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Resenha Estamira

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IBMR
Disciplina: Psicopatologia do Adulto 
Professor: Carlos Linhares Veloso Filho
Aline Sales Santos. Matricula: 2016200773
Trabalho de Resenha do filme Estamira
Documentário Brasileiro, apresentado por Marcos Prado e José Padilha, relata a história de uma senhora, 63 anos, que vivia no aterro sanitário de Gramacho, Rio de Janeiro. O documentário foi gravado em 2004 e lançamento oficial tido em 2006, vencedor de 33 prêmios nacionais e internacionais. 
Em 2011 Estamira faleceu no hospital Miguel Couto, na Gávea, em decorrência de uma septicemia (infecção generalizada).
O documentário traz a história de Estamira, uma senhora de 63 anos, que sofre de distúrbios mentais, vive no aterro sanitário de Jardim Gramacho – Rio de Janeiro, onde mora a mais de 20 anos, local conhecido pelos moradores próximos, como abandonado pela sociedade. O local recebe mais de toneladas de lixo produzido pelo estado do Rio de Janeiro por dia. E é muitas vezes de restos que vive Estamira.
É uma pessoa questionadora e renega Deus por diversas razões. Tem uma capacidade impressionante de explicar os fenômenos naturais e humanos, às vezes completamente lúcida. No decorrer do documentário, Marcos Prado nos mostra que em sua infância, Estamira sofreu abuso físico por parte do pai e também de seus dois ex-maridos, uma violência brutal para o seu estado emocional que alterou com o tempo. Seguido de todos os transtornos em sua vida Estamira passou a ter delírios e alucinações. Ela criou através de suas alucinações uma forma de se vingar do passado que viveu.
Estamira começou a apresentar delírios e alucinações, e passou a morar próxima a um aterro sanitário de onde tirava seu sustento aproveitando alimentos que são descarregados ali diariamente. Tem três filhos fruto do seu casamento, mas só criou dois sendo a caçula criada no seio de outra família por decisão do seu filho mais velho.
Sua filha mais velha declara que prefere vê sua mãe vivendo no lixão e livre, do que internada em um hospício e infeliz, e que observou que a convivência social de sua mãe no lixão melhorou a saúde mental da mesma. Sua filha caçula declara que sente saudades da mãe, foi criada por outra família e traz consigo este ressentimento. Alterna entre a vontade de estar próxima e do medo que sente da mãe nos quadros de crise aguda.
Estamira mostra ser contra a alienação do ser humano, critica uma suposta sociedade de controle que tenta calar os indivíduos. Com um discurso eloqüente, filosófico e poético, ela tem uma missão: revelar e cobrar a verdade: “A minha missão, além de ser a Estamira, é mostrar a verdade, capturar a mentira e tacar na cara”. A palavra adquire, portanto, uma dimensão de salvação e de força crítica, e surge para revelar um potencial analítico de uma realidade cruel e injusta. Sobrevivendo no lixo da civilização, consegue superar sua condição miserável para mostrar em questão os valores perdidos da sociedade.
A loucura e a miséria em que vive é fruto de uma questão social, e também de desigualdades sociais. Estamira apresenta um quadro de Esquizofrenia, trazendo sintomas como percepção delirante que muitas vezes aparece em forma de revelação, também como forma de alucinações auditivas, por exemplo, na passagem do documentário em que Estamira diz estar escutando vozes e pede que o cinegrafista escute também. Outro sintoma aparente decorre de vivências de influências do pensamento, pensamentos estes impostos de fora, como Estamira nos traz como forma de “ideia de copiar”. Aparente ainda é o delírio de grandeza, onde ela mesmo se impõe perante a sociedade como sendo “Deus”. Onde em uma de suas falas, ela traz como ela sendo a verdade, ela irá trazer a verdade para todos, sem ela ninguém vive.
De acordo com a autora Regina Silva os aspectos mais característicos da esquizofrenia são alucinações e delírios, transtorno dos pensamentos e fala, perturbação das emoções e do afeto, déficits cognitivos e avolição, são sintomas que Estemira apresenta no documentário. 
A a esquizofrenia se subdivide em 4 subgrupos, sendo a forma Paranóide uma das características mais marcantes de Estamira. Essa por sua vez se constitui por ser caracterizada por alucinações e ideias delirantes, principalmente de delírios persecutórios, em uma das cenas, Estamira mostra falar com militares, através de rádio e também alguma língua, talvez o alemão.
Com relação ao CID-10 a esquizofrenia é caracterizada como uma alteração das funções básicas que dão a pessoa senso de individualidade, inocidade e direção de si mesmo. Alucinações persistentes de qualquer modalidade sem claro conteúdo afetivo também é caracterizada no documentário.
O fato de ela sofrer distúrbios mentais e medicada a ponto de sedar, acalmar e controlar, ficando uma enorme lacuna ao invés de compreendê-la, e prestar assistência familiar que é o mais essencial, pois vivem sem condições fisiológicas básicas para sobreviver.
	Estamira comenta que sua mão era maluca e que ela não é tão maluca quanto era a sua mãe porque ela diz conhecer a realidade. As causas da esquizofrenia ainda são desconhecidas de acordo com o artigo Esquizofrenia: uma revisão. Porém tem um consenso em atribuir a desorganização da personalidade, o que ocorre na esquizofrenia, à interação de variáveis culturais, psicológicas e biológicas, com destaque para a genética. 
	De acordo com a teoria genética a esquizofrenia é uma desordem hereditária. Logo ao ter algo parentesco com alguém com esquizofrenia é ter uma algo risco significativo para desenvolver a doença, possuem um alto risco aumentado em desenvolver a doença.
Suas alucinações começaram após situações traumáticas como o estupro isso vai de encontro ao artigo ao tratar que fatores psicossociais certamente influenciam a forma de aparecimento e o curso dos sintomas esquizofrênicos. Esta corrente psicológica aborda o conceito de emoção expressa que diz que tipos de atitudes hostis ou excesso de envolvimento emocional por parte de familiares. Eventos estressores psicossociais como perdas do casamento, vida estruturada, familiares foram eventos que provavelmente fizeram agravar os sintomas esquizofrênicos. Estamira que vive no lixão de Jardim Gramacho, um local de alta vulnerabilidade junto ao fator biológico somam e aumentam a intensidade desses sintomas.
Esta doença é marcada especialmente pela dificuldade que o indivíduo apresenta para criar e manter laços sociais, no relacionamento com as pessoas e com o restante do mundo. O Esquizofrênico apresenta dificuldade para lidar com momentos de conflito, com perdas e com mudanças.
Estamira também critica a forma pela qual é medicada, quando chama aos médicos de “copiadores” pelo fato de queixar-se nas consultas o mal-estar que sente pelos efeitos colaterais causados pelo medicamento em uso e receber sempre a mesma prescrição medicamentosa.
Em suas indagações, seus períodos de delírio, diz muitas coisas que nós, considerados mentalmente sãos, não temos coragem de dizer ou questionar. Mostra que apesar do desequilíbrio em que vive, tem uma visão da realidade cotidiana da sociedade. Quando cita o lixo como resultado do resto e do descuido, traz a realidade de uma sociedade que vive do exagero, do consumismo e da negligência. Faz distinções importantes entre trabalho e sacrifício, entre o ser ruim e o ser perverso, entre ser doente mentalmente e a perturbação, entre o homem ímpar e a mulher par, entre os espertos e os espertos ao contrário, entre o além e o “além dos aléns”.
Ela expõe sua indignação dizendo que a culpa é do “hipócrita, mentiroso, esperto ao contrário, que joga a pedra e esconde a mão”. Diz ser perfeita: “Eu sou perfeita. Meus filhos são comuns”. Se mostra revoltada em haver tanto sofrimento e luta pela conquista do alimento: “Foi combinado alimentar o corpo com o suor do próprio rosto, não com sacrifício. Sacrifício é uma coisa, trabalhar é outra coisa. Trabalhar sim, não sacrificar”. “Discorda dos diagnósticos médicos dizendo que são “meros copiadores”: “Vocês não aprendem na escola, vocês copiam. “Vocêsaprendem é com as ocorrências”. Fala também a respeito da falta de segurança enfrentada no dia-a-dia. “Onde já se viu uma coisa dessas? A pessoa não pode andar nem na rua que mora, nem trabalhar dentro de casa e nem em trabalho nenhum, em lugar nenhum”.
Em suas indagações, seus períodos de “delírio”, diz muitas coisas que nós, considerados mentalmente sãos, não temos coragem de dizer ou questionar. Mostra que apesar do desequilíbrio em que vive, tem uma visão da realidade cotidiana da sociedade. Quando cita o lixo como resultado do resto e do descuido, traz a realidade de uma sociedade que vive do exagero, do consumismo e da negligência. Faz distinções importantes entre trabalho e sacrifício, entre o ser ruim e o ser perverso, entre ser doente mentalmente e a perturbação, entre o homem ímpar e a mulher par, entre os espertos e os espertos ao contrário, entre o além e o ”além dos aléns”.
Expõe sua indignação dizendo que a culpa é do “hipócrita, mentiroso, esperto ao contrário, que joga a pedra e esconde a mão”. Diz ser perfeita: “Eu sou perfeita. Meus filhos são comuns”. Se mostra revoltada em haver tanto sofrimento e luta pela conquista do alimento: “Foi combinado alimentar o corpo com o suor do próprio rosto, não com sacrifício. Sacrifício é uma coisa, trabalhar é outra coisa. Trabalhar sim, não sacrificar”. “Discorda dos diagnósticos médicos dizendo que são “meros copiadores”: “Vocês não aprendem na escola, vocês copiam. “Vocês aprendem é com as ocorrências”. Fala também a respeito da falta de segurança enfrentada no dia-a-dia. “Onde já se viu uma coisa dessas? A pessoa não pode andar nem na rua que mora, nem trabalhar dentro de casa e nem em trabalho nenhum, em lugar nenhum”.
Sobre o tratamento, não se tem cura, mas alívio com medicamentos antipsicóticos, eles diminuem o efeito das manifestações agudas. Estamira reclama da medicação, mas ela poderia ter uma atendimento psicoterapêutico com medidas psicossociais e reabilitativas, mesmo com tratamento com fármacos.

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