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Glicólise - O que é? Sequência de reações que transforma a glicose em piruvato, produzindo duas moléculas de ATP. - Histórico: 1) Pasteur afirma que a fermentação estava ligada a células vivas. 2) Buchners demonstraram que a fermentação poderia ocorrer fora de células vivas. 3) Harden e Young descobriram a necessidade da adição do fosfato inorgânico a um açúcar. - Destino do Piruvato: - Via Glicolítica: Fase Preparatória 1) A Hexoquinase transfere o grupo fosfato do ATP para o substrato. Delta G da reação é negativo, logo, é irreversível. A enzima muda sua conformação de forma que o ATP esteja protegido no centro ativo, impedindo sua hidrólise. Depois, a glicose entra no sítio de ligação e ocorre a fosforilação. O Mg se liga aos oxigênios do grupamento fosfato da moléculas de ATP, deixando-a menos negativa, o que permite o ataque do O- mais facilmente – ou seja, facilita a quebra do ATP. A adição do grupamento fosfato na glicose faz com que a molécula de glicose fique mais negativa (ionizada), impedindo sua saída do interior da célula. 2) Uma mutase (Fosfoglicoseisomerase) realizará um processo de isomerização, cuja reação possui Delta G próximo ao zero (equilíbrio) sendo, portanto, uma reação reversível. 3) A Fosfofrutoquinase 1 (PFK-1) promove a adição de um grupamento fosfato na frutose 6-fosfato através de uma molécula de ATP. O Delta G dessa reação é negativo, logo, ela é irreversível. 4) Uma aldolase promoverá a clivagem da frutose 1,6-bifosfato. Assim, formará uma cetose e gliceraldeído 3-fosfato. 5) Para formar um gliceraldeído 3-fosfato a partir da cetose, a enzima Triosefosfatoisomerase realiza um processo de isomerização do açúcar. FIM DA FASE PREPARATÓRIA Fase de Pagamento 6) Uma desidrogenase (Gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase) promoverá a oxidação do gliceraldeído 3-fofato. Este se liga na cisteína da enzima e é oxidado. Depois, ocorre a transferência de 2H+ para o NAD+. 7) Através da fosfoliceratoquinase, o 1,3-bifosfoglicerato perde um grupamento fosfato para o ADP, gerando ATP. 8) O fosfoglicerato passará por um processo de isomerização realizado pela fosfogliceratomutase. 9) A enolase é uma desidrase que provoca a desidratação (perda da molécula de água) do 2-fosfoglicerato reversivelmente. 10) Inicialmente, o ADP ataca a fosforila do fosfoenolpiruvato, formando o ATP. Depois, ocorre a tautomerização: mudança da ligação dupla (isomerização), promovendo a estabilidade da molécula. Esse processo é catalisado pela piruvatoquinase. FIM DA FASE DE PAGAMENTO=TÉRMINO DA GLICÓLISE OBS: As fosforilações recorrentes na glicólise são fosforilações ao nível do substrato. Essa fosforilação é realizada por acoplamento de reação, por enzimas solúveis e com a presença de intermediários (NAD+) ao contrário da fosforilação oxidativa, que é realizada por uma cascata transportadora de elétrons. A fosforilação oxidativa ocorre dentro da mitocôndria e gera 32 moléculas de ATP ao passo que a glicólise acontece no citosol e gera 4 moléculas de ATP consumindo 2 moléculas de ATP. Equação geral da glicólise: Entrada da Frutose na via glicolítica A frutocinase (ou frutoquinase) promove a adição de um fosfato na molécula de frutose com o consumo de ATP. A aldolase (frutose 1-fosfato aldolase) promove a clivagem da molécula da frutose 1-fosfato. OBS: A ausência da aldolase (frutose 1-fosfato aldolase) promove frutosemia. A frutose pode, ainda, entrar na via glicolítica através da hexoquinase que adiciona um grupamento fosfato na molécula de frutose com o consumo de ATP. Entrada da Galactose na via glicolítica A galactocinase (ou galactoquinase) promove a adição de um grupo fosfato na molécula de galactose consumindo um ATP. A galactose 1-fosfato uridiltransferase promove a clivagem da galactose 1-fosfato em UDP-galactose e glicose 1-fosfato. A glicose 1-fosfato entra na via glicolítica pois é isomerizada pela fosfoglicomutase. OBS: A galactosemia é a ausência de galactose 1-fosfato uridiltransferase (ou uridinadifosfogalactase epimerase ou galactoquinase) e, por isso, o metabolismo é bloqueado em galactose 1-fosfato que é uma substância tóxica para o organismo. Regulação da glicólise A regulação da glicólise é dada pela regulação enzimática das reações irreversíveis, ou seja, hexoquinase, fosfofrutoquinase e piruvatoquinase. Essa atividade enzimática pode ser regulada por alosteria, ligações covalentes, associação com proteína, expressão gênica ou por sequestro. Fosfotrutoquinase (PFK-1): é inibida por níveis altos de ATP (ou seja, a glicólise é estimulada quando a carga energética está baixa) que diminuem sua afinidade por frutose 6-fosfato. É inibida, também, quando o valor do pH cai. Essa inibição por H+ impede a excessiva formação de lactato e, consequentemente, queda abrupta do pH. Frutose 2,6-bifosfato: ativa a PKF-1 no fígado, aumentando sua afinidade por 6-fosfato e diminuindo o efeito inibidor do ATP. É uma enzima alostérica. Hexoquinase: nos músculos e cérebro, a hexoquinase (I, II e III) é inibida por glicose 6-fosfato. A inibição da PKF promove a inibição dessa enzima. Já no fígado, a hexoquinase IV é regulada pelo nível de glicose no sangue através de sequestro no núcleo celular. Uma proteína reguladora capta a hexoquinase e migra do citosol para o núcleo quando tem pouca glicose, uma vez que o fígado não compete com os demais órgãos pela glicose quando esta é escassa. Piruvatoquinase: ATP inibe alostericamente, frutose 1,6 bifosfato ativa e alanina (produzida a partir do piruvato) inibe a PK. Metabolismo do etanol no fígado O acetaldeído é componente tóxico, causador da ressaca. A ADH (álcool desidrogenase) é a enzima que catalisa essa reação, promovendo a oxidação do acetaldeído e redução do NAD. Para eliminar o acetaldeído do organismo, a ALDH (acetaldeído desidrogenase) promove oxidação do acetato e redução do NAD. OBS: A população europeia possui o ADH pouco ativo e, por isso, são mais tolerantes ao álcool do que os asiáticos, que possuem ALDH pouco ativo – o que os torna menos tolerantes.
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