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Resumo P1 - Família Características do casamento: - ato solene, cheio de formalidades; - as normas que o regulamentam são de ordem pública, não podem ser alteradas por disposições particulares; - implica união exclusiva (comunhão plena de vida); - não comporta termo ou condição (NJ puro e simples). Capacidade para o casamento: ● Deve ser demonstrada no processo de habilitação. Capacidade: - menores de 16 anos: regra geral, não podem casar. Abre-se exceção nas hipóteses previstas em lei (em caso de gravidez ou para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal), mediante autorização judicial. Nesse caso, incide o regime de bens da separação legal. - 16 anos: aptos a casar, porém ainda não tem plena capacidade. Para que seja válido, precisa da autorização dos pais (ambos!), do representante legal ou de suprimento judicial. Se mesmo sem autorização dos pais e sem suprimento judicial houver casamento, ele será anulável (não nulo). - 18 anos: plenamente capazes. ● OBS: o direito de família tem um sistema próprio de validade, independente da parte geral. O casamento anulável fica, durante um tempo, numa faixa de invalidade → decorrido esse tempo, convalida-se. É possível, também, a convalidação expressa (ratificação) do casamento de menor de 16 anos (ex: casou com documento de identidade falso). ● Celebrado o casamento, cessa a incapacidade dos nubentes. Se desfeito esse vínculo matrimonial pela viuvez ou pelo divórcio, subsiste a capacidade civil! Casamento nulo → não produz nenhum efeito (art. 1563). Se declarada a nulidade ou anulabilidade, o emancipado retorna à situação de incapaz, salvo se contraiu de boa-fé (casamento putativo). Impedimentos (art. 1521) - não podem casar: a) os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; b) os afins em linha reta (sogro, sogra, genro, nora, enteados); c) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; d) os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive (primo pode); e) o adotado com o filho do adotante; f) as pessoas casadas (se dissolve o vínculo com morte, real ou presumida; invalidade; divórcio ou morte presumida do ausente) - enquanto não se pronuncia (declaração judicial) a nulidade do 2º casamento, o 1º é tido como nulo; g) o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. ● Os impedimentos tornam o casamento NULO. Eles podem ser opostos, por qualquer pessoa interessada ou pelo MP, até o momento da celebração. Valem como impedimentos para a união estável também (art. 1723), com exceção do f) no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. A nulidade não convalida nunca (mesmo que um ou ambos os cônjuges já tenha morrido). ● Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo de ofício. Causas suspensivas (art. 1523) - não devem casar: a) o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros → evita confusão de patrimônios; b) a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal → turbatio sanguinis, confusão da prole; c) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; d) o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. ● Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas em a), c) e d), provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso da letra b), a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. ● As causas suspensivas tornam o casamento ANULÁVEL. São legitimados para propor a ação de anulação os parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins. A anulabilidade pode vir a convalidar! Inexistência X Invalidade: ● Inexistência: falta ou ausência de pressuposto de fato (precede a análise da validade/invalidade). Não está na lei, é uma construção doutrinária e jurisprudencial. Pressupostos de fato: celebração e consentimento. Se não houver esses pressupostos, o casamento é inexistente, é menos que nulo. Se inexistente, o casamento não gera efeitos jurídicos → cancela a certidão e acabou, como se nunca tivesse existido. Pode ser declarada de ofício! ● Invalidade: falta ou ausência de pressuposto jurídico. A regra matrimonial é específica, e a invalidade não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz → precisa de ação própria. Para ser nulo ou anulável tem que estar previsto expressamente! Nulidade e Anulabilidade: ● Só é nulo o casamento por infringência de impedimento (rol do art. 1521). Enfermo mental sem discernimento → caiu com o estatuto da pessoa com deficiência. ● Art. 1550 - é anulável o casamento: a) de quem não completou a idade mínima para casar; b) do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; c) por vício da vontade, por erro essencial OU coação (somente o cônjuge que sofreu coação pode demandar a anulação, a coabitação convalida o ato); d) do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; e) realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; f) por incompetência da autoridade celebrante. ● A gravidez convalida o casamento (art. 1551). Art. 1552: anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida pelo próprio cônjuge menor, por seus representantes legais ou por seus ascendentes. Quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em 180 dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo (conta a partir do dia em que cessou a incapacidade), de seus representantes legais (data do casamento) ou de seus herdeiros necessários (data da morte). ● O menor que não atingiu a idade núbil (16 anos) poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial. ● Hipóteses de erro essencial: 1. Erro de identidade, honra ou boa fama: tem que ter sido descoberto depois do casamento e tem que tornar a vida em comum insuportável; 2. Ignorância de crime: anterior ao casamento, que torne insuportável a vida conjugal, que tenha havido trânsito em julgado. 3. Ignorância de defeito físico irremediável (que não caracterize deficiência) ou de moléstia grave e transmissível (por contágio ou por herança), capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência.Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal: ● As causas terminativas da sociedade conjugal são (art. 1571): - nulidade ou anulação do casamento; - separação judicial; - morte (real ou presumida) → extingue, também, o vínculo matrimonial; - divórcio → extingue o vínculo matrimonial. ● Modalidades de Divórcio: a) Divórcio-conversão → não existe mais, desde a PEC do Divórcio é direto. b) Divórcio judicial litigioso → para casais que não concordaram com sobre a própria separação ou sobre questões correlatas (alimentos, guarda dos filhos, partilha de bens, etc.). c) Divórcio judicial consensual → utilizada pelos casais que não querem ou não podem (filhos menores) se valer do divórcio extrajudicial. d) Divórcio extrajudicial consensual → realizado mediante escritura pública lavrada por notário e assistência de advogado ou defensor público. Exige inexistência de nascituro ou filhos incapazes e acordo sobre todas as questões essenciais, inclusive partilha de bens. ● Separação judicial consensual: - Não há litígio, ambos os cônjuges buscam a homologação do acordo por eles celebrado. O único requisito exigido é o consenso mútuo. - O juiz só pode intervir no limite da preservação dos interesses de incapazes ou de um dos cônjuges. A partilha prévia de bens, assim como no divórcio, não é obrigatória. O cônjuge pode, na separação consensual, livremente decidir se mantém ou não o sobrenome do outro. Na separação litigiosa, se declarado culpado, perde esse direito (exceções: evidente prejuízo para sua identificação; manifesta distinção entre seu nome e o nome dos filhos; dano grave reconhecido em decisão judicial). - A separação pela via administrativa requer: a) inexistência de nascituro ou de filhos incapazes; b) consenso sobre todas as questões emergentes; c) lavratura da escritura pública por tabelião de notas; d) assistência de advogado. ● Separação judicial a pedido de um dos cônjuges: - Espécies: a) separação-sanção → atribui culpa, deriva de grave violação dos deveres do casamento. As sanções aplicáveis ao culpado são: perda do direito a alimentos (exceto se indispensáveis à sobrevivência), perda do direito de conservar o nome do outro. b) separação falência → ocorre se provada a ruptura da vida em comum há mais de 1 ano, e a impossibilidade da sua reconstituição (é, na verdade, um tipo de separação-remédio). Não se distingue cônjuge inocente e cônjuge culpado, o caso é puramente objetivo. c) separação-remédio → se um dos cônjuges estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de 2 anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. - Grave infração dos deveres do casamento: a) adultério; b) abandono voluntário do lar conjugal; c) sevícia e injúria grave; d) abandono material e moral dos filhos; e) imputação caluniosa. - Insuportabilidade da vida em comum (art. 1573): a) adultério; b) tentativa de morte; c) sevícia ou injúria grave; d) abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo; e) condenação por crime infamante; f) conduta desonrosa. - OBSERVAÇÃO: seja qual for a causa de separação judicial, é lícito aos cônjuges restabelecer, a todo tempo, a sociedade conjugal, por ato regular em juízo (art. 1577). O regime de bens, tratando-se de restabelecimento da situação anterior, será o mesmo. ● Divórcio: - Divórcio-remédio, visto que não se admite discussão sobre a culpa. O divórcio não modifica os direitos dos pais em relação aos filhos, apenas os direitos e deveres decorrentes do vínculo matrimonial. - O divórcio se dá, hoje, pela forma direta, que se desdobra em: a) divórcio judicial litigioso; b) divórcio judicial consensual; c) divórcio extrajudicial consensual. É suficiente, em qualquer caso, a certidão de casamento, sem se indagar a causa da dissolução. A utilização do sobrenome de casado pelo cônjuge, culpado ou não pelo rompimento do casamento, constitui uma faculdade deste, pois está incorporado à sua personalidade. ● Proteção à pessoa dos filhos: - Decretada separação judicial ou divórcio, a guarda dos filhos será atribuída àquele que revelar melhores condições para exercê-la. Sempre que possível, se levará em conta a vontade do menor de idade. A guarda pode ser unilateral ou compartilhada. - Guarda unilateral: ➢ Art. 1583 → é aquela atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua. O cônjuge que não tem a guarda possui direito de visita, e a obrigação de supervisionar os interesses dos filhos (dever genérico, visa evitar o abandono moral). ➢ Direito de visita → o regime de visitas se dá por acordo com o outro cônjuge ou por fixação do juiz. Esse direito pode ser restringido ou suprimido temporariamente se as visitas estiverem sendo nocivas aos filhos (ele não é absoluto, nem definitivo), e pode se estender aos avós. O pai não pode, entretanto, ser obrigado a visitar o filho. - Guarda compartilhada: ➢ Art. 1583 → é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto (poder familiar dos filhos comuns). Esse modelo de guarda não deve ser imposto como solução para todos os casos, apesar de ter prioridade caso não haja acordo entre os pais (o juiz determina que a guarda seja compartilhada, exceto se um dos pais declarar que não deseja a guarda ou se um deles não estiver apto para cuidar dos filhos). ➢ Na guarda compartilhada, a cidade base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses deles. Pode ser estabelecida mediante consenso ou determinação judicial (art. 1584), e requerida por qualquer dos pais (em ação própria ou na ação de separação, divórcio, ou dissolução da união estável). Regimes de Bens: ● Conceitos básicos: a) Imutabilidade do regime → não é absoluta, sendo permitida a sua alteração mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, se as razões invocadas forem válidas e se a alteração não prejudicar terceiros (mutabilidade motivada). A modificação não é admitida na hipótese da separação obrigatória de bens! b) Variedade de regimes e livre estipulação → podem os contraentes escolher dentre os 4 regimes previstos no Código, ou montar regime misto, contanto que não viole disposição legal absoluta. c) Pacto antenupcial → a escolha do regime é feita no pacto antenupcial. se este não for feito, ou for tido como nulo ou ineficaz, vigorará o regime da comunhão parcial (art. 1640 - regime legal ou supletivo). É solene, pois será nulo se não for feito por escritura pública; e condicional, pois só terá validade se o casamento se realizar. Para valer contra terceiros, deve ser registrado no Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. Importante: o vício de uma cláusula não invalida o pacto como um todo! Além disso, se for simplesmente anulável, pode ser confirmado mesmo após o casamento, retroagindo seus efeitos à data da cerimônia. ● Regime da separação legal ou obrigatória - art. 1641: a) pessoas que contraem casamento cominobservância das causas suspensivas (sanção); b) pessoa maior de 70 anos (caráter protetivo) → aplica-se, também, à união estável (STJ - esse regime não será aplicado nos casos em que o casal já vivia em união estável, e casou-se depois); c) de todos os que dependerem para casar, de suprimento judicial → comunicam-se, no entanto, os aquestos (bens adquiridos onerosamente na constância do casamento), seja por ocasião da morte do cônjuge ou da dissolução da união. ● Regime da separação convencional: - Cada cônjuge conserva a propriedade, administração e fruição dos seus próprios bens, móveis ou imóveis, podendo aliená-los e gravá-los de ônus real livremente sem necessidade de outorga uxória (ÚNICO regime que permite isso). O casamento não repercute na esfera patrimonial dos cônjuges, a incomunicabilidade envolve bens presentes e futuros. - Em princípio, ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos seus rendimentos, entretanto, tal disposição pode ser alterada ou modificada no pacto antenupcial. - Comunicam-se os bens adquiridos na constância do casamento pelo esforço comum (financeiro) do casal, comprovada a existência de SOCIEDADE DE FATO (é preciso provar). Não se comunicam aquestos, só o que comprovadamente resultou de esforço comum. ● Regime da comunhão parcial: - Separação quanto ao passado (bens que possuíam antes do casamento), comunhão quanto ao futuro (bens adquiridos na constância do casamento, exceto doações e sucessões). Excluem-se da comunhão (art. 1659): a) os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; b) os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; c) as obrigações anteriores ao casamento; d) as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; e) os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão (abrange roupas, joias, celular, computador, etc.); f) os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge (não se comunica o DIREITO ao salário, recebida a remuneração, o dinheiro integra o patrimônio comum, bem como os bens adquiridos com ele); g) as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. - Se comunicam (art. 1660): a) os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; b) os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior (loteria); c) os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; d) as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; e) os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. ● Regime da comunhão universal: - Comunicam-se todos os bens, atuais e futuros, salvo os expressamente excluídos pela lei ou pelas partes (pacto antenupcial). Exceções → não se comunicam (art. 1668): a) os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar (incomunicabilidade não acarreta inalienabilidade); b) os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; c) as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos (festa, enxoval), ou reverterem em proveito comum (imóvel que será residência do casal); d) as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade (na constância do casamento não cabem doações entre os cônjuges, visto que todos os bens se comunicam); e) os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (bens de uso pessoal, proventos do trabalho, pensões/meio-soldos). ● Regime da participação final nos aquestos: - Art. 1672 → durante o casamento, os bens não se comunicam (são próprios de cada cônjuge); quando dissolvido o casamento, comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento (aquestos). É, na prática, uma separação de bens enquanto durar o casamento. - Pode ser que não hajam aquestos, se o passivo for maior que o ativo. Na apuração dos aquestos, excluem-se (art. 1674): a) os bens anteriores ao casamento e os sub-rogados em seu lugar; b) os que forem fruto de doação ou herança; c) as dívidas relativas a esses bens. - Regra geral, os bens imóveis serão de propriedade do cônjuge cujo nome constar no registro. Exceção → se o outro cônjuge provar que o referido bem proveio de esforço comum. União Estável ● Regulamentação da união estável antes do CC/2002: - Lei n. 8.971/1994: são companheiros o homem e a mulher que mantenham união comprovada, na qualidade de solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, por mais de 5 anos, ou com prole comum. - Lei n. 9.278/1996: se considera entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e de uma mulher, estabelecida com o objetivo de constituição de família. Havia meação sobre os bens adquiridos durante a união estável, a título oneroso, salvo disposição contrária em contrato escrito, ou se a aquisição se desse com produto de bens anteriores ao início da união. ● Requisitos para caracterização da união estável: a) comunhão de vidas (convivência more uxorio); b) ânimo ou objetivo de constituir família; c) notoriedade da relação (não pode permanecer em sigilo, deve ser pública); d) estabilidade ou duração prolongada (mas sem estabelecer prazo → juiz decide no caso concreto); e) continuidade (deve ser contínua, sem interrupções); f) inexistência de impedimentos matrimoniais (art. 1521 - excluído o inciso que proíbe o casamento das pessoas casadas, se houver separação judicial ou de fato) → as causas suspensivas não obstam a caracterização da união estável! ● Deveres dos companheiros (art. 1724): lealdade (abrange fidelidade), respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. Tem direito a alimentos, seguindo as mesmas regras dos alimentos devidos na separação judicial (indispensáveis à subsistência, se houver culpa na separação); porém, se for indigno, cessa o direito aos alimentos (mesmo necessários) → art. 1708. ● No que diz respeito à meação e regime de bens, as regras são as mesmas do casamento. O companheiro também sucede da mesma forma que o cônjuge, devido à declaração de inconstitucionalidade do art. 1790 e a adoção do regime do art. 1829 (cônjuges). Ademais, o contrato de convivência pode ser registrado em cartório e, assim, ter validade erga omnes. ● Direito intertemporal: - A nova regulamentação da união estável destina-se aos companheiros com vida em comum na data de início da vigência do CC/2002, não se aplicando a situações de convivência já cessada antes dessa data (não retroage!). - Para a obrigação alimentar, deve incidir a lei vigente na data do rompimento da união (ex: cessada no regime da lei de 1994, impõe-se prole comum). No que diz respeito ao patrimônio, será aplicada a lei vigente quando daaquisição do bem em questão. para efeitos sucessórios, incide a lei que estava em vigor quando da abertura da sucessão.
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