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AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS Biomoléculas – Profa. Mariana 1 Aminoácidos e Proteínas Proteínas - provém do grego protos, que significa primeiro ou de primeira importância • São vitais para a estrutura, função e reprodução da matéria viva • As proteínas desempenham quatro funções• As proteínas desempenham quatro funções importantes para os seres vivos: estrutural ou plástica, hormonal, anticorpos (imunização) e enzimática • São polímeros de aminoácidos unidos por ligação amídica • Contém de 40 a 4.000 resíduos de aminoácidos 2 Proteínas e funções • Queratina – é uma proteína estrutural que faz parte da composição de pelos, cascos, chifres, penas, pele e da camada grossa mais externa da pele • Colágeno – é uma proteína estrutural, principal componente de ossos, músculos e tendões • Venenos de cobra e toxinas das plantas – protegem seus 3 • Venenos de cobra e toxinas das plantas – protegem seus portadores de outras espécies • Proteínas coaguladoras do sangue – protegem o sistema vascular quando ele sofre lesões • Anticorpos e peptídios antibióticos – protegem das doenças • Enzimas – são proteínas que catalisam reações químicas que ocorrem nos seres vivos e alguns dos hormônios que regulam estas reações também são peptídios Proteínas e aminoácidos Quando uma proteína é tratada com solução aquosa ácida sob aquecimento, ocorre hidrólise formando uma mistura de aminoácidos 4 Classificação Dipeptídeo – contém dois resíduos de aminoácidos Tripeptídeo – contém três resíduos de aminoácidos Oligopeptídeo – contém três a dez resíduos de aminoácidos Polipeptídeo – contém muitos resíduos de aminoácidos Aminoácidos que ocorrem na natureza Quando uma proteína é hidrolisada, todos os aminoácidos obtidos são αααα-aminoácidos. Com exceção da glicina, o aminoácido mais simples, todos têm um centro estereogênico R = H → Glicina R ≠≠≠≠ H → O carbono α é um centro estereogênicoR CH C Oα R ≠≠≠≠ H → O carbono α é um centro estereogênico Todos os aminoácidos com R ≠ H têm configuração L (relativa ao L-gliceraldeído) e são oticamente ativos 5 CHO HHO CH2OH CO2H HH2N R L-(-)-Gliceraldeído L-Aminoácido R CH NH2 C OH Aminoácido protéicos • Existem 20 α-aminoácidos protéicos de ocorrência mais comum • Os aminoácidos são conhecidos pelo nome comum 6 • Os nomes são abreviados por 3 letras do nome comum • A maioria dos aminoácidos é sintetizada pela espécie humana a partir de outros precursores • Existem 10 aminoácidos que não são sintetizados pela espécie humana → AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS 1. Glicina Gli H CH CO2H NH2 H3C CH CO2H NH2 2. Alanina Ala 3. Valina* Val CH3CH CH CO2H NH2CH3 4. Leucina* Leu R=H ou alquila Nome Abreviatura Fórmula AMINOÁCIDOS MAIS COMUNS DE OCORRÊNCIA NATURAL 7 CH3CHCH2 CH CO2H NH2CH3 CH3CH2CH CH CO2H NH2CH3 4. Leucina* Leu 5. Isoleucina* Ile 6. Serina Ser 7. Treonina* Tre CH3CH CH CO2H NH2OH R contém uma hidroxila CH CO2H NH2 CH2 OH 8. Cisteína Cis 9. Cistina Cis-Cis 10. Metionina* Met CH2CH2 CH CO2HCH3S Três aminoácidos contendo enxofre Nome Abreviatura Fórmula CH CO2H NH2 CH2 SH CH2S CH CO2H NH2 2 AMINOÁCIDOS MAIS COMUNS DE OCORRÊNCIA NATURAL 8 10. Metionina* Met CH2CH2 CH CO2H NH2 CH3S 11. Prolina Pro 12. Hidroxiprolina HPro CH NH CO2H CH NH CO2H HO 13. Fenilalanina* Fen 14. Tirosina Tir 15. Triptofano* Trp CH2 CH CO2H NH2 Um H da alanina foi substituído por anel aromático ou heteroaromático (indol) AMINOÁCIDOS MAIS COMUNS DE OCORRÊNCIA NATURAL Nome Abreviatura Fórmula 16. Ácido aspártico Asp CH2HO CH CO2H NH2 CH2 N H CH CO2H NH2 CHHO C CH CO H 9 16. Ácido aspártico Asp 17. Ácido glutâmico Glu Um grupo amino e dois carboxila CH2HO2C CH CO2H NH2 CH2CH2 CH CO2H NH2 HO2C 18. Lisina* Lis 19. Arginina* Arg 20. Histidina* His CH2CH2CH2CH2 CH CO2H NH2NH2 Um grupo carboxila e mais de um grupo amino NHCH2CH2CH2 CH CO2H NH2 C H2N HN N NH CH2 CH CO2H NH2 Aminoácidos mais comuns de ocorrência natural Embora os aminoácidos asparagina e glutamina não estejam incluídos na relação dos 20 aminoácidos mais comuns, eles fazem parte da constituição das proteínas e são amidas dos ácidos aspártico e glutâmico C CH CHCO H O O 10 C CH2CHCO2H O HO NH2 C CH2CHCO2H H2N NH2 CCH2CH2CHCO2H H2N OH Asparagina (Asn) Glutamina (Gln) Ácido aspártico Ácido glutâmimico CCH2CH2CHCO2H O HO OH Aminoácidos essenciais CH3CH CH CO2H NH2CH3 Valina (Val) CH3CHCH2 CH CO2H NH2CH3 Leucina (Leu) CH3CH2CH CH CO2H NH2CH3 Isoleucina (Ile) CH2CH2 CH CO2H NH2 CH3S Metionina (Met) Fenilanina (Fen) CH CO2H NH2 CH2 CH3CH CH CO2H NH2OH Treonina (Tre) 11 • Os aminoácidos essenciais devem ser adquiridos na alimentação • Alguns autores não consideram a arginina e histidina como aminoácidos essenciais N H CH2 CH CO2H NH2 Triptofano (Tri) CH2CH2CH2CH2 CH CO2H NH2NH2 Lisina (Lis) NHCH2CH2CH2 CH CO2H NH2 C H2N HN Arginina (Arg)* N NH CH2 CH CO2H NH2 Histidina (His)* Aminoácidos essenciais CH3CH CH CO2H NH2CH3 Valina (Val) CH3CHCH2 CH CO2H NH2CH3 Leucina (Leu) CH3CH2CH CH CO2H NH2CH3 Isoleucina (Ile) CH2CH2 CH CO2H NH2 CH3S Metionina (Met) Fenilanina (Fen) CH CO2H NH2 CH2 CH3CH CH CO2H NH2OH Treonina (Tre) CH2CH2CH2CH2 CH CO2H 12 N H CH2 CH CO2H NH2 Triptofano (Tri) CH2CH2CH2CH2 CH CO2H NH2NH2 Lisina (Lis) NHCH2CH2CH2 CH CO2H NH2 C H2N HN Arginina (Arg)* N NH CH2 CH CO2H NH2 Histidina (His)* • Arginina – essencial para crianças e não essencial para adultos. A quantidade sintetizada em crianças é insuficiente para o crescimento • Histidina - acreditava-se que era essencial somente para crianças, porém estudos comprovaram que é essencial também para adultos Aminoácidos não protéicos Além dos aminoácidos protéicos, existem cerca de outros 150 não protéicos CH2CH2CO2H NH2 β α CH2CH2CH2CO2H NH2 αβγ ββββ-Alanina Ácido γγγγ-aminobutírico 13 • ββββ-alanina constitui parte da estrutura da coenzima A • Ácido γγγγ-aminobutírico está envolvido na transmissão de impulsos nervosos • Homocisteína e ornitina são intermediários do metabolismo de aminoácidos CH2CH2CH2CHCO2H NH2 NH2 CH2CH2CHCO2H SH NH2 ββββ-Alanina Ácido γγγγ-aminobutírico OrnitinaHomocisteína D-Aminoácidos protéicos Aminoácidos com estereoquímica oposta são encontrados em proteínas Exemplos: • D-Serina foi encontrada em minhocas 14 • D-Serina foi encontrada em minhocas • D-Alanina – em músculo de polvo e no sangue do porquinho-da-índia • D-Ornitina – em fígado de tubarão Propriedades ácido-base de aminoácidos • Cada grupo amino ou carboxila pode existir nas formas ácida ou básica, dependendo do pH da solução que o aminoácido estiver dissolvido • Os grupos carboxila dos aminoácidos têm pKa próximo de 2 • Os grupos aminos protonados têm pKa próximo de 9 • Em uma solução muito ácida (pH∼0), os dois grupos estão em suas formas ácidas • Em pH = 7, o grupo carboxila estará em sua forma básica e o grupo 15 • Em pH = 7, o grupo carboxila estará em sua forma básica e ogrupo amino em sua forma ácida (pH fisiológico é 7,3) • Em solução fortemente básica (pH∼11), ambos os grupos estão em suas formas básicas R CH C NH3 OH O pH=0 R CH C NH3 O- O R CH C NH2 O- O pH=7 pH=11zwitterion Ponto isoelétrico • Ponto isoelétrico (pI) de um aminoácido é o valor de pH em que ele não tem carga líquida, ou seja, é o pH no qual a quantidade de cargas positivas se equilibra com a quantidade de cargas negativas CH3CHCOH O pKa=2,34 Considerando a alanina: • Em pH = 2,34 o aminoácido está 50% na forma dipolar e 50% na forma de cátion 16 • Quando o pH > 2,34, mais moléculas ficam com o grupo carboxila na forma aniônica • Quando o pH < 9,69 mais moléculas ficam com o grupo amino na forma catiônica CH3CHCOH NH3 Alanina pKa=9,69 forma dipolar e 50% na forma de cátion • Em pH = 9,69 o aminoácido está 50% na forma dipolar e 50% na forma de aniônica Ponto isoelétrico O pKa=2,34 Na média dos dois valores de pKa, o número de grupos carboxila na forma aniônica se iguala ao número de grupos amino na forma catiônica 17 CH3CHCOH NH3 Alanina pKa=9,69 pI= 2,34 + 9,69 2 = 6,02 Um aminoácido estará com carga positiva se estiver em solução com pH<<<<pI e com carga negativa se estiver em solução com pH>>>> pI Ponto isoelétrico O PI de um aminoácido que tem uma cadeia ionizável é a média dos valores de pKa dos grupos similarmente ionizante H3NCH2CH2CH2CH2CHCOH O NH3 pKa = 2,18 pI = 8,95 + 10,79 2 = 9,87 18 pKa = 10,79 pKa = 8,95Lisina HOCCCH2CH2CHCOH O NH3 O Ácido glutâmico pKa = 2,19 pKa = 9,67 pKa = 4,25 pI = 2,19 + 4,25 2 = 3,22 Separação analítica de aminoácidos 1) Eletroforese – os aminoácidos são separados com base nos valores de pI • Se uma mistura de aminoácidos é colocada em uma tira de papel ou em um gel e posteriormente colocado entre dois eletrodos em uma solução tampão e aplicado um campo elétrico: 19 elétrico: • Se um aminoácido tem pI maior do que o pH da solução, terá carga global positiva e migrará na direção ao catodo (eletrodo negativo) • Se um aminoácido tem pI menor do que o pH da solução, terá carga global negativa e migrará na direção ao anodo (eletrodo positivo) • Os aminoácidos separados são detectados por aquecimento com ninidrina 2) Cromatografia em papel (CP) • Importante na análise bioquímica por utilizar equipamentos bastante simples • A separação ocorre por diferença de polaridade •Mecanismo de separação é a partição 3) Cromatografia em camada delgada (CCD) Separação analítica de aminoácidos 20 3) Cromatografia em camada delgada (CCD) A separação depende da fase estacionária e do eluente usado Nas duas técnicas o revelador usado é a solução de ninidrina seguido de aquecimento formando um ânion colorido • Púrpura (570 nm) – quando o aminoácido tem grupo –NH2 • Amarelo – quando o aminoácido tem grupo –NH (prolina e hidroxiprolina) 4) Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) Revelador de aminoácido: ninidrina A ninidrina é o hidrato de indano-1,2,3-triona Usada para revelação de aminoácidos O O + H2O - H2O O OH OH 21 O - H2O O OH Indano-1,2,3-triona Ninidrina O O O2 O O N -O O - H3O + RCHCO2 - NH3 + RCH + CO2 O Ânion púrpura λ=570 nm) Separação preparativa de aminoácidos Cromatografia de troca iônica • É uma cromatografia líquida e pode ser realizada em: • Coluna aberta (à pressão atmosférica) • Cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) • Nas duas técnicas cromatográficas utiliza como fase 22 • Nas duas técnicas cromatográficas utiliza como fase estacionária uma resina com grupos ionizáveis • Trocador catiônicos – o sítio ativo é aniônico (-SO3-Na+) • Trocador aniônicos – o sítio ativo é catiônico (-CH2N+(CH3)3Cl-) • Uma resina comumente usada é o copolímero de estireno e divinilbenzeno contendo grupos sulfônicos em alguns dos anéis benzênicos Separação preparativa de aminoácidos Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) •Método mais usado atualmente Algumas análises são feitas com o uso de colunas com resina de 23 • Algumas análises são feitas com o uso de colunas com resina de troca iônica e outras com colunas hidrofóbicas (fase reversa) • A identificação é feita por comparação com tempos de retenção de amostras-padrão • Nos instrumentos que combinam CLAE com espectrometria de massas [CLAE/EM (LC/MS)], a identificação é direta Ligações peptídicas • Ligações peptídicas - são ligações covalentes que mantém os resíduos de aminoácidos unidos • Correspondem as ligações amida que unem os resíduos de aminoácidos H NCHCO- O - O - O 24 � Por convenção, peptídios e proteínas são escritos: � Com o grupo amino livre (aminoácido N-terminal) à esquerda � Com o grupo carboxila livre (aminoácido C-terminal) á direita H3NCHCO - R H3NCHCO - R" H3NCHCO - R' + + H3NCHC O R NHCHC O R' NHCHCO- O R'' 2H2O Aminoácido N-terminal Aminoácido C-terminal Ligações peptídicas Ligações dissulfeto • Quando tióis são oxidados sob condições brandas, forma dissulfeto, substâncias com ligação S-S • Quando o aminoácido cisteína, que contém um grupo tiol, é oxidado forma-se a cistina, um dipetídio contendo uma ligação dissulfeto 25 dipetídio contendo uma ligação dissulfeto Oxidação branda 2HSCH2CHCO - O NH3 Cisteína SCH2CHCO - O NH3 -OCCHCH2S O NH3 Cistina As ligações dissulfeto são as únicas ligações covalentes encontradas entre aminoácidos não adjacentes em peptídios e proteínas Ligações dissulfeto 26 Polipeptídio Ligação dissulfeto intracadeia de um polipeptídio Insulina • A insulina é um peptídeo constituído de duas cadeias peptídicas • Cadeia curta (cadeia A) – contém 21 aminoácidos • Cadeia longa (cadeia B) – contém 30 aminoácidos 27 • As duas cadeias A e B são unidas por ligações dissulfeto • A insulina tem duas ligações dissulfeto entre as cadeias e uma ligação dissulfeto intracadeia (na cadeia A) • A insulina, hormônio secretado pelo pâncreas, regula o metabolismo da glicose, controlando os níveis de glicose no sangue Estrutura da Insulina Asn = asparagina Gln = glutamina Cadeia A Gli Ile Val Glu Gln Cis Cis Ala S S Cis Ser Val Ser S S Leu Gln Tir Leu Cadeia B Ligação dissulfeto intracadeia Ligação dissulfeto intercadeia 28 Insulina humana Tre substitui a Ala (resíduo 8, cadeia A) Tre substitui a Ala (resíduo 30, cadeia B) Ile substitui Val (resíduo 10, cadeia A) CisLeuHisGlnAsnValFen Gli SerHisLeuValGlu Ala Leu Tir Leu Val Cis S Gli GluArgGliFenFenTirTreProLisAla S Cis Asn Tir Asn Glu Leu Insulina bovina Cadeia B Ligação dissulfeto intercadeia Cabelo: liso ou encaracolado? • O cabelo é formado de uma proteína denominada queratina • Na queratina, cerca de 8% dos aminoácidos são resíduos de cisteína, responsáveis pelas ligações dissulfetos que conferem uma estrutura tridimensional • A pessoas podem alterar a estrutura do cabelo (alisando ou frisando) mudando a posição destas ligações dissulfeto 29 frisando) mudando a posição destas ligações dissulfeto 1) Aplicação de um agente redutor para reduzir as ligações dissulfeto 2) A forma desejada ao cabelo é dada com frisadores para encaracolar ou escovando para alisar 3) Aplicação de um agente oxidante para formar novas ligações dissulfeto, as quais mantém a nova forma do cabelo • Permanente - é o tratamento dado ao cabelo liso • Alisamento - é o tratamento dado ao cabelo encaracolado Cabelo liso x cabeloencaracolado 30 Cabelo encaracolado Cabelo liso Peptídios importantes Encefalinas – são pentapeptídios sintetizados pelo organismo para controlar a dor Eles se ligam aos receptores em certas células do cérebro para diminuir a sensibilidade do corpo à dor Tir-Gli-Gli-Fen-Leu Tir-Gli-Gli-Fen-Met 31 Tir-Gli-Gli-Fen-Leu Tir-Gli-Gli-Fen-Met (Leucina-encefalina) (Metionina-encefalina) Bradicilina, vasopressina e ocitocina – são nonapeptídios A bradicilina inibe a inflamação dos tecidos Arg-Pro-Pro-Gli-Fen-Ser-Pro-Fen-Arg (Bradicilina) Peptídios importantes Vasopressina • Controla a pressão sanguínea ao regular a contração da musculatura lisa • Tem efeito antidiurético Cis Tir Fen Glu Asp Cis Pro Arg Gli NH2 S S 32 Ocitocina • Induz as dores do parto em gestantes • Estimula a produção de leite em lactantes S S Vasopressina Cis Tir Iso Glu Asp Cis Pro Leu Gli NH2 S S Ocitocina Peptídeos importantes: Gramicidina S L-Pro L-Val L-Fen D-Orn L-Leu L-Orn L-Leu L-Val L-Pro D-Fen Gramicidina S H3NCH2CH2CH2CHCO - NH3 O Ornitina 33 • É um decapetídio cíclico que contém os aminoácidos L-ornitina (L- Orn), D-ornitina (D-Orn) e D-fenilalanina (D-Fen) • A ornitina não foi incluída na lista dos 20 aminoácidos, pois é encontrada raramente na natureza • Assemelha-se a lisina, mas tem um grupo CH2 a menos na cadeia lateral • Gramicidina S é um antibiótico produzido por uma cepa bacteriana Gramicidina S Peptídios importantes Aspartame ou NutraSweet - adoçante sintético • É o éster metílico de um dipeptídio de L-ácido aspártico e L-fenilalanina • É cerca de 200 vezes mais doce do que a sacarose • O éster etílico do mesmo dipeptídeo não é doce • Se um dos L-aminoácidos do aspartame é substituído por 34 • Se um dos L-aminoácidos do aspartame é substituído por um D-aminoácido, o dipeptídio tem sabor amargo COCH3 HN O H3NCHC CH2 O COO- Aspartame COH H2N O L-Fenilalanina CHCOH CH2 H2N COOH O L-Ácido aspártico Peptídios importantes Glutationa É um tripeptídio formado pelo ácido glutâmico, cisteína e glicina Sua função é destruir agentes oxidantes (radicais livres), provavelmente responsáveis pelo envelhecimento e outras doenças degenerativas como o câncer COO- O O O 35 Agente oxidante Agente redutor Glutationa oxidada H3NCHCH2CH2C NHCHC O O NHCH2CO - O CH2 S H3NCHCH2CH2C NHCHC NHCH2CO - COO- O O CH2 S O 2H3NCHCH2CH2C NHCHC COO- O O NHCH2CO - O CH2 SH Glutationa Estrutura primária de proteínas A estrutura primária de proteína refere-se à sequência com que os aminoácidos aparecem no esqueleto da cadeia do polipeptídio O esqueleto consiste de uma sequência repetida –N – C – C – O primeiro dos carbonos contém o grupo R do aminoácido 36 O primeiro dos carbonos contém o grupo R do aminoácido O segundo carbono é a carbonila do aminoácido N C C R N O C C N R O C C R O Estrutura primária da proteína Cadeia A Gli Ile Val Glu Gln Cis Cis Ala S S Cis Ser Val Ser S S CisLeuHisGlnAsnValFen Gli Glu Leu Gln Tir Leu Cadeia B Ligação dissulfeto intracadeia Ligação dissulfeto intercadeia 37 Gli SerHisLeuValGlu Ala Leu Tir Leu Val Cis S Gli GluArgGliFenFenTirTreProLisAla S Cis Asn Tir Asn Insulina bovina Ligação dissulfeto intercadeia Estrutura primária Estrutura secundária de proteínas A estrutura secundária descreve a conformação ou ordenamento regular no espaço, dos seguimentos do esqueleto da cadeia peptídica ou protéica Para minimizar a energia, uma cadeia peptídica tende a se dobrar em uma estrutura geométrica repetitiva como uma hélice α ou uma folha β-pregueada 38 Fatores que contribuem para a estrutura secundária: • Geometria da ligação peptídica que limita as conformações possíveis da cadeia peptídica • Número de grupos peptídicos que participam de ligações de hidrogênio (entre o oxigênio carbonílico de um aminoácido e um hidrogênio ligado ao nitrogênio de outro) • Separação adequada entre os grupos R para evitar impedimento estérico e repulsão de cargas iguais Estrutura secundária de proteínas Hélice αααα • É um tipo de estrutura secundária • Na hélice α o esqueleto HN C NH O R R N O R H O R 39 • A hélice é estabilizada por ligação de hidrogênio • Os substituintes R do carbono α projetam-se para fora minimizando o impedimento estérico • Na hélice α o esqueleto peptídico enrola-se em torno do eixo longitudinal da molécula de proteína Ligação de hidrogênio entre dois grupos peptídicos Estrutura secundária de proteínas • Nem todos os aminoácidos são capazes de se encaixar em uma hélice α • A ligação entre o nitrogênio e o carbono α da prolina não pode girar para acomodação na hélice • Dois aminoácidos adjacentes que têm mais de um substituinte no carbono β (valina, leucina e treonina) 40 substituinte no carbono β (valina, leucina e treonina) não se acomodam na hélice devido o impedimento estérico • Dois aminoácidos adjacentes com substituintes de mesma carga • Cada volta da hélice contém 3,6 resíduos de aminoácido • A distância de repetição da hélice é 5,4 Å Estrutura secundária de proteínas • Qual o comprimento de uma hélice α que contém 74 aminoácidos, sabendo-se que cada volta da hélice contém 3,6 resíduos de aminoácido e a distância de repetição da hélice é 5,4 Å? • Compare o comprimento de uma cadeia peptídica completamente estendida que contém o mesmo número de 41 completamente estendida que contém o mesmo número de aminoácidos. A distância entre os aminoácidos consecutivos em uma cadeia completamente estendida é de 3,5 Å Estrutura secundária de proteínas 74/3,6 (no de aminoácidos por volta de hélice)=20,6 (no de voltas) 20,6x5,4 (distância de repetição da hélice ) = 111 Å 74x3,5 (distância entre os aminoácidos consecutivos em uma cadeia completamente estendida) = 259 Å 42 • Cerca de 25% dos resíduos de aminoácidos em proteínas globulares estão sob a forma de hélice α • A lã e as proteínas fibrosas do músculos têm estrutura em hélice α e estas proteínas podem ser estiradas cadeia completamente estendida) = 259 Å Estrutura secundária de proteínas 43 (A) Seguimento de uma proteína em hélice αααα (B) Observação de topo do eixo longitudinal de uma hélice αααα Estrutura secundária de proteína Folha pregueada ββββ • Na folha pregueada β, o esqueleto peptídico é estendido em uma estrutura em ziguezague • As ligações de hidrogênio ocorrem entre as cadeias peptídicas vizinhas • Folha pregueada ββββ paralela – as cadeias adjacentes se estendem na mesma direção 44 mesma direção • Folha pregueada ββββ antiparalela – as cadeias adjacente se estendem na direção oposta • A seda é uma proteína com grande número de aminoácidos relativamente pequenos (glicina e alanina), por esta razão tem estrutura predominantemente em folhas pregueadas β • As teias de aranha são também folhas pregueadas β • Folhas pregueadas β são completamente estendidas e proteínas com estas estruturas não podem ser estiradas Estrutura secundária de proteína Folha pregueada ββββ Estrutura em ziguezague 45 AntiparalelaParalela •Folha pregueada ββββ paralela – as cadeias adjacentes se estendem na mesma direção • Folha pregueada ββββ antiparalela – as cadeias adjacente se estendem na direção oposta Estrutura secundária de proteína Conformação espiralada • Em geral, menos da metade de uma proteína globular está em uma hélice α ou folha pregueada β • O restante daproteína ainda está altamente ordenada, mas é difícil descrever • Estes fragmentos de polipeptídios estão em uma conformação 46 • Estes fragmentos de polipeptídios estão em uma conformação espiraladas ou em laço Esqueleto estrutural da carboxi-peptidase A Cor roxa: segmentos em hélice α Setas verdes: folhas pregueadas β que apontam no senTdo N→C Estrutura terciária de proteínas • A estrutura terciária de uma proteína é o arranjo tridimensional de todos os átomos da proteína • As proteínas dobram-se espontaneamente em solução para maximizar a estabilidade, ou seja, aumentar o número de ligações estabilizantes, tais como: ligações dissulfeto, ligações 47 ligações estabilizantes, tais como: ligações dissulfeto, ligações de hidrogênio, interações eletrostáticas (atrações entre cargas opostas) e interações hidrofóbicas (de Van der Waals) • As ligações dissulfeto são as únicas ligações covalentes que se formam quando a proteína se dobra • As demais interações apesar de serem fracas, existem em grande quantidade, portanto são importantes na determinação de como as proteínas se dobram Interações estabilizantes responsáveis pela estrutura terciária de proteínas Ligações de Estrutura helicoidal 48 Ligações de hidrogênio Interação hidrofóbica Ligação dissulfeto Interação eletrostática Estrutura em folha pregueada Estrutura quaternária de proteínas • A estrutura quaternária de uma proteína descreve o modelo como as subunidades ou cadeias pepeptídicas estão dispostas no espaço • Oligômeros são proteínas que têm mais de uma cadeia peptídicas 49 peptídicas • Subunidades é a denominação dada às cadeias individuais • Uma proteína com uma única subunidade é denominada monômero, com duas subunidades é denominada dímero, com três é um trímero e com 4 é um tetrâmero • A hemoglobina é um exemplo de tetrâmero, ela tem dois tipos de subunidades Alguns arranjos possíveis de um hexâmero • Estrutura quaternária da hemoglobina: 50 • Estrutura quaternária da hemoglobina: representação por computação gráfica • As subunidades nas cores rosa e laranja são idênticas, assim como as subunidades verde e azul • Os tubos cilíndricos são cadeias polipeptídicas • Os rosários são os anéis porfirínicos que contém ferro Desnaturação de proteínas • Desnaturação é a destruição da estrutura terciária de uma proteína • Qualquer evento que quebre as ligações responsáveis pela manutenção da forma tridimensional fará a proteína desnaturar- 51 manutenção da forma tridimensional fará a proteína desnaturar- se (desdobrar-se) • Como as ligações são fracas, (ligações de hidrogênio, interações eletrostáticas e interações hidrofóbicas), as proteínas podem ser facilmente desnaturadas O que causa a desnaturação de proteínas: •Mudança de pH, porque modifica as cargas e interrompe as atrações eletrostáticas e ligações de hidrogênio • Reagentes como uréia e o hidrocloreto de guanidina desnaturam proteínas ao formar ligações de hidrogênio mais forte com os grupos funcionais das proteínas do que as formadas entre os grupos das proteínas 52 grupos das proteínas • Detergentes como o dodecilssulfato de sódio desnaturam proteínas ao se associarem com os grupos não polares da proteína, interferindo nas ligações hidrofóbicas • Solventes orgânicos desnaturam proteínas ao interromper as ligações hidrofóbicas • Calor e agitação aumentam o movimento molecular rompendo as forças de atração, um exemplo é a mudança ocorrida com a clara do ovo quando é cozida ou batida
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