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Projeto TEIA DO SABER 2006 Secretaria de Estado da Educac¸a˜o, SP. Diretoria de Ensino da Regia˜o de Guaratingueta´ UNESP – Campus de Guaratingueta´ Departamento de Matema´tica Coordenador Prof. Dr. Jose´ Ricardo Zeni Metodologias de Ensino de Disciplinas da A´rea de Cieˆncias da Natureza, Matema´tica e suas Tecnologias do Ensino Me´dio: Matema´tica I (Curso Inicial) Logaritmos Prof. Dr. Ernesto Vieira Neto Departamento de Matema´tica UNESP – Guaratingueta´ 1 Introduc¸a˜o No se´culo XVII Joost Bu¨rgi, um relojoeiro suic¸o, foi um dos primeiros a descobrir o loga- ritmo como ferramenta de fazer contas. Mas ele na˜o publicou sua descoberta ate´ 1620. O me´todo de logaritmos foi proclamado publicamente em 1614, em um livro intitulado Miri- fici Logarithmorum Canonis Descriptio, escrito por John Napier, Bara˜o de Merchiston na Esco´cia. Este me´todo contribuiu para o avanc¸o das cieˆncias, e em especial da astronomia, fazendo com que contas dif´ıceis se tornassem poss´ıveis. Antes do advento das calculadoras e computadores, o me´todo era muito usado em pesquisas, navegac¸a˜o, e outros campos da matema´tica pra´tica. Ale´m de seu importante uso em contas, os logaritmos tambe´m tem um importante espac¸o na matema´tica teo´rica superior. No in´ıcio, Napier chamou os logaritmos de “nu´meros artificiais” e os antilogaritmos de “nu´meros naturais”. Depois, Napier formou a palavra logaritmo juntando as palavras λσγσς (logos) e αριθµσς (aritmos). A palavra logos significa proporc¸a˜o e aritmos e´ nu´mero, enta˜o logaritmo significa um nu´mero que indica proporc¸a˜o (ou raza˜o). Napier fez esta escolha porque a diferenc¸a entre dois logaritmos determina a raza˜o dos nu´meros calculados. O termo antilogaritmos foi introduzido no final do se´culo XVII e, embora nunca foi usado extensivamente em matema´tica, persistiu nas ta´buas de logaritmos ate´ que estas cairam em desuso. Muitos fenoˆmenos naturais sa˜o bem descritos por uma modelagem exponencial ou lo- gar´ıtmica, como o esfriamento de bolos, o decaimento radioativo, crescimento populacio- nal, etc. Ale´m disso o logaritmo pode ser usado em medidas como o decibel, que mede a intensidade do som (barulho), a escala Richter, que mede as ondas s´ısmicas (terremotos) e o pH, que mede a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. Podemos tambe´m usar o logaritmo para calcular o nu´mero de meses em uma compra com juros compostos. Projeto TEIA DO SABER 2006 2 Conceito de logaritmo Um nu´mero excessivamente grande de cole´gios e livros ainda apresentam o logaritmo como um mero artif´ıcio de ca´lculo viabilizando o ca´lculo ra´pido de multiplicac¸o˜es e quocientes de nu´meros, explorando o fato que o logaritmo tem a propriedade de transformar multi- plicac¸o˜es e quocientes em somas e diferenc¸as. Embora ele tenha sido inventados com esse propo´sito, o surgimento das calculadoras cient´ıficas eletroˆnicas, em 1972, tornou essa uti- lidade do logaritmo um mero assunto de cursos de Histo´ria da Matema´tica! Apesar disso, e devido a outras propriedades, o logaritmo continua sendo uma das mais importantes func¸o˜es da Matema´tica. No material que segue, como um passo inicial em direc¸a˜o do entendimento da real im- portaˆncia dos logaritmos na atualidade, examinaremos o seu significado. 3 Ra´pida recordac¸a˜o do conceito de logaritmo Se pensarmos em base 10: Dizemos que a dezena, a centena, o milhar, e assim por diante (i.e. que 10, 100, 1000, etc.) tem ordem de grandeza respectivamente 1, 2, 3, etc., pois podemos escrever 10 = 101, 100 = 10× 10 = 102, 1000 = 10× 10× 10 = 103, etc. Dizemos que o de´cimo, o cente´simo, o mile´simo, e assim por diante (i.e. que 0.1 , 0.01, 0.001, etc.) tem ordem de grandeza respectivamente −1, −2, −3, etc., pois que podemos escrever 0.1 = 1/10 = 10−1, 0.01 = 1/100 = 1/10 × 1/10 = 10−2, 0.001 = 1/1000 = 1/10× 1/10× 1/10 = 10−3, etc. Dizemos que 1 tem ordem de grandeza 0, pois 100 = 1. Dizemos que, em base 10, os demais nu´meros positivos tem ordem de grandeza fraciona´ria, i.e. que os logaritmos dos demais nu´meros positivos sa˜o nu´meros fraciona´rios. Com efeito, vejamos um exemplo: Qual a ordem de grandeza (ou o logaritmo) de 40? E´ fa´cil ver que tem de estar entre 1 e 2, pois 40 esta´ entre 10 e 100. Melhor do que isso, se voceˆ pegar sua calculadora podera´ facilmente obter a seguinte tabela: 2 Projeto TEIA DO SABER 2006 101.0 = 10.0000 101.1 = 12.5892 101.2 = 15.8489 101.3 = 19.9526 101.4 = 25.1189 101.5 = 31.6228 101.6 = 39.8107 101.7 = 50.1187 101.8 = 63.0957 101.9 = 79.4328 102.0 = 100.0000 Na tabela, voceˆ pode ver que 101.6 < 40 < 101.7, o que significa que o log de 40 esta´ entre 1.6 e 1.7. De modo semelhante, voceˆ pode ver que 101.60 < 40 < 101.61, o que significa que o log de 40 esta´ entre 1.60 e 1.61. Se continua´ssemos ao infinito esse processo, poder´ıamos ver que o valor exato da ordem de grandeza de 40, i.e. do log 40, e´ log 40 = 1.60205 99913 27962 ... Pode-se sintetizar toda a discussa˜o acima dizendo-se que se um nu´mero positivo x pode ser escrito como x = 10y, enta˜o seu log (em base 10) e´ y. Resumindo: log(x) = log(10y) = y E se pensarmos em outras bases? Logaritmo de Comerciantes (loc): Poder´ıamos, por exemplo, pensar num logaritmo de comerciantes. Eles contam em du´zias, ou grosas (12×12 = 122 = 144), etc. Enta˜o, o loc (40), i.e. o logaritmo de comerciante de 40, e´ o nu´mero y tal que 40 = 12y, y esse que indica a ordem de grandeza de 40 quando o expressamos ou o medimos em termos de poteˆncias de 12. EXERCI´CIO Imitando o que foi feito acima para o log em base 10, mostre que loc (40) = 1.48451 42993 31386... SOLUC¸A˜O: Faixa menor valor maior valor 1 e 2 121 = 12 122 = 144 1.4 e 1.5 121.4 = 32.42 121.5 = 41.57 1.48 e 1.49 121.48 = 39.55 121.49 = 40.55 1.484 e 1.485 121.484 = 39.95 121.485 = 40.05 Logaritmo da Informa´tica: 3 Projeto TEIA DO SABER 2006 Acompanhando o matema´tico Claude Shannon, o pessoal da Informa´tica prefere contar em poteˆncias de 2, ou seja, eles preferem usar logaritmo em base 2. Como um exemplo, vejamos a seguinte tabela que da´ as mais frequ¨entemente usadas profundidades de cor as- sociadas a`s respectivas quantidades de cores poss´ıveis de representar numa tela (monitor) de computador: nu´mero de cores = 2profundidade de cor 16 = 24 256 = 28 65 536 = 216 16 777 216 = 224 EXERCI´CIO Pede-se: a) Explicar o conceito de profundidade de cor em termos de logaritmo. b) Monitores e placas de v´ıdeo de uso profissionais sa˜o capazes de reproduzir 4 294 967 296 cores; achar a respectiva profundidade de cor. RESPOSTA a) Profundidade de Cor = log2 (Nu´mero de Cores). b) log2(4 294 967 296) = 32. Uma propriedade ba´sica do log (em qualquer base): Nas igualdades 10 = 101, 100 = 102, 1000 = 103, etc., os valores dos nu´meros crescem em progressa˜o geome´trica enquanto que os seus expoentes – i.e. seus logaritmos base 10 – crescem em progressa˜o aritme´tica. E´ fa´cil mostrar que vale a seguinte versa˜o geral desse fato: se os valores de uma varia´vel x crescerem em PG os logaritmos (em qualquer base) de x crescera˜o em PA. Texto extra´ıdo de www.mat.ufrgs.br/∼portosil/passa1a.html 4 Progressa˜o Aritme´tica Uma progressa˜o aritme´tica e´ uma sucessa˜o de nu´meros, um apo´s o outro, que seguem um “ritmo definido”. Veja a progressa˜o abaixo: (1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17...) Esta progressa˜o segue um ritmo definido, mostrado abaixo: (1, 1 + 2 = 3, 3 + 2 = 5, 5 + 2 = 7, 7 + 2 = 9, 9 + 2 = 11, ...) Ou seja, temos um ritmo que e´ o de somar duas unidades a cada elemento que acres- centamos. Este e´ o ritmo que estamos falando, somar sempre o mesmo nu´mero a cada 4 Projeto TEIA DO SABER 2006 elemento acrescentado. Como ela e´ uma progressa˜o nume´rica que segue um “ritmo definido” de acre´scimo em relac¸a˜oao nu´mero anterior, ela pode ser classificada como uma progressa˜o aritme´tica crescente, pois note que sempre ira´ crescer. Veja outro exemplo: (16, 13, 10, 7, 4, 1, -2, -5...) Esta tambe´m pode ser classificada como uma PA, pois segue um ritmo definido. O qual, diferente da anterior, e´ de decre´scimo. Por ser assim, ela e´ chamada de progressa˜o aritme´tica decrescente. Obs.: So´ podemos chamar de PA. se o ritmo que a sequ¨eˆncia seguir for de acre´scimo ou de decre´scimo. Se tiver um ritmo diferente na˜o sera´ uma PA. Por exemplo, a sequ¨eˆncia (1, 2, 4, 8, 16, ...) tem um ritmo, sempre dobrar o pro´ximo elemento, mas na˜o e´ uma PA. Vamos fazer um pequeno exerc´ıcio agora: Vamos verificar se as progresso˜es abaixo sa˜o PA, quando for diga se e´ crescente ou decres- cente: 1. (100, 101, 109, 110, 119, 120...) 2. (10, 20, 30, 40, 50, 60...) 3. (-15, -10, -5, 0, 5, 10...) 4. (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10...) 5. (10, 6, 2, -2, -6...) 6. (16, 25, 36, 43, 52, 61...) RESPOSTAS: 1. Na˜o e´ uma PA, pois do primeiro para o segundo termo houve um acre´scimo de 1 unidade, e do segundo para o terceiro houve um acre´scimo de 8 unidades. Para ser PA devemos ter o acre´scimo sempre constante. 2. E´ uma PA, pois o ritmo se manteve constante do in´ıcio ao fim. Sempre somando 10, ou seja, crescente. 3. E´ uma PA, pois o ritmo de somar 5 manteve-se constante, ou seja, e´ uma PA crescente. 4. PA crescente. 5. PA decrescente. 6. Na˜o e´ PA. 5 Projeto TEIA DO SABER 2006 Para um melhor estudo de PA’s, vamos agora dar “nome aos bois”. Como exemplo, vamos usar a progressa˜o dada anteriormente: (1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17...) O primeiro termo desta PA e´ 1, o segundo e´ 3, e assim por diante. Para na˜o desperdic¸ar la´pis e papel, cada termo de uma PA tem seu nome: o primeiro e´ chamado, normalmente, de a1, o segundo de a2, o terceiro de a3 e assim sucessivamente. Enta˜o, nesta PA: a1 = 1 a2 = 3 a3 = 5 a4 = 7 ... = ... O nu´mero que aparece no nome do elemento e´ a “ordem” dele. Ou seja, a1 e´ o primeiro, a2 e´ o segundo, etc. Quando temos um termo que na˜o sabemos sua posic¸a˜o, chamamos de an, onde n e´ a posic¸a˜o ocupada pelo termo em questa˜o. Este e´ o termo geral, pois pode ser qualquer um. Voltando ao exemplo. (1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17...) Como e´ uma PA, segue um “ritmo definido” (ritmo este que e´ a soma de 2 unidades a cada elemento que acrescentamos). Este ritmo tambe´m tem um nome: se chama raza˜o e e´ representada por r minu´sculo. Portanto, o segundo termo sera´ a soma do primeiro mais a raza˜o; o terceiro sera´ a soma do segundo mais a raza˜o... Vemos no nosso exemplo que cada pro´ximo termo da progressa˜o e´ acrescido de 2 unidades, portanto r = 2. a1 = 1 = 1 a2 = 3 = 1 + 2 a3 = 5 = 1 + 2 + 2 a4 = 7 = 1 + 2 + 2 + 2 a5 = 9 = 1 + 2 + 2 + 2 + 2 ... = ... = ... a1 = 1 = a1 a2 = 3 = a1 + r a3 = 5 = a1 + r + r a4 = 7 = a1 + r + r + r a5 = 9 = a1 + r + r + r + r ... = ... = ... Na tabela acima, vemos que cada termo que aumentamos, colocamos mais uma vez a soma da raza˜o. Vamos reescrever os valores da tabela: 6 Projeto TEIA DO SABER 2006 a1 = 1 = a1 + 0× r a2 = 3 = a1 + 1× r a3 = 5 = a1 + 2× r a4 = 7 = a1 + 3× r a5 = 9 = a1 + 4× r ... = ... = ... Note que na u´ltima coluna sempre ira´ aparecer o primeiro termo (a1) somado com a raza˜o vezes algum nu´mero. Ha´ uma relac¸a˜o entre a posic¸a˜o do termo (n) e o nu´mero de vezes que a raza˜o aparece (os nu´meros em negrito), tente achar esta relac¸a˜o e diga, como seria o termo a22? Isso mesmo, a22 = a1 + 21× r. Ou seja, se no terceiro termo temos 2 vezes a raza˜o, no quarto termo temos 3, etc. A relac¸a˜o entre tais valores e´ que o nu´mero de vezes que a raza˜o ira´ aparecer e´ uma unidade a menos que a ordem do elemento. Portanto, se quisermos achar o termo de ordem n (termo gene´rico), iremos somar o a1 com (n− 1) vezes a raza˜o. Podemos mostrar uma fo´rmula para calcular qualquer termo de uma PA: an = a1 + (n− 1)× r Obs.: Uma PA e´ dita estaciona´ria quando sua raza˜o vale ZERO. EXERCI´CIOS: Qual a raza˜o em cada uma das progresso˜es abaixo? 1. (1, 2, 3, 4, ... ) 2. (10, 17, 24, ... ) 3. (-5, -4, -3, ...) 4. (10, 1, -8, ...) 5. (-5, -10, -15, ...) 6. (1/2, 1, 3/2, ...) 7. (x, x+ 2, x+ 4, ...) RESPOSTAS: 1. an = a1 + (n− 1)× r ∴ a2 = a1 + (2− 1)r ∴ a2 = a1 + r ∴ 2 = 1 + r, e r = 1. 2. 17 = 10 + r, e r = 7. 3. −4 = −5 + r, e r = 1. 4. 1 = 10 + r, e r = −9. 7 Projeto TEIA DO SABER 2006 5. −10 = −5 + r, e r = −5. 6. 1 = 1/2 + r, e r = 1/2. 7. x+ 2 = x+ r, e r = 2. Texto extra´ıdo de www.cursinho.hpg.ig.com.br/materias/progressoes/pa.html 5 Progressa˜o Geome´trica Progresso˜es Geome´tricas (PG) tambe´m sa˜o sucesso˜es de nu´meros (como a PA). A dife- renc¸a e´ que, ao inve´s do termo da frente ter um valor acrescido (somado) em relac¸a˜o ao de tra´s, este tera´ um valor multiplicado (chamado de raza˜o). Vamos ver um exemplo: escolhemos um termo qualquer para ser o primeiro. Pode ser 5. Para raza˜o, escolhemos 3. Fazendo como na PA, mas agora trocando o + por × a PG fica assim: a1 = 5 a2 = 5×3 = 15 a3 = 15×3 = 45 a4 = 45×3 = 135 a5 = 135×3 = 405 an = an−1×3 Ou seja, temos a PG: (5, 15, 45, 135, 405...) Note que esta PG esta crescendo, pois qualquer nu´mero multiplicado por um nu´mero maior que 1 aumenta. Esta, enta˜o, se chama PG crescente. Mas e se a nossa raza˜o fosse menor que 1, mas maior que 0 (0 < q < 1), por exemplo, 1/2. Se isto ocorrer, os termos desta PG ira˜o diminuir cada vez mais, chegando bem perto de 0 (zero). Esta, enta˜o, se chama PG decrescente. Estes nome (PG crescente ou decrescente) na˜o sa˜o muito usados. O que usamos mais e´ chamar uma PG de finita ou infinita. Quando a PG tem um final, ou seja, um u´ltimo termo, chamamos de PG finita. Se na˜o tiver um final, ou seja, nenhum u´ltimo termo, e´ chamada de PG infinita. Voceˆ ja´ deve ter visto que os termos de uma PG teˆm os mesmos nomes dos termos de uma PA. O primeiro se chama a1, o segundo se chama a2, o terceiro a3 e assim sucessivamente. a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7,... Na nomenclatura de uma PG, a u´nica “coisa” que tem nome diferente em relac¸a˜o a` PA, e´ a raza˜o. Na PA no´s chama´vamos a raza˜o de r minu´sculo, e agora na PG iremos chamar de q minu´sculo. 8 Projeto TEIA DO SABER 2006 Novamente, quando temos um termo que na˜o sabemos qual a posic¸a˜o que ele ocupa, chamamos de an. Olhe a tabela abaixo e compare com a PG anterior: a1 = 5 = 5 = 5× 30 = a1 × q0 a2 = 15 = 5× 3 = 5× 31 = a1 × q1 a3 = 45 = 5× 3× 3 = 5× 32 = a1 × q2 a4 = 135 = 5× 3× 3× 3 = 5× 33 = a1 × q3 a5 = 405 = 5× 3× 3× 3× 3 = 5× 34 = a1 × q4 Veja na terceira coluna da tabela acima, que qualquer termo sempre sera´ o primeiro multiplicado pela raza˜o tantas vezes. E essas tantas vezes tem uma relac¸a˜o com a posic¸a˜o deste termo (primeiro, segundo, terceiro), que como na PA e´ sempre uma unidade menor. Enta˜o a fo´rmula do termo geral de uma PG fica da seguinte forma: an = a1 × qn−1 Esta e´ a fo´rmula do termo geral (ou termo gene´rico) de uma PG. A propriedade que usamos para deduzir esta fo´rmula e´ a propriedade ba´sica de uma PG, que diz que qualquer termo e´ igual ao de tra´s multiplicado pela raza˜o. Ex: a5 = a4 × q, a12 = a11 × q, a72 = a71 × q Generalizando, temos: an = an−1 × q Esta propriedade pode nos ajudar a resolver va´rios exerc´ıcios, visto que podemos fazer uma comparac¸a˜o tendo nu´meros sucessivos. EXERCI´CIOS: 1) Sendo 32 o primeiro termo de uma PG e 2 e´ a sua raza˜o, calcule o termo de ordem 8. - Informac¸o˜es do exerc´ıcio: a1=32, q=2, a8=? n=8 - Vamos usar a fo´rmula do termo geral: an = a1 × qn−1 a8 = a1 × q8−1 a8 = 32× 27 a8 = 32× 128 a8 = 4096 2) O valor de x para que a sequ¨eˆncia (x+ 1, x, x+ 2) seja uma PG e´: (A) 1/2(B) 2/3 (C) -2/3 (D) -1/2 (E) 3 - Vamos utilizar a propriedade ba´sica de uma PG. an = an−1 × q, e an−1 = an−2 × q - Nos sabemos que: an−2 = x+ 1 9 Projeto TEIA DO SABER 2006 an−1 = x an = x+ 2 - Substituindo esses valores na propriedade: x+ 2 = x× q, e x = (x+ 1)× q Enta˜o q = x+ 2 x . Substituido na segunda: x = (x+ 1)× (x+ 2) x x2 = (x+ 1)× (x+ 2) = x2 + 3x+ 2 - Encontramos x = −2/3. Resposta certa letra C. 3) Em uma PG o primeiro termo e´ √ 2, e o terceiro, 14 √ 29. O valor do de´cimo termo e´ (A) √ 2 (B) 4 (C) 2 7 √ 2 (D) 2 √ 2 (E) 4 √ 2 - Informac¸o˜es: a1 = √ 2, a3 = 14 √ 29, a10 =? - Vamos aplicar a fo´rmula do termo geral para achar a raza˜o: a3 = a1 × q3−1 14 √ 29 = √ 2× q2 q2 = 14 √ 29√ 2 = 2 9 14 2 1 2 q2 = 2 9 14 × 2− 12 = 2 17 q = 2 1 14 = 14 √ 2 - Novamente aplicando a fo´rmula do termo geral para achar a10 a10 = a1 × q10−1 a10 = √ 2× 2( 114 )×(9) a10 = 2 1 2 × 2 914 = 2 12+ 914 = 2 87 a10 = 7 √ 28 = 7 √ 27 × 2 = 2 7 √ 2 Resposta certa letra C. 4) Na PG de termos positivos (a, b, c), temos: a+ b+ c = 91 e a× c = 441. Enta˜o, (a+ c) e´ igual a: (A) 21 (B) 49 (C) 53 (D) 63 (E) 70 - Informac¸o˜es: a1 = a, a2 = b, a3 = c, a+ b+ c = 91, a× c = 441, a+ c =? 10 Projeto TEIA DO SABER 2006 - O que queremos saber e´ (a+ c). Portanto, utilizando a+ b+ c = 91, podemos dizer que: a+ c = 91− b - Enta˜o, se descobrirmos o valor de b, que e´ o a2, podemos substituir na u´ltima fo´rmula e achar o que e´ pedido. Para isso vamos pegar a equac¸a˜o a× c = 441 e substituir o termo c, que e´ o a3, pelo seu equivalente na fo´rmula geral: a3 = a1× q3−1 e encontramos c = a× q2 Substituindo: a× c = 441 a× a× q2 = 441 a2 × q2 = 441 (a× q)2 = 441 a× q = 21 - Como o termo b e´ o segundo termo (a2) e a e´ a1, enta˜o: a2 = a1 × q b = a× q = 21 logo b=21 - Temos enta˜o: a+ c = 91− b a+ c = 91− 21 a+ c = 70 Resposta certa, letra E. Texto extra´ıdo de www.cursinho.hpg.ig.com.br/materias/progressoes/pg.html 6 Relac¸a˜o entre PA, PG e logaritmo Como vimos no final da sec¸a˜o 3, se os valores de uma varia´vel x crescerem em PG os logaritmos (em qualquer base) de x crescera˜o em PA. Vamos dar um exemplo para a base 2: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 21 22 23 24 25 26 27 28 29 210 2 4 8 16 32 64 128 256 512 1 024 A primeira linha e´ uma PA com a1 = 1 e raza˜o r = 1. A terceira linha e´ uma PG com a1 = 2 e raza˜o q = 2. Vamos definir o logaritmo na base 2 do nu´mero da terceira linha da tabela acima como o expoente mostrado na segunda linha: 11 Projeto TEIA DO SABER 2006 log2 2 = 1 log2 4 = 2 log2 8 = 3 log2 16 = 4 log2 32 = 5 log2 64 = 6 log2 128 = 7 log2 256 = 8 log2 512 = 9 log2 1 024 = 10 O que Napier notou na tabela acima e´ que: log2 8 + log2 64 = 3 + 6 = 9 Observe que: 9 = log2 512 = log2(8× 64) Vamos repetir esse experimento para a base 5: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 51 52 53 54 55 56 57 58 59 510 5 25 125 625 3 125 15 625 78 125 390 625 1 953 125 9 765 625 E, novamente temos a relac¸a˜o para o logaritmo na base 5: log5 5 = 1 log5 25 = 2 log5 125 = 3 log5 625 = 4 log5 3 125 = 5 log5 15 625 = 6 log5 78 125 = 7 log5 390 625 = 8 log5 1 953 125 = 9 log5 9 765 625 = 10 Novamente podemos obter: log5 25 + log5 3 125 = 2 + 5 = 7 Observe que: 7 = log5 78 125 = log5(25× 3 125) Podemos realizar esse experimento com qualquer base e quaisquer logaritmos que esco- lhermos, o resultado sempre sera´: logb x+ logb y = logb(x× y) 12 Projeto TEIA DO SABER 2006 Ou seja, Napier notou que e´ poss´ıvel transformar a multiplicac¸a˜o de nu´meros em soma de seus logaritmos. Outro experimento que podemos fazer com as tabelas acima e´, para o logaritmo na base 2: log2 256− log2 32 = 8− 5 = 3 mas, 3 = log2 8 = log2 ( 256 32 ) Para a base 5, temos: log5 9 765 625− log5 15 625 = 10− 6 = 4 e 4 = log5 625 = log5 ( 9 765 625 15 625 ) Generalizando: logb x− logb y = logb ( x y ) Enta˜o a diferenc¸a entre os logaritmos de dois nu´meros e´ igual ao logaritmo da raza˜o entre esses nu´meros. Da´ı o nome que Napier deu ao logaritmo (raza˜o entre nu´meros). EXERCI´CIOS Crie uma tabela de logaritmos para a base 3, como feito acima, mas comece a PA com -3 e termine em 10. Use a tabela para calcular: 81× 729 e 9/243. Primeiro vamos construir as tabelas... -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3−3 3−2 3−1 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 310 1/27 1/9 1/3 1 3 9 27 81 243 729 2 187 6 561 19 683 59 049 E ...: log3(1/27) = -3 log3(1/9) = -2 log3(1/3) = -1 log3 1 = 0 log3 3 = 1 log3 9 = 2 log3 27 = 3 log3 81 = 4 log3 243 = 5 log3 729 = 6 log3 2 187 = 7 log3 6 561 = 8 log3 19 683 = 9 log3 59 049 = 10 13 Projeto TEIA DO SABER 2006 Resolvendo o primeiro problema: 81× 729 aplicando o logaritmo na base 3 nesse produto temos: log3(81× 729) pela propriedade encontrada acima, transformamos esse logaritmo em soma: log3 81 + log3 729 usamos a tabela e trocamos para: 4 + 6 que e´: 10 voltamos a tabela e vemos que: 10 = log3 59 049 a soluc¸a˜o do problema e´: 81× 729 = 59 049 Resolvendo o segundo problema: 9 243 aplicando o logaritmo na base 3 nesse quociente temos: log3 ( 9 243 ) pela propriedade encontrada acima, transformamos esse logaritmo em diferenc¸a: log3 9− log3 243 usamos a tabela e trocamos para: 2− 5 que e´: −3 voltamos a tabela e vemos que: −3 = log3(1/27) a soluc¸a˜o do problema e´: 9 243 = 1 27 Outras propriedades que podemos encontrar. Observe o produto abaixo: 2× 4 = 8 Substituindo 4 por log2 16 e 8 por log2 256 temos 2× log2 16 = log2 256 mas 256 = 162, enta˜o log2 256 = log2 16 2 Ou seja: log2 16 2 = 2× log2 16. Isto tambe´m pode ser observado se trocarmos o 2 por log2 4 e mantermos o 4: 4× log2 4 = log2 256 mas log2 256 = log2 4 4 Ou seja: log2 4 4 = 4× log2 4. Isto pode ser testado para todas as tabela acima e sempre teremos: logb x y = y × logb x Outra propriedade tirada direto das tabelas e´ (para o log na base 2): 16 = 24 = 2log2 16 14 Projeto TEIA DO SABER 2006 Ou para a tabela do log na base 5: 125 = 53 = 5log5 125 Ou seja: x = blogb x Usando estas duas u´ltimas propriedades podemos resolver o problema de mudanc¸a de base, ou seja, temos os logaritmos em uma base a, e queremos saber quanto vale o logaritmo de x na base b. Aplicando o logaritmo na base a em x = blogb x temos: loga x = loga b logb x Usando a propriedade anterior: loga x = logb x× loga b ou logb x = loga x loga b Por exemplo, para calcular o valor do log5 10, usando uma calculadora e calculamos: log10 10 = 1 log10 5 = 0.6989700043360188575... Enta˜o: log5 10 = log10 10 log10 5 = 1.430676558073392943... 7 Logaritmo Natural O logaritmo que Napier inventou em 1614 era bastante diferente do logaritmo natural. E´ poss´ıvel notar nas tabelas de logaritmos que criamos na sec¸a˜o anterior que para usarmos valores intermedia´rios teremos valores decimais para os logaritmos. Por exemplo, na tabela do logaritmo na base 2 na˜o temos o log2 3, mas sabemos que deve ser um nu´mero entre o log2 2 e o log2 4. Ou seja, um nu´mero entre 1 e 2. Podemos usar o processo de criac¸a˜o de tabelas que usamos na u´ltima sec¸a˜o e encontraremos log2 3 ≈ 1.59. Napier e Bu¨rgi tentaram encontrar uma base que facilitasse a interpolac¸a˜o, ou seja, uma base favora´vel em que os logaritmos estivessem pro´ximos um dos outros. A base en- contrada por ambos era bem pro´xima do valor 1 e = 0.3678794411714423412, onde e e´ o nu´mero de Euler e = 2.718281828459045091, que foi encontrado depois. O log de Napier tinha muitos inconvenientes e foi tornado obsoleto pelo pro´prio Napier que tambe´m, com Briggs em 1617, introduziu olog decimal. E´ errado, consequ¨entemente, chamar o log natural de neperiano. 15 Projeto TEIA DO SABER 2006 O log natural foi inicialmente chamado de log hiperbo´lico, pois os dois primeiros ma- tema´ticos a estudarem teoricamente o ln (log natural), St. Vincent e De Sarasa em 1650, mostraram que ln r podia ser interpretado como a a´rea do segmento do gra´fico cartesiano da hipe´rbole y = 1/x entre x = 1 e x = r. Essa base e´ chamada de natural porque no contexto de varia´veis cont´ınuas, e´ muito mais fa´cil e natural – apesar das apareˆncias – trabalharmos com ex do que com 10x. Ao fazermos essa opc¸a˜o de simplicidade automaticamente estamos fazendo a opc¸a˜o pelo log natural em vez do log decimal. Por que afirmamos que e´ mais fa´cil trabalharmos com ex do que com 10x? Suponhamos que aplicamos um capital inicial de A reais a uma taxa de juros de 4% ao meˆs. Qual sera´ o capital A(n) acumulado em n meses? Se os juros forem calculados mensalmente (processo discreto): A(n) = 1.04nA Se os juros forem calculados continuamente (processo cont´ınuo): A(n) = e0.04nA ou, de modo mais deselegante: A(n) = 100.43429448×0.04nA Texto extra´ıdo de www.mat.ufrgs.br/∼portosil/passa1b.html 8 Aplicac¸o˜es O estudo das progresso˜es esta´ intimamente ligado a` resoluc¸a˜o de problemas matema´ticos encontrados no nosso cotidiano. Alguns exemplos interessantes sa˜o os seguintes: COMPRAS A` PRAZO Imaginemos a seguinte situac¸a˜o: uma pessoa pretende comprar um eletro dome´stico, e a loja lhe oferece treˆs possibilidades de pagamento: a` vista, o valor sera´ de R$ 500,00; em 6 prestac¸o˜es mensais, sendo a primeira de R$ 100,00 e a cada prestac¸a˜o seguinte havera´ um aumento de 10% em relac¸a˜o a` anterior; Ou em doze prestac¸o˜es, sendo a primeira de R$ 50,00 e a cada prestac¸a˜o seguinte havera´ um acre´scimo de 8% em relac¸a˜o a` anterior. Qual a melhor opc¸a˜o de pagamento? Vamos calcular o pagamento em 6 prestac¸o˜es: a1 = 100, n = 6, r = 10% = 1.1 (para calcularmos um aumento de 10% basta multi- plicarmos o valor original por 1.1; um aumento de 30% multiplicamos por 1.3 e assim 16 Projeto TEIA DO SABER 2006 sucessivamente) Em primeiro lugar vamos calcular o valor da u´ltima prestac¸a˜o (an) an = a1 × qn−1 a6 = 100× (1.1)6−1 a6 = 100× (1.1)5 = 161.05 Agora vamos calcular a soma de todas as parcelas: Sn = (a1 + an)× n 2 S6 = (100 + 161.05)× 6 2 S6 = 783.15 O valor total do eletro-dome´stico nesta proposta sera´ de R$ 783,15. Vamos agora calcular o pagamento em 12 prestac¸o˜es: a1 = 50, n = 12, r = 8% = 1.08 Em primeiro lugar vamos calcular o valor da u´ltima prestac¸a˜o (an) a12 = 50× (1.08)12−1 a12 = 50× (1.08)11 = 116.58 Agora vamos calcular a soma de todas as parcelas: S12 = (50 + 116.58)× 12 2 S12 = 1299.48 O valor total do eletro-dome´stico nesta proposta sera´ de R$ 1 299,48. Certamente a pessoa deve procurar comprar seu eletro-dome´stico a` vista, ou no ma´ximo em 6 prestac¸o˜es, pois com o total gasto em 12 parcelas seria poss´ıvel comprar dois eletro- dome´sticos ideˆnticos e ainda sobraria algum dinheiro. PIRAˆMIDES FINANCEIRAS De tempos em tempos somos bombardeados com not´ıcias sobre piraˆmides financeiras, “onde todos ganham e ningue´m perde”! Passadas algumas semanas estas mesmas piraˆmides voltam aos noticia´rios, apenas mudando da sec¸a˜o de economia para o caderno policial... A explicac¸a˜o e´ simples. 17 Projeto TEIA DO SABER 2006 Estas piraˆmides funcionam do seguinte modo: Um “l´ıder de grupo” convida algumas pessoas para participar da piraˆmide, sendo que cada uma destas pessoas deve contribuir com alguma quantia em dinheiro. Elas sera˜o os “sub-l´ıderes”. Cada uma das pessoas convidadas (sub-l´ıderes) deve, por sua vez, conseguir a participac¸a˜o de outras pessoas, que tambe´m devem arregimentar mais participantes, dando assim forma e tamanho a` piraˆmide. Os primeiros participantes efetuam “uma doac¸a˜o” ao l´ıder de grupo, os seguintes aos sub- l´ıderes e assim sucessivamente, de tal forma que, quanto maior o nu´mero de participantes, maiores os ganhos. Neste ponto comec¸am os problemas. O fato e´ que o nu´mero de pessoas envolvidas torna-se ta˜o grande que, em alguns casos, seria necessa´ria a participac¸a˜o de toda a comunidade para que alguns poucos obtivessem eˆxito. A explicac¸a˜o matema´tica e´ simples: trata-se de uma Progressa˜o Geome´trica de raza˜o muito alta, o que acarreta um enorme crescimento em pouco espac¸o de tempo. Imaginemos a seguinte piraˆmide: O l´ıder convida 10 pessoas, que por sua vez devera˜o convidar, cada uma delas, outras dez, e assim sucessivamente. Cada pessoa deve, ao entrar na piraˆmide, doar 50 reais. Esta situac¸a˜o da´ origem a` seguinte P.G.: (1, 10, 100, 1000, 10000,...) que, em termos financeiros, significa a P.G.(50, 500, 5000, 50000,...). Nesta piraˆmide o l´ıder receberia R$ 500,00; os sub-l´ıderes R$500,00 e assim sucessivamente. Ja´ e´ interessante observar que, para que as pessoas pertencentes ao quarto degrau da piraˆmide tenham eˆxito nas suas arrecadac¸o˜es, e´ necessa´ria a participac¸a˜o de 10.000 pes- soas, o que, certamente, trata-se de um nu´mero muito grande de pessoas. A situac¸a˜o acima serve, no entanto, apenas como ilustrac¸a˜o, pois na pra´tica estas piraˆmides funcionam com mais participantes e valores financeiros maiores. Vejamos enta˜o a seguinte situac¸a˜o: O l´ıder convida 20 pessoas, que por sua vez devera˜o convidar, cada uma delas, outras vinte, e assim sucessivamente. Cada pessoa deve, ao entrar na piraˆmide, doar 500 reais. Esta situac¸a˜o da´ origem a` seguinte P.G.: (1, 20, 400, 8.000, 160.000,...) quem, em termos financeiros, significa a P.G.(500, 10.000, 200.000, 4.000.000,...). Nesta piraˆmide o l´ıder receberia R$ 10.000,00; os sub-l´ıderes R$10.000,00 e assim sucessivamente. Para percebermos que nem todos ganhara˜o basta observar que para que os participantes do 4o degrau tenham sucesso e´ necessa´ria a participac¸a˜o de 160.000 pessoas, o que, em muitas cidades do interior do Brasil, e´ quase a totalidade da populac¸a˜o. Chegamos, enta˜o, a` conclusa˜o o´bvia de que so´ os l´ıderes da piraˆmide teˆm certeza de ganho 18 Projeto TEIA DO SABER 2006 entre todos os participantes! Texto extra´ıdo de www.expoente.com.br/professores/kalinke/paraqueserve/progressoes.htm ESCALA RICHTER A magnitude de Richter corresponde ao logaritmo da medida da amplitude das ondas s´ısmicas de tipo P e S a 100 km do epicentro. A fo´rmula utilizada e´ML = logA− logA0 onde A representa a amplitude ma´xima medida no sismo´grafo e A0 uma amplitude de refereˆncia. Assim, por exemplo, um sismo com magnitude 6 tem uma amplitude 10 vezes maior que um sismo de magnitude 5. Um terremoto de menos de 3,5 graus e´ apenas registrado pelos sismo´grafos. Um terremoto entre 3,5 e 5,4 ja´ pode produzir danos. Um terremoto entre 5,5 e 6 provoca danos menores em edif´ıcios bem constru´ıdo, mas pode causar maiores danos em outros. Ja´ um terremoto entre 6,1 e 6,9 na escala Richter pode ser devastador numa zona de 100 km. Um terremoto entre 7 e 7,9 pode causar se´rios danos numa grande superf´ıcie. Os terremotos acima de 8 podem provocar grandes danos em regio˜es localizadas a va´rias centenas de quiloˆmetros do epicentro. NI´VEL DE SOM “ABSOLUTO” Quando o decibel e´ usado para medir o n´ıvel do som (ou barulho) e´ usado um n´ıvel de som de refereˆncia. O n´ıvel de som de refereˆncia escolhido e´ o que produz uma presa˜o de 20 micro Pascal, que e´ muito baixo e esta´ no limite de audic¸a˜o humana e e´ correspondente ao som de uma mosca voando a 3 m de distaˆncia. Normalmente essa sensividade e´ encontrada somente em pessoas muito jovens. A partir desse som de refereˆncia e´ montada uma escala em decibel dada por 20 log ( p p0 ) = XdB onde p0 e´a presa˜o do som de refereˆncia e p e´ a pressa˜o produzida pelo o som que estamos medindo, e X e´ o resultado. NI´VEL DE ACIDEZ O pH ou potencial de hidrogeˆnio ioˆnico, e´ um ı´ndice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. O “p” vem do alema˜o potenz, que significa poder de concentrac¸a˜o, e o “H” e´ para o ı´on de hidrogeˆnio (H+). A`s vezes e´ referido do latim pondus hydrogenii. O “p” equivale ao sime´trico do logaritmo de base 10 da atividade dos ı´ons a que se refere, ou seja, pH = − log10 [ H+ ] em que [H+] representa a atividade de H+ em mol/dm3. 19
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