitar a participação ativa da alta gerência e dos usuários e uma melhor comunicação entre todos os participantes, independentemente do nível hierárquico. As duas formas estabelecidas com esta visão são a posição hierárquica da AI próxima à alta gerência da organização e os comitês e comissões com a participação das áreas usuárias e da AI. FONTE: Disponível em: <http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034- 75901995000500004 .pdf>. Acesso em: 8 out. 2012 3 SISTEMAS APLICADOS EM GESTÃO 3.1 EXECUTIVE INFORMATION SYSTEMS (EIS) O Executive Information Systems (EIS) é um sistema criado em 1970 e que está presente até hoje em diversos outros softwares em todo o mundo. Ele objetiva fornecer informações empresariais de uma base de dados. O EIS permite o acompanhamento diário de resultados, por meio da tabulação de dados de todas as áreas funcionais e a exibição na forma simplificada1 e de gráficos. Rezende e Abreu (2010) descrevem os benefícios dessa ferramenta: UNIDADE 2 TÓPICO 1 73 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Simplicidade de uso: estabelece o fácil elo entre os dados disponíveis e o fornecimento de informações. Orientação para gráficos: sua tecnologia permite selecionar a melhor maneira de apresentar as informações desejadas. Complementação em vez de substituição: sua implantação não deve requerer grandes mudanças nos demais sistemas de informações operacionais da organização. Ele complementa as informações já existentes. Opções de funcionamento: o EIS tem três opções de funcionamento, sendo a primeira por meio da digitação da base de dados do próprio sistema. A segunda opção é a alimentação da base de dados por meio de softwares paralelos. A terceira opção é a mais indicada, porque se faz com acesso automático e instantâneo às bases de dados das funções empresariais e não à base de dados do sistema em estudo. As aplicações desse sistema dirigem-se a auxiliar os executivos em seus diversos e estratégicos processos de tomada de decisão que envolvem seu negócio empresarial. Elas contemplam o acompanhamento, desempenho e retorno em tempo real. O sistema pode colaborar ainda na gestão de lançamento de novos produtos, de comportamento do mercado financeiro, da movimentação de recursos humanos e nos sistemas e ainda no acompanhamento de noticiários de jornais. A tecnologia EIS está associada ao conceito de decisão estratégica relacionada principalmente com o meio ambiente externo e a competitividade empresarial e deve ser otimizada de acordo com as particularidades de cada empresa (REZENDE; ABREU, 2010). 3.2 ENTERPRISE RESOURCE PLANNING (ERP) O sistema Enterprise Resource Planning (ERP) ou Planejamento de Recursos Empresariais tem como objetivo contribuir com o gerenciamento dos negócios. Ele constitui-se de pacotes de gestão empresarial ou de sistemas integrados, com recursos de automação e informatização para atingir seu objetivo. Um ERP é uma arquitetura de sistemas de informação que facilita o fluxo de informações entre todas as atividades da empresa. Ele reúne as informações referentes as quatro principais atividades da organização: fabricação, logística, finanças e recursos humanos (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). O autor complementa a explicação de um ERP: UNIDADE 2TÓPICO 174 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Um banco de dados centralizado, operando em uma plataforma comum que in- terage com um conjunto integrado de aplicativos, consolida todas as operações do negócio em um simples ambiente computacional. Essa arquitetura permite abordagens flexíveis e orientadas para processo e podem maximizar as atividades de produção, gerenciamento de inventário e de cadeia de valor, controle financeiro, gerenciamento de recursos humanos e aprimoramento do relacionamento com o consumidor (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008 p. 115). As empresas produtoras dessa tecnologia crescem em todo o mundo com o uso acentuado do ERP para integrar todos os seus processos. O sistema tem prerrogativa de usar o conceito de base de dados única e oferece a ferramenta de Executive Information System (EIS) como opção integrada (REZENDE; ABREU, 2010). Se a gestão empresarial consiste em processos de operação cotidiana com a otimização de atividades e procedimentos planejando investimentos atuais e futuros, o ERP representa a administração geral com o uso dos recursos que o software oferece. Vejamos a explicação de Rezende e Abreu (2010, p. 192-193) sobre o funcionamento do ERP: O software integrado é parte de uma tecnologia com recursos de informá- tica que registra e processa cada evento empresarial oriundo das funções empresariais básicas, por um único input ou entrada para processamento. E após a entrada e armazenamento dos dados, o software disponibiliza a informação para todos na empresa que dela necessitem, distribuída por nível estratégico, tático e operacional. Essa disponibilização implica critérios de segurança efetivos, claros, consistentes, em tempo real e com qualidade, ou seja, informação oportuna. O desempenho do ERP deve-se em boa parte à sua retaguarda, onde estão os processos integrados e não simplesmente as interfaces de integração. Essa diferença favorece a ligação efetiva dos dados e reflete com exatidão as informações. Assim, os gestores e usuários da informação podem tomar decisões oportunas (REZENDE; ABREU, 2010). 3.3 BUSINESS INTELLIGENCE (BI) O sistema de Business Intelligence é conhecido como inteligência empresarial e trata- se de um conjunto de ferramentas e aplicativos que oferece aos tomadores de decisão a possibilidade de organizar, analisar, distribuir e agir, ajudando a organização a tomar decisões melhores e mais dinâmicas (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). Eles fornecem uma visão completa do negócio e auxiliam na distribuição uniforme dos dados entre os usuários espalhados por toda a organização. Isso porque a maioria dos sistemas de ERP e de gerenciamento de clientes falha na geração de relatórios adequados para uma boa tomada de decisão, explica Batista (2006 apud ALBERTIN, 2008). UNIDADE 2 TÓPICO 1 75 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O O principal objetivo das ferramentas de business intelligence é transformar grandes quantidades de dados em informações de qualidade para a tomada de decisões. Isso gera resultados diretos para a organização. Assim, eles permitem cruzar dados, visualizar informações em vários cenários e analisar os indicadores de desempenho (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008, p120). Por tais características, é o principal aliado para a tomada de decisões de uma empresa e necessária para um bom gerenciamento da organização na Era da Informação. As quatro principais ferramentas do conjunto de inteligência empresarial são o data warehousing, as ferramentas OLAP, o datamining e as ferramentas de modelagem analítica e de previsões (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008, p. 121). Uma ferramenta data warehouse armazena dados extraídos de vários bancos de dados da organização e torna-se uma fonte central dedados já trabalhados, transformados e catalogados e, portanto, pronto para serem utilizados pelos gerentes para data mining, processamento analítico online e outras formas de análise empresarial, pesquisa de mercado e apoio às decisões (O´BRIEN, 2004). Já um data mining os dados são processados para identificar fatores e tendências-chave nos padrões das atividades de negócios. Isso permite que os gerentes tomem decisões sobre mudanças estratégicas nas operações para obter vantagens competitivas nos mercados em que atuam, explica O´Brien (2004). Em outras palavras, o data warehouse consiste no armazenamento de dados que possibilita a visualização dos fatores de influência direta na organização. Por outro lado, o data mining consiste na mineração dos dados, ou seja, é um método para processar a informação correta e orientar a tomada de decisão (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). 3.4 SISTEMA DE APOIO A DECISÕES (SAD) Como uma evolução dos processos de tomada de decisão dentro das organizações, foram desenvolvidos os Sistemas de Apoio a Decisões (SAD) nas empresas mais modernas e usuários de informação oportuna para enfrentar a realidade de um mercado dinâmico em que as decisões são fator-chave. Por isso, os sistemas de apoio a decisões acompanham essa tendência e são flexíveis e adaptáveis no ambiente em que a empresa se encontra. Eles também são chamados de Decision Support Systems (DSS) e auxiliam os executivos em todas as fases da tomada de decisão, principalmente nas etapas de desenvolvimento, comparação e classificação dos riscos (REZENDE; ABREU, 2010). UNIDADE 2TÓPICO 176 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Assim, os SAD têm se tornado uma importante ferramenta para os gestores de empresas na busca pela qualidade total e pela competitividade empresarial. Para tanto, Rezende e Abreu (2010) explicam que esses sistemas utilizam a regra “e se” para a geração de dados e informações, simulações, cenários e etc. Rezende e Abreu (2010) complementam que os SAD permitem a coordenação e integração de dados e de partes diversas, visando a objetivos comuns, fornecendo informações que permitam melhores decisões empresariais. O sistema dispõe dos diversos bancos de dados da empresa que propiciam a geração de informações. Esses dados são relacionais entre si e reiteram assim a necessidade de que esse banco de dados seja um software específico. Segundo Rezende e Abreu (2010), esse sistema manipula e controla tudo o que se refere a dados dentro de um SAD. Os autores explicam o sistema de modelos do SAD: Com base na regra “e se” para gerar cenários, o SAD é constituído por um conjunto de modelos de gestão capaz de lidar com os dados da empresa por meio de simulações, cálculos, insights, resolução de problemas matemáticos, entre outros cenários. Esse componente inclui modelos mutáveis e perma- nentes, tais como algoritmos ou fórmulas predefinidas, planilhas, análises estatísticas e seus recursos para o desenvolvimento e a atualização destes modelos. (REZENDE; ABREU, 2010, p. 191). Na prática, existem dois tipos básicos de sistemas de apoio a decisões: orientados por modelo e orientados por dados. O tipo orientado por modelo constitui-se de sistemas autônomos isolados dos principais sistemas de informações usando a regra “e se”. Já os modelos orientados por dados analisam grandes repertórios de dados encontrados nos grandes sistemas organizacionais (LAUDON; LAUDON, 2004). UNIDADE 2 TÓPICO 1 77 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Neste tópico, vimos que: • Uma organização é uma reunião formal de pessoas e outros recursos estabelecidos para alcançar um conjunto de objetivos. • As saídas de uma organização são os mecanismos de transformação. São geralmente bens ou serviços, que são de valor relativo mais elevado do que as entradas. Por meio da adição de valor às organizações tentam alcançar seus objetivos. • Liderança em custo: oferecer o custo mais baixo para produtos e serviços. • Diferenciação: fornecer produtos e serviços diferentes. • Estratégia de nicho: fornecer somente a um pequeno nicho de mercado. • Alterar a estrutura do setor: mudar o setor industrial para torná-lo mais favorável a sua empresa ou organização. • Criar novos produtos e serviços: introduzir novos produtos e serviços. • Aperfeiçoar as linhas de produtos existentes e os serviços: obter melhorias reais ou perceptíveis para linhas de produtos e serviços existentes. • As empresas passam pelo menos três estágios importantes no seu uso da TI, sendo: Primeiro estágio: as organizações focam o uso dos sistemas de informação para reduzir custos e melhorar a produtividade. Segundo estágio: a empresa está orientada para obter vantagem competitiva, dependendo de grande volume de dinheiro para implementar a TI. Terceiro estágio: as empresas consideram tanto a vantagem estratégica quanto os custos. • A função de planejamento é considerada como a mais importante e é básica para todas as áreas. • O planejamento e a sua implementação são considerados como os maiores problemas à AI. • Na função pessoal, os aspectos técnicos têm mais relevância que os gerenciais, e essa situação contribui para o relacionamento deficiente da AI com a organização. • Qualidade da informação – quanto mais precisa a informação, maior sua qualidade e com mais segurança os administradores podem contar com ela no momento de tomar decisões. • Oportunidade da informação – para um controle eficaz, a ação corretiva deve ser aplicada antes de ocorrer um desvio muito grande do plano ou do padrão. • Quantidade da informação – dificilmente os administradores podem tomar decisões precisas e oportunas sem informações suficientes. • Relevância da informação – de modo semelhante, a informação que os administradores recebem deve ter relevância para suas responsabilidades e tarefas. • O propósito básico da informação é o de habilitar a empresa a alcançar seus objetivos por meio do uso eficiente dos recursos disponíveis. RESUMO DO TÓPICO 1 UNIDADE 2TÓPICO 178 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O • A eficiência na utilização da informação é medida em relação ao custo para obtê-la e o valor do benefício derivado de seu uso. • Na administração de Tecnologia da Informação TI podem ser efetivamente definidos os procedimentos de elaboração e uso da estrutura de benefícios de tecnologia de informação no desempenho empresarial. • O uso de TI nas empresas pode ser entendido por meio do conhecimento das suas várias dimensões, incluindo o contexto com seus direcionadores, os tipos de uso de TI, os benefícios oferecidos, o desempenho empresarial, a governança e a administração de TI e o papel dos executivos de negócio e de TI, bem como a relação que existe entre as dimensões. • O uso de TI oferece benefícios para os negócios que incluem custo, produtividade, qualidade, flexibilidade e inovação, e cada uso tem uma composição própria desses benefícios. • A governança de TI pode ser entendida como a autoridade e responsabilidade pelas decisões referentes ao uso de TI. • A administração de TI, com seus processos de planejamento, organização, direção e controle, tem como objetivo garantir a realização bem-sucedida dos esforços para o uso de TI, desde a sua definição com o alinhamento estratégico, influenciado pelo contexto, até a mensuração dos seus impactos no desempenho empresarial. • As dimensões do uso de TI e suas relações produzem efeitos internos e externos nas organizações,o que significa que elas também influenciam o contexto e seus direcionadores, alterando-os e sendo alteradas por eles. • O planejamento, por si só, já pode ser considerado como um Fator Crítico de Sucesso (FCS) para a AI. • O planejamento da AI, na prática, é dividido em dois níveis. O primeiro considera os grandes projetos, altos investimentos, mudanças e inovações tecnológicas profundas. O segundo considera os projetos menores e as manutenções de SI, tendo como características mais marcantes as mudanças constantes, novas tecnologias já disponíveis e identificação de novas necessidades quase que diariamente. • O segundo é o alinhamento estratégico entre a AI e a organização, para a garantia de coerência com as estratégias, prioridades e estrutura organizacional. • O terceiro é o processo de priorização, que deve ser totalmente baseado no alinhamento estratégico e aplicado nos dois níveis de planejamento. • O apoio da alta gerência também deve ser considerado na organização, uma vez que o estabelecimento da estrutura organizacional pode facilitar ou não esse apoio. • O Executive Information Systems (EIS) é um sistema criado em 1970 e que está presente até hoje em diversos outros softwares em todo o mundo. • A tecnologia EIS está associada ao conceito de decisão estratégica relacionada principalmente com o meio ambiente externo e a competitividade empresarial e deve ser otimizada de acordo com as particularidades de cada empresa (REZENDE; ABREU, 2010). • O sistema Enterprise Resource Planning (ERP) ou Planejamento de Recursos Empresariais tem como objetivo contribuir com o gerenciamento dos negócios. • Um ERP é uma arquitetura de sistemas de informação que facilita o fluxo de informações UNIDADE 2 TÓPICO 1 79 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O entre todas as atividades da empresa. • O sistema de Business Intelligence é conhecido como inteligência empresarial e trata-se de um conjunto de ferramentas e aplicativos que oferece aos tomadores de decisão a possibilidade de organizar, analisar, distribuir e agir, ajudando a organização a tomar decisões melhores e mais dinâmicas (BATISTA, 2006 apud ALBERTIN, 2008). • Uma ferramenta data warehouse armazena dados extraídos de vários bancos de dados da organização e torna-se uma fonte central de dados já trabalhados, transformados e catalogados e, portanto, pronto para serem utilizados pelos gerentes para data mining, processamento analítico online e outras formas de análise empresarial, pesquisa de mercado e apoio às decisões (O´BRIEN, 2004). • Como uma evolução dos processos de tomada de decisão dentro das organizações, foram desenvolvidos os Sistemas de Apoio a Decisões (SAD) nas empresas mais modernas e usuários de informação oportuna para enfrentar a realidade de um mercado dinâmico em que as decisões são fator-chave. • Rezende e Abreu (2010) complementam que os SAD permitem a coordenação e integração de dados e de partes diversas, visando a objetivos comuns, fornecendo informações que permitam melhores decisões empresariais. UNIDADE 2TÓPICO 180 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Olá, acadêmico(a)! Agora é só você resolver as questões a seguir e estará reforçando seu aprendizado. Boa atividade! 1 Defina o FCS e qual é a sua importância para a implementação da TI? AUT OAT IVID ADE � G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O REDE NAS EMPRESAS 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 2 UNIDADE 2 Rede de computador inicialmente surgiu como redes internas, que não eram abertas ao grande público. Em meados dos anos 60, a ARPA (Advanced Research Project Agency) do Departamento de Defesa dos E.U.A. começou a implementar uma rede de comunicações via computadores capaz de continuar a operar, mesmo em caso de um ataque nuclear pela União Soviética (época da Guerra Fria), aí foi nomeado em rede ARPANET. Os requisitos da rede ARPANET deram origem ao protocolo IP (Internet Protocol), em que os dados seriam divididos em pacotes e cada um desses pacotes deveria chegar ao destino, percorrendo a rota mais eficiente dentro da rede. Mesmo com parte da rede inoperante, os pacotes deveriam chegar ao destino e serem reconstruídos. Nesse tipo de rede não há um “servidor central”, todos os computadores componentes da rede podem ser clientes e servidores ao mesmo tempo. Na década de 70, a ARPANET continuou a crescer e surgiram a BITNET e a USENET, e o correio eletrônico passa a fazer parte do meio acadêmico e empresarial. Em 1986, a Rede ARPANET é substituída pela NSFNET (subordinada à “National Science Foundation”), experimentando nova expansão. A Internet passa a funcionar sem um “dono”, nem estrutura hierárquica convencional, dirigida por um grupo de voluntários reunidos na Internet Society (ISOC) e um conselho indicado pelo ISOC, o Internet Architecture Board (IAB), com poder de decisão nas questões técnicas. Os problemas do dia a dia são resolvidos por outro grupo de voluntários, o Internet Engineering Task Force (IETF). Mas afinal, qual era a composição básica da Internet? Internet era composta por computadores de alta velocidade, ligados entre si através de linhas de comunicação de alta UNIDADE 2TÓPICO 282 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O velocidade. Os demais computadores individuais e redes internas das organizações são, por sua vez, interligados ao backbone central através de linhas de comunicação menos velozes. Tendo iniciado como uma espécie de telex sofisticado, permitindo somente comunicação via texto. Hoje a internet é utilizada para qualquer tipo de mídia, inclusive TV e rádio, e o seu número de usuários cresce exponencialmente. Em Fevereiro de 1999 começou a funcionar a internet 2, novamente restrita aos meios militares e acadêmicos, como era a internet em seu início. 1.1 CONCEPÇÃO DAS REDES Uma vez listadas as diferentes necessidades relacionadas a uma rede de comunicação, a questão que se coloca é a da viabilidade de um projeto de rede, dada à quantidade de funções a implementar. Outra questão é a do ordenamento das funções. O controle de fluxo deve ser realizado antes ou depois da correção de erros? Uma vez resolvida esta questão, que elementos da rede serão responsáveis da implementação destas funções? As soluções adotadas são dependentes do suporte de transmissão utilizado? Elas continuam válidas no caso de expansão da rede? Estas questões representam, de certo modo, a necessidade de levar em conta certo ordenamento no que diz respeito à adoção das soluções para cada problema. FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe0akAB/apostila-redes-industriais- automacao>. Acesso em: 8 out. 2012. Uma ilustração típica do problema é aquela da comunicação entre duas empresas. Vamos supor que o diretor de uma empresa “A”, quer comunicar-se com o diretor de uma empresa “B”. Ele convoca a sua secretária administrativa e solicita, informalmente, que ela construa um texto relativo ao assunto a ser tratado. A secretária administrativa elabora o documento e o entrega ao office boy que vai envelopá-lo e encaminhá-lo ao chefe do setor de malote. Este último encaminha o documento ao serviço postal para condução à empresa “B”. Considerando que a empresa “B” apresenta uma estrutura similar à empresa “A”, ilustrado na figura a seguir, os mesmos elementos atuam, cada um em suas funções, para fazer com que a correspondência chegue às mãos do diretor da empresa. Este processocaracteriza, na verdade, a filosofia de concepção das redes de comunicação, que é baseada em dois conceitos fundamentais: o da hierarquia e o da descentralização, cuja conjunção vai permitir responder à questão de ordenação na adoção UNIDADE 2 TÓPICO 2 83 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O das soluções. Segundo esta filosofia, uma tarefa global é vista como sendo decomposta à medida que se vai descendo na hierarquia e que a única interação física se faz no seu nível mais baixo (figura a seguir). FIGURA 20 – FILOSOFIA DE CONCEPÇÃO DAS REDES, ILUSTRADA POR UM PROCESSO DE RELAÇÕES ENTRE EMPRESAS FONTE: O autor Podemos considerar que a comunicação entre dois nós de uma rede é uma tarefa global, isto afeta um sistema complexo e, consequentemente, sujeita à aplicação dos princípios de hierarquização e de descentralização. As vantagens da adoção destes princípios são fundamentalmente: • Facilidade de estudo e de implementação da rede a partir de elementos de base existentes, que permitem a redução dos custos de instalação. • Simplificação de sua operação em função da definição de regras formais. • Garantia de confiabilidade de um sistema que seja aceitável, particularmente graças ao encapsulamento das funções o que permite limitar a propagação de erros e facilitar a manutenção. • Garantia, pela modularidade, de um grau satisfatório de evolutividade e de extensibilidade da rede. • Otimização de desempenho. UNIDADE 2TÓPICO 284 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Todos estes aspectos nos conduzem a conceber uma arquitetura de comunicação como sendo uma organização de software e hardware estruturada em níveis ou camadas. Os conceitos de hierarquia e descentralização podem ser empregados de diferentes formas, cada um podendo implicar um tipo de rede particular. Em função desta provável multiplicidade, surgiu então a necessidade de uma normalização, permitindo a conexão de diferentes classes de hardware. Para possibilitar a normalização, foi necessário estabelecer um modelo teórico capaz de representar as relações entre as diferentes tarefas implementadas nos diferentes níveis hierárquicos. A possibilidade de interconexão de um número qualquer de sistemas, ou seja, de conjuntos autônomos podendo efetuar tarefas de tratamento ou de transmissão de informação, era uma característica essencial para o modelo a ser estabelecido. FONTE: Disponível em: <http://pessoal.utfpr.edu.br/gustavo/apostila.pdf>. Acesso em: 8 out. 2012. A figura a seguir ilustra uma arquitetura hierarquizada em quatro camadas que permitirá introduzir o conjunto de conceitos relacionados ao modelo estabelecido. O objetivo de cada camada é o oferecimento de um tipo de serviço a sua camada superior de forma a evitar que esta necessite conhecer certos aspectos de como este serviço é realizado. A camada “n” assume que a comunicação com a camada “n” de outra máquina aconteça, embora não seja direta. Para que esta comunicação exista, ela se utiliza de um conjunto de convenções e regras que vão permitir gerenciar esta comunicação. A este conjunto de regras e convenções, dá-se o nome de protocolo. Como se pode ver na figura, não existe meio de comunicação direto entre as diferentes camadas (apenas o meio de transmissão na camada 1), o que significa que não existe transferência direta de dados entre a camada “n” de uma máquina à camada “n” de outra máquina. Na realidade, cada camada transfere os dados à camada imediatamente inferior até a camada mais baixa; o dado é então transmitido à outra máquina através do meio de transmissão. A comunicação entre as camadas é vista então como uma comunicação virtual e é representada, na figura pelas linhas ligando cada par de camadas. UNIDADE 2 TÓPICO 2 85 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FIGURA 21 – MODELO HIERARQUIZADO EM QUATRO CAMADAS FONTE: O autor 2 SEGURANÇA NAS REDES Com todo tipo de riscos que foram mencionados anteriormente podemos entender por que não existe rede totalmente segura, e só há uma rede imune a ataques externos, a que não tem conexão com o mundo exterior. Ex.: redes que controlam os sistemas de armas nucleares das grandes potências militares. Não há como garantir segurança absoluta em qualquer tipo de rede com acesso ao público, principalmente se estiver conectada à internet. Nem mesmo em redes fechadas, pois sempre poderá haver um percentual de usuários mal-intencionados, querendo obter vantagens com os recursos de sua rede. 2.1 A SEGURANÇA NAS REDES INTERNAS Nas redes internas baseadas principalmente nas plataformas de mainframes, o acesso costuma ser rigidamente controlado por meio de softwares de segurança, como, por exemplo, o RACF e o Top Secret, em ambientes IBM; esses softwares têm recursos para configurar praticamente qualquer tipo de acesso ao ambiente interno, desde transações e queries on-line a bancos de dados. UNIDADE 2TÓPICO 286 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O FONTE: Disponível em: <http://www.oocities.org/ferujo/unidade-iv.htm>. Acesso em: 8 out. 2011. A integração da plataforma PC, com a plataforma mainframe, uso TCP/IP e de serviços internet nas redes internas (intranet), fez com que os riscos à segurança das redes internas aumentassem muito. Se a rede não tiver conexão com ambiente externo, o software de rede deve atender pelo menos aos seguintes requisitos básicos: • identificação e autenticação de usuários; • administração da rede; • controle sobre recursos; • controle das atividades de usuários; • controle das interações entre usuários e recursos. FONTE: Disponível em: <http://www.oocities.org/ferujo/unidade-iv.htm>. Acesso em: 8 out. 2011. 3 FORMAÇÃO E TIPOS DE REDES DE EMPRESAS A formação de redes de empresas pode surgir de uma necessidade empresarial (não planejada) ou de uma necessidade estratégica (planejada), de acordo com Amato (2000). As formas que estas organizações podem assumir são várias, mas todas visando ao beneficiamento do negócio da rede. Não permanecendo rígidas, estas estruturas gerariam sinergia suficiente através de sua responsabilidade perante a rede, flexibilizando a abertura de novas oportunidades para a rede e seus associados, tornando-os mais adaptativos ao negócio. Diante desses arranjos organizacionais, duas estruturas de redes chamam a atenção: 3.1 REDES TOPDOWN As redes topdown se caracterizam por modelos onde pequenas e médias empresas se tornam fornecedoras de uma empresa mãe ou, principalmente subfornecedora, segundo Casarotto e Pires (1999). É uma rede em que o fornecedor é altamente dependente das estratégias da empresa-mãe e tem pouca ou nenhuma influência nos destinos da rede. Nesta formatação de rede empresarial, é destacado o que acontece com as micro e pequenas empresas fabricantes de produtos para supermercados com rótulos e marcas definidas pelo supermercado (empresa-mãe). É neste sistema que os pequenos fabricantes estão descobrindo UNIDADE 2 TÓPICO 2 87 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O um novo nicho, porém muito conturbado devido ao poder de barganha das grandes redes de supermercados, segundo Blecher (2002). 3.2 REDES HORIZONTAIS Redes horizontais, segundo Hamel e Doz (1999), são uma associação que se estabelece com empresas de um mesmo segmento para ter acesso a competências complementares e compartilhar custos e riscos. Neste tipo de aliança,é mais perceptível a troca de benefícios mútuos, pois se pode explorar um marketing coletivo, efetuar compras em conjunto, reduzindo os custos e obter VANTAGENS E DIFICULDADES DE REDES DE EMPRESAS. Para que a rede traga vantagem para seus integrantes é necessária a escolha do parceiro ideal. A confiança torna-se fator sine qua non para a consolidação da rede, por mais que os sócios tenham opiniões diferentes sobre que maneira agir, pois havendo confiança, as estratégias se ajustarão a cada empresa com o passar do tempo, segundo Lorange e Roos (1996). Para este mesmo autor, o estabelecimento da confiança faz com que as empresas se tornem duradouras e focalizem as suas necessidades de uma maneira conjunta, o que seriam as primeiras vantagens pós-criação das redes de empresas. Advertindo a este fato, Gomes (1999 apud CASARETTO; PIRES 1999) salienta a importância da existência de uma aliança estratégica coerente associada a um plano estratégico previamente definido. O acesso a competências complementares torna a vantagem seguinte em uma rede recém-formada. O marketing coletivo da nova rede pode impulsionar um produto ou as empresas da rede, fortalecendo a posição competitiva dos membros, segundo Hamel e Doz (1999). O acesso a novas tecnologias e know-hows faz com que uma ou mais empresas de menor porte ou de pouca tecnologia de desenvolvimento se associem com uma maior (ex.: em uma rede do tipo topdown), obtendo uma tecnologia a um custo relativamente baixo, seja com o fornecimento de mão de obra ou com abertura de novos mercados, conforme Hamel e Doz (1999). A redução de custos é vista como uma grande atratividade pelos parceiros da rede. Segundo Casarotto e Pires (1999), o arranjo da rede em formato topdown é uma das formas de se enxugar custos e reduzir tempo no desenvolvimento de produtos. Sendo assim, uma aliança é uma forma de compartilhar o controle sobre as decisões futuras e regular as negociações que serão conduzidas entre as empresas, de acordo com Gomes (1999 apud CASAROTTO; PIRES), ou seja, os custos de compartilhar as decisões tornam-se menos onerosos se tivessem que ser arcados por uma só empresa, pois o poder de negociação de forma isolada com fornecedores e clientes entre micro e pequenas empresas é difícil, já que estas, isoladamente, possuem pouco poder de barganha. Muitos fornecedores, geralmente os fabricantes e distribuidores dos melhores produtos, só vendem em quantidades elevadas, obrigando as pequenas empresas UNIDADE 2TÓPICO 288 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O a comprar de intermediários, o que aumenta consideravelmente os custos de aquisição, transporte e armazenagem. Isto tem como consequência preços de venda ao consumidor final mais elevados, dificultando a competitividade por preço, o que estimula o alto interesse das empresas com as redes para reduzir os custos e aumentar o poder de negociação. As vantagens de pertencer a uma rede de empresas são várias, pois a partir desse arranjo organizacional muitas empresas voltaram a se tornar competitivas e viáveis, e até mesmo quem somente interage com a rede e não participa dela. Quem exemplifica este fato, são os fornecedores de produtos para mercados que estão encontrando competitividade e fôlego na parceria com pequenos mercados, pois quem ditava os seus preços eram as grandes redes de supermercados, conforme nos relata Rebouças (2002 apud STAIR; REINOLDS, 2006). Por mais vantajosa e lucrativa que a rede seja, não significa necessariamente que ela funcione da mesma maneira que são criadas, Hamel e Doz (1999). Existem várias dificuldades acerca de sua criação e atuação tornando-se elevado o número de uniões que se desfazem logo depois de nascer ou nunca conseguem atingir os objetivos propostos, conforme nos adverte Gomes (1999 apud CASAROTTO; PIRES). A estratégia em muitas empresas é posta em segundo plano, devido ao foco no lucro, perdendo-se o rumo dos negócios e do mercado alvo. Seguindo este fato, Gomes (apud CASAROTTO; PIRES, 1999), nos sugere uma estratégia com os seguintes elementos: • uma estratégia única e concisa que molde a lógica e o projeto das alianças; • dinâmica que oriente o gerenciamento e a evolução da rede; • aceitação da colaboração externa através de uma estrutura receptiva. A colaboração externa pode vir dos membros da rede (redes horizontais), da empresa mãe (rede topdown), da gerência da rede, do governo (SEDAI) e de instituições de ensino como trabalhos de pesquisa e extensão. A rede, por se tratar de uma organização em constante desenvolvimento, deveria ser dinâmica a partir de sua concepção, para se adaptar ao mercado e às turbulências da economia. Na formação de redes e alianças entre empresas um elemento de suma importância para o desenvolvimento consiste também na cultura de cada empresa. Por mais diminuta que seja a rede, as culturas dificilmente serão as mesmas, e, consequentemente, o estilo de gestão. No momento que colaboradores de um dos membros da rede ou aliança começar a interagir e participar do funcionamento de outra, pode ocorrer a rejeição por parte das pessoas que nela trabalham e consequentemente impossibilitar, impedir ou fraudar as atividades deste empregado. Para evitar esses problemas, Lorange e Roos (1996), aconselham uma administração de recursos humanos explícita e proativa, com a participação ou a permissão dos outros membros da aliança ou rede. A delegação de autonomia, discutida por Lorange e Roos (1996), se traduz em dar poder a um parceiro e permitir que este compartilhe de seus recursos estratégicos. Devido ao fato de que uma das sócias ter acesso aos recursos estratégicos que a outra possuía UNIDADE 2 TÓPICO 2 89 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O por exclusividade, algumas empresas veem nesta situação um dos motivos de desconfiança nos diferentes colaboradores pertencentes à rede, sendo assim um novo integrante entrave no desenvolvimento da aliança. 4 LANS MANS E WANS 4.1 REDES LOCAIS (LAN – LOCAL AREA NETWORK) São redes privadas contidas em um prédio ou campus universitário, que tem alguns quilômetros de extensão. As redes locais foram definidas e utilizadas inicialmente nos ambientes de institutos de pesquisa e universidades. Elas surgiram para viabilizar a troca e o compartilhamento de informações e dispositivos periféricos preservando a independência das várias estações de processamento e permitindo a integração em ambientes de trabalho cooperativo (quadro a seguir). São amplamente utilizadas para interconectar computadores pessoais e estações de trabalho em escritórios e instalações industriais. Nas redes locais as distâncias entre os módulos processadores se enquadram na faixa de alguns metros a alguns poucos quilômetros. Esta definição é bastante vaga, embora as limitações associadas às técnicas utilizadas em redes locais não imponham limites a essas distâncias. FONTE: Disponível em: <http://www.transroll.com.br/rede/intro.htm>. Acesso em: 8 out. 2012. Esse tipo de rede possui três características que as diferem das demais: tecnologia de transmissão, tamanho e topologia. Nas LANs tradicionais os computadores são interconectados por cabos ou através de equipamentos tipo hub. Neste tipo de rede, as velocidades geralmente variam de 10 a 100 Mbps. Neste tipo de rede, há um baixo retardo e pouquíssimos erros de transmissão. As LANs mais modernas podem operar em velocidades ainda mais altas, alcançando Gbps. QUADRO 5 – ABRANGÊNCIA DE LAN 10 m Sala 100m Prédio LAN 1km Campus FONTE: O autor UNIDADE 2TÓPICO 290 G E S T Ã O D A TE C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O 4.2 REDES METROPOLITANAS (MAN – METROPOLITAN AREA NETWORK) Uma Rede Metropolitana é, na verdade, uma versão ampliada de uma LAN, pois basicamente os dois tipos de rede utilizam tecnologias semelhantes. Uma MAN pode abranger um grupo de escritórios vizinhos ou uma cidade inteira e pode ser privada ou pública. FONTE: Adaptado de: <http://pt.scribd.com/doc/85358883/47/Figura-21-MAN>. Acesso em: 8 out. 2012. Este tipo de rede pode transportar voz e dados, podendo inclusive ser associado à rede de televisão a cabo local (quadro a seguir). A principal razão para se tratar as redes metropolitanas como uma categoria especial é que elas têm um padrão especial. Atualmente, as redes em modo assíncrono têm sido a tecnologia com maior aceitação para uso em redes metropolitanas. QUADRO 6 – ABRANGÊNCIA DE MAN 10 KM Cidade MAN FONTE: O autor 4.3 REDES GEOGRAFICAMENTE DISTRIBUÍDAS (WAN – WIDE AREA NETWORK) As redes geograficamente abrangem uma ampla área geográfica, com frequência um país ou continente. Elas também contêm um conjunto de máquinas cuja finalidade é executar programas de usuários, as chamadas aplicações. Estas máquinas são denominadas na literatura como hosts ou end systems. Os hosts são conectados por uma sub-rede de comunicação, ou somente sub-rede. A tarefa das sub-redes é transportar mensagens de um host para outro, exatamente como o sistema telefônico transporta palavras da pessoa que fala para aquela que ouve. Esta estrutura é altamente simplificada, pois separa os aspectos de comunicação pertencentes à rede (a sub-rede) dos aspectos de comunicação (quadro a seguir). FONTE: Adaptado de: <http://pt.scribd.com/doc/70219907/19/REDES-GEOGRAFICAMENTE- DISTRIBUIDAS >. Acesso em: 8 out. 2012. QUADRO 7 – ABRANGÊNCIA DE WAN 100 km País WAN 1.000 km Continente FONTE: O autor UNIDADE 2 TÓPICO 2 91 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O Na maioria das redes geograficamente distribuídas, a sub-rede consiste em dois componentes distintos: linhas de transmissão e elementos de comutação. As linhas de transmissão podem ser chamadas de circuitos, canais ou de troncos, elas transportam os bits entre as máquinas. Os elementos de comutação são equipamentos especializados usados para conectar duas ou mais linhas de transmissão. Quando os dados chegam por uma linha de entrada, o elemento de comutação deve escolher uma linha de saída para encaminhá-la. Não existe uma terminologia padrão para identificar estes equipamentos. Dependendo das circunstâncias, eles são chamados nós de comutação de pacotes, sistemas intermediários, centrais de comutação de dados ou ainda IMP (Interface Message Processor). Mas o termo mais comum para identificar estes elementos de comutação é roteador. Na grande parte das WANs, a rede contém numerosos cabos ou linhas telefônicas, todos conectados por um par de roteadores. Entretanto, se dois roteadores que não compartilham um cabo desejarem comunicar-se, eles poderão fazê-lo através de um ou mais roteadores intermediários. Quando um pacote é enviado de um roteador para outro ele é recebido integralmente, armazenado e repassado pela linha de saída quando ela estiver liberada. Estas redes são também redes store-and-forward, ponto-a-ponto ou de comutação de pacotes. Quase todas as redes geograficamente distribuídas (com exceção das que usam satélite) têm sub-redes store-and-forward. Em função dos custos de comunicação serem bastante altos, estas redes são, em geral, públicas, isto é, o sistema de comunicação, chamado sub-rede de comunicação, é mantido, gerenciado e de propriedade pública. FONTE: Adaptado de: <http://pt.scribd.com/doc/70219907/19/REDES-GEOGRAFICAMENTE- DISTRIBUIDAS >. Acesso em: 8 out. 2012. 5 UTILIZAÇÃO DE REDES Nas aplicações comerciais, a utilização de redes é bastante intensa, pois as empresas têm um número significativo de computadores. Por exemplo, uma empresa pode ter computadores separados para monitorar a produção, controlar os estoques e elaborar a folha de pagamento. Inicialmente, cada um desses computadores funcionava isolado dos outros, mas, em um determinado momento, a gerência deve ter decidido conectá-los para poder extrair e correlacionar informações sobre toda empresa. Sendo assim, há um compartilhamento de recursos, com o objetivo de tornar todos os programas, equipamentos e especialmente dados ao alcance de todas as pessoas na rede, independente da localização do recurso e do usuário. Desse modo, há possibilidade de compartilhar recursos físicos, como impressoras, scanners e gravadores de CDs, mas UNIDADE 2TÓPICO 292 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O principalmente informação. Lembramos que toda empresa tem forte dependência vital de informações computadorizadas. O interesse na instalação de uma rede de computadores é despertado pelas mais diversas necessidades; podemos citar o caso de uma empresa com várias filiais, possuindo um número considerável de computadores instalados em regiões geograficamente dispersas e operando de forma independente. Quando existe a necessidade de comunicação entre as filiais e a matriz, ela é feita pelos métodos tradicionais (correio, telefone, telex, etc.). À medida que a necessidade de comunicação aumenta, mais atrativa se torna a ideia de interligação de computadores. Contudo, o objetivo central de uma rede é tornar disponível a qualquer usuário, todos os programas, dados e outros recursos independentemente de suas localizações físicas. Entretanto, há outro objetivo que é proporcionar uma maior disponibilidade e confiabilidade dada a possibilidade de migração para outro equipamento quando a máquina sofre alguma falha. Para aplicações militares, bancárias, de controle de processo industrial e muitas outras, a perda completa do poder de computação é, no mínimo, catastrófica. Pode-se citar, ainda, o custo da comunicação em relação ao custo dos equipamentos como uma das razões para distribuir o poder de computação. Em muitas aplicações, os dados são gerados em diversos locais. Como foi visto anteriormente, os custos para colocar uma máquina em cada ponto de aquisição de dados eram muito altos, obrigando a sua transmissão para um computador central que realizava a tarefa de análise dos dados. Atualmente os preços dos equipamentos envolvidos permitem que os dados sejam coletados e analisados no próprio local onde são gerados e somente alguns relatórios sejam enviados ao computador central reduzindo os custos de comunicação. O uso de uma rede de computadores proporciona um meio de comunicação poderoso devido a sua alta velocidade e confiabilidade. Para dar uma ideia sobre possíveis usos das redes de computadores, listamos a seguir alguns exemplos de aplicações: • acesso a bancos de dados remotos; • acesso a programas remotos; • transferência eletrônica de fundos; • teleconferência; • telecompras; • correio eletrônico. UNIDADE 2 TÓPICO 2 93 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O 5.1 AS ALIANÇAS E AS REDES Com a globalização da economia e os avanços tecnológicos, as mudanças são cada vez mais rápidas e com incremento de riscos. Empresas de todas as partes do mundo produzem produtos e serviços semelhantes, atuando nos mesmos mercados onde a acirrada competição é a principal característica, exigindo das empresas estratégias e soluções inovadoras. Diante da necessidade de adaptação a esse ambiente, intensifica-se a necessidadeda reorganização dos modos de gestão empresarial com a finalidade de compatibilizar a organização com padrões mais avançados de qualidade e produtividade (Basso 1998). Em consequência as empresas adotam novas formas de gestão do trabalho, inovam na preocupação de se ajustar com as exigências mundiais e têm recorrido a estratégias colaborativas como forma de adquirirem habilidades que ainda não possuem, conforme descreve Braga (1999). Neste cenário, as alianças estratégicas, parcerias, redes de empresas e outros tipos de cooperação empresarial estão se tornando cada vez mais comuns no mundo dos negócios. Empresas de todas as partes do mundo estão procurando tornar-se mais competitivas através de parcerias e alianças, intensificadas à medida que os países se abrem aos investimentos estrangeiros que dão origem a ambientes de competição acirrada. De acordo com Leon e Amato (2001), esse movimento de mudanças nas relações empresariais vem se intensificando nas últimas décadas na medida em que se acumulam e consolidam as transformações técnicas, organizacionais e econômicas. Todas essas mudanças provocam alterações na forma de produzir, de administrar, de distribuir, visando alterações nas relações entre empresas, entre empresas e trabalhadores e entre empresas e instituições. Para Lorange e Roos (1996), algumas características como: a crescente industrialização com pressão competitiva mais intensa decorrente da escala global; a necessidade de as empresas se manterem fortes em seus mercados e adaptar-se às realidades regionais; rápidos desenvolvimentos tecnológicos que levam a ciclos de vida de produtos mais curtos; maior demanda por soluções que envolvem diversos tipos de competências; ofertas de produtos e serviços e a emergência de novos concorrentes têm contribuído para o crescente uso de estratégias cooperativas. Estas representam um meio das empresas manterem suas estratégias individuais e criarem um horizonte maior e disposição de investir em relacionamento, além de se tornarem um importante meio para se inserirem numa abordagem prática que aumente as possibilidades de estarem em condições de competir. As redes de cooperação e alianças empresariais ocorrem em muitos setores diferentes e entre empresas de vários tamanhos, podendo envolver diferentes graus de cooperação e podem variar em relação aos propósitos e objetivos. Conforme Barney e Hesterly et al. (1996 apud BRAGA, 1999), entre as razões para a formação de alianças, destacam-se: explorar UNIDADE 2TÓPICO 294 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O economias de escala; ter baixo custo de entrada em novos mercados; ter baixo custo de entrada em novos segmentos de indústria e em novas indústrias; aprender com os concorrentes; gerenciar a incerteza estratégica, gerenciar custos e compartilhar riscos. As alianças e parcerias empresariais podem variar de acordo com os recursos investidos, de acordo com o grau de comprometimento e de acordo com os interesses dos parceiros, podendo ir de simples acordos cooperativos informais até fusões. De acordo com Lorange e Roos (1996), não existe um melhor tipo específico de aliança estratégica, o importante é escolher a forma apropriada para cada empresa de acordo com suas condições e interesses. Na opinião de Casarotto e Pires (1999), o modelo ideal de alianças de cooperação para micro, pequenas e médias empresas são as redes de empresas flexíveis, devido à variedade de tipos e estruturas funcionais decorrentes do segmento em que se incluem, do(s) produto(s) envolvidos e da profundidade do nível de cooperação, em que a base é juntar esforços em funções em que se necessita de uma base maior e maior capacidade inovativa para sua viabilidade competitiva. Para este mesmo autor, no atual cenário de crescente complexidade das tarefas dentro das organizações, é pouco provável que uma pequena empresa consiga ter competitividade sozinha. Em função disso é preciso estabelecer parcerias para trabalhar de forma associativa entre empresas. Através da formação de redes de cooperação se percebe que as pequenas e médias empresas, geralmente são mais ágeis e flexíveis nos seus processos do que as grandes empresas. Podem tornar-se igualmente competitivas se agregarem as vantagens que as grandes têm, como exemplo, tecnologias, logística e economia de escala. Com a união de empresas através da formação de redes empresariais com objetivos comuns (amplos ou mais restritos), as empresas podem alcançar vantagens competitivas oriundas deste tipo de organização. Pela escala dos negócios conseguem a redução de custos e pela sua formação (várias empresas pequenas) conseguem manter a flexibilidade e a agilidade. Assim, conforme Leon e Amato (2001), a formação desta aliança permite, para as empresas participantes, a diminuição dos riscos e ganhos com a sinergia. Neste caso, as redes de empresas, apesar de serem menores do que uma grande empresa internacional, conseguem ser competitivas através da prática de uma boa relação entre flexibilidade e custo. Para que uma parceria tenha sucesso é necessário um processo gradual de formação que inclui a identificação do(s) parceiro(s) ideal, à aprovação de todos os envolvidos no processo, a definição de objetivos, estabelecimento de um sistema de planejamento e controle e a implementação final. A eliminação de etapas do processo de formação pode levar a problemas ou falhas que diminuem a eficácia da aliança (LORANGE; ROOS, 1996). Toda parceria deve ser feita através de confiança mútua, amplo apoio de todos, informações compartilhadas, cooperação entre as partes envolvidas, objetivos e estratégias bem definidas e complementariedade. Para Casarotto e Pires (1999), o nascimento e sobrevivência de redes e alianças dependem da discussão e equacionamento destes três aspectos: a cultura UNIDADE 2 TÓPICO 2 95 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O da confiança envolvendo aspectos ligados à cooperação entre as empresas; aspectos culturais e de interesse de pessoas e de empresas; a cultura da competência que diz respeito às questões ligadas às competências essenciais de cada parceiro e a cultura da tecnologia de informação para a agilidade do fluxo de informações entre as empresas pertencentes às redes e alianças. Fala-se em parceria ideal quando ela gera negócio lucrativo e traz satisfação para todas as partes. Para tanto, antes de os empresários procederem à constituição de uma aliança é fundamental que, previamente, se faça um estudo aprofundado da viabilidade do projeto, bem como da compatibilidade do parceiro potencial. Esta etapa constitui-se numa das principais etapas do processo de formação de parcerias, alianças e outros tipos de cooperação, conforme descreve Basso (1998). Para esta mesma autora, o parceiro mais apropriado é, muitas vezes, aquele já conhecido em certos ramos industriais e comerciais. Uma aliança bem sucedida pode surgir das relações comerciais do dia a dia, entre empresas que já fizeram negócios, que mantêm relações. Contudo, esta associação entre empresas que já se conhecem pode não ocorrer, por inúmeros motivos, e os interessados devem procurar associações com desconhecidos. Entre os mecanismos de pesquisa visando encontrar o parceiro compatível podem-se citar os órgãos oficiais, os consulados e escritórios comerciais e as câmaras de comércio. Para o sucesso de cada parceiro em redes de cooperação, segundo Kanter et al. (apud Braga 1999), onde todos são fortes e têm algo de valor a ser compartilhado, o sucesso de ações conjuntas dependem: da interdependência;do investimento, onde os parceiros investem um no outro como forma de sinalizar comprometimento; da informação com comunicação aberta e da integridade dos membros. Para Gomes (1999 apud CASAROTTO; PIRES, 1999) , as alianças não podem ser vistas como um fim em si, e sim como um meio para alcançar um objetivo estratégico, onde o importante é a estratégia por trás da aliança. Se a parceria não fizer parte da estratégia da empresa terá poucas chances de obter sucesso. Para este mesmo autor, uma estratégia de aliança deve conter quatro elementos: uma estratégia de negócios que molde a lógica e o projeto de várias alianças individuais; uma abordagem dinâmica que oriente o gerenciamento e a evolução de cada aliança; um gerenciamento de portfólio de alianças que permita cooperar as diversas parcerias e aprimore sua flexibilidade e uma infraestrutura interna que apoie e procure maximizar o valor da colaboração externa. Juntos, esses elementos determinarão a possibilidade de sucesso da aliança. Há inúmeros exemplos de parcerias bem sucedidas, em que as partes envolvidas obtiveram vantagens, mas se não forem tratadas apropriadamente, tais estratégias cooperativas podem resultar em grandes problemas para todos envolvidos na parceria. Segundo Lorange e Roos (1996), o conhecimento dos problemas enfrentados na aliança; o reconhecimento dos benefícios quando é bem administrado e a intenção de identificá-lo é determinante para UNIDADE 2TÓPICO 296 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O o sucesso. Para evitar problemas e armadilhas, esses problemas devem ser claramente identificados, listados e auditados permanentemente. Para Hamel e Doz (1999), devido à multilateralidade que marca a nova geração de alianças, convive com três tipos diferentes de problemas: os problemas entre sócios que integram uma aliança específica; problemas entre alianças diferentes que envolvem os mesmos sócios e problemas entre uma empresa e suas várias alianças. Não obstante, é importante salientar que, para formar alianças, parcerias, redes de empresas e outras formas de cooperação empresarial, questões culturais podem dificultar a sua viabilização, pois pressupõem que o individualismo seja abandonado, ou seja, que os participantes aceitem o que antes era um concorrente agora é um parceiro, saibam tolerar, ceder e que estejam comprometidos com o negócio. Alguns fatores são importantes para superar as adversidades e problemas das parcerias como, por exemplo, a complementariedade dos objetivos dos parceiros; a sensibilidade para com a cultura e a maneira de pensar do parceiro; práticas gerenciais apropriadas e a intenção de aprender com a experiência do empreendimento e com o próprio parceiro. Conforme Wildeman (1999), os fatores essenciais para manter uma estratégia de cooperação são: a avaliação frequente da rede; suprimento adequado de informações entre os membros da rede; garantia de que os membros se incentivem mutuamente e garantia de que os membros da rede continuem interessados em participar dela. Dessa forma, as parcerias tornam-se vantajosas para as empresas proporcionando-lhes melhores acessos a novos mercados, acesso a novas fontes técnicas, conhecimento de novas tecnologias e compartilhamento de benefícios e custos. Não obstante as vantagens que as parcerias, alianças, redes de empresas e outras formas de cooperação empresarial oferecem às empresas, é importante salientar os benefícios que as estratégias cooperativas trazem para as regiões onde são concretizadas, pois o crescimento e a prosperidade econômica não são atingidos quando as empresas agem individualmente, mas, sim, quando se unem para explorar as competências coletivas. Diante disso, as micro, pequenas e médias empresas desempenham um papel fundamental devido à grande representatividade numérica e capacidade de gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento regional. Conforme Leon e Amato (2001), nos últimos anos, devido à necessidade de adaptar-se a ambientes competitivos, as pequenas e médias empresas começaram a incorporar tecnologias de ponta nos processo produtivos, a modificar estruturas organizacionais internas e a buscar novos vínculos com o entorno socioeconômico, de modo a constituir uma via de reestruturação que pode competir em alguns setores com grandes empresas, especialmente quando se relaciona estreitamente com o caráter das inovações tecnológicas durante os últimos anos, em particular com indústrias de tecnologia mais elevada. Para Motta (2001), as novas formas de colaboração entre empresas representa um paradigma de vinculação flexível, em que as vantagens decorrentes da aglomeração ocorrem UNIDADE 2 TÓPICO 2 97 G E S T Ã O D A T E C N O L O G I A D A I N F O R M A Ç Ã O devido à existência de densa sobreposição de aglomerados de empresas trabalhando de forma interdependente, providas de mão de obra e infraestrutura institucional. Dentre as mais recentes formas de redes de empresas, que se beneficiam das vantagens de localização, estão os clusters regionais que, dentre as características mais importantes temos o ganho de eficiência coletiva, entendida como a vantagem competitiva das economias externas locais e da ação conjunta, (Porter 1999). Num cluster encontra-se um amplo escopo para a divisão de tarefas entre empresas, bem como para a especialização e para a inovação, elementos essenciais para a competição além de mercados locais. De acordo com Amato et al. (apud Leon e Amato, 2001), há uma grande dificuldade de caracterização de um cluster, já que os sistemas produtivos nem sempre podem ser claramente separados nas categorias disperso ou aglomerado. Os limites entre estas categorias nem sempre são nítidos, e, em alguns casos, pode haver um mix das duas formas de organização. Convém destacar que esta dificuldade não altera em nada o fato essencial de que a aglomeração traz ganhos em eficiência coletiva e que raramente produtores separados podem atingir. Por outro lado, porém, estes ganhos em eficiência, não resultam necessariamente da existência de um cluster. A eficiência coletiva deve ser entendida como o resultado de processo internos das relações interfirmas. Observa-se, também, que a concentração geográfica e setorial de pequenas e médias empresas são sinais evidentes da formação de um conglomerado, porém não suficientes para gerar benefícios direitos para todos os membros, os quais só podem ser obtidos via um conjunto de fatores facilitadores que são, conforme Motta (2001), divisão do trabalho e da especialização entre produtores; estipulação de especialidade de cada produtor; surgimento de agentes que vendam para mercados distantes; surgimento de empresas especializadas em serviços tecnológicos, financeiros e contábeis; surgimento de uma classe de trabalhadores assalariados com qualificações e habilidades específicas; surgimento de associações para a realização de lobby e de tarefas específicas para o conjunto de seus membros. Todos esses fatores representam o conceito de eficiência coletiva. De acordo com Porter (1999), o sucesso das firmas de uma determinada região atuando em um particular ramo da economia é determinado por uma série de fatores condicionantes. Esses fatores seriam as condições de demanda; as relacionadas às indústrias de apoio; a estratégia da firma; sua estrutura e o nível de rivalidade presente no ambiente local. Os países e estados visando a sua integração no mercado internacional e maior participação e competitividade em nível mundial, adotam medidas consistentes de
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