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DPC REGULAR Aula 1 Direito Administrativo Flavia Campos

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CURSO – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL- TURMA REGULAR 2018 Nº1/10 
 
DATA – 03/04/2018 
 
DISCIPLINA – DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
PROFESSOR – FLÁVIA CAMPOS 
 
MONITOR – FERNANDA REMIGIO 
 
AULA 2 – Administração Pública, Organização Administrativa, Descentralização, 
Administração Indireta. 
 
 
Bibliografia: 
 
 - Curso de Direito Administrativo – Rafael Oliveira – Ed. Método 
 
Contato: 
 Email - flavinhacp@hotmail.com 
 Instagram - @flavinhacp 
 Facebook - Flavia Campos 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
1- CLASSIFICAÇÕES 
 Subjetivo (orgânico ou formal): Pessoas jurídicas, órgãos públicos e agentes públicos 
exercem função administrativa. 
 Objetivo (material ou funcional): O objeto é o exercício da função administrativa 
 Sentido estrito: Corresponde apenas a função administrativa 
 Sentido amplo: Corresponde ao exercício da função administrativa + exercício de função 
política (de governo). 
 
2- ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 
a) Desconcentração: É a transferência de atividade para órgãos públicos. 
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b) Descentralização: Pessoa jurídica e pessoa física. É a transferência de uma atividade para 
outra entidade. 
Na maioria das vezes pessoa jurídica, mas em determinadas situações até mesmo pessoa 
física. 
Existem duas formas de descentralização: 
- Quando a administração direta cria uma entidade – ex: Administração pública indireta 
- É possível uma descentralização para uma entidade que já existe. – ex: Delegação de 
serviços públicos. 
 
ÓRGÃOS PÚBLICOS: 
São divisões internas de competência, dentro de uma mesma pessoa jurídica e não possui 
personalidade jurídica. 
Em regra o órgão público não tem capacidade processual artigo 70 CPC. 
Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de 
seus direitos tem capacidade para estar em juízo. 
Exceções: 
O órgão pode ser parte em uma ação judicial quando estiver previsto em Lei. Ex: MP em ação 
penal pública. 
Órgãos de cúpula: É aquele que se enquadra no ápice de uma organização da adm. Pública, pra 
que eles tenham personalidade judiciária eles precisam estar na defesa de seus direitos 
institucionais. Ex: câmara dos vereadores Súmula 525 STJ 
A Câmara de Vereadores não possui personalidade 
jurídica, apenas personalidade judiciária, somente 
podendo demandar em juízo para defender os seus 
direitos institucionais. 
 
Em rega, o órgão público não pode firmar contratos em razão de não ser pessoa, artigo 1º do CC. 
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na 
ordem civil. 
Exceção: 
Contratos de gestão, artigo 37, §8º da CR/88. 
A administração coloca metas de desempenho para o órgão, se alcançada meta recebe maior 
autonomia. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
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§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos 
órgãos e entidades da administração direta e indireta 
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado 
entre seus administradores e o poder público, que tenha 
por objeto a fixação de metas de desempenho para o 
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, 
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
 
Teoria do mandato: Contrato de mandato = Estado outorga poderes ao agente público para 
manifestar vontade em seu nome. (não é aplicada no Brasil) 
Teoria da representação: O agente público era um representante da pessoa jurídica. (não é 
aplicada no Brasil) 
Teoria do órgão (da imputação, da imputação volitiva ou de Otto Guierke: É a teoria adotada 
no Brasil. 
Diz que a vontade manifestada pelo agente público é imputada à pessoa jurídica, porque é natural 
que a pessoa jurídica seja formada por órgãos públicos e agentes públicos. 
 
CLASSIFICAÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS: 
I- Independentes; 
São aqueles órgãos no ápice da estrutura organizacional, com previsão constitucional e 
representativos de poderes. (ex: governadoria) 
A- Autônomos; 
São aqueles órgãos diretamente subordinados aos independentes, mas que ainda possuem 
autonomia. (ex: Polícia Civil) 
S- Superiores; 
São aqueles que não possuem autonomia, mas ainda possuem poder de decisão. 
(ex: Escola pública Estadual) 
S- Subalternos; 
São aqueles que apenas executam ordens. (ex: Almoxarifado). 
 
3- DESCENTRALIZAÇÃO 
Transferência de atividade para outra entidade. 
FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO 
a) Criação de entidades da administração pública indireta: 
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- Descentralização por outorga (Eli Lopes de Meireles) 
- Descentralização por serviço técnica ou funcional (Maria Silvia Zanela de Pietro) 
- Descentralização legal ( acontece por lei) (José dos Santos Carvalho Filho) 
 
b) Delegação de serviço público: 
Acontece de forma que o município firma contrato de concessão de serviço público 
(concessionária de serviço público). 
- Descentralização por delegação (Eli) 
- Descentralização por colaboração (Maria Silvia) 
- Descentralização negocial (acontece por um negócio jurídico) (José) 
 
c) Outras descentralizações: 
- Descentralização geográfica ou territorial (Maria Silvia) 
É uma transferência de determinada autonomia para uma certa região territorial. 
 - Descentralização social (autores modernos) 
É o fomento concedido pela administração pública a pessoa jurídica de direito privado sem fins 
lucrativos que exercem alguma função social. Ex: Terceiro setor que é SEMPRE formado por 
pessoa jurídica privada sem fins lucrativos. 
 - Descentralização política: É a distribuição de atividades entre os entes políticos ou 
federativos. 
 
4- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
- Autarquias; (INSS, Banco Central, IBAMA, Conselhos Profissionais) 
- Fundações públicas; (FUNAI, IBGE) 
- Empresas públicas; (CEF, Correios) 
- Sociedade de economia mista; (Banco do Brasil, Petrobrás) 
 
OBS: Consórcios públicos é a união de entes federativos para a busca de um interesse em 
comum. 
Está regulamentado na lei 11.107/05, em seu artigo 6º dispõe que quando os entes federativos 
criam um consórcio público vai ser criada uma nova pessoa jurídica, que pode ser de direito 
público ou de direito privado. 
 
Pessoa jurídica de direito público: Consórcio público de direito público é chamado de associação 
pública. Esta associação pública irá integrar a administração indireta de todos os entes 
consorciados e são uma espécie de autarquia de acordo com o artigo 41 do CC. 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: 
I - a União; 
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86II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. 
 
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as 
pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado 
estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, 
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste 
Código. 
 
 Art. 6o O consórcio público adquirirá personalidade 
jurídica: 
 I – de direito público, no caso de constituir 
associação pública, mediante a vigência das leis de 
ratificação do protocolo de intenções; 
 II – de direito privado, mediante o atendimento dos 
requisitos da legislação civil. 
 § 1o O consórcio público com personalidade jurídica 
de direito público integra a administração indireta de todos 
os entes da Federação consorciados. 
 § 2o No caso de se revestir de personalidade jurídica 
de direito privado, o consórcio público observará as 
normas de direito público no que concerne à realização de 
licitação, celebração de contratos, prestação de contas e 
admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação 
das Leis do Trabalho - CLT. 
 
Consórcio público de direito privado não recebe outra nomenclatura. 
 
CARACTERÍSTICAS EM COMUM 
a) Princípio da especialidade ou da especialização: 
Todas as entidades da administração indireta são criadas para exercer uma determinada 
especialidade, prevista em lei. 
b) Controle finalístico (vinculação, supervisão ministerial ou tutela): 
ENTRE PESSOAS JURÍDICAS DIFERENTES NÃO EXISTE HIERARQUIA, NÃO EXISTE 
SUBORDINAÇÃO. 
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A relação existente entre a administração direta e indireta pode receber o nome de controle 
finalístico. 
A administração direta pode extinguir uma entidade que ela mesma criou através de lei, em 
virtude de desvio de finalidade. 
 
Outros nomes que podem aparecer na prova: 
- Vinculação: Um vínculo que existe entre a adm. Direta ou indireta; 
- Supervisão ministerial: Cada entidade tem uma vinculação com o respectivo ministério, que não 
é subordinação. 
- Tutela: A adm direta tutelando o que a adm indireta está fazendo. 
c) Reserva legal: Criação das entidades da administração pública indireta. 
Necessidade de lei para alguma atividade 
Artigo 37, XIX da CR/88. 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada 
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, 
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo 
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de 
sua atuação; 
A lei específica vai: 
- Criar uma autarquia; 
- Autorizar a criação de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação*. 
A existência legal destas entidades que são só autorizadas por lei específica se dá com o registro 
no cartório, pessoas jurídicas de direito privado, artigo 45 CC. 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas 
de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no 
respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-
se no registro todas as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
 
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a 
constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por 
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defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação 
de sua inscrição no registro. 
*Fundação Pública: No caso específico de fundação, de acordo com o artigo 37, XIX não basta a 
lei específica autorizar, é necessário também a edição de uma lei complementar que irá 
especificar as áreas de atuação desta fundação. 
De acordo com o STF no RE 101126/RJ pode ser fundação pública de direito público ou fundação 
pública de direito privado. 
Fundação pública de direito público: (Criada por lei) 
Se for criada, ela receberá tratamento semelhante ao de uma autarquia. 
Fundação pública de direito privado: (Autorizada por lei) 
Se for autorizada, receberá tratamento semelhante ao de uma empresa pública que presta serviço 
público. 
O artigo 37, XX da CR/88 dispõe que, necessita de autorização por lei pra que estas entidades da 
administração pública indireta criem subsidiárias ou participem de outras empresas privadas. 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a 
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no 
inciso anterior, assim como a participação de qualquer 
delas em empresa privada; 
De acordo com STF, basta uma lei autorizando a criação de entidades subsidiárias, para criar 
quantas subsidiárias for. ADI 1649/DF.

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