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Lorena Melo Magalhães Mariana de Almeida Viana Samira Adil Ahmad Profª. Dra. Juliana Heloisa Pinê Américo Pinheiro Microbiologia II Espécies de Mycobacterium: Os Agentes da Tuberculose Animal tuberculose Bacilo em forma de bastonete; Gram-positivas (coloração roxa); Não apresentam esporos, flagelo nem cápsula; M. tuberculosis - primatas M. bovis - mamíferos M. avium - aves Micobactéria: gênero de actinobactérias bacilares, aeróbicas obrigatórias, imóveis e altamente patogênicas. Ana 2 Estrutura e composição Paredes ricas em lipídios – propriedades patogênicas e imunológicas; Micosídios de superfície – características de colônia, especificidades sorológicas e sensibilidade bacteriofágica; asseguram a sobrevivência bacteriana dentro de macrófagos Cera D – autolisado de M. tuberculosis – contém elementos de todas as porções da parede celular: ativa macrófagos, estimula respostas imunes mediadas por células (hipersensibilidade tardia), induz formação de granuloma, imobiliza neutrófilos e causa ruptura de mitocôndrias – distúrbios na respiração celular Características de crescimento Aeróbios estritos; Crescem melhor em meios orgânicos; Desenvolvimento dentro de 12 horas – colônias irregulares podem ser vistas após semanas; M. avium desenvolve mais rapidamente; Espécies de mamíferos: 33 a 39ºC Espécies aviárias: 25 a 45ºC RESISTÊNCIA Sobrevive a exposição de NaOH (soda cáustica) e HCl (ácido clorídrico) por 15 a 30 min – usada para descontaminação de amostras diagnósticas; Resistentes a muitas drogas antimicrobianas e desinfetantes; Resistentes a ressecamento; Sobrevive por longos períodos no solo; Eliminados pela luz solar, radiação ultravioleta e pasteurização (aumento seguido de queda brusca na temperatura). Reservatório e transmissão A fonte de bacilos são organismos tuberculosos; Transmissão: via respiratória; via alimentar; gotículas transportadas pelo ar; fezes; urina; secreções genitais; leite; alimentos e águas contaminadas. Infecção intra-uterina de bezerros. Via digestiva: Lesão inicial - linfonodos faríngeos e mesentéricos; pode atingir praticamente todos os órgãos quando ocorre a generalização do processo. Via respiratória: Lesão inicial – pulmão e linfonodos satélites. Alojamento dos bacilos no tecido (pneumonia); forma nódulos e lesões Bovino, linfonodos, granulomas amarelo esbranquiçadas, ao corte, duros com ranger de faca. Ana 7 Patogenia - mecanismo Micosídios, fosfolipídos e sulfolipídios protegem o bacilo contra fagocitose; Lipídios produzem granulomas; Tuberculoproteínas estimula resposta mediada por células; Patogenia - patologia I) Infecção inicia com a deposição do bacilo no pulmão, mucosas da faringe ou intestino; II) Se multiplicam à medida que macrófagos os ingerem; III) Resistem à destruição fagocitária e se multiplicam no meio intracelular e extracelular; IV) Desenvolvimento de resposta inflamatória ao redor do foco de inflamação; V) Células hospedeiras infectadas e bactérias alcançam linfonodos onde se proliferam ainda mais. VI) Após uma semana observa-se formação de granuloma infeccioso. Patogenia - Mecanismo de ação INFECÇÃO RESPOSTA IMUNE CELULAR LINFÓCITOS T LINFÓCITOS TH1 PRODUÇÃO DE INTERFERON-GAMA ATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS RESPOSTA IMUNE HUMORAL MÚLTIPLOS ANTÍGENOS RECONHECIDOS EM ESTÁGIOS DIFERENTES Estágios iniciais de infecções micobacterianas: predominância da resposta imune mediada por células; Com o progresso da doença pode ser observada uma alteração da relação Th1/Th2, que se associa a uma fase onde a produção de anticorpos é predominante. Mariana 10 Patogenia –granuloma No centro da lesão desenvolve-se necrose caseosa devido a falta de irrigação sanguínea e diminuição da oxigenação – hipersensibilidade tardia; Na periferia aparecem macrófagos e linfócitos; Camada fibrosa envolve a lesão, o tubérculo; Tubérculos podem aumentar de tamanho e ocupar grandes porções de órgãos; Processo crônico; Lesão proliferativa. Formação de granuloma EXPOSIÇÃO AO ANTÍGENO MASTÓCITOS LIBERAM TNF-alfa Quimiotaxia NEUTRÓFILOS MONÓCITOS NATURAL KILLER LINFÓCITOS T LIBERAM IFN-gama Ativam MACRÓFAGOS E CÉLULAS DENDRÍTICAS CARREGADAS COM ANTÍGENO LINFONOS CÉLULAS DENDRÍTICAS PRODUZEM IL-12 APRESENTAÇÃO DO ANTÍGENO TCD4+ VIRGENS IL-12 TCD4+ VIRGENS SE DIFERENCIAM EM TH1 TH1 SECRETAM IL-2 EXPANSÃO CLONAL TH1 ANTÍGENO ESPECÍFICA A interação entre TH1CD4+ e macrófagos ativados leva à produção de IFN-gama e TNF que resulta na maturação de mais macrófagos, formando uma lesão endurecida e tumefeita, o granuloma ou tubérculo. Lorena 12 Formas da doença BOVINOS: Agente infeccioso: Mycobacterium bovis Local: trato respiratório e linfonodos, disseminação envolve fígado e rim. EQUINOS: Agente infeccioso: Mycobacterium avium Local: trato digestório (faringe e intestino), disseminação envolve pulmão, fígado e baço. SUÍNOS: Agente infeccioso: Mycobacterium bovis Local: linfonodos regionais, disseminação envolve vísceras, ossos e meninge. Formas da doença OVINOS E CAPRINOS: Agente infeccioso: Mycobacterium bovis Local: trato respiratório e linfonodos, disseminação envolve fígado e rim. CANINOS E FELINOS: Agente infeccioso: Mycobacterium bovis Local: trato digestório, localização intestinal e abdominal PRIMATAS: Agente infeccioso: Mycobacterium bovis e Mycobacterium tuberculosis Local: trato digestório Formas da doença AVES: Agente infeccioso: Mycobacterium avium Local: trato digestivo, disseminação envolve fígado, baço, pulmão e medula óssea. epidemiologia Focos da doença: Fazendas de caça; Parques de animais; Zoológicos. Zoonose reversa – infecção de cães em contato com humanos; Aviários comerciais Problemas em Galpões com superpopulação Agente pode sobreviver no solo por vários anos Doença típica de cativeiro e domesticação – incomum em animais de vida livre. imunização Mycobacterium microti - bacilo do rato: Estimula imunidade contra tuberculose bovina e humana (usada como vacina); BCG - empregada em bezerros pode interferir na interpretação do teste de tuberculina * Proibido em países que tentam erradicar a tuberculose. Diagnóstico laboratorial Amostras: Lavado traqueobrônquico e gástrico – amostras do trato respiratório e digestivo; Aspirados de linfonodos, tórax e abdome; Urina e fezes; Necropsia do material lesionado. Esfregaços de sedimentos ou tecidos são corados com um corante ácido-resistente ou por auramina-rodamina, onde a microscopia por fluorescência seja possível; Cortes histológicos são corados com hematoxilina-eosina e corantes ácido-resistentes; Resultados positivos devem ser confirmados por cultura. Ana 18 imunodiagnóstico Teste de tuberculina forma edema local visível após 72 horas (6 – 8 horas) – Reação de hipersensibilidade; Animais de produção são geralmente abatidos; Bovinos: pele, cauda, vulva ou ânus. Dose: 0,2 a 0,3 mg de PPD Suínos: ouvidos. Aves: barbela. Equinos, ovinos, caprinos, caninos e felinos: segurança dos testes não estabelecida. Tuberculina de especificidade apropriada Ana 19 DIAGNóSTICO MOLECULAR - curiosidades Tem se desenvolvido teste que medem a dosagem de IFN- gama; Avaliam a proliferação de linfócitos, o que facilita na confirmação do diagnóstico; Um teste já comercializado, mas ainda sob observação, é o TB PNA FISH, baseado na utilização de sondas de peptídeos de ácido nucléico, que devido às suas características hidrofóbicas, penetram a parede micobacteriana e podem se ligar a regiões selecionadas do 16S RNAr permitindo a diferenciação entre a tuberculose e outras micobactérias. Tratamento e controle Protocolo de combinação de fármacos; Estreptomicina, isoniazida (INH), etambutol e rifampicina; Pirazinamida, canamicina, ciclosserina, capreomicina e etionamida. Animais de estimação: tratamento profilático com INH; Bovinose animais de produção: eliminação de infectados; A erradicação de organismos infectados diminui os riscos de infecção de animais sadios. Obrigada!