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AV1 PRATICA PENAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DO TRIBUNAL DO JURI DO TERMO JUDICIARIO DE RAPOSA DA COMARCA DA ILHA/MA
 
 
Processo nº... 
 
 
Cicrana, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por seu advogado no final assinado com fundamento no art. 403 § 3° do CPP, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS, pelos fatos e fundamentos narrados a seguir. 
 
I- DOS FATOS 
Ocorre que, Beltrana menor de dezoito anos, engravidou do seu namorado, Ticio de vinte e cinco anos de idade, desesperada procurou sua prima Cicrana de dezenove anos, com a intenção de provocar um aborto.
Todavia Beltrana disse para a prima que estava sofrendo com problemas de úlcera, e por sua vez, Cicrana utilizando-se dos seus conhecimentos de estudante de enfermagem, receitou à prima um medicamento para tratar tal problema.
Após alguns dias, Beltrana abortou e disse ao namorado que havia menstruado, alegando que não estivera, de fato, grávida.
Desconfiado, Ticio vasculhou as gavetas da namorada e encontrou, além do resultado positivo do exame de gravidez, um frasco de medicamento para úlcera e um bilhete escrito por Cicrana indicando a dose do medicamento que deveria ser tomado por Beltrana.
Ticio então ofereceu queixa-crime contra a Ré junto a autoridade policial, com base nas provas encontradas. 
Cicrana foi indiciada por crime de aborto, todavia, a mesma negou tal prática, afirmando que ministrou tal medicação, uma vez que acreditava de fato que a prima estava sofrendo com problemas de úlcera. 
Embora a perícia realizada em Beltrana junto ao IML – Instituto Médico Legal tenha confirmado a existência de resquícios de saco gestacional, compatível com gravidez, não foi encontrado elementos suficientes para confirmação de aborto tanto espontâneo quanto provocado. 
Beltrana não foi ouvida durante a fase de inquérito policial, pois depois de realizado o exame a mesma se mudou para São Paulo e não foi localizada pelos policias .
Mesmo sem elementos suficientes para comprovação do aborto, a Ré foi denunciada pela prática do crime de aborto em 22/01/2018.
II -DO DIREITO 
Da Impronúncia Por Falta de Comprovação da Materialidade 
O laudo pericial realizado em Beltrana, onde se confirmou à existência de resquícios de saco gestacional, confirmando a gestação, não foi suficiente para confirmar se o aborto foi espontâneo ou provocado, tornando-se o laudo inconclusivo, não servindo como fundamento para tal acusação. 
Ressaltando que a Cicrana desconhecia o estado gravídico de Beltrana, além de ter fornecido tal medicação com a exclusiva intenção de sanar os problemas de úlcera que, acreditava que sua prima estava sofrendo. 
Beltrana não foi ouvida, no que não há possibilidade de comprovar autoria do crime, sendo assim não existe indícios suficientes de autoria do crime. 
É evidente a Lesão ao artigo 413 do CPP, tendo em vista que o mesmo estabelece que para que ocorra a pronúncia é necessário que o juiz fundamente demonstrando os indícios de materialidade do fato e autoria ou participação do crime.
Deste modo, tendo em vista a ausência de comprovação da autoria deverá ocorrer a impronunciada de Cicrana nos termos do artigo 414 do CPP. 
 
 Da Absolvição 
É manifesta a absolvição de Cicrana nos termos do artigo 414 do CPP, tendo em vista que em momento algum ficou comprovado nos autos que de fato a acusada foi autora mediata do crime de aborto que está sendo acusada.
As provas apresentadas são insuficientes para lastrear a pronuncia de Cicrana, devendo a mesma ser absolvida sumariamente por este Egrégio Tribunal, conforme disposto no artigo 415, CPP.
 TJ-MT - Recurso em Sentido Estrito RSE 00115576520068110042 141563/2016 (TJ-MT) Data de publicação: 09/12/2016 Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO – ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO – SENTENÇA DE PRONÚNCIA – ABSOLVIÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – AUSÊNCIA DE PROVA CABAL DA IMPROCEDÊNCIA DA ACUSAÇÃO – EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE E INDÍCIOS SUFICIENTESDE AUTORIA – APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO SOCIETATE – MATÉRIA AFETA AO TRIBUNAL DO JÚRI – PREVISÃO CONSTITUCIONAL – RECURSO DESPROVIDO. Inexistindo prova cabal de que a acusação atribuída ao agente seja improcedente, inviável a sua absolvição em sede de pronúncia, haja vista que, por previsão constitucional, tal matéria está afeta ao Tribunal do Júri, vigorando, portanto, o princípio in dubio pro societate. Havendo comprovação da materialidade delitiva e indícios suficientes da autoria delitiva, mister de faz a submissão do acusado à julgamento pelo Conselho de Sentença. (RSE 141563/2016.
III- DOS PEDIDOS
Pede-se a impronuncia da Cicrana nos termos do artigo 414 Código de Processo Penal.
Possível também, a absolvição sumária, com fulcro no artigo 415 do Código de   Processo Penal.
Subsidiariamente que haja formulação da proposta de suspensão condicional do processo.
Nestes termos em que, pede-se deferimento.
 Local e Data
 
Nome do Advogado
OAB XXXXXX

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