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Direito Civil V - Direito de Família 
Profa. Ms. Emília Lopes 
Nota de aula 09 – Dissolução do Casamento 
 
Conteúdo: Dissolução do Casamento 
Fundamento legal: arts. 1.571, CC a 1.582, CC 
1. Histórico: 
1.1 Código Civil de 1916: 
1.2 EC 09/1977 e Lei nº 6.515/77 (Lei do Divórcio): 
1.3 Constituição Federal de 1988 (redação originária do §6º do art. 226, CF): 
a) Divórcio direto 
b) Divórcio indireto (por conversão): 
1.4 Código Civil de 2002 (art. 1.571, caput, CC/2002) – sistema dual de dissolução do casamento: 
ATENÇÃO!!! Há entendimento doutrinário afirmando que, após a EC 66/2010, o caput do art. 1.571, 
CC não foi recepcionado pela CF/1988. 
 
1.4.1 Dissolução da sociedade conjugal x dissolução do vínculo conjugal: 
 
Dissolução do casamento Causas Efeitos jurídicos 
Dissolução da sociedade 
conjugal 
 
Terminativas: 
- separação judicial 
- invalidade do casamento 
- fim do regime de bens 
- fim dos deveres conjugais 
(art. 1.566, CC) 
- perda do direito sucessório 
Obs.: "A mulher que renunciou 
aos alimentos na separação 
judicial tem direito 
à pensão previdenciária 
por morte do ex-marido, 
comprovada a necessidade 
econômica superveniente" 
(Súmula 336 do STJ). 
 
Dissolução do vínculo 
conjugal 
 
Dissolutivas: 
- morte 
- divórcio 
- fim do regime de bens 
- fim dos deveres conjugais 
(art. 1.566, CC) 
- do vínculo (relação jurídica) 
entre marido e mulher 
- perda do direito sucessório 
 
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- perda do benefício 
previdenciário 
 
 
1.5 EC 66/2010 (deu nova redação ao §6º do art. 226, CF/1988): 
Consequências jurídicas: 
- eficácia plena, direta e imediata. 
- desnecessidade de prazos para o divórcio 
- impossibilidade de discussão da causa da dissolução nupcial 
- extinção da separação (judicial ou em cartório) do ordenamento jurídico? 
Obs.: Para a doutrina majoritária: após a referida emenda, toda e qualquer norma que aluda à 
separação (judicial ou em cartório) e às suas causas, deve ser tida por não recepcionada pela 
Constituição Federal de 1988 (p. ex.: arts. 1.571, caput, 1.572, 1.573, 1.574, 1.575, 1.576, 1.578, 
1.580, 1.702 e 1.704, CC). Todavia, o CPC de 2015 ainda faz menção à separação judicial. 
2. Dissolução do casamento: 
 
2.1 Divórcio: 
 
2.1.1 Divórcio consensual (amigável): 
2.1.1.1 Natureza jurídica: 
2.1.1.2 Espécies: 
a) Em juízo: 
b) Em cartório (divórcio administrativo) 
 
2.1.2 Divórcio litigioso: 
 
2.2 Morte (real ou presumida) 
 
3. Separação: 
 
3.1 Separação de fato: 
 
3.2 Separação de corpos (art. 1.562, CC c/c art. 301 do NCPC e art. 7º da Lei do Divórcio): 
 
JURISPRUDÊNCIAS – INFORMATIVOS DO STJ 
ANO: 2015 
DIREITO CIVIL. RETIFICAÇÃO DO SOBRENOME DOS FILHOS EM RAZÃO DE 
DIVÓRCIO. É admissível a averbação, no registro de nascimento do filho, da alteração do 
sobrenome de um dos genitores que, em decorrência do divórcio, optou por utilizar novamente 
o nome de solteiro, contanto que ausentes quaisquer prejuízos a terceiros. O art. 57 da Lei 
6.015/1973 – Lei de Registros Públicos – admite a alteração do nome civil, excepcionalmente e de 
forma motivada, com a devida apreciação judicial, sem descurar da ausência de prejuízo a terceiros. 
Dessa forma, é justificável e plausível a modificação do sobrenome constante da certidão de 
nascimento, situação que prima pela contemporaneidade da vida, dinâmica por natureza (e não do 
momento da lavratura do registro). A função do sobrenome é identificar o núcleo familiar da pessoa 
 
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e deve retratar a verdade real, fim do registro público, que objetiva espelhar, da melhor forma, a 
linhagem individual. Assim, é direito subjetivo da pessoa retificar seu sobrenome no registro de 
nascimento de seus filhos após divórcio. Ademais, a averbação do sobrenome no registro de 
nascimento do filho em decorrência do casamento (art. 3º, parágrafo único, da Lei 8.560/1992) atrai, 
à luz do princípio da simetria, a aplicação da mesma norma à hipótese inversa, qual seja, em 
decorrência do divórcio, um dos genitores deixa de utilizar o nome de casado. Além disso, não se 
coaduna à razoabilidade exigir que um dos genitores e seus filhos portem diariamente consigo cópia 
da certidão de casamento dos pais com a respectiva averbação para fins de identificação, em prejuízo 
do exercício do poder familiar. Além do mais, não seria coerente impor a alguém utilizar-se de outro 
documento público para provar a filiação constante de sua certidão de nascimento. Por isso, havendo 
alteração superveniente que venha a obstaculizar a própria identificação do indivíduo no meio social, 
resta indubitável a possibilidade de posterior retificação do registro civil. Por fim, registre-se que não 
se verifica impedimento legal para modificação do sobrenome dos filhos quando há alteração do 
nome de um dos genitores por ocasião do divórcio, conforme se verifica na legislação de regência: 
art. 54 da Lei 6.015/1973, arts. 20 e 27 do ECA, art. 1.565 do CC e art. 3º, parágrafo único, da Lei 
8.560/1992. Precedentes citados: REsp 1.072.402MG, Quarta Turma, DJe 1º/2/2013; e REsp 
1.041.751-DF, Terceira Turma, DJe 3/9/2009. REsp 1.279.952-MG, Rel. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, julgado em 3/2/2015, DJe 12/2/2015 (Informativo 555). 
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. DISCUSSÃO DE CULPA NO DIREITO 
SUCESSÓRIO E ÔNUS DA PROVA. Ocorrendo a morte de um dos cônjuges após dois anos 
da separação de fato do casal, é legalmente relevante, para fins sucessórios, a discussão da culpa 
do cônjuge sobrevivente pela ruptura da vida em comum, cabendo a ele o ônus de comprovar 
que a convivência do casal se tornara impossível sem a sua culpa. A despeito das críticas 
doutrinárias a respeito do art. 1.830 do CC/2002, no que se refere principalmente à possibilidade de 
discussão de culpa como requisito para se determinar a exclusão ou não do cônjuge sobrevivente da 
ordem de vocação hereditária, cumpre definir o sentido e o alcance do texto expresso da lei. Posto 
isso, observa-se que as regras trazidas pelo CC/2002, na linha de evolução do direito brasileiro, visam 
elevar a proteção conferida ao cônjuge sobrevivente. Registre-se, desse modo, que o tratamento 
conferido ao cônjuge pelo CC/1916 considerava a circunstância de que a maioria dos matrimônios 
seguia o regime legal da comunhão universal. Assim, em caso de falecimento de um dos cônjuges, o 
outro não ficava desamparado, já que a metade dos bens lhe pertencia, porque lhe era conferida a 
meação sobre a totalidade do patrimônio do casal. A partir de 1977, com a edição da Lei 6.515 (Lei 
do Divórcio), o regime legal passou a ser o da comunhão parcial de bens, de modo que o cônjuge 
supérstite não necessariamente ficaria amparado, em caso de morte de seu consorte, já que a meação 
incidia apenas sobre os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. Neste contexto, a 
doutrina esclarece que a exclusão do direito sucessório do cônjuge sobrevivente com a simples 
separação de fato, independente de lapso temporal ou arguição de culpa, não exprime “o valor da 
justiça nos casos de abandono de lar por um dos cônjuges, ou de decretação de separação de fato pelo 
Poder Judiciário dos consortes em virtude de tentativa de morte ou injúria grave, de casais unidos, 
por exemplo, há mais de vinte anos, e que estão separados de fato há mais de dois anos”. Nesse 
sentido, a doutrina continua: “seria absurdo defender que uma mulher que conviveu por anos com seu 
esposo e contribuiu para a dilatação do patrimônio do casal, em sendo abandonada por seu marido 
não tivesse direito à herança do falecido, por ser legalmente apartada da sucessão”. Portanto, não há 
se falar em ilegalidade ou impertinência da discussãoda culpa no vigente direito sucessório. Por fim, 
cabe ao cônjuge sobrevivente o ônus de comprovar que a convivência do casal se tornara impossível 
sem a sua culpa, a fim de lhe reconhecer o direito sucessório na sucessão de seu consorte. Isso porque, 
conforme se verifica da ordem de vocação hereditária prevista no art. 1.829 do CC/2002, o cônjuge 
separado de fato é exceção à ordem de vocação. Ademais, ao alçar o cônjuge sobrevivente à condição 
de herdeiro necessário, a intenção do CC/2002 é proteger as relações unidas por laços de afetividade, 
solidariedade e convivência para as quais a proximidade e integração de seus membros são mais 
 
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relevantes que os laços mais distantes de parentesco. REsp 1.513.252-SP, Rel. Min. Maria Isabel 
Gallotti, julgado em 3/11/2015, DJe 12/11/2015 (Informativo 573).

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