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Para gostar de direito

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Referência Bibliográfica: HERKENHOFF, João Baptista. Para gostar do 
Direito. Editora Livraria do Advogado, Porto Alegre, 3ªed, 2000. 
 
“Para gostar do direito” é um livro como o autor mesmo expõe de caráter 
estimulador, nos novos acadêmicos, o gosto pelo direito e também para quem já utiliza 
essa função como meio de vida. Dividido em oito capítulos, cada um deles com um 
foco, porém todos interligados num mesmo objetivo. Consiste basicamente em uma 
carta de iniciação ao Direito. 
No primeiro capítulo é explanada a importância de fazer inicialmente no curso 
de direito a cadeira de "introdução ao Direito" que deve ter o papel de esclarecedora 
do que seja fazer o curso, e com isso fazer com que o aluno obtenha prazer em 
estudar o direito. Essa cadeira motivadora que o autor a chama de "iniciação para 
gostar do direito” possuiria dois objetivos: ministrar noções, compreensão dos 
fenômenos jurídicos; e ser fornecedora de instrumentos para tal compreensão. Nesta 
cadeira devem se tratar os temas fundamentais. Ainda nesta questão, cabe ressaltar 
a importância da Filosofia do Direito para definir o Direito. Cabe à cadeira de 
Introdução, situar o aluno na área do Direito, bem como estimular nele a reflexão, 
proporcionando e criando uma base teórica, e principalmente fazer com que este 
reflita sobre o papel do Direito dentro da estrutura social, desencadeando a discussão 
sobre a missão do jurista. 
No capítulo seguinte intitulado “Definições e concepções do Direito: 
Disciplinas que estudam o fenômeno jurídico.” Herkenhoff examina os sentidos que a 
palavra "direito" são empregadas examinando as diversas conotações intrínsecas à 
expressão. Nesse mesmo capítulo surgem vários questionamentos sobre “qual a 
origem do direito?” para o autor o mais correto é afirmar que o direito é furto de uma 
expressão histórica da classe dominante. O autor ainda discorda de que se for 
adotada uma concepção unívoca do fenômeno jurídico o mesmo possa ser entendido 
e aplicado. 
Durante o capítulo III, estuda-se sobre aceitação do direito como 
conhecimento científico, que divide doutrinadores. Herkenhoff adota a tese de Carlos 
Cossio afirmando que o direito é conduta e não norma, defende o caráter científico do 
conhecimento jurídico, afirmando que o Direito é conhecimento racional e sistemático 
de uma parcela da realidade cultural, e pensa que o argumento da instabilidade, 
utilizado pelos que pretendem negar a cientificidade, é equivocado. 
O capítulo IV divide-se em dois os fatores que influem no Direito: os fatores 
naturalistas e os fatores sociais, culturais ou históricos. Além disso, o autor aponta os 
principais fatores que influem no Direito: o fator econômico, o político e o religioso. O 
autor finaliza esse capitulo dizendo que todos "os fatores: econômicos, religiosos, 
políticos e jurídicos, exercem uma influência uns sobre os outros. E a consciência 
dessa realidade é indispensável para compreender o que é fenômeno jurídico”. 
Em “Relações do Direito com outros ramos do conhecimento” Herkenhoff 
afirma que o direito tem ligações com outros conhecimentos humanos: a Filosofia, a 
Economia, a História e a Sociologia. Logo em seguida o autor expõe conceitos gerais 
e específicos do Direito. 
Durante o capítulo denominado “Técnica jurídica” o autor, em relação a 
técnica da sistematização, refere-se como uma unificação a matéria jurídica, toda 
técnica é simbolizada por várias práticas e permanência condicionada da mesma, 
então podemos citar como o autor fez a sistematização da jurisprudência, decisões 
dos tribunais. Além disso, o autor cita a maneira que deve ser elaborada a técnica 
legislativa, explicando-a e analisando-a. 
Finalizando sua obra, Herkenhoff faz uma reflexão sobre os quatro conceitos 
gerais de importância na Teoria Geral do Direito: Lei, Direito, Justiça e Segurança 
Jurídica. Expõe sua opinião ao dizer que o juiz, o advogado e os demais profissionais 
do campo do direito são servos do direito e não da lei. 
O autor termina sua obra com uma bela conclusão de que se todos 
entendermos que a segurança jurídica é um direito de todos e que só existe essa 
segurança onde houver justiça, não se temerá esse debate e as suas consequências. 
"Para gostar do Direito" é uma obra jurídica de fácil entendimento e com uma corrente 
voltada ao direito social que deve ser lido por todos os estudantes de direito que 
pretendem um dia chegar a uma sociedade mais justa e a verdadeira justiça. A obra 
pretende contribuir para que os estudantes de Direito desde cedo, possam ser 
inspirados em valores humanistas, informado por um projeto de transformação social 
e despertar o desafio de refletir sobre o direito de uma ótica libertadora. Com o objetivo 
principal de criar uma cadeira de motivação para que os estudantes tomem gosto pelo 
que está estudando e também pincelar sobre o que é o fenômeno do Direito, 
despertando nos estudantes que iniciam o curso o gosto pelo mesmo.

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