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Algumas doenças infecto-parasitárias

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Sífilis 
● É uma doença infecciosa sistêmica sexualmente transmissível; 
● Pode se apresentar de ​três formas​: ​Primária (representada pelo ​cancro duro​); 
Secundária (​roséolas de 60 dias a um ano após latência) ou ​Tardi​a (acomete qualquer 
órgão ou sistema​); 
● A​ sífilis primária e secundária​ constituem a ​sífilis recente​, cuja duração é de um ano 
● A ​sífilis terciária (tardia) aparece geralmente ​depois de um período de latência de um 
ou vários anos com lesões gomosas, tuberocircinadas, ​acometimento do sistema 
cardiovascular e a neurossífilis; 
● Pode ser dividida em dois grupos: ​adquirida e congênita​​. 
Sífilis adquirida: ​Recente (primária + secundária) rica em treponemas, portanto 
infectante, com duração média de um ano e ​Tardia ​com lesões orgânicas destrutivas 
geralmente nas palmas e plantas​, não infectantes pela ausência de treponemas. 
Sífilis congênita: ​Recente com aparecimento das lesões nos dois primeiros anos de 
vida e ​Tardia​ com aparecimento das lesões após o segundo ano de vida 
 
● Quadro clínico: 
❏ A ​sífilis primária se caracteriza pela presença do ​cancro sifilítico, lesão única, 
indolor, com bordas duras ​, localizada geralmente na glande e no colo uterino, e 
é contagioso por grande presença da ​T. pallidum ​. 
❏ A ​sífilis secundária se caracteriza pela presença de ​lesões disseminadas na pele 
e mucosas, as quais aparecem e​m média 60 dias após a infecção ​, são lesões 
maculosas e podem aparecer nos lábios, vulva e ânus. ​Nas mulheres pode 
gerar o “colar de Vênus” ​que são lesões hipocrômicas ao redor do pescoço. 
Acompanhada de sintomas sistêmicos como cefaléia, febre, artralgia, 
adenopatia, esplenomegalia e hepatite. 
❏ Após a sífilis recente, acontece a ​sífilis tardia onde há um período de latência 
de ​2 a 30 anos, no qual os pacientes apresentam ​lesões tegumentares​, 
cardiovasculares, neurossífilis e lesões em outros órgãos e sistemas e não são 
contagiosas. 
❏ Duas outras formas de sífilis recente podem ocorrer: ​sífilis recente 
recidivante ​​(manifestação entre a secundária e tardia e se caracteriza por 
lesões papulosas com tendência a circinação) e a ​sífilis maligna precoce 
(forma grave, com lesões ulceradas, frequentes na face e couro cabeludo, 
agravada por HIV). 
❏ Neurossífilis​: complicação mais grave, chamada meningoencefalite sifilítica 
aparece com o quadro semelhante a meningite tuberculosa​, e mais tarde pode 
levar a atrofia do nervo óptico e paralisia geral progressiva. 
❏ Sífilis congênita​: ​mãe para feto por via placentária​, no início da gestação 
geralmente leva ao aborto, quando incide mais tarde o feto pode ser prematuro, 
natimorto ou nascer com lesões diversas. A ​sífilis congênita recente se 
caracteriza por manifestações que aparecem até os 2 anos, entre as quais rinite 
hemorrágica, erupções cutâneas, fissuras anais e periorais e ​na sífilis 
congênita tardia ​​, que aparece após os 2 anos a criança pode apresentar 
ceratite intersticial, iridociclite, neurolabirintite e surdez​, alterações cranianas, 
dentes de Hutchinson e alterações no fundo do olho. 
 
● Diagnóstico​​: 
A confirmação do diagnóstico pode ser feita pela pesquisa do ​T. pallidum no cancro, 
nas sifílides e na sífilis congênita recente ou pela reação de imunofluorescência. ​A 
sorologia pode ser feita por VDRL (teste não-treponêmico) e ​confirmado pelo teste de 
FTA-ABS (teste treponêmico). 
 
● Tratamento: 
A ​sífilis recente pode ser tratada com ​penicilina G benzatina 2,400,000 UI ​dose única 
intramuscular, alternativamente nos casos de alergia pode ser usada ​tetraciclina ou 
eritromicina​​ 500mg via oral ou doxiciclina 100mg. 
A ​sífilis tardia pode ser tratada pode ser tratada com penicilina G benzatina 
2,400,000 UI intramuscular ​semanalmente por 3 semanas e nas ​gestantes a 
tetraciclina está contra-indicada. 
A ​sífilis congênita deve ser tratada com ​penicilina G procaína durante 10 a 14 dias e 
nos casos de liquor anormal o tratamento deve ser feito com​ penicilina G cristalina​​. 
O ​controle de cura deve ser feito pela ​reação sorológica (VDRL) aos três, seis e doze 
meses após o tratamento. 
 
Tuberculose 
● Infecção ou doença localizada ou sistêmica, aguda ou crônica, ​que se transmitem ao 
homem por via respiratória podendo ​acometer o pulmão e a pleura, as meninges e o 
SNC, gânglios linfáticos, olhos e a laringe. 
● A principal via de transmissão é através de gotículas do Flugge ou aerossóis 
eliminados pela tosse podendo ser inalados por pessoas sãs e não imunes. 
 
● Formas clínicas: 
Podemos dividir as formas clínicas da tuberculose em ​pulmonar (a porta de entrada e 
mais frequente localização) que pode ser dividida também em primária, secundária e 
miliar e ​extrapulmonar​​ que pode acometer qualquer órgão ou sistema. 
Pulmonar Primária​: ocorre principalmente em crianças com baixa resistência, que 
fazem uma forma expansiva hiper-reativa, com invasão e grande aumento dos 
gânglios hilares e paratraqueais​, podendo fistulizar e eliminar material infectante pelos 
brônquios e traquéia, pode apresentar sintomas como ​febrícula, inapetência, 
irritabilidade, conjuntivite. Em pacientes não tratados ocorre tuberculose miliar. 
Pulmonar Secundária​: é uma ​forma comum da doença no adulto​, apresenta uma 
infiltração, que com frequência evolui para a destruição tissular com formação de 
cavernas e fibrose. Inicia-se geralmente com ​febre diária, tosse inicialmente seca e 
depois produtiva, escarros hemoptóicos e hemoptises e evolui com inapetência e 
emagrecimento.​ Tosse com duração de 2 semanas ou mais. 
Miliar​: disseminação pulmonar decorrente de uma tuberculose primária ou 
disseminação hematogênica sistêmica aguda durante a primoinfecção​. Forma grave da 
doença, com elevada letalidade, pode ter início súbito, com febre alta, calafrios e 
prostração 
Tuberculose pleural​: disseminação por foco pulmonar, muitas vezes evolui pra 
derrame pleural. O início pode ser insidioso, com febrícula, tosse seca com dor 
torácica e dificuldade respiratória. 
Meningoencefalite tuberculosa​: manifestação grave em crianças menores de dois anos, 
com início insidioso com febre, irritabilidade, anorexia, adinamia, náuseas e vômitos e 
evolui para rigidez nucal e irritação meníngea. 
Tuberculose ganglionar​: manifestação clínica mais frequente da tuberculose 
extrapulmonar. Os gânglios inicialmente são duros e ao longo do processo 
inflamatório podem coalescer e fistulizar eliminando um material seroso, purulento ou 
seropurulento. ​Dor abdominal, febre e palpação de massas dolorosas. 
 
● Diagnóstico: 
Radiografia de tórax, ​baciloscopia do escarro​, pesquisa direta do bacilo e cultura, PCR 
e exame histopatológico. 
ELISA, teste tuberculínico PPD. 
 
● Tratamento: 
Rifampicina, isoniazida, pirazinamida e estreptomicina. 
Esquema I: todas menos para a meningoencefalite: rifampicina + isoniazida + 
pirazinamida e depois é retirada a isoniazida. 
Recidivas: esquema I + etambutol 
Esquema II: meningoencefalite: rifampicina + isoniazida + pirazinamida + prednisona. 
 
● Profilaxia: 
Diagnóstico e tratamento precoce dos pacientes evitando contato com pessoas 
suscetíveis, uso do BCGem crianças até 4 anos e quimioprofilaxia com isoniazida. 
 
Toxoplasmose 
● Infecção causada por protozoário, que se transmite ao homem por ingestão de carne 
crua ou mal cozida de animais infectados, fezes de felídeos ou via transplacentária; 
 
● Quadro clínico: 
Podemos dividir em ​primoinfecção assintomática​​, ​infecção crônica ou latente, 
toxoplasmose pós-natal ​​, ​toxoplasmose congênita​​ e ​toxoplasmose ocular​​. 
Toxoplasmose pós-natal​: ​febre, fadiga, com ou sem adenopatia, com duração de 
algumas semanas a dois meses​, quadros graves com febre alta, toxemia, ​rash cutâneo, 
hepatoesplenomegalia são raros. 
Toxoplasmose congênita​: qualquer época da gravidez, uma minoria dos casos de 
toxoplasmose apresenta manifestações clínicas do tipo febre ou hipotermia, ascite, 
icterícia e anemia. ​Aborto e prematuridade tendem a ocorrer com maior frequência 
quando a infecção é no início da gestação. 
Toxoplasmose ocular​: transmissão congênita, a retinocoroidite é a lesão mais comum 
cujos sintomas são visão turva, fotofobia, escotomas e dor ou pressão ocular. 
 
● Diagnóstico: 
Reações sorológicas que demonstram a presença de anticorpos ​IgM na fase aguda e 
aumento significativo de IgG​, também pela PCR e mais raramente pela demonstração 
de taquizoítas ou cisto do parasito. 
 
● Tratamento: 
Associação na dose única diária de 75mg de pirimetamina + mg/kg/dia de sulfadiazina 
e suplementada por ácido folínico. 
 
● Profilaxia: 
Evitar os mecanismos de transmissão. 
 
 
 
 
 
 
 
Tétano 
● Causada​ pelo exotoxina pelo ​C. tetani 
● Apresenta complicações como ​ pneumonia, sepse, desidratação, acidose e choque 
● Principalmente em países com baixo nível socioeconômico 
● Classificado em l​ocalizado ou generalizado, quanto à gravidade em benigno ou 
moderado, grave e gravíssimo e quanto à idade do paciente em tétano do adulto ou 
neonatorum​. 
● O ​tétano localizado é relativamente raro e depende de vários fatores 
● A ​forma típica é o tétano cefálico que compromete os músculos da face, de cabeça e 
pescoço, provocando o trismo, fácies tetânica, disfagia, rouquidão e rigidez nucal. 
● O tétano generalizado se caracteriza por início gradual com o paciente apresentando 
dificuldade de deambulação, trismo e rigidez abdominal . 
● Tétano benigno ou moderado: o paciente apresenta hipertonia muscular com atividade 
respiratória conservada, sem disfagia e contraturas musculares. 
● Tétano grave​: paciente a​presenta hipertonia muscular intensa, disfagia, contraturas 
musculares intensas, paroxísticas e frequentes comprometendo a dinâmica respiratória, 
acúmulo de secreção nas vias aéreas e crises de apneia. 
● Tétano gravíssimo​: pacientes com ​contraturas musculares intensas e subentrantes, 
longos períodos de apneia, cianose, febre e sudorese intensas, tendência a crises 
hipertensivas. 
● Tratamento: ​sedação (diazepam)​, dissecar uma veia para hidratação e alimentação e 
neutralizar a toxina aplicando soro antitetânico. 
● Profilaxia: cuidado com ferimentos, vacinação, andar calçado e evitar ferimento com 
espinhos e pregos. 
 
Leishmaniose Visceral (Calazar) 
● Causada por protozoários. 
● Vetor pela fêmea contaminada de um inseto através da picada 
● Quadro clínico: ​três fases, período inicial, período de estado e o estágio final​, inicia 
com ​febre de dois picos diários, instalando-se progressivamente esplenomegalia e 
hepatomegalia, diarreia, desconforto e cansaço. ​Em síntese, pode se apresentar numa 
forma aguda e fatal, resistente ao tratamento e bastante rara; uma forma subaguda com 
evolução de seis meses; uma forma crônica de lenta evolução e formas 
oligossintomáticas. 
● Formas ​hemorrágicas: púrpura, trombocitopenia e hemorragias digestivas. 
● Diagnóstico: parasitológico por punção e PCR; sorológico por imunofluorescência e 
ELISA. 
● Tratamento: ​ Glucantime (antimônio)​; pentamidina e anfotericina B. 
● Profilaxia: inseticidas residuais, telas e a eliminação dos animais em áreas de 
transmissão domiciliar. 
 
Leishmaniose Tegumentar 
● Produzida por protozoários e que se transmite ao homem por flebotomíneos, ​causando 
lesões cutâneas. 
● Se transmite do ciclo silvestre ao doméstico por reservatórios como equinos e cães, 
através da picada do mosquito. 
● Quadro clínico: ​ quatro formas clínicas - cutânea, mucosa, cutâneo-mucosa e difus​a. 
● Cutânea: inicia no local da picada por uma pápula que evolui para pústula e para 
úlcera ou lesões verrucosas. 
● Mucosa: consequência de uma lesão cutânea, já cicatrizada, levando a complicações 
como na mucosa oral, palato, faringe e laringe. 
● Cutâneo-mucosa: lesões cutâneas múltiplas e em diferentes estágios evolutivos, 
predominantemente na face e membros superiores, acontece devido ao equilíbrio 
incompleto entre os linfócitos. 
● Difusa: riqueza parasitária nas lesões que em geral ​são nodulares, isoladas ou 
agrupadas, em forma de placas com infiltrados inflamatórios, máculas ou pápulas. 
Reação de Montenegro. 
● Diagnóstico: ​parasitológico raspando a borda da lesão​, Montenegro e exame 
histopatológico com biópsia. 
● Tratamento: ​antimônio pentavalente, pentamidina, anfotericina B 
● Profilaxia: idênticas às do Calazar. 
 
Raiva 
● Encefalomielite letal causada por um vírus​, com a transmissão através da ​mordedura 
ou lambedura de cães, gatos ou morcegos. 
● Atinge as células musculares e subepiteliais até obter uma grande concentração para 
alcançar as terminações nervosas. 
● Raiva humana: ​período prodrômico (formigamento, dor e prurido no local, febre e 
cefaléia)​, f​ase neurológica (hiperventilação, hipóxia, disartria) e d​esenvolve-se 
aerofobia e hidrofobia e progressivamente o paciente torna semicomatoso até evoluir 
em morte. 
● Diagnóstico: ​quadro clínico, PCR. 
● Tratamento: ​ suporte (hidratação, sedação, ventilação) 
● Profilaxia: ​vacinação dos cães 
● Imunização pré-exposição: ​grupos de risco, tres doses de vacina nos dias 0, 7 e 28. 
● Imunização pós-exposição: d​ebridamento do ferimento, lavar com água e sabão e 
desinfectar, usar soro homólogo ou heterólogo e fazer quatro doses da vacina de 
cultivo celular nos dias 0, 7, 14 e 30​. Realizar teste de proteção.

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